sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

.: Obra de Caio Fernando Abreu é relançada pela Nova Fronteira‏

Há algum tempo esgotada e fora de mercado, a obra de Caio Fernando Abreu chega às livrarias até este mês, em novas edições publicadas pela Editora Nova Fronteira. "Os Dragões Não Conhecem o Paraíso", "Pequenas Epifanias", "Limite Branco", "Onde Andará Dulce Veiga?", "Pedras de Calcutá" e também as antologias de Caio, com o essencial de sua produção nas décadas de 1970, 1980 e 1990 são os títulos que já podem ser encontrados à venda. 

E para este ano, estão previstos "Morangos Mofados" e o "Teatro Completo". “Este é um momento muito precioso para o Caio e sua obra; pode-se dizer que a sua literatura está realmente viva. Já há algum tempo e principalmente este ano houve uma revitalização boa e mais do que justa da história do autor, e tenho certeza de que este projeto de edições novas e bem-cuidadas será muito bem-recebido pelos leitores”, diz Márcia de Abreu Jacintho, irmã do escritor.

Em "Os Dragões Não Conhecem o Paraíso", Caio Fernando Abreu reúne 13 contos girando todos em torno do mesmo tema – o amor. O livro foi vencedor do prêmio Jabuti em 1988. Já as crônicas escritas por Caio em "Pequenas Epifanias" levam o leitor a enxergar, como num clarão, verdades bem escondidas. Em "Limite Branco", seu primeiro romance, escrito em 1967 e publicado pela primeira vez em 1970, o autor já antecipava as angústias que dominariam toda sua obra posterior.

"Onde Andará Dulce Veiga?" é a segunda incursão do autor pelo gênero romance. Tendo como coadjuvantes os universos da redação jornalística e da música popular dos anos 1980, esta ficção-verdade desvenda o desejo reprimido e o tesão liberado, a convivência com um mundo opressivo e a maneira de fugir dele. E em "Pedras de Calcutá", Caio Fernando Abreu traz contos amadurecidos, mostrando os principais temas que caracterizaram a sua obra: a hesitação, a espera da morte, o preconceito e a paranoia.

A primeira antologia da série com três livros, "Caio Fernando Abreu: o Essencial da Década de 1970", reúne, nas palavras de Maria Adelaide Amaral, “contos, poesia, correspondência e até uma precoce peça de teatro no mais autêntico estilo gótico”. Na segunda, "Caio Fernando Abreu: O Essencial da Década de 1980", o leitor se depara com um Caio F. literariamente mais maduro. Seus textos são marcados por uma escrita mais coesa, além da presença dos questionamentos existenciais, da angústia e da paixão, que continuam como traços característicos de sua obra. E, por fim, "Caio Fernando Abreu: o Essencial da Década de 1990" traz uma visão única da obra do escritor de 1990 a 1996. É nessa fase que o escritor atinge a maturidade plena e o domínio dos meios de expressão, enquanto, paradoxalmente, enfrenta o declínio físico progressivo, consequência da aids, doença de que viria a falecer.

Em "Morangos Mofados", o escritor apresenta contos nos quais são patentes a fineza de estilo e a percepção de Caio para tratar do que há de mais profundo no ser humano. "Morangos Mofados" foi um dos maiores sucessos editoriais da época e até hoje é um dos livros preferidos pelos fãs do autor. E o "Teatro Completo de Caio "apresenta, em ordem cronológica de suas estreias, as oito peças de teatro que o autor escreveu, acompanhadas de fichas técnicas e fotos das montagens.

A popularidade de Caio Fernando Abreu é tanta que até documentários sobre ele foram produzidos. Em outubro do ano passado, o "Para Sempre Teu", Caio F., do diretor Candé Salles, foi exibido no Festival do Rio. A linha narrativa é conduzida através de depoimentos de amigos, editores e estudiosos que mantiveram relação com o autor. No mesmo mês, o SescTV estreou outro documentário sobre Caio Fernando Abreu: "Sobre Sete Ondas Verdes Espumantes", dirigido por Bruno Polidoro e Cacá Nazario.

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