sábado, 30 de agosto de 2014

.: Lançamento da obra "Pó de Lua", na 23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo

Acontece, neste sábado, às 16:00, no estande da Editora Intrínseca, localizado na rua C 500, no Pavilhão de exposições do Anhembi, na 23ª Bienal do Livro de São Paulo, a sessão de autógrafos com Clarice Freire, autora de "Pó de Lua".

#IntrínsecaNaBienalDeSP 

►Compareça: http://goo.gl/bm0vM5

Sobre a autora: Em 2011, a recifense Clarice Freire, discretamente, criou uma página no Facebook e batizou-a como "Pó de Lua", com uma receita infalível “para diminuir a gravidade das coisas”. Para sua surpresa, a página foi um sucesso absoluto, reunindo uma multidão de mais de 1,2 milhão de seguidores fiéis e engajados. Agora Clarice leva um pouco de sua delicada magia para as páginas impressas de Pó de Lua.

Cada livro carrega uma história além daquela que vem impressa em suas páginas. Ainda mais uma obra como Pó de Lua, de Clarice Freire, que envolve um projeto gráfico com uma proposta tão original quanto as criações da autora. Foram meses de planejamentos, reuniões e trabalho árduo. Em entrevista, a editora Livia de Almeida revela um pouco de como foi a concepção desse livro. Confira abaixo:


Intrínseca: Como surgiu a ideia para a publicação do Pó de Lua?
Livia de Almeida: Conheci o trabalho da Clarice como tantos leitores, graças à recomendação do Pedro Gabriel via Facebook. Depois, ele voltou a insistir para que eu prestasse atenção nos textos ilustrados dela. Fiquei encantada quando percebi que ela combinava a um traço delicado, feminino, uma mordacidade, uma agudeza de observações. Pensei que essas criações poderiam ganhar uma outra vida na página impressa. Levei a ideia para o Jorge um dia antes do feriadão de Natal de 2013 e ele me mandou embarcar para Recife para conversar com a Clarice o mais rápido possível. Bom, o mais rápido possível acabou sendo às vésperas do réveillon, porque as passagens aéreas estavam todas esgotadas. A gente se conheceu pessoalmente, trocou ideias e percebeu que tinha um monte de identificações. Em resumo, a gente descobriu depressa que falava a mesma língua.



Intrínseca: Como foi trabalhar com Clarice?
Livia: Claro que vai parecer rasgação de seda, é um privilégio trabalhar com pessoas criativas. A gente não para de aprender! E a Clarice tem um drive, uma disciplina impressionante. Volta e meia nos surpreendia com um volume de trabalho inacreditável, e tudo da maior qualidade. Um belo dia, ela apareceu aqui na editora para uma reunião com mais de 100 desenhos novos que ela havia produzido em menos de uma semana, num momento de inspiração e insônia. Tivemos que deixar de fora muita coisa, com dor no coração.  Outra coisa que descobri com a convivência é que com a Clarice não tem tempo ruim.



Intrínseca: Quais foram os maiores desafios na edição do livro?
Livia: Criar um livro a partir dos poemas desenhados de Pó de Lua era um desafio e tanto. “Meu Deus”, eu pensei, “como levar para a página impressa algo que é quase tão leve como o ar, quase intangível?” A própria Clarice me veio com a resposta, inspirada por um grande amigo dela, que foi dividir o livro entre as quatro fases da lua. Cada fase tem um mood, um clima. A minguante fala do tempo, da lembrança, da saudade, da ausência; a nova é praticamente uma reafirmação de valores e de identidade; a crescente viaja no amor no sentido mais amplo da palavra, e não apenas no viés romântico, e por fim, a lua cheia é a descoberta da leveza, uma tentativa mesmo de eliminar os efeitos da gravidade. Isso funcionou como uma bússola para a gente.

Teve também um processo de aprendizado conjunto, porque o formato do livro é diferente do formato da tela do computador, do quadrado do Facebook e do Instagram, onde ela se expressa. Por incrível que pareça, a página oferece uma enorme liberdade criativa e abre um leque de possibilidades para invenções, para a composição entre texto e imagem. Com o decorrer do trabalho, a Clarice começou a experimentar mais cor, novos materiais.  Como resultado, a lua cheia, o último segmento do livro, é uma explosão de cores, uma versão de Pó de Lua como nunca se viu numa tela.

Acho que é legal ressalvar que o trabalho da Clarice é a prova viva de que leveza não é a mesma coisa que superficialidade; não é ver o mundo com lentes rosadas. Ela trata de assuntos até espinhosos, como hipocrisia, perdas, dores, mas sempre sem perder contato com uma imensa alegria de viver.  E é contagiante. Quando você termina de ler fica um pouco mais “aluado”.



Intrínseca:  O que os leitores podem esperar do Pó de Lua?
Livia: Olha, eu espero que os leitores viajem na sonoridade da escrita, flutuem junto com o traço, intriguem-se e encontrem um pouquinho dessa alegria e dessa paixão que a Clarice coloca cuidadosamente em tudo o que faz.  

Entrevista retirada de http://www.intrinseca.com.br/blog/2014/08/da-lua-para-o-papel/

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