Em outubro de 2014
Como já cantou Sandy (ex-Sandy e Júnior), "sou jovem para ser velha e velha para ser jovem". Na fase dos 30, você já começa a falar o clássico: "na minha época". Você critica, questiona com propriedade e ainda tem o apoio daqueles que sempre lhe consideraram inexperiente. É assim que se percebe que a vida está seguindo e o tempo, voraz, passando.
Na madrugada do dia 25 de outubro, tive a chance de voltar ao passado. Não do jeito que gostaria, mas... mesmo assim foi especial. Enquanto lutava bravamente contra o sono e o cansaço, abri uma aba do navegador em "A Fazenda" online, mas... até os participantes dormiram.
Optando pela janela do quarto dos fundos, em silêncio, aguardei a entrada de Zezé Di Camargo & Luciano. Firme e forte, de pé, resisti ao cansaço e ao sono, conseguindo apreciar a dupla que esteve na esquina de casa, em São Vicente. Com muita gritaria, eles iniciaram o show. É claro que cantei junto, mas... tudo moderado. Afinal, já era madrugada.
Enquanto ansiava pela próxima música, torcendo para cantarem as mais antigas, que amo desde menina, lembrei de uma amiga que não vejo há anos. Ao escutar músicas antigas como "Sem medo de feliz" a imagem de Érika veio em minha mente. Na época, vizinha da minha avó, na Praia Grande, ficávamos na porta: eu sentada no muro de casa, que era mais baixo e ela, subia na cadeira e apoiava-se no muro da casa dos pais dela.
Assim, nós duas passávamos horas virando o primeiro disco da dupla. Cantávamos cada palavra em sincronia e ríamos. Cantando tanto o amor, ficamos encantadas por dois irmãos, que moravam pertinho dali. Érika, seis dias mais velha que eu, trocava olhares com o irmão mais velho, enquanto que eu, só tinha olhos para irmão mais novo. Coisa de criança!
Voltando para 2014, enquanto cantava, me arrepiava com as músicas e me divertia, conclui que o nosso encantamento por aqueles irmãos, só podia ser por conta do carinho enorme que tínhamos pela dupla Zezé Di Camargo & Luciano. Afinal, eu era apaixonada pelo Luciano, o irmão mais novo.
Ouvindo o show, em meio a músicas de várias épocas de sucesso, capotando de sono, desliguei o computador que iluminava o meu quarto, mas... de repente a introdução de "No dia em que eu saí de casa", levou-me novamente para a janela. Lembrei mais uma vez da minha amiga de infância que nunca mais vi. Só sei que hoje é mãe de um garotão e, agora, mora em João Pessoa.
Ficou demais o texto
ResponderExcluir