Em setembro de 2014
Com a disseminação da internet, o entretenimento televisivo aberto precisou ganhar uma nova roupagem. Contudo, emissoras pequenas continuam com a programação cada vez mais vazia. Tanto é, que, atualmente, é muito comum, em qualquer horário de um longo dia, zapear pelos canais abertos e encontrar pastores tentando abocanhar ovelhinhas inocentes. Até o canal da extinta MTV Brasil, pertencente ao grupo Abril já segue esta programação.
Será este o futuro da televisão gratuita aqui no Brasil? Hoje, 30 de setembro de 2014, a realidade do canal aberto 56 -Baixada Santista-, da antiga MTV Brasil, é deprimente e completamente vergonhosa. Programas tão velhos que te fazem pensar se o entrevistado ainda está vivo ou orações forçadas de tirar demônios de quem nem sabe o que está fazendo ali diante daquele que diz ser enviado do cara lá de cima, pois este sabe gritar e cuspir inúmeras palavras.
Tristeza profunda. O canal que era puro entretenimento é um zumbi. Lembro muito bem do "My MTV" -programa em que os ex-Vjs relembraram momentos marcantes que viveram na emissora-, dos rapazes do Hermes e Renato. No vídeo, o quarteto, sem Bruno Sutter, comentaram do receio de que a MTV exibisse o que está exibindo, para o azar de muitos como eu. Virou o canal da fazendinha, pois há de tudo... coisas velhas, pastores, bois e vacas.
Para a sorte dos fãs do canal, assim como eu, a editora Panda Books lançou o livro de Zico Goes, "MTV, bota essa p#@% pra funcionar!". Com a publicação, foi possível não se sentir tão desolado assim.
A verdade é que lá se foi um ano inteiro, sem poder ver aquela programação doida e musical que tanto me fascinou, desde o início da minha adolescência. Uma grade de programas diversificados daquela, não encontrei em nenhum outro canal, nem mesmo na "nova" MTV, que, de tão nova, é restrita para os assinantes de TV a cabo.
Parece que, com esta pegada descolada, temos a Mix Tv. O canal aberto, que ainda está engatinhando, traz notícias sobre música, celebridades, televisão e universo pop. Nela há atrativos alternativos como o programa "Não salvo na Mix", embora o foco seja a exibição de videoclipes, como acontece nos programas "Top Mix" e "No Break". Enfim, a esperança é a última que deve morrer, não é?
Enquanto o SBT, insiste na força de programas apresentados pelo próprio Silvio Santos. Neste ano, a Rede Globo continua tentando se reinventar. Embora não abra mão das quase "mil e uma" novelas por dia, as chamadas da programação ficaram mais jovens e, a fortaleza da televisão brasileira, até riu dela mesma com o curtíssimo "Tá no ar!". Das últimas novidades, uma foi originária da internet, o vídeo "Taca-le pau nesse carrinho, Marcos". O narrador é quem anuncia o Grande Prêmio do Brasil de F1.
Um comentário que admirei tanto, que guardei por definir exatamente o que sinto, ainda hoje: "O fechamento da MTV Brasil tem um significa muito mais amplo: a barbárie, a falta de bom senso, de bom gosto e outras m*rdas que estão na TV venceram um projeto (com erros e desvios), mas alicerçado em ideias criativas, ousadas, experimentalismos, e vanguarda neste país já tão massificado. Ainda custa-me a acreditar que não teve nenhum grupo que resolveu comprar a MTV e mantê-la no ar... Nesse tempo de Anittas, funk ostentação e juventude no vazio... assistir a MTV morrer é como se morresse parte de nós, da esperança por um mundo menos enlatado... Agora só nos resta conviver com as moscas.", Ricardo Flaitt. Comentário copiado da página da MTV Brasil, no Facebook, em 2013.
Eu gostava muito da MTV.
ResponderExcluirNunca mais assisti.
Luís
Eu também, Luís. Curtia e acompanhava a MTV, mas agora... a tal da nova MTV, desconheço. Cheguei a assistir um pouco e... não era nem de perto parecida com a velhinha... rsrs
ExcluirMuito lindo este comentário final!
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