Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em dezembro de 2014
"Sabe-se a idade do cavalo pela cor dos dentes." Estes eram os dizeres mais marcantes daquele e-mail com remetente suspeito. Ano após ano nunca esquecera daquilo. Havia sido enviado à chefona, mas era função dele organizar aquele meio de comunicação virtual.
Leu, releu e, por fim, apagou.
Infelizmente, a toda poderosa nunca, jamais tomou conhecimento de tamanho achincalhamento. A princípio, sem conhecê-la devidamente, aquilo pareceu ser uma provocação infundada, mas o tempo é a resposta deste tipo de infortúnio.
Com total conhecimento do poder que exercia sobre ele, a chefe fazia e acontecia. Fala e desfalava. Xingava e desxingava. Por dentro, a cada palavra agressiva que saia daquela boca de dentes amarelos e envelhecidos, a sentença ecoava na mente dele: "Sabe-se a idade do cavalo pela cor dos dentes."
Enquanto o pensamento fervilhava, por fora, transmitia total candura e paz. E sabia responder adequadamente ao lixo verborrágico, tal qual um funcionário exemplar:
- Ok! Atualizarei os dados. Mais alguma coisa?, ele finalizava a cada estupidez despejada por aquela boca que fedia a charuto cubano e wisky de quinta categoria.
Os dias não passavam, apenas se arrastavam. O que ele poderia fazer? Dependia integralmente daquele trabalho sem registro e sem décimo terceiro salário. Tinha filhos, esposa e uma casinha para manter. É claro que recebia ajuda de amigos e familiares, mas... ele era o homem da casa. Sempre assumia as contas.
Cansado e desanimado, lá foi para mais um dia de muito trabalho. Sonhava ter um emprego, mas... só lhe restava trabalho e mais trabalho. O futuro? Grande incógnita, afinal... tantos anos de dedicação não lhe renderam qualquer contribuição ao FGTS ou INSS. Destino miserável era a sua sorte final.
Entretanto, a cada nova baforada que levava diretamente na cara, o som silenciava e por dentro os dizeres daquele antigo e-mail ecoavam. "Sabe-se a idade do cavalo pela cor dos dentes."
Em dezembro de 2014
"Sabe-se a idade do cavalo pela cor dos dentes." Estes eram os dizeres mais marcantes daquele e-mail com remetente suspeito. Ano após ano nunca esquecera daquilo. Havia sido enviado à chefona, mas era função dele organizar aquele meio de comunicação virtual.
Leu, releu e, por fim, apagou.
Infelizmente, a toda poderosa nunca, jamais tomou conhecimento de tamanho achincalhamento. A princípio, sem conhecê-la devidamente, aquilo pareceu ser uma provocação infundada, mas o tempo é a resposta deste tipo de infortúnio.
Com total conhecimento do poder que exercia sobre ele, a chefe fazia e acontecia. Fala e desfalava. Xingava e desxingava. Por dentro, a cada palavra agressiva que saia daquela boca de dentes amarelos e envelhecidos, a sentença ecoava na mente dele: "Sabe-se a idade do cavalo pela cor dos dentes."
Enquanto o pensamento fervilhava, por fora, transmitia total candura e paz. E sabia responder adequadamente ao lixo verborrágico, tal qual um funcionário exemplar:
- Ok! Atualizarei os dados. Mais alguma coisa?, ele finalizava a cada estupidez despejada por aquela boca que fedia a charuto cubano e wisky de quinta categoria.
Os dias não passavam, apenas se arrastavam. O que ele poderia fazer? Dependia integralmente daquele trabalho sem registro e sem décimo terceiro salário. Tinha filhos, esposa e uma casinha para manter. É claro que recebia ajuda de amigos e familiares, mas... ele era o homem da casa. Sempre assumia as contas.
Cansado e desanimado, lá foi para mais um dia de muito trabalho. Sonhava ter um emprego, mas... só lhe restava trabalho e mais trabalho. O futuro? Grande incógnita, afinal... tantos anos de dedicação não lhe renderam qualquer contribuição ao FGTS ou INSS. Destino miserável era a sua sorte final.
Entretanto, a cada nova baforada que levava diretamente na cara, o som silenciava e por dentro os dizeres daquele antigo e-mail ecoavam. "Sabe-se a idade do cavalo pela cor dos dentes."
0 comments:
Postar um comentário
Deixe-nos uma mensagem.