quinta-feira, 4 de setembro de 2014

.: Com recorde de público, Miriam Leitão encerra o Fórum Global de Liderança 2014

Terminou nesta quinta-feira, 4 de setembro, a sétima edição do Fórum Global de Liderança, evento realizado anualmente pela EBS – Estação Business School. Com palestras nacionais e internacionais, a programação do Fórum trouxe para Curitiba ícones em gestão e liderança.

Hoje foi a vez de Guilherme Piazzetta, professor coordenador do foco em liderança da EBS; Paulo Vieira, especialista em dinâmica interpessoal e liderança; e Miriam Leitão, a terceira jornalista brasileira mais premiada de todos os tempos e uma das maiores lideranças em economia de todo o país. Com recorde de público, mais de mil pessoas em cada noite, o evento foi um grande sucesso.

Piazzetta ministrou, das 13h30 às 17h30, um workshop Leader Coach. O objetivo da EBS, ao promover este evento extra, foi aumentar a produtividade de equipes e aprimorar a gestão no dia-a-dia das organizações. Com teoria e muitas atividades práticas, o evento contou com mais de 350 pessoas.Palestras



A primeira palestra foi com Paulo Vieira, que falou sobre “Liderança Baseada em Valores”. Ele trouxe aos participantes conceitos para refletir e colocar em prática no dia-a-dia das corporações. “O líder contribui para que a vida no grupo ao qual pertence seja sentida como algo que vale a pena. Afinal, a energia que dispendem, é recompensada por resultados que satisfazem as razões que levam os indivíduos a se agruparem”, disse.

Para ele, liderança não pode ser confundida com cargo e, por isso, as organizações devem adotar o paradigma da liderança não posicionada, pois como disse Peter Drucker “veremos cada vez mais organizações funcionando como bandas de jazz, nas quais a liderança muda de acordo com as circunstâncias e é independente do posto de cada membro”.

Miriam Leitão, que ficou responsável pela palestra Magna desta edição do evento, falou sobre “Conjuntura Econômica e Perspectivas”. A jornalista afirmou que nós vivemos o tempo do imprevisível e que nunca foi tão importante pensar o futuro.

“O Brasil precisa olhar seus próprios defeitos e atrasos para a superação, sempre e olho em outros países, mesmo que nenhum seja modelo para nós. Nós temos que melhorar as condições globais de competitividade da economia brasileira, o que significa fazer reformas modernizantes. Precisamos tirar obstáculos do nosso caminho, melhorar a logística, tornar mais simples o pagamento de impostos. Não é só reduzir a carga tributária. As empresas têm muito trabalho para ficar em dia com a Receita Federal, isso demanda tempo, funcionário e custa caro. Tem que ser mais simples, é preciso remover tanta burocracia, desde a criação até o crescimento das empresas”, diz Miriam.


Entre vários cases, Miriam trouxe a ideia de liderança que extraiu durante uma viagem ao Maranhão, quando passou 10 dias na Aldeia Juriti, junto aos índios Awá, ao lado de Sebastião Salgado. “Lá eles não falam português, na verdade eles não têm língua escrita, apenas oral. Eu nunca imaginei que haveria uma barreira linguística entre mim e outro brasileiro. Foi um choque! Lá eles também não têm cacique, mas eles têm lideranças variadas. Um dos jovens da tribo era o que melhor falava português em todo o grupo, ele era uma forte liderança. O que eu quero dizer é que nessa tribo, por mais desconectada que ela esteja do mundo dos negócios, tem uma visão de liderança moderna. Não é o mais velho que tem poder de decisão. Em cada momento, para cada ocasião, é um líder diferente. E isso também acontece no ambiente dos negócios”, disse.


Autora de importantes livros, como Saga Brasileira, que fala sobre a história da estabilização do Brasil e da superação de um longo processo de superinflação e depois hiperinflação, Miriam defende que o protagonismo da população tem papel fundamental nas decisões do país e, por isso, ao escrever, também busca informações com líderes anônimos.


Para ela, um dos principais problemas do Brasil está na educação. “Está se formando um consenso no país no sentido de superar nossos atrasos históricos em relação à educação e os empresários têm papel fundamental nisso. Não adianta ficar de braços cruzados encomendando ao governo uma superação. Esse trabalho deve ser feito em mutirão, porque a gente se atrasou demais com escolhas erradas que fizemos no passado”.


Miriam ainda citou o perfil dos candidatos à Presidência da República. “Estamos diante de lideranças muito diferentes, de origens muito distintas. E a eleição é um momento muito importante, é quando acontece uma repactuação entre os eleitores e os líderes políticos. A conjuntura vai mal, e mudanças sempre serão necessárias, mesmo no caso de uma reeleição. O bom líder, o bom político, ouve a demanda da sociedade. O Brasil é um país jovem e com vida intensa, este cenário pode sim melhorar. Nosso líder tem que ter visão estratégica para o futuro”, acrescenta a palestrante.


Segundo ela, um choque de confiança, dado após as eleições, pode afastar o pessimismo. "Com todas as dificuldades da economia, o emprego se manteve e a renda também. E o ajuste de 2015 pode sim preparar o nosso país para um novo período de crescimento. Sabemos que o futuro tem desafios a serem superados para o Brasil realizar seu projeto de ser um dos países líderes no mundo", disse.



Com muitas estatísticas econômicas e um panorama que mostra os erros e acertos do Brasil, Miriam Leitão arrancou aplausos do público do Fórum Global de Liderança. Além da palestra, a jornalista também fez uma sessão de autógrafos com seu mais novo livro, o romance “Tempos Extremos”, uma história de ficção que fala de ditadura e escravidão.



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