quinta-feira, 23 de outubro de 2014

.: Depois do “Fim”, Fernanda Torres lança “Sete Anos”

A entrada em cena de Fernanda Torres no mundo das letras foi apoteótica. Seu primeiro romance, “Fim” (Objetiva), foi lançado em novembro de 2013 e já ultrapassou a marca dos 150 mil exemplares vendidos. Além de se tornar sucesso de mercado, o livro cativou críticos de quadrantes diversos, do ensaísta Roberto Schwarz ao poeta Antonio Cicero, do romancista Sérgio Rodrigues ao documentarista João Moreira Salles. 

É natural, portanto, que uma reunião de suas crônicas não demorasse a sair. “Sete Anos” , publicado pela Companhia das Letras, é uma coletânea de crônicas marcadas pelo humor e pelo tom confessional.
São textos publicados em revistas e jornais, que versam sobre cinema, teatro, política ou assuntos do cotidiano, mas sempre com suas marcas características: o humor, o tom confessional, a inteligência aguda, o olhar irônico. 

Desde 2007, Fernanda tem mantido assídua relação com a imprensa. Estreou na revista Piauí, com “No Dorso Instável de um Tigre”, um relato bem-humorado sobre o medo do ator ao entrar em cena. O texto fez sucesso na época e rendeu a Fernanda o convite para manter uma coluna quinzenal na revista Veja Rio, de onde saíram alguns textos presentes na coletânea, como “Dercy” e “A Dança da Morte”.

Pouco depois, voltou a escrever para a Piauí. Os perfis de Bráulio Mantovani e Hany Abu-Assad nasceram por encomenda da revista. O divertido texto sobre o filme “Kuarup”, que narra as agruras vividas durante os dois meses e meio de filmagem no meio da selva, também saiu na revista.

Em 2010, Fernanda iniciou colaboração com o caderno “Poder” da Folha de S.Paulo. Sua missão era escrever sobre as eleições para a presidência. Muitos dos textos sobre política incluídos em “Sete Anos” tiveram origem nesse período. Depois das eleições, Fernanda passou a manter uma coluna mensal no caderno de cultura do mesmo jornal.

Mas há um texto inédito. É o pungente “Despedida”, que trata da morte de seu pai. Por pudor, Fernanda preferira não publicá-lo à época, mas agora decidiu compartilhar a experiência dolorosa com seus leitores.
“As crônicas aqui reunidas foram escritas ao longo de sete anos e contam a história do meu noviciado”, diz a autora na apresentação do livro. “Desenvolver uma ideia dentro de um espaço determinado de linhas, falar de temas de interesse comum sem abrir mão do tom pessoal e dar valor à concisão são algumas lições que tomei do jornalismo.”

Mesmo que a sós, um ator em cena carece de um aparato custoso para exercer seu ofício. Não é o que ocorre com o escritor, cujos limites são impostos apenas por sua capacidade de imaginar. “Poder escrever que vinte elefantes entraram em um quarto é uma libertação para alguém acostumado à rotina teatral”, diz Fernanda. “As letras têm me feito grande companhia.” Da plateia, os leitores agradecem.


Sobre a autora
Atriz e escritora, Fernanda Torres nasceu no Rio de Janeiro em 15 de setembro de 1965. Há 35 anos, mantém uma carreira de sucesso no teatro, no cinema e na televisão, tendo recebido, entre outros, o prêmio de melhor atriz no “Festival de Cannes” de cinema de 1986, com o filme “A Marvada Carne”. É colunista do jornal Folha de S.Paulo, da Veja-Rio e colaboradora da revista Piauí. Seu romance “Fim”, publicado em 2013 pela editora Objetiva, vendeu mais de 100 mil exemplares e teve direitos de publicação adquiridos na França, na Holanda, na Itália e em Portugal.

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