O evento que acontece de 20 de novembro a 3 de dezembro, na Caixa Belas Artes, em São Paulo, traz 17 filmes de países como África do Sul, França, Madagascar, Moçambique, Angola, Congo, Suíça, Burkina Faso, Tunísia, entre outros.
De 20 de novembro (dia nacional da consciência negra) a 03 de dezembro, São Paulo recebe, a 3° edição da Mostra “África Hoje” na Caixa Belas Artes – que nesta edição homenageia NELSON MANDELA. Com curadoria da cineasta Luciana Hees, o evento exibirá 17 filmes, entre longas e médias metragens – a maioria inédito no circuito comercial.
Os filmes da Mostra África Hoje, além de trazer diversos registros da vida de Mandela, também oferecem um vasto panorama da produção africana contemporânea de documentários realizados por cineastas de diversos países como França, Madagascar, Portugal, Moçambique, Angola, Congo, Suíça, Burkina Faso, Tunísia e EUA.
Para Mariana Marinho, coordenadora e realizadora da Mostra, o objetivo é incluir na programação documentários que ampliem a compreensão desse continente. “Queremos proporcionar horizontes diferentes daqueles a que estamos acostumados, tanto na linguagem, pois os filmes apresentam uma naturalidade espantosa, uma falta de pudor, no melhor sentido que a expressão pode significar, quanto nas temáticas abordadas”, observa.
Entre os títulos que homenageiam Mandela esta o filme de abertura “Mandela: Filho de África, Pai de uma Nação” (África do Sul/ 1996),de Angus Gibson e Jo Menell, que será exibido no dia 20/11 às 19h. No documentário, a vida deste líder pode ser acompanhada por meio de entrevistas, com o próprio e com outras personalidades, imagens de arquivo e reportagens. Após a exibição do filme haverá um debate com a curadora Luciana Hees, o diretor e roteirista Marco Abujamra e Professor em Jornalismo, Informação e Sociedade pela ECA/USP Dennis de Oliveira.
Outros destaques da Mostra são os filmes “Vou Cantar para Ti” (França/ Mali/ 2001) de Jacques Sarasin - que aborda de uma forma sensível à história do músico de blues Kar-Kar, original do Mali, cujo trabalho ajuda a explicar as origens desta forma de arte americana, o blues, e “Foi Melhor Amanhã” (Tunísia/2012), de Hinde Boujema. O longa mostra a luta de Aida, uma mulher tunisiana que tem que reconstruir toda a sua vida, mas não quer olhar para trás. Ela gasta seu tempo se deslocando de um bairro pobre para outro. Impulsionada pela vontade de encontrar um teto para seus filhos, ela não toma conhecimento da revolução intensa que acontece no seu país.
O público também terá a possibilidade de ver a África do Sul pós-apartheid com os longas — “Jeppe numa Sexta” (África do Sul/ Canada - 2012), de Shannon Walsh e Arya Lalloor e “Soweto em Surf” (África do Sul/ 2010) de Sara Blecher. “Jeppe numa Sexta” foi filmado por oito mulheres em apenas um dia. Diferentes sul-africanos comungam este mesmo dia na cidade de Jeppestown, representando um microcosmo do que são as misturas étnicas, socioeconômicas e culturais do atual país. “Soweto em Surf”, entretanto, é um olhar profundo num único mundo - o mundo de uma geração de surfistas de trem na capital Johanesburgo, onde as tensões socioeconômicas são mais acentuadas.
Para complementar a programação a mostra traz filmes sobre outros líderes do continente africano como “Capitão Thomas Sankara” (Suíça/ 2012) de Christophe Cupelin (2012), “Amílcar Cabral” (Portugal / Moçambique/ 2001) de AnaRamos Lisboa e “Kadafi, Nosso Melhor Inimigo” (França/ 2011) de Antoine Vitkine.
Sobre a curadora: Luciana Hees envolveu-se com o cinema documentário em 2005, quando foi convidada a desenvolver a imagem para a primeira edição do Dockanema. Em 2010, realizou o seu primeiro curta “O Salão Azul”, selecionado para o International Film Festival of Rotterdam
‐ IFFR e para o Images Festival of Toronto. No Brasil criou e ilustrou inúmeras capas de livros e ficou classificada na VI Bienal Brasileira de Design (2002), em São Paulo. Em 2010, fez sua primeira exposição individual no Centro Cultural Franco-Moçambicano. Paralelamente desenvolve também projetos pessoais em artes plásticas. Luciana vive e trabalha em Moçambique desde 2003.
