sábado, 24 de janeiro de 2015

.: Segunda-feira: Cacá Diegues é o convidado do próximo Roda Viva

O cineasta fala de sua autobiografia, de Cinema Novo e de sua trajetória de sucesso 


O cineasta Cacá Diegues é um colecionador de sucessos, com mais de 20 longas sob sua direção. Fundador do Cinema Novo, recentemente lançou a autobiografia Vida de Cinema. Antes, durante e depois do Cinema Novo. Há 53 anos dirigindo e produzindo filmes, Cacá fala de sua extensa carreira na próxima edição do Roda Viva, que vai ao ar na segunda-feira, dia 26 de janeiro, às 22h, na TV Cultura, com apresentação de Augusto Nunes.

Nascido em Maceió, Carlos Diegues mudou-se com a família para o Rio de Janeiro quando tinha seis anos. Cursou Direito na PUC carioca e o interesse por cinema já começou ali, quando participou do jornal O Metropolitano e fundou um cineclube. Logo depois veio o Cinema Novo. Intelectual e ativo participante na época da ditadura militar no Brasil, Cacá contabiliza entre seus sucessos os filmes Bye,Bye Brasil, Tieta do Agreste, Deus é Brasileiro, Orfeu, Xica da Silva e outros. 

Durante a entrevista, o cineasta fala sobre sua autobiografia, lançada em junho de 2014, e diz que demorou seis anos para concluir a obra, que ele define como sendo a memória de uma geração. ”Sou testemunha de uma geração”, referindo-se à época compreendida entre o final dos ano 50 até aproximadamente 1968. A efervescência desses tempos se dava em diversas frentes, na música, no esporte, nas artes, e Cacá tem uma explicação para isso. “Havia uma consciência – ou inconsciência – geral de que o Brasil seria a próxima grande potência cultural, artística...”.

Para explicar o Cinema Novo, Diegues tem uma definição bem objetiva. “O programa Cinema Novo tinha uma ideia muito simples: mudar a história do cinema, mudar a história do Brasil e mudar a história do Planeta. Isso estava em tudo”.

Criador da expressão “patrulha ideológica”, o cineasta conta que ela surgiu por acaso, depois das críticas ao seu filme Xica da Silva, considerado por muitos como machista e sexista. Não sendo esta a proposta de Cacá, que ficou amargurado com o fato, ele disse em uma entrevista, em forma de piada: “Isso é patrulha ideológica”. E a expressão pegou.

Aos 74 anos, Cacá mostra uma visão otimista da vida e do mundo. “Não quero viver no passado, ficar chorando, reclamando. Interessa o que vai acontecer”. Em outro momento da entrevista, ele também diz que “o mundo está muito melhor do que antes. Tem coisas horrorosas, mas muita coisa já passou”.

Participam da bancada de entrevistadores João Gabriel de Lima, redator-chefe da revista Época; Ivan Finotti, editor do caderno Ilustrada, do jornal Folha de S. Paulo; Laís Bodanzky, cineasta; Renata Almeida, diretora da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo; e Sylvio do Amaral Rocha, documentarista e professor.

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