quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

.: O peso da matemática, nas palavras de Luiz Gonzaga Bertelli

Por: Luiz Gonzaga Bertelli*


A matemática é uma disciplina assustadora para a maioria dos alunos, avessos aos cálculos. Muitos consideram-na desnecessária e abstrata, sem entender a verdadeira utilidade das equações e expressões aritméticas.  No entanto, é uma disciplina que nos acompanha no dia-dia, quase que o tempo todo. Na cozinha, é necessário medir a quantidade dos ingredientes para que a receita saia impecável. No supermercado, como calcular o que pode ser gasto para não pesar no orçamento, sem usar as operações matemáticas?

Para os estudantes, a disciplina também é fundamental, como base para o estudo de outras ciências como a física e a química. Até mesmo em história e geografia, a matemática está viva, como nos cálculos de tempo, mortalidade infantil e população economicamente ativa. Tratada com importância ímpar, desde os filósofos gregos como Thales de Mileto e Pitágoras, a disciplina precisa ser reinventada em nossas escolas para que a ojeriza dos alunos diminua e que tenham mais prazer ao descobrir as belezas de suas fórmulas.

Dados da Prova Brasil 2013, realizados com alunos do 9.° ano do ensino fundamental, no entanto, mostram que estamos distante dessa realidade. O desempenho dos alunos na disciplina piorou em relação à prova anterior. A avaliação ocorre a cada dois anos e os resultados servem para a formulação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Pelos dados, apenas 25% dos alunos têm conhecimentos adequados em matemática, o que demostra que estão chegando defasados ao ensino médio.

É uma situação preocupante, já que a disciplina é base para carreiras importantes como a engenharia e as áreas de tecnologia, setores que costumam alavancar o desenvolvimento econômico e social de um país. Além disso, a matemática ajuda no raciocínio lógico e leva o estudante a um melhor poder de concentração. É importante que os professores estejam preparados para apresentar aos alunos a relevância da matéria, com uma didática criativa, que incentive os estudos e tire o peso do fantasma ainda existente nos bancos escolares.

* Luiz Gonzaga Bertelli é presidente executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), da Academia Paulista de História (APH) e diretor da Fiesp.

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