segunda-feira, 13 de outubro de 2014

.: Brailinho Tagarela: Historinhas para ler e ouvir

A Fundação Dorina Nowill para Cegos apresenta o projeto “Braillinho Tagarela”, direcionado às crianças com deficiência visual – cegas ou com baixa visão. A coleção é composta por 10 novos títulos infantis impressos em tinta e braille, e acompanhados por Pentop, canetas sensoras e interativas que funcionam por aproximação: o leitor passa a Pentop sobre uma etiqueta inserida nas páginas é iniciada a audiodescrição das páginas, ou seja, reproduzem em som estéreo a descrição de todas as imagens e textos contidos nos livros.

Estima-se que o projeto beneficie cerca de 50 mil crianças com ou sem deficiência visual em todas as regiões do Brasil. Para isso, foram produzidos 20 mil exemplares que estão disponibilizados em duas mil escolas públicas e bibliotecas da cidade de São Paulo; e 10 mil exemplares destinados a mil instituições no restante do país.

Para a concretização do "Braillinho Tagarela" foi dada atenção especial às ilustrações que ganharam relevo braille nas páginas ímpares, desenhos e textos impressos em tinta, com fonte ampliada no tamanho 24 negrito e também em braille. Estas características são típicas de livros inclusivos, pois sendo este um material acessível, permite a redução do preconceito contra as pessoas com deficiência visual e a integração entre professores e alunos e entre as crianças que enxergam e as que não enxergam.

“O Braillinho Tagarela adotou o conceito de inclusão total, ou seja, é uma coleção composta por livros inclusivos que permitem a leitura comum entre crianças cegas, com baixa visão e que enxergam. A Fundação Dorina é a primeira no Brasil a produzir livros inclusivos desta maneira”, explicou o superintendente da Fundação Dorina Nowill para Cegos, Adermir Ramos da Silva Filho. “O resultado de um trabalho realizado junto ao principal público alvo foi além do esperado por permitir essa integração e maior interação entre alunos, pais e professores”.

Participação mirim: A colaboração das crianças que frequentam a Fundação Dorina foi essencial. Foram elas as responsáveis por escolher as histórias e títulos a serem publicados e também foram relevantes ao validar a audiodescrição e o material final. Após pesquisas de interesses aplicadas aos pequenos que frequentam a instituição, e aos seus familiares, foram identificados quais os temas teriam destaque.

Representantes de escolas e bibliotecas beneficiadas pelos projetos de incentivo à leitura também foram consultados. Nesta pesquisa foram apontados como os gêneros e temas preferenciais os contos de fadas, a aventura, a comédia, a poesia, a arte, ficção, suspense, folclore, lendas, esportes, separação dos pais, meio ambiente, trava-língua, reciclagem e sustentabilidade.

Produção: Toda a coleção foi desenvolvida na Fundação Dorina, considerada uma das maiores imprensas braille do mundo. Na instituição também foram feitas as audiodescrições. Enquanto uma equipe de editores e ilustradores trabalhava na parte gráfica dos livros, os profissionais de Produtos Radiofônicos transformavam todo o conteúdo ilustrado em áudio. Eles produziram os roteiros de audiodescrição das ilustrações e todo o processo editorial de som para as imagens dos livros. As ilustrações foram narradas por ledores profissionais, com todo um processo que proporciona clareza e o equilíbrio da voz durante as narrações. Após isso, os conteúdos são transportados à caneta Pentop.

Cada página dos livros tem uma etiqueta, com a audiodescrição acionada quando a caneta sensora é encostada. Um outro detalhe também conta nesta produção: todos os livros em foram produzidos com papel de reflorestamento. A coleção é formada por um kit com 10 títulos infantis, impressos em tinta-braille e letra ampliada e caneta Pentop, além de Dicas de Uso e Manual de Utilização.

Produto final: Para se chegar ao material final da coleção Braillinho Tagarela, foram levados em consideração os seguintes critérios e métodos:

Seleção de temas educativos e de interesse das crianças;
Consulta a educadores e outros profissionais para a seleção de temas;
Uso de formato Tinta-Braille, para atender às crianças cegas e às que enxergam;
Uso de ilustração em Braille, para uma maior riqueza e precisão na adaptação e compreensão do leitor com deficiência visual;
Uso de fontes ampliadas, para atender plenamente a todos os graus de visão subnormal;
Desenvolvimento de ilustrações adequadas ao tema e à acessibilidade;
Validação do roteiro da audiodescrição por crianças com e sem deficiência visual, garantindo a efetividade da informação e inclusão.

Títulos publicados:
O Clube da Troca (autora Ana Cristina Melo / ilustrações Mônica Fuchshuber)
Cavalinho de balanço (autora Jacira Fagundes/ ilustrações Monika Papescu)
Lesma no metrô (autor Roberto de Carvalho/ ilustrações Taynã de Freitas)
Hora de reciclar ideias (autora Sandra Pina/ ilustrações Begê)
Vivinha ( autora Simone Bibian/ ilustrações Danilo Marques)
As guardiãs da natureza (autora Simone Pedersen/ ilustrações Sandra Ronca)
O mistério do porquinho (autora Simone Pedersen/ ilustrações Roney Bunn)
Sofia soltou púm… de novo (autora Simone Pedersen/ ilustrações Osnei Roko)
Nas asas da poesia (autora Simone Pedersen/ ilustrações Fabio Sgroi)
Trava miolo (autora Simone Pedersen/ ilustrações Danilo Marques)

Viabilização do Braillinho Tagarela: Para que o projeto Braillinho Tagarela se tornasse uma realidade, foram utilizados recursos do FUMCAD – Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente da Prefeitura de São Paulo. Assim, duas mil escolas públicas e bibliotecas da cidade de São Paulo foram beneficiadas.

Em âmbito nacional, outras mil instituições também receberam kits do Braillinho Tagarela, por meio do PRONAC – Programa Nacional de Apoio à Cultura. Entre as empresas que patrocinam via PRONAC estão IBM, Cielo, Banco Safra, CBMM, Eternit, SAMA, Mineração Curimbaba e Mineração Jundu. A realização é em parceria com o Ministério da Cultura e o Governo Federal.
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