segunda-feira, 24 de novembro de 2014

.: Bienal do Livro de Minas chega ao fim com recorde de público

Mais de 260 mil pessoas, incluindo os 46 mil estudantes cadastrados no projeto de Visitação Escolar, passaram pelo Expominas ao longo dos 10 últimos dias para conferir as atrações da Bienal do Livro de Minas. O evento, realizado de 14 a 23 de novembro, em Belo Horizonte, reuniu mais de uma centena de autores e convidados. Foram mais de 70 horas de programação, incluindo atividades diversas, como bate-papos, sessões de autógrafo, oficinas e contações de histórias, nos espaços: "Café Literário", "Conexão Jovem", "Bienal em Quadrinhos", "Minas de Histórias" e eventos profissionais, sem mencionar a intensa agenda promovida pelos expositores.

A maior festa literária do estado se sagrou ainda como o espaço ideal para conferir as mais recentes novidades do mercado editorial, que se mobilizou para apresentar ao público os principais lançamentos e o talento da nova geração de escritores. Quem veio em busca de boas oportunidades de compra também conseguiu encontrar títulos a preços imperdíveis, reforçando assim o caráter diversificado do encontro. Outros números também impressionam: mais de R$ 5,17 milhões em investimento - 20% a mais que a edição anterior.

Para Tatiana Zaccaro, diretora de Negócios da Fagga, empresa realizadora do evento em parceria com a Câmara Mineira do Livro, o evento reforçou, mais uma vez, seu importante papel para o estímulo à leitura. "A Bienal está definitivamente consagrada como o maior e mais plural evento literário de Minas. Estamos muito satisfeitos pois realizamos uma grande festa para toda a família, para pessoas de todas as idades, o que era nosso objetivo. Esta celebração do livro contribui também com a difusão da cultura e estamos muito felizes com os resultados alcançados em 2014", afirmou.

De acordo com Rosana de Mont'Alverne, presidente da Câmara Mineira do Livro, a pluralidade de formatos de eventos literários é de fundamental importância para atrair o público e estimular a leitura. Além disso, a realização periódica também contribui para a formação de leitores, daí a importância de políticas públicas para a manutenção de uma agenda oficial para a viabilização da Bienal e demais feiras do livro. "Minas pode e deve continuar oferecendo encontros em torno do livro. Ganham todos: o mercado livreiro e editorial, o autor, o ilustrador e, sobretudo, os leitores de todas as idades", disse.

Programação cultural
O "Café Literário", com curadoria de João Paulo Cuenca, recebeu alguns dos principais nomes da literatura brasileira. As mesas reuniram autores consagrados e escritores revelação em sessões marcadas pela análise e reflexão a respeito dos mais diversos assuntos. Literatura e seus mais variados gêneros, processos criativos, história, memória, futebol e política foram alguns dos temas abordados pelos convidados. Uma das sessões mais disputadas do espaço foi "A poesia que me fez", que reuniu Adriana Calcanhotto e Gregório Duvivier. As senhas para o bate-papo se esgotaram rapidamente, assim como o estoque de livros do poeta carioca, que passou mais de duas horas autografando para o público.

Também passaram pelo "Café Literário" Silviano Santiago, homenageado com a gala de abertura do espaço, Luiz Ruffato, André Sant'Anna, Ana Martins Marques, Carlos de Brito e Mello, Mário Alex Rosa, Lira Neto, Paulo César de Araújo , Sérgio Rodrigues, Flávio Carneiro, Daniel Pellizzari, Chico Mattoso, Angélica Freitas, Alice Sant'Anna, Marcia Tiburi, Laura Erber, Guiomar de Grammont, Humberto Werneck, Raphael Montes, Marçal Aquino, Luiz Henrique Pellanda, Cristovão Tezza, Edney Silvestre e Miriam Leitão.


Os adolescentes lotaram o Expominas para conferir as atrações do "Conexão Jovem". Paula Pimenta, que esteve presente duas vezes no evento, foi uma das recordistas de público, reunindo quase mil pessoas em duas apresentações. As autoras mineiras Bruna Vieira e Isabela Freitas também causaram comoção e foram saudadas pelos visitantes. Felipe Neto, Thalita Rebouças, Carolina Munhóz, Raphael Draccon, Carina Rissi, Pedro Bandeira e Pedro Gabriel foram outros convidados que passaram pela Bienal, todos recebidos calorosamente pelos fãs que lotaram todas as sessões. Outro destaques foi a participação da best-seller americana Margaret Stohl. A autoria do sucesso "16 luas", que deu origem ao filme homônimo, foi a primeira convidada internacional entre todas as edições da Bienal.