Sobre a Coordenadora e realizadora: Mariana Marinho: coordenadora -geral e produtora executiva da exposição “Eu Lago Sou”, em homenagem a vida e obra de Mário Lago, realizada em 2012 no Arquivo Nacional – RJ. Coordenadora Geral e produtora executiva da exposição “Cuide de Você”, da artista plástica francesa Shopie Calle, uma das mais conceituadas artistas da atualidade, realizada no MAM/RJ, eleita a melhor exposição de 2009 pelo Jornal O Globo. Coordenadora Geral da exposição “Imagens Humanas”, exposição de fotografias de João Roberto Ripper, realizada no Rio de Janeiro, em São Paulo e Brasília e Curitiba. Organizadora e coordenadora da Mostra “África Hoje”, 1ª mostra de documentários africanos realizada no Brasil, na Caixa Cultural Rio, São Paulo e em Porto Alegre.
Serviço
3° edição da Mostra ÁFRICA HOJE
Data: 20 de novembro a 03 de dezembro de 2014
Local: Caixa Belas Artes
Endereço: Rua da Consolação, 2423 – Consolação – São Paulo (SP)
Telefone: (11) 2894-5781
Entrada: R$10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia)
Vantagens para clientes da CAIXA: 50% de desconto na compra do ingresso com cartão de débito da Caixa
Capacidade: 141 lugares
Classificação etária: consultar programação em http://www.caixabelasartes.com.br/
Patrocínio: Caixa Econômica Federal
Confira a programação completa da Mostra África Hoje
Caixa Cultural São Paulo – Caixa Belas Artes
Quinta 20/11 – Abertura (Dia Nacional da Consciencia Negra)
19h – Mandela: Filho da África, Pai de uma Nação (120”)
21h – Debate *** - duração 1 hora (curadora Luciana Hees, o diretor e roteirista Marco Abujamra e Professor em Jornalismo, Informação e Sociedade pela ECA/USP Dennis de Oliveira)
Sexta 21/11
16h - Kadafi – Nosso Melhor Inimigo (95”)
18:30h – Vou Cantar para Ti (76¨)
23:30h – Luanda: A Fábrica da Música (56”)
Sábado 22/11
16:00h - Jeppe numa Sexta (87”)
18:30h – Amílcar Cabral (60¨)
23:30h – Lumunba – A Morte do Profeta (69”)
Domingo 23/11
16:00h - Camarões Autópsia de uma Independencia (52”)
18:30h – Rumba do Rio ( 81’)
Segunda 24/11
16:00h - Eu Fabrico meu Balafon (53”)
18:30h - Fahrenheit 2010 (52”)
Terça 25/11
16:00h - Foi Melhor Amanhã (70”)
18:30h – Luanda: A Fábrica da Música (56”)
Quarta 26/11
16:00h - Prisioneiros da Esperança (60”)
18:30h – Rumba do Rio (81”)
Quinta 27/11
16:00h - Ady Gasy (82”)
18:30h – Kadafi, Nosso Melhor Inimigo (95”)
Sexta 28/11
16:00h - Camarões Autópsia de uma Independencia (52”)
18:30h – Contagem Regressiva (97”)
23:30h - Eu Fabrico meu Balafon (53”)
Sábado 29/11
16:00h - Vou cantar para Ti ( 76)
18:30h - Capitão Thomas Sankara (90”)
23:30h - Soweto em Surf (74”)
Domingo 30/11
16:00h - Lumumba – A Morte do Profeta (69”)
18:30h – Contagem Regressiva (97”)
Segunda 01/12
16:00h - Ady Gasy (82”)
18:30h - Foi Melhor Amanhã (70”)
Terça 02/12
16:00h - Fahrenheit 2010 (52”)
18:30h – Soweto em Surf (74”)
Quarta 03/12
16:00h - Amílcar Cabral (60¨)
18:30h – Capitão Thomas Sankara (90”)
Sinopses dos 17 filmes que serão exibidos na 3°edição da Mostra “África Hoje” – Caixa Belas Artes – São Paulo
Camarões, Autópsia de uma Independência
Cameroun, Autopsie D’une Indépendance
Direção: Valérie Osouf e Gaëlle Le Roy
Duração: 52’
País: França/ Ano: 2007
Enquanto a mídia seguia as guerras da Argélia e do Vietnã, entre 1955 e 1970, uma guerra pouco conhecida acontecia em Camarões, tentando garantir a independência daquele país da França. A guerra custou a vida de grande parte da população camaronesa e fez centenas de milhares de vítimas civis. Esta é a história da descolonização dos Camarões.
