quarta-feira, 30 de julho de 2014

.: "Daily Míllor" e "Diário da Tarde", em memória à Millôr Fernandes e Paulo Mendes Campos


Homenageado na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que acontece até 3 de agosto, o desenhista e jornalista Millôr Fernandes (1923-2012) será inspiração para um jornal diário, intitulado "Daily Míllor", durante os dias do evento.

Este jornal, que irá abordar os mesmos temas debatidos no evento, terá textos e desenhos feitos por convidados da 12ª edição da Flip, como Ivan Fernandes, filho de Millôr, Antonio Prata, Chico Caruso, Reinaldo (ex-‘Casseta & Planeta’) e Luis Fernando Verissimo,Reinaldo (ex-‘Casseta & Planeta’). A iniciativa integra as ações da exposição “Millôr, 90 anos de nós mesmos", na Casa da Cultura de Paraty, sobre trajetória do escritor, reunindo também as colaborações nas revistas “A Cigarra" e "O Cruzeiro".


Jornais sempre fizeram parte da vida de grandes escritores. Recém-aposentado no início da década de 1980, Paulo Mendes Campos foi cultivar seu jardim em um sítio da serra fluminense. Ali, no sossego da vida rural, longe das pressões da vida diária no Rio de Janeiro, começou a compor um jornal imaginário, o Diário da Tarde, com artigos, crônicas, resenhas futebolísticas, poemas, traduções e aforismos - enfim, as diversas seções que costumam compor uma publicação diária.

Entre notas em seus quase intermináveis blocos e textos já publicados, o mineiro produziu vinte “edições” do seu jornal, que ganharia uma edição em livro em 1981. Este “Diário da Tarde” ganha nova edição, mostrando a incrível gama de talentos do autor para os mais diversos tipos de texto. Diretor de redação e único repórter do seu “jornal”, Paulo Mendes Campos faz, nesta obra relançada pela Companhia das Letras, desde o perfil literário - aqueles de Virginia Woolf, Walt Whitman e Pedro Nava estão entre as melhores apreciações desses autores em nossa língua - à crônica esportiva, passando pelo poema e pela tradução de alguns de seus poetas preferidos e indo à crônica leve e deliciosa sobre a vida na cidade. 

“Este livro pode ser folheado num lindo dia de chuva, à falta duma boa pilha de revistas antigas”, escreve o autor na abertura do volume. Eis um convite irresistível. Se quiser ler um trecho, disponibilizado pelo site da editora Companhia das Letras, clique aqui.


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