Esta é uma obra de ficção, mas uma ficção transmutada de muitas realidades. Os valores e algumas situações apresentados no decorrer da historia são reais. Foram obtidos através de pesquisa e informações contidas em publicações de jornais, revistas semanais, mensais, mídia eletrônica e em sites oficiais do governo, disponíveis na internet, para consulta de qualquer cidadão.
É impressionante o volume de informações que existe a disposição, sobre quaisquer assuntos, ao alcance do simples teclado de um computador. No mais, ambientes e situações descritas são fruto da imaginação do autor, a partir da idéia base da historia.
Penso que para comandar algo, um simples time de futebol formado por garotos de rua, uma pequena empresa, uma multinacional com milhares de empregados ou um país com milhões de habitantes, o líder no caso deverá ter sempre presente em suas ações a responsabilidade e o bem comum.
Uma vez li a historia de um papa que havia abdicado do trono em Roma e num dialogo com seu sucessor, este, sentado no trono de Pedro, lhe dizia; “você vem criticar-me aqui em minha casa”? Respondeu o ex-papa; “nunca me senti dono da casa, mas um simples inquilino, como os fatos mostraram quando abdiquei”.
É exatamente este o ponto! Os governantes são nada mais nada menos que inquilinos temporários do poder, mas agem de forma a perpetuarem-se no castelo! Se não serão “eles” no futuro, então que sejam os “amigos deles”!
E o pior é que para criarem um “status quo” permanente, tudo é válido, mesmo quando fere os princípios básicos da ética ou os direitos do cidadão!
O ser humano é imperfeito por natureza. Esta é a única característica que não foi criada a imagem e semelhança de Deus. Por outro lado, o homem é o único ser vivo deste planeta, capaz, a seu próprio critério e risco, de decidir seu destino e as vezes o de outras pessoas. Quanto mais elevado o cargo maiores serão sempre as conseqüências de seus atos. É nesse contexto que coloco nosso personagem o JP, no centro do poder! Como um representante de todos nós, os governados, que sempre temos na ponta da língua, as vezes injustamente, uma critica ou solução rápida para os problemas mais complexos do país! Até como exercício convido o leitor para que se coloque no lugar daqueles que estando no poder, adotam decisões que afetam a vida de milhões de pessoas.
Alguém simples, honesto e firme, mas com experiência e conhecimentos limitados pode vir a ocupar o cargo mais elevado de um país e ainda assim ter sucesso? Em minha concepção sim, mas o desafio será gigantesco e o preço a pagar pela honestidade poderá ser elevado demais! Poucos conseguirão resistir!
A inteligência é inata do ser humano e o maior dom que recebe de Deus. Os conhecimentos adquiridos ao longo da vida compõem o arquivo geral que fornece os dados para as decisões e escolhas que serão tomadas durante o trajeto.
Talvez, quem sabe, nosso personagem, o JP, possa vir a ser uma caixa de ressonância da sociedade, ou de qualquer cidadão, sempre que os governantes de plantão não agirem de acordo com as promessas que fizeram ao elegerem-se.
Preferi centralizar o cerne da história na área da saúde, não só pela relevância inerente a vida de cada ser humano, mas também pelos reflexos, bons ou maus que esse setor pode gerar na sociedade como um todo. Além disso, também tive a oportunidade de conhecer o sistema de saúde por dentro, pois fui acometido de um câncer no final de 2011. Para minha sorte fui atendido e tratado em um excelente e dos melhores hospitais de São Paulo, a CSSM – Casa de Saúde Santa Marcelina, através do SUS – Sistema Único de Saúde. Entidade filantrópica situada no bairro de Itaquera em São Paulo, o hospital é parte de um enorme complexo dirigida pelas Irmãs Marcelinas onde um punhado de irmãzinhas são um raro exemplo de doação, desvelo e amor pelo próximo. Todos os esforços da Ordem das Marcelinas são direcionados à área da saúde desde 1962, ano de fundação do Hospital Santa Marcelina a mais de cinqüenta anos.
Destaque-se que em minha opinião, a CSSM é um oásis de eficiência, dentro de um contexto de saúde publica que fica muito aquém das necessidades mínimas do cidadão comum. Tive assim grande aprendizado, durante todo o ano de 2012, ao passar pelos mesmos tratamentos, as vezes dolorosos e as incertezas que cercam as doenças graves.
Foi durante esse período e a constatação da falta de critério, senso comum e responsabilidade na utilização de verbas públicas, por parte dos governantes em geral que decidi escrever esse livro. Não me ocorre nada tão importante quanto a manutenção da vida, em principio a cargo daqueles que decidiram um dia candidatarem-se a um cargo publico, para ser um “servidor público”, como comumente denominamos todos os que se prestam a servir o estado. O exemplo de alguns países, como o Canadá, na área da saúde, onde todo e qualquer cidadão tem direito integral aos mais modernos recursos médicos, deveria ser um direito inalienável de qualquer um, rico ou pobre.
Como o leitor verá nas linhas a seguir, recursos existem e em suficiente volume. O problema reside na forma de aplicação destes recursos, muitas vezes influenciada por decisões políticas, adotadas em função de objetivos que nem sempre tem o povo como beneficiário. Essa área, a política, é a grande responsável pelo sucesso ou infortúnio da grande maioria dos povos.
Verá que o país gastou ou “queimou” como um todo, união, estados e municípios, 90 bilhões de reais, em um único ano, só para fazer propaganda de seus feitos.Tem idéia o leitor da quantidade de hospitais que poderiam ter sido construídos com essa astronômica quantia? Não há guerra a vista, mas está sendo destinado algo como 10 bilhões de reais para a compra de aviões de combate de ultima geração, possivelmente da França, Estados Unidos ou Suécia. Todos eles trazem as últimas e mais avançadas tecnologias de combate, etc e tal….que daqui a cinco ou dez anos poderão estar absoletas! É mais ou menos o que acontece com o celular, computador, automóvel e outros bens moveis que você e eu utilizamos no dia a dia. Só que o negocio dos aviões não é nada disso! Neste quesito, a ordem de grandeza é em bilhões…. De dólares…. Ou euros!
Na Alemanha é proibido aos governantes de plantão, destinar recursos públicos para divulgarem o que é de sua responsabilidade intrínseca. Lá, muito ao contrario de cá, as obras publicas falam por si próprias, cumprindo a missão para a qual foram destinadas, isto é, atendendo o povo e o contribuinte que pagou por elas.
Na atualidade o desanimador e mais grave é assistirmos diuturnamente, os responsáveis pela elaboração de leis que deveriam proteger a sociedade, infringindo-as e até, com a maior cara de pau, criando outras que os auto-protegem!
Isso lembra a Roma antiga, onde no Senado decidia-se a vida ou morte de alguém, sem muitas filigranas.
Hoje as decisões são tomadas em gabinetes fechados e com ar condicionado, mas as mortes continuam ocorrendo. O exemplo da outrora e poderosa Roma, que hoje nada mais é do que uma cidade que só é famosa porque abriga o Estado do Vaticano, tudo passará e se transformará por obra do mesmo dom que Deus atribuiu a seu semelhante humano: A CONSCIÊNCIA! Sim, mas apoiada em outros dons do homem como a Honestidade, a Responsabilidade, a Bondade, a Simplicidade, a Esperança e a Compaixão pelos menos aquinhoados. Mas além de toda a filosofia e seriedade destes escritos, meu maior desejo é que o leitor divirta-se!
Texto retirado do livro, nota do autor.
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