Na semana em que celebra 14 anos de exibição, o "Provocações" desta terça-feira (5/8) entrevista o artista
plástico Felipe Ehrenberg. Ele fala sobre seu primeiro contato com o Brasil,
sua participação no movimento artístico Fluxus, de Nova Iorque, e é confrontado
por Antônio Abujamra sobre o exercício burocrático de um adido cultural. O
programa vai ao ar às 23h30, na TV Cultura.
Adido cultural do México no Brasil, Felipe
Ehrenberg revela que sempre sonhou em vir ao país. O primeiro contato se deu
a partir de seu mestre, José Chavez Morado, que o indicou como assistente do
artista plástico Emiliano Di Cavalcanti. “Trabalhei com Di Cavalcanti por dois meses,
mas foram mais do que suficientes para incendiar minha imaginação”.
Outra inspiração do artista é o movimento Fluxus,
criado em Nova Iorque nos anos 1960. Sobre esse período, Felipe comenta que
sempre foi acusado de ser um provocador, apesar de nunca ter tido a intenção de
provocar alguém. “Isso tem a ver com o tipo de produção que eu tenho. Eu não
sou artista no sentido do cubo branco, do museu e da relação com o mercado
globalizado da arte, não pertenço a esse mundo. Estou mais perto de ser um tipo
de clínica geral: desenho, gravo, pinto, faço escultura, performance, porque o
princípio que rege tudo que produzo é tentar me
comunicar com o próximo imediatamente”. Para ele, o sentido da arte tem se
perdido, pois se trata de uma habilidade, da mesma forma que a estética é uma
sensação e não um tipo de beleza.
Mas se o artista não gosta de provocar, não é o caso de
Antônio Abujamra. Quando confronta o artista com o exercício burocrático de um
adido cultural, o diplomata rebate: “Um bom artista tem que lidar com a
burocracia”. Apontado como um neologista, Ehrenberg explica: “O neologista é aquela
pessoa com interesse por qualquer fato, por isso que as pessoas assemelham seu
trabalho ao de um médico que cura alguma coisa. Eu até gosto da ambiguidade que
a palavra gera”.
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