quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

.: Resenha crítica de "Bruna Surfistinha", com direção de Marcus Baldini

Biografia com cenas impactantes e história solta
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em fevereiro de 2011


Caras, bocas e seios de Deborah Secco tornam biografia de prostituta ainda mais impactante. Saiba mais de Bruna Surfistinha!


É por meio do longa Bruna Surfistinha, com direção de Marcus Baldini, que o público conhece (um pouco) da história de Raquel Pacheco Pinto (Deborah Secco). Garota paulistana, de classe média, que aos 16 anos decide dar um novo rumo ao seu modo de vida. Para tanto, a filha criada por pais adotivos, sai de casa e decide virar garota de programa. Eis que a novata, cheia de interesse em ganhar dinheiro (100 reais por programa), não nega os desejos de seus clientes, mesmo que estes sejam esdrúxulos. 

Desta forma, Bruna (nome que adota como garota de programa) passa a ser a queridinha da cafetina Larissa (Drica Moraes). Após ser expulsa do privê (Casa de prostituição), Raquel se transforma em Bruna Surfistinha. Muda-se para um flat e junto de sua amiga, também prostituta, organizam uma agenda para receber os clientes. Aproveitando a força da internet, Bruna segue os passos da prostituta britânica Belle de Jour, e começa a "promover" o blog da personagem que adotou como seu alter-ego.

Embora, Bruna Surfistinha totalize 109 minutos, este não mostra a que veio. Apenas consegue impactar com várias e várias cenas de sexo (que implicam em caras, bocas e seios bastantes siliconados de Deborah Secco). O curioso é que uma das frases de efeito usada para chamar a atenção do público é: "A história de uma garota de família. Até a cena 2". É então que surge a dúvida. Qual foi o momento da cena 1? Afinal, o filme não retrata Rachel, em qualquer segundo que seja, como uma garota de família.

Ao "enxugar" a trajetória da moçoila acontecimentos importantes foram distorcidos ou floridos, o que deixou o enredo empobrecido. Um exemplo é o fato dela, quando jovem, ser cleptomaníaca. No filme este desvio de conduta é retratado, mas como vingança, afinal, ela é humilhada por um aluno de sua escola e, por isso, leva algo da casa dele como forma de "