Setembro é o Mês Mundial da Doença de Alzheimer, um Mal degenerativo que afeta, além de outros pontos, a memória do diagnosticado, prejudicando sua noção de tempo e realidade. Neste domingo, 21 de setembro, é também o "Dia da Conscientização sobre Alzheimer". Cada um de nós conhece, ou já escutou, uma história sobre o assunto.
Mas, com certeza, milhares de pessoas conhecem a história do jovem Fernando Aguzzolli, que largou a universidade e um incipiente negócio para cuidar de sua avó, Nilva, diagnosticada com a doença. As histórias antes compartilhadas pela internet foram reunidas em um livro lançado pela editora Belas-Letras. A obra prova que o amor e a gratidão são mais do que apenas sentimentos, muito além disso, mostra que o bom humor pode colaborar no tratamento e na convivência com a família.
Tudo começou quando Fernando Aguzolli, autor do livro, resolveu ignorar os conselhos médicos sobre pessoas com Alzheimer e deixou as opiniões do senso comum de lado. Ele resolveu curtir da melhor maneira possível: trocando risadas, confidências e amor. Em 2011, ele decidiu abrir mão da empresa que estava construindo e trancar a faculdade. “Era hora de retribuir tudo aquilo que minha avó havia feito por mim no passado, quando deixou tudo para acompanhar meu crescimento e criação. Eu estava prestes a fazer o mesmo por ela”, diz.
Estudante de filosofia, com 22 anos, é nascido e criado em Porto Alegre. Há seis anos, sua avó, que lhe dedicou boa parte da vida, foi diagnosticada com uma doença muito peculiar, o Alzheimer. Fernando resolveu levar com alegria. Mais do que isso... Transformou as histórias entre ele e a avó em uma página divertidíssima no Facebook, que alimentava diariamente com as situações cotidianas que mais pareciam tiradas de um livro de piadas. Os posts ganharam projeção nacional e, além dos quase 70 mil curtidas, ele e sua avó estamparam capas de revistas e jornais, transformando-se em uma notícia que gerou comoção nacional.
Agora, nos 11 capítulos do livro "Quem, Eu? Uma Avó. Um Neto. Uma Lição de Vida", Fernando espera levar ao maior número de pessoas não só detalhes desse aprendizado como também as memórias de sua “nonna” – que faleceu no ano passado – e conhecimento sobre essa doença que ameaça qualquer relação familiar. O tom é quase sempre de bom humor, o que deixou a vida dela, dele, e deixará também a do leitor, muito mais leve. A edição também pretende fazer uma integração com outras mídias, com QR Codes ao longo do livro que permitem ao leitor assistir aos vídeos depois de lerem determinados trechos e diálogos entre Fernando e a avó.
“Com o tempo tornou-se fora de cogitação argumentar contra os devaneios da vovó Nilva, restando como alternativa confirmá-los. Ou seja, teria que mentir e enganá-la. Essa questão atinge nitidamente aquilo que conhecemos por ética moral. (...) Uma vez a questionei sobre a quantidade de cigarros que ela estava fumando – praticamente comendo – e, veja bem, ela botou a culpa em um anãozinho que pulava sua janela durante a noite e dançava para diverti-la em troca de cigarros. Se isso é estar na pior, poxa... E quem estava bancando o vício do ‘anão’ éramos nós! Pode isso?”, conta ele.
Trecho do livro:
http://issuu.com/editorabelas-letras/docs/quem__eu__-_uma_av__._um_neto._uma_
Book trailer do livro:
https://www.youtube.com/watch?v=OQebykkd2xM
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