terça-feira, 4 de novembro de 2014

.: Pinacoteca de SP apresenta exposição "Coleções em Diálogo"

A Pinacoteca do Estado de São Paulo, instituição da Secretaria de Estado da Cultura, apresenta a exposição "Coleções em Diálogo: Museu Mariano Procópio e Pinacoteca de São Paulo". Cerca de 50 obras entre pinturas, desenhos e esculturas de artistas importantes para a história da arte brasileira estarão expostas no segundo andar, conversando com as obras do acervo da Pinacoteca. A exposição estará em cartaz de 8 de novembro até 22 de março de 2015.

Segundo as curadoras Fernanda Pitta e Valéria Piccoli, da Pinacoteca de São Paulo, a ideia que fundamenta a exposição é confrontar o acervo da Pinacoteca com obras vindas de outras instituições afins, o que aumenta e renova as possibilidades de interpretação da própria coleção do museu.

A Pinacoteca e o Museu Mariano Procópio têm trajetórias paralelas, com coleções constituídas em períodos semelhantes e muitas coincidências com relação aos artistas representados. De um lado, a Pinacoteca, criada por iniciativa do Governo do Estado de São Paulo, compôs seu acervo inicial a partir da transferência de obras de caráter “artístico” provenientes do Museu do Estado (atual Museu Paulista da USP), ampliando-o gradativamente por meio de outras aquisições feitas pelo Estado, além de doações de colecionadores e de artistas. O Museu Mariano Procópio, por sua vez, foi constituído a partir de uma coleção privada, aberta à visitação em 1915. Nessa coleção estão representados alguns dos mais atuantes artistas dos fins do século XIX e XX, diretamente ligados aos desdobramentos da tradição acadêmica. Integra a coleção deste museu uma das obras mais impactantes da história da arte brasileira: o Tiradentes supliciado, de Pedro Américo, datado de 1893, que estará exposto na Pinacoteca.

"Coleções em diálogo: o Museu Mariano Procópio e a Pinacoteca do Estado" se organiza a partir de três momentos principais:

Na sala anexa à sala 2 da exposição do acervo da Pinacoteca – “Os artistas viajantes” – é apresentado um recorte da pintura de paisagem brasileira e estrangeira pertencente à coleção do Museu Mariano Procópio. Ali estão expostas obras de Nicolau Facchinetti, Henri Nicolas Vinet, Benno Treidler, como também dos brasileiros Hippólito Caron, Henrique Bernardelli, Rodolpho Amoêdo e Antonio Parreiras, além de uma rara pintura do célebre artista francês Charles François Daubigny e e pinturas dos portugueses Silva Porto, Queirós e do espanhol Pinelo Lull.

Junto à sala “O ensino acadêmico” os visitantes poderão conhecer o importante conjunto de obras do Museu Mariano Procópio com temas ligados à história do Brasil, incluindo a representação dos bandeirantes, em pinturas de Henrique Bernadelli e Rodolfo Amoedo, além do Tiradentes de Pedro Américo. Essas obras pontuam a difícil tentativa de constituir uma pintura histórica no meio artístico brasileiro. Um outro conjunto de estudos de Henrique Bernardelli e João Baptista da Costa evidencia a importância que a pintura decorativa conquistou no meio artístico brasileiro no período republicano.

A última seção da exposição é dedicada à representação do feminino. Nesta seção apresentam-se obras realizadas por artistas mulheres ou que evidenciam a representação da mulher artista. Estão presentes pinturas de Maria Pardos, Georgina de Albuquerque, Belmiro de Almeida, João Baptista da Costa e José Julio de Souza Pinto, além de uma escultura de Nicolina Vaz de Assis. Um dos destaques é para o retrato de Nair de Teffé, a irreverente caricaturista esposa do presidente Hermes da Fonseca, feito por Georgina de Albuquerque, além das representações da mulher negra por Henrique Bernardelli e Armando Viana.

Outras obras estarão distribuídas pontualmente no circuito da exposição do acervo da Pinacoteca, entre elas, uma escultura comemorativa do 13 de maio, de autor desconhecido. Em prata e mármore, pesando 13000 gramas, a estatueta foi oferecida em 1888 à Princesa Isabel no Palácio da Guanabara. Nesse mesmo circuito, estarão inseridos importantes estudos de Rodolfo e Henrique Bernardelli, proveniente do rico espólio dos artistas doado a ambas as instituições.

“Acreditamos que estratégias de aproximação entre acervos, como a proposta por esta exposição, permitem rever questões fundamentais para a constituição de um campo artístico no Brasil, incluindo a história do colecionismo, das exposições, de trajetórias de artistas e suas relações com as instituições. Mais que uma oportunidade de demonstrar a importância e riqueza do acervo do Museu Mariano Procópio num contexto nacional, esperamos que a mostra e o catálogo contribuam para estimular uma compreensão mais matizada e aprofundada do nosso meio”, concluem Fernanda Pitta e Valéria Piccoli.

"A concretização dessa mostra é fruto da parceria com toda a equipe do Museu Mariano Procópio, liderada por Douglas Fasolato. É uma alegria ver obras tão importantes sairem de Minas e encontrarem outras conexões na Pinacoteca em São Paulo", diz Fasolato, diretor superintendente do Museu.

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