Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em novembro de 2014
Morar na Baixa Santista é viver diante de uma caixinha de surpresas quando se quer passear de carro. Exatamente no fundo do caldeirão -como sempre diz o meu pai-, em finais de semana de sol, é não ter certeza se você conseguirá sair de Praia Grande até a cidade vizinha, São Vicente. Por quê? Simples. Em meio a tantos turistas, rapidamente ficamos reféns. Assumindo tal posicionamento, o importante é rezar para não precisar de socorro hospitalar na cidade de Santos, por exemplo. Contudo, São Vicente é uma cidade ainda mais interessante para peculiaridades.
A dica mais válida de todas é a de acompanhar o nascimento e a maturação de um buraco nas ruas e avenidas vicentinas. Já grande, tenha a atenção de gravar bem a rua, posição e o tamanho, pois o "danado" permanecerá lá, por tempo suficiente de que um dia você acabe jogando o seu carro nele.
O mais incrível é quando alguns trechos são recapeados. Não pense que a pista ficará boa por muito tempo. Logo virá a empresa responsável pelo esgoto e, agora, até a empresa de gás canalizado para estourar trechos e largá-los arrebentados. Sim! Diariamente, é obrigação do motorista decorar os detalhes de cada buraco, caso queira evitar problemas futuros com o veículo -mesmo que o IPVA deste já seja destinado à cidade.
Não bastando desviar a total atenção para as vias, algo assustador é o comando policial frequente na avenida Minas Gerais. Acredite! Eu sempre me assusto ao vê-los: fardados com arma e tudo! É claro que o medo ganha maior proporção quando estamos sozinhos, em questão de segundos a mente voa... sou assombrada pela possibilidade de ser confundida. Só de imaginar isso já me arrepio!
Como poderia acontecer algo tão terrível? Mente criativa? Não! Eu me lembro perfeitamente do caso João Roberto Amorim Soares. Em 2008, o garotinho morreu atingido por um tiro na nuca, quando dois policiais fizeram 17 disparos contra o carro em que o menino, de 3 anos, estava com a mãe e o irmão mais novo, de 9 meses.
Às vezes, penso que estou envelhecendo e começando a colocar caraminholas na cabeça, mas a cada dia só aumenta o meu medo de sair de casa. Até mesmo de dia.
Em novembro de 2014
Morar na Baixa Santista é viver diante de uma caixinha de surpresas quando se quer passear de carro. Exatamente no fundo do caldeirão -como sempre diz o meu pai-, em finais de semana de sol, é não ter certeza se você conseguirá sair de Praia Grande até a cidade vizinha, São Vicente. Por quê? Simples. Em meio a tantos turistas, rapidamente ficamos reféns. Assumindo tal posicionamento, o importante é rezar para não precisar de socorro hospitalar na cidade de Santos, por exemplo. Contudo, São Vicente é uma cidade ainda mais interessante para peculiaridades.
A dica mais válida de todas é a de acompanhar o nascimento e a maturação de um buraco nas ruas e avenidas vicentinas. Já grande, tenha a atenção de gravar bem a rua, posição e o tamanho, pois o "danado" permanecerá lá, por tempo suficiente de que um dia você acabe jogando o seu carro nele.
O mais incrível é quando alguns trechos são recapeados. Não pense que a pista ficará boa por muito tempo. Logo virá a empresa responsável pelo esgoto e, agora, até a empresa de gás canalizado para estourar trechos e largá-los arrebentados. Sim! Diariamente, é obrigação do motorista decorar os detalhes de cada buraco, caso queira evitar problemas futuros com o veículo -mesmo que o IPVA deste já seja destinado à cidade.
Não bastando desviar a total atenção para as vias, algo assustador é o comando policial frequente na avenida Minas Gerais. Acredite! Eu sempre me assusto ao vê-los: fardados com arma e tudo! É claro que o medo ganha maior proporção quando estamos sozinhos, em questão de segundos a mente voa... sou assombrada pela possibilidade de ser confundida. Só de imaginar isso já me arrepio!
Como poderia acontecer algo tão terrível? Mente criativa? Não! Eu me lembro perfeitamente do caso João Roberto Amorim Soares. Em 2008, o garotinho morreu atingido por um tiro na nuca, quando dois policiais fizeram 17 disparos contra o carro em que o menino, de 3 anos, estava com a mãe e o irmão mais novo, de 9 meses.
Às vezes, penso que estou envelhecendo e começando a colocar caraminholas na cabeça, mas a cada dia só aumenta o meu medo de sair de casa. Até mesmo de dia.
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