Em janeiro de 2015
Nem bem começou o ano e já constamos a notícia da morte de mais um grande nome da música. Lincoln Olivetti nos deixou no dia 13, aos 60 anos de idade, muito bem vividos, diga-se de passagem. A repercussão na imprensa foi até tímida perto das mensagens deixadas em sua homenagem da rede social. Várias gerações de artistas ressaltaram o papel importante que ele teve como arranjador e produtor musical, tendo sido peça fundamental em produções de sucesso nos anos 80 e 90.
Em contrapartida, uma parte da crítica no passado classificava Lincoln como uma espécie de "pasteurizador" do som. Havia sérias restrições ao seu modo de trabalhar na música. Não que não fosse comercial. Pelo contrário: Lincoln ajudou a vender muito disco naquela época. O fato é que o que era comercial, vendável, era sempre objeto de dúvida quanto a qualidade e consistência do som.
E não podemos deixar de lembrar sua rica parceria com o guitarrista Robson Jorge, outro genial músico que faleceu precocemente em 1993. Ambos lançaram um disco que levava apenas o nome dos dois em 1982, com várias pérolas recheadas de suíngue e balanço, como "Aleluia", "Eva", "Squash", "Pret-a-Porter", entre outras. É dessa época também a canção tema do filme "Rio Babilônia", que foi bem executada pelas rádios na época.
Como ouvinte que fui (e ainda sou), posso dizer que Lincoln ajudou a construir a sonoridade de uma década. Contribuiu para dar um padrão de qualidade com detalhes ricos nos arranjos, influenciando muita gente boa da música. Sua contribuição é algo incontestável, por mais ácidos que tenham sido os seus críticos na época. Creio que estavam se sentindo incomodados pelo fato de Lincoln trabalhar tanto com o artista classificado como de elite da MPB como com os mais populares. Não havia traços de preconceitos no seu trabalho. Felizmente, boa parte de sua produção solo pode ser ouvida na internet, por meio de vídeos do Youtube.
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