Ady Gasy
Ady Gasy
Direção: Lova Nantenaina
Duração: 82’
País: França / Madagascar/ Ano: 2014
Para consertar um objeto, para cultivar a terra ou para confeccionar sapatos — as pessoas em Madagascar podem fazer muito, com quase nada... Este filme é um retrato sobre a reciclagem, a solidariedade, a liberdade e a poesia. A maneira malgaxe de vida é, acima de tudo, um sentimento de reciclagem criativa. Estas são as chaves para o estilo ady gasy!
Amílcar Cabral
Direção: Ana Ramos Lisboa
Duração: 60’
País: Portugal / Moçambique/Ano: 2001
Amílcar Cabral nasceu na Guiné-Bissau em 1924 e foi assassinado em Conacri, capital da Guiné, em 1973. Foi líder do Movimento de Libertação da Guiné e do Cabo Verde e fundador do PAIGC (Partido Africano para a Independência de Guiné e Cabo Verde). Este filme mostra Amílcar Cabral como homem, pai, político, humanista e poeta.
Luanda: a Fábrica da Música
Direção: Kiluanje Libkierdade e Inês Gonçalves
Duração: 56’
País: Angola / Portugal/ Ano: 2009
No meio de um musseque de Luanda, o DJ Buda é dono de um estúdio de gravação. Os jovens aspirantes a cantores têm aqui a oportunidade de se expressarem: ao som das batidas de Buda, os jovens gritam as suas preocupações, amores e experiências diante de um velho microfone. No fim, dançam loucamente, riem e ouvem o seu próprio trabalho com os outros habitantes do bairro. É impossível não dançar com esta nova geração.
Vou Cantar para Ti (Filme de Abertura)
I´ll sing for you
Direção: Jacques Sarasin
Duração: 76’
País: França, Mali/ Ano: 2001
Uma sensível abordagem do músico Kar-Kar, original do Mali, cujo trabalho ajuda a explicar as origens do blues americano.
Rumba do Rio
Rumba River
Direção: Jacques Sarasin
Duração: 81’
País: República Democrática do Congo/ Ano: 2006
Viajando no majestoso rio Congo, o jovem órfão Antoine Kolosoy compôs suas primeiras músicas. Ao ganhar fama, "Wendo", como era conhecido, foi perseguido pela igreja e sua música proibida pelas autoridades coloniais belgas. Tornou-se boxeador profissional, mas nunca largou a guitarra. Na década de 1960, suas canções expressaram a esperança de uma nação recém-independente. A ditadura subsequente reduziu-o a um mendigo, mas, em 1997, sob um novo regime, Wendo retorna à sua música.
Jeppe numa Sexta
Jeppe on a Frida Direção: Shannon Walsh & Arya Lalloo
Duração: 87’
País: Canadá e África do Sul/ Ano: 2012
Num único dia, a vida de cinco pessoas na área de Jeppestown é acompanhada pelas duas diretoras e uma equipe de cinco cineastas sul-africanos. Por intermédio das ambições, desejos e formas de viver ao longo de uma sexta-feira, o filme revela a diversidade étnica e socioeconômica que pode ser encontrada na capital da África do Sul.
Capitão Thomas Sankara
Captaine Thomas Sankara
Direção: Christophe Cupelin
Duração: 90’
País: Suíça/ Ano: 2012
Um retrato composto de arquivos de Thomas Sankara, presidente de Burkina Faso, de 1983 até seu assassinato, em 1987. Pronto para libertar seu país e transformar a mentalidade de seus concidadãos, contestando a ordem política do mundo e desafiando os poderes de seu tempo, Sankara se destaca como personagem político na África.
Soweto em Surf
Surfing Soweto
Direção: Sara Blecher
Duração: 74’
País: África do Sul
Ano: 2009/2010
Em 1976, jovens do distrito de Soweto — área residencial destinada aos negros durante o apartheid, estavam lutando pela sua liberdade. Agora, no pós-apartheid, o que fazem esses jovens com a sua liberdade? Esta é a pergunta colocada constantemente neste documentário.
Fahrenheit 2010
Direção: Craig Tanner
Duração: 52’
País: África do Sul/ Ano: 2009
Numa investigação intransigente Craig Tunner pergunta o que a Copa do Mundo realmente significou para os sul-africanos. O espaço publicitário foi vendido para Visa, Budweiser, Telkom e muitos outros... “Sozinha, a Fifa espera fazer $25 bilhões dos direitos televisivos”. Promessas foram feitas de que a população teria inúmeros benefícios. O filme revela os bastidores da Copa do Mundo.
Eu fabrico meu balafon
M'bi Balan Blana
Direção: Julie Courel
Duração: 53’
País: Burkina Faso/ Ano: 2007
O balafon é uma espécie de xilofone, um instrumento percussivo presente em vários países da África. O filme mostra a fabricação do instrumento por um mestre burkinabé, que também o sacraliza, conferindo-lhe poderes místicos que podem até curar.
Mandela: Filho de África, Pai de uma Nação
Mandela Son of Africa Father of a Nation
Direção: Angus Gibson e Jo Mennell
Duração: 120’
País: África do Sul/ Ano: 1996
Esta é uma biografia completa de Nelson Mandela. O filme aborda a infância, a família e a educação deste líder. Acompanha também a sua longa negociação pela liberdade para os vários grupos étnicos da África do Sul, incluindo as suas experiências na prisão de Robben Island.
Foi Melhor Amanhã
Ya Man Aach
Direção: Hinde Boujemaa
Duração: 70’
País: Tunísia/ Ano: 2012
A jornada atípica de Aida, uma mulher tunisiana, no burburinho intenso da revolução do seu país. Seu único objetivo é encontrar uma saída para a sua própria situação: a falta de um teto. Desloca-se de um bairro para outro, sem tomar conhecimento dos eventos que acontecem ao seu redor.
Kadafi, Nosso Melhor Inimigo
Kadafi, Our Best Enemy
Direção: Antoine Vitkine
Duração: 95’
País: França/ Ano: 2011
Kadafi, líder da Líbia, foi considerado o principal inimigo do Ocidente durante a década de 1980 e um dos principais responsáveis pelo terrorismo. Mais tarde, Kadafi se junta a chefes de Estado e líderes europeus e norte-americanos. O filme lança um olhar sobre quarenta anos dessas relações e é o resultado de um ano de pesquisa e filmagens nos Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e Espanha.
Prisioneiros da Esperança
Prisoners of Hope
Direção: Danny Schechter
Duração: 60’
País: África do Sul
Ano: 1995
O retorno de 1250 prisioneiros políticos à prisão de Robben Island, na África do Sul, na companhia do Presidente Nelson Mandela, em 1995. O filme documenta um momento sem precedentes da reunião deste grupo de prisioneiros nos seus antigos locais de encarceramento.
Contagem Regressiva
Countdown to Freedom: Ten Days That Changed South Africa
Direção: Danny Schechter
Duração: 97’
País: EUA e África do Sul/ Ano: 1994
Cobertura dos últimos fatos antes das primeiras eleições livres para presidente, após o fim do apartheid, em Johanesburgo. O diretor acompanha os movimentos no governo e também os movimentos nas ruas até o dia em que Nelson Mandela foi eleito.
Lumumba – A Morte do Profeta
Lumumba: Death of a Prophet
Direção: Raoul Peck
Produzido por Velvet Film
Duração: 69’
País: Alemanha/França
Ano: 1991
Melhor filme documentário , Fribourg Film Festival 1992 ( Suíça) Melhor filme documentário , PanAfrica International Film Festival 1992 ( Canadá)
Lumumba : morte de um profeta oferece uma oportunidade única de repensar a vida eo legado de uma das figuras lendárias da história Africano moderno. Como Malcolm X, Patrice Lumumba é lembrado menos por suas realizações duradouras do que como um símbolo de resistência da luta pela auto- determinação. Esta reflexão profundamente pessoal pelo aclamado cineasta Raoul Peck sobre os acontecimentos de breve ascensão 12 meses de Lumumba e queda é um memorial em movimento com um homem descrito como um gigante, um profeta, um demônio ", um místico de liberdade ", e " o Elvis Presley da política africana.
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