quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

.: Resenha crítica de "Cisne Negro", com Natalie Portman

A obsessão e o total desequilíbrio de uma bailarina
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em fevereiro de 2011


Insanidade de Nina revela seu outro eu, sombrio e destrutivo. Saiba mais de Cisne Negro!


No novo filme dirigido por Darren Aronofsky, "Cisne Negro", Nina Sayers (Natalie Portman), filha de uma bailarina aposentada, é uma moça sem liberdade para ser quem e fazer o que quiser. Contudo, há algo que a move com mais fervor: o sonho de protagonizar, com perfeição, "O Lago dos Cisnes". Obcecada, Nina decide modificar seu rumo de vida, passiva até então. Ao passar "da água para o vinho" e chegar ao estrelado, Nina precisa superar "as pedras e os espinhos" sangrentos do balé. 

A oportunidade de ser a nova bailarina perfeita surge quando o diretor artístico Thomas Leroy (Vincent Cassel) decide atualizar a adaptação que o consagrou: "O Lago dos Cisnes". Como? Simples. A bailarina consagrada Beth McIntyre (Winona Ryder), que já não tem mais a juventude necessária para representar a Rainha Cisne, irá se aposentar no final da temporada, com uma apresentação especial. Desta forma, Leroy precisa de uma nova "little princess", ou seja, uma nova princesinha.

Nina, como toda dançarina, sonha ocupar o posto principal. Embora seja meiga e virginal, característica importante para o papel de Odete (Cisne Branco), Nina terá que mostrar a sua sensualidade para interpretar Odile (Cisne Negro). Eis que dois mundos opostos colidem em Nina. Afinal, é preciso ser e ter o "bem" e o "mal" para ser a Rainha Cisne. Em contrapartida, Lily (Mila Kunis), a concorrente, tem a volúpia necessária para interpretar Odile. 

Uma mãe bipolar, um diretor canastrão e uma concorrente venenosa intensificam os problemas de Nina na busca pelo papel de seus sonhos. Contudo, após ser escolhida para interpretar a Rainha Cisne, Nina inicia a "autoflagelação", pois precisa ser má, o que desconhece, até então. Portanto, a mocinha da história sofre uma mudança drástica de comportamento.

Enquanto Nina passa pela metamorfose do autoconhecimento -conhecer o próprio lado sombrio-, perdida em seus conflitos internos, ela não mais percebe os limites entre seus desejos (sonhos ou seriam pesadelos?) e a realidade em que vive. Neste processo perturbador, a nova Nina é devorada por seu sonho ambicioso. 

Não há como negar,  Cisne Negro é um belo filme, além de ser muito envolvente. A fotografia do longa intensifica o sofrimento de Nina e permite definir (previamente ao evento, Oscar) Natalie Portman como a grande vencedora da estatueta do Oscar de Melhor Atriz. Cisne Negro não é um grande filme, mas está muito mais acima da média de outros filmes recém-lançados, como por exemplo, Burlesque e O Turista. Vale a pena assistir!

Filme: Cisne Negro (Black Swan, EUA)    
Ano: 2010
Gênero: Suspense / Drama
Duração: 108 min
Direção: Darren Aronofsky
Roteiro: Mark Heyman, Andres Heinz, John J. McLaughlin
Elenco: Natalie Portman, Mila Kunis, Vincent Cassel, Barbara Hershey, Winona Ryder, Benjamin Millepied, Ksenia Solo, Kristina Anapau

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