Reunião de poetas modernos
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em setembro de 2014
Rica variedade de temas com o único propósito de exteriorizar sentimentos poéticos. Assim, pode-se definir a antologia "O diferencial da favela: Poesias Quebradas de Quebrada", organizada por Sandro Ribeiro do Santos. A publicação que teve apoio da Editora Galinha Pulando e Pastoral Afro apresenta a criação de 50 autores.
A obra com prefácio de Lissandra Pedreira, organizadora do Sarau da Onça, reforça que "a poesia na periferia mostra outro lado distinto do que essas pesquisas apontam, mostra que tem gente tentando fazer diferente, que essa juventude está movendo algo sem violência. A juventude da periferia quer mais do que esses dados, ela quer mudança e está aí pra dizer que acredita nisso e que dá pra fazer diferente."
Em meio a poemas que abordam temáticas variadas, por rimas é possível descobrir a incrível solução encontrada pela comunidade Sussuarana: a expressão poética dos moradores da região.
Os poetas do livro são: Denisson Palumbo, Jairo Pinto, Gleise Silva Sousa, Alan Felix, Marconi Machado, Paulo Vendaval, Silvana Oliveira, Varenka de Fátima Araújo, William Silva, Sidney Fortes, Renato Almeida, Raphael Mukumbi, Audelina Macieira, Carlos Daliga, Cleidinalva, Cristiano Sousa, Crispin, Ednaldo Muniz, Evanilson Alves dos Santos, Gonesa Gonçalves, Sandro Sussuarana, Sil Kaiala, Valter Bitencourt Junior, Rodrigo Gomes da Silva, Vanessa Cruz, Osmar Junior, Maria da Hora, Luiz Menezes de Miranda, Joyce Melo, Heider Santos Gonzaga, Adalmir Chabi, Verônica Soares, Alaíde Santana, Egerce, Gildásio Barreto, Hildete Monte Verde, Giovane Sobrevivente, Jacquinha Nogueira, Leandro Mota, Joane Macieira, Jefferson Mirnauivitã, Fábio Haendel, Lane Silva, Jocevaldo Santiago, Luciana Ribeiro, Jorge Augusto, Maiara dos Anjos Silva, Josémário: O Poeta Caipira, Marcelo Oliveira e Renata Rabelo.
Abaixo, leia algumas das criações que compõem o livro:
Amar, verbo defectivo, de Osmar de Jesus Santos
Transitivo Direto, Intransitivo...
Desculpem-me os gramáticos, cuidadores da língua;
Desculpe-me o Mário, a quem tenho apreço.
.
Transitivo direto ou intransitivo,
o fato é que "Amar" verbo defectivo:
Não é conjugável em todas as pessoas
e sua conjugação é cheia de defeitos
Brazileiro, de Alan Felix
Vem comer minha língua para virar brasileiro.
Eu, filho do estupro lusitano;
Alimentado em seio africano;
Deitado em berço "gentil".
Feto das grandes navegações,
aborto dos navios negreiros,
bastardo de famílias indígenas.
Devoro minha alma folclórica,
para expelir minha origem devassada.
Pois, cada parte de mim,
anda assombrando a memória corroída
pelo tempo mudo das horas.
Expresso, de Gildásio Barreto
A retina
Retém:
A Rotina
O vai e vem
O cotidiano
Do formigueiro humano,
Entrando e saindo
do trem.
Quero ser preta, de Egerce
Quero viver
Deixar renascer
A preta que há em mim
Não vou permitir
Que me deixe branca
Não me suje com suas ideias
Não me imponha
O que eu não sou
Sou bonit, sim!
E inteligente, sou
A minha capacidade
Você vai ver e aplaudir
A beleza negra
Que há em mim
Livro: O diferencial da favela - Poesias quebradas de quebrada
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em setembro de 2014
Rica variedade de temas com o único propósito de exteriorizar sentimentos poéticos. Assim, pode-se definir a antologia "O diferencial da favela: Poesias Quebradas de Quebrada", organizada por Sandro Ribeiro do Santos. A publicação que teve apoio da Editora Galinha Pulando e Pastoral Afro apresenta a criação de 50 autores.
A obra com prefácio de Lissandra Pedreira, organizadora do Sarau da Onça, reforça que "a poesia na periferia mostra outro lado distinto do que essas pesquisas apontam, mostra que tem gente tentando fazer diferente, que essa juventude está movendo algo sem violência. A juventude da periferia quer mais do que esses dados, ela quer mudança e está aí pra dizer que acredita nisso e que dá pra fazer diferente."
Em meio a poemas que abordam temáticas variadas, por rimas é possível descobrir a incrível solução encontrada pela comunidade Sussuarana: a expressão poética dos moradores da região.
Os poetas do livro são: Denisson Palumbo, Jairo Pinto, Gleise Silva Sousa, Alan Felix, Marconi Machado, Paulo Vendaval, Silvana Oliveira, Varenka de Fátima Araújo, William Silva, Sidney Fortes, Renato Almeida, Raphael Mukumbi, Audelina Macieira, Carlos Daliga, Cleidinalva, Cristiano Sousa, Crispin, Ednaldo Muniz, Evanilson Alves dos Santos, Gonesa Gonçalves, Sandro Sussuarana, Sil Kaiala, Valter Bitencourt Junior, Rodrigo Gomes da Silva, Vanessa Cruz, Osmar Junior, Maria da Hora, Luiz Menezes de Miranda, Joyce Melo, Heider Santos Gonzaga, Adalmir Chabi, Verônica Soares, Alaíde Santana, Egerce, Gildásio Barreto, Hildete Monte Verde, Giovane Sobrevivente, Jacquinha Nogueira, Leandro Mota, Joane Macieira, Jefferson Mirnauivitã, Fábio Haendel, Lane Silva, Jocevaldo Santiago, Luciana Ribeiro, Jorge Augusto, Maiara dos Anjos Silva, Josémário: O Poeta Caipira, Marcelo Oliveira e Renata Rabelo.
Abaixo, leia algumas das criações que compõem o livro:
Amar, verbo defectivo, de Osmar de Jesus Santos
Transitivo Direto, Intransitivo...
Desculpem-me os gramáticos, cuidadores da língua;
Desculpe-me o Mário, a quem tenho apreço.
.
Transitivo direto ou intransitivo,
o fato é que "Amar" verbo defectivo:
Não é conjugável em todas as pessoas
e sua conjugação é cheia de defeitos
Brazileiro, de Alan Felix
Vem comer minha língua para virar brasileiro.
Eu, filho do estupro lusitano;
Alimentado em seio africano;
Deitado em berço "gentil".
Feto das grandes navegações,
aborto dos navios negreiros,
bastardo de famílias indígenas.
Devoro minha alma folclórica,
para expelir minha origem devassada.
Pois, cada parte de mim,
anda assombrando a memória corroída
pelo tempo mudo das horas.
Expresso, de Gildásio Barreto
A retina
Retém:
A Rotina
O vai e vem
O cotidiano
Do formigueiro humano,
Entrando e saindo
do trem.
Quero ser preta, de Egerce
Quero viver
Deixar renascer
A preta que há em mim
Não vou permitir
Que me deixe branca
Não me suje com suas ideias
Não me imponha
O que eu não sou
Sou bonit, sim!
E inteligente, sou
A minha capacidade
Você vai ver e aplaudir
A beleza negra
Que há em mim
Livro: O diferencial da favela - Poesias quebradas de quebrada
Organizador: Sandro Ribeiro do Santos
Editora: Galinha Pulando
Legal, porque a cultura é direito de todos. Parabéns!
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