Na "Bienal em Quadrinhos", com curadoria de Afonso Andrade e Eduardo Damasceno, os visitantes puderam se divertir com criações de tirinhas ao vivo, oficinas de quadrinhos, demonstração de cosplay, bate-papos sobre a nona arte e muitas sessões de autógrafos. Alexandre Beck, criador do personagem Armandinho, e Reinaldo Figueiredo, do extinto programa de TV Casseta & Planeta, foram alguns dos convidados que mobilizaram o público. Passaram também pelo espaço Bruno Azevedo, Luciano Irthum, Garrocho, Ryot, Davi Calil, Luciano Salles, Roger Cruz, Julius C., Studio A4, Duke, Lucas Libânio, Toppera, Pensica, Rodney Buchemi, Ana Carolina Cunha, Carlos Patati, Danilo Beyruth, Leandro Damasceno, Daniel Werneck, Lu Cafaggi, Lucas Ed, Bianca Pinheiro, Fernanda Nia e Marianna, Bidu, Laços e Valente.


O "Minas de Histórias" fez a alegria da criançada. Com curadoria de Sandra Bittencourt, o espaço trouxe para o público um pouco mais da magia das histórias, com uma série de atividades lúdicas, apresentações teatrais, musicais e contações de histórias. O escritor Olavo Romano, homenageado pela Câmara Mineira do Livro por seu trabalho de valorização da leitura, esteve presente para contar "causos de Minas" para os pequenos leitores. Diversos grupos também participaram da programação, contribuindo assim para a ampliação do universo literário e incentivando a leitura.

Para celebrar a obra de um dos principais escritores e educadores brasileiros, o evento trouxe para os leitores de todas as idades a "Biblioteca Rubem Alves", celebrando a memória do escritor mineiro, falecido este ano, com acervo composto de 250 volumes. Assim, o público pôde se dedicar à leitura, tornando a experiência no evento ainda mais agradável. Além de Rubem Alves, a Bienal também homenageou os escritores Ariano Suassuna e João Ubaldo Ribeiro com leituras especiais de suas obras, nas vozes dos convidados Zeca Camargo, jornalista a apresentador, e o ator Eriberto Leão, respectivamente.

Sucesso em todas as edições, o projeto de Visitação Escolar teve as inscrições esgotadas em tempo recorde. Nesta edição, as 46 mil vagas que permitem o acesso gratuito de alunos de escolas públicas e particulares ao maior evento literário do estado foram preenchidas em apenas cinco horas e meia. O projeto foi viabilizado através do programa oficial de Visitação Escolar, prevendo uma limitação da capacidade da organização de receber os alunos com segurança e bom atendimento. O principal objetivo é aproximar os estudantes, com idade entre sete e 14 anos, do universo da literatura, estimulando a leitura e a aproximação com os autores.

Reforçando sua diversidade, a Bienal do Livro de Minas promoveu também uma série de encontros profissionais, voltados para o público especializado. Um dos principais foi o CONTEC Brasil Belo Horizonte, conferência internacional da Feira do Livro de Frankfurt, com a presença de Walcyr Carrasco, Jorge Proença, Carla Viana Coscarelli e Pablo Arrieta. Também chamou a atenção a palestra sobre autopublicação promovida pela Amazon, que apresentou o KDP (Kindle Direct Publishing), a nova ferramenta online da empresa.

A 4º Bienal do Livro de Minas foi aprovada pelo público. "Acho importantíssimo que Belo Horizonte tenha um evento como esse, que está muito bem organizado, espaçoso, com bons livros a preços acessíveis. Encontrei preciosidades da minha área aqui hoje. São livros difíceis de ser encontrados em livrarias e na internet, pois são mais antigos. Uma coisa que me surpreendeu também foi ver muitas crianças e adolescentes na feira. Isso é muito bom. A leitura é fundamental na formação de uma pessoa", afirmou a médica Juliana Lamego.

Estudo revela preferência do mineiro pela leituraA Câmara Mineira do Livro (CML) divulgou, durante a Bienal, um estudo que revela detalhes sobre os hábitos de leitura dos mineiros. O guia "O Livro em Minas Gerais - O que se lê e o que se produz" contém informações de editoras, distribuidoras e livrarias do estado e revelou que o índice de leitura em Minas Gerais, que é de 3,2 livros nos últimos três meses, superando o índice brasileiro, equivalente a 2,8 livros no período. A pesquisa apresentada no evento usou como base os hábitos de leitura detectados em Belo Horizonte e em oito cidades polo e teve como objetivo compreender a prática da leitura dos mineiros não só do ponto de vista dos leitores, mas também dos tipos e partes de livros.

A Bienal do Livro Minas é organizada pela Fagga | GL events Exhibitions e realizada pela Câmara Mineira do Livro, com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte - Fundação Municipal de Cultura.
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