quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

.: "A Estrada 47": soldados brasileiros no maior conflito do século 20

"A Estrada 47", o premiado longa de Vicente Ferraz, é o primeiro filme de ficção brasileiro sobre a Segunda Guerra e entrará em cartaz no mesmo ano em que se comemoram os 70 anos da tomada do Monte Castelo. A ofensiva vitoriosa contra os alemães contou com importante participação de soldados brasileiros, tema do filme que tem estreia nacional em 7 de maio, pela Europa Filmes.

No próximo dia 21 de fevereiro, completam-se 70 anos do seguinte pronunciamento: “Estou no cume do Castelo!”, dito com ânimo pelo coronel Emílio Rodrigues Franklin, da FEB (Força Expedicionária Brasileira) que, junto aos outros 25 mil brasileiros, partiu para o inverno rigoroso da Europa para lutar ao lado dos países aliados durante a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945).

Depois de quatro tentativas fracassadas e, dessa vez, acompanhada da 10ª divisão de montanha norte-americana, a tropa brasileira conseguiu seu maior feito. A tomada de Monte Castelo era muito importante por sua posição estratégica: estava no caminho para Bolonha, cidade que representaria uma importante conquista para as forças aliadas. E esse 21 de fevereiro aconteceu depois de mais de dois meses de temperaturas baixíssimas: a fase mais cruel do inverno dos Montes Apeninos chegou a ter temperatura registrada de – 15ºC.


Além do frio brutal, os pracinhas brasileiros ainda tiveram que lidar com a constante hostilidade do fogo inimigo. Durante grande parte desse embate, os alemães dominaram as posições da FEB no cume no Monte Castelo e outros picos obrigando a tropa brasileira a encobrir seus movimentos no Vale do Reno sob a proteção do nevoeiro artificial produzido pela queima de óleo diesel.

"A Estrada 47" é uma obra de ficção, porém baseada em muita pesquisa, leitura de livros e registros feitos por quem esteve lá. Vicente Ferraz, seu idealizador, roteirista e diretor, se graduou na segunda turma da Escola de Cinema e TV de San Antonio de los Baños, em Cuba. Foi lá que descobriu "Soy Cuba", de Mikhail Kalatozov, por exemplo, que lhe inspirou a filmar o seu "Soy Cuba, o Mamute Siberiano". 

Diretor de diversos curtas e documentários no Brasil e outros países da América Latina, sempre teve forte interesse por assuntos relacionados à política, geopolítica, relações diplomáticas e personalidades marcantes. “A Estrada 47 não é um típico filme de guerra. É a história de brasileiros, italianos e alemães que se encontram durante o maior conflito do século 20. E esse inusitado encontro mostra que, mesmo durante a guerra, os aspectos humanos podem sobreviver”, diz ele.

Prêmios Conquistados

42º Festival de Cinema de Gramado 2014 – Cinema Brasileiro e Latino
- Melhor Filme 

24º Cine Ceará 2014 - Festival Ibero-Americano de Cinema
- Melhor Filme
- Melhor Direção de Arte.

36º Festival de Havana  2014
- Prêmio Signis

II Festival de Cinema da Lapa 2014 / Paraná 2014
- Melhor Filme
- Melhor Direção: Vicente Ferraz
- Melhor Roteiro: Vicente Ferraz 
- Melhor Fotografia: Carlos Arango de Montis 
- Melhor Música: Luiz Avellar
- Melhor Montagem: Mair Tavares 
- Melhor Ator Coadjuvante: Francisco Gaspar 
- Prêmio especial do júri para o ator Thogun Teixeira





Algumas das críticas publicadas a respeito de "A Estrada 47"
"Sua maior virtude, porém, reside em sua capacidade de humanizar todos aqueles indivíduos, do divertido Piauí ao suspeito oficial alemão, não sendo por acaso que, ao longo da narrativa, aqueles homens mudem constantemente de opinião a respeito uns dos outros, refletindo a reação do próprio espectador e comprovando a ótima qualidade do elenco”.
“… O filme de Vicente Ferraz é repleto de instantes tocantes e de delicadeza surpreendente”.
Cinema Em Cena

“Com um apuro técnico impressionante, graças à recriação do ambiente enfrentado pela Força Expedicionária Brasileira durante as batalhas ocorridas na Segunda Guerra Mundial, o longa-metragem também chama a atenção pela abordagem humana da tropa liderada pelo personagem de Julio Andrade e o tom crítico à operação como um todo”.
Adoro Cinema

“Outros destaques da produção são a boa fotografia de Carlos de Montis (o mesmo do excelente documentário “O Ato de Matar”, 2012) e a direção de arte rigorosa de Sergio Tribastone (“O Homem das Estrelas”, 1995).
Papo de Cinema

“Um drama de alto nível”
Screen International

“Fascinante recriação com cenas memoráveis”
Hollywood Reporter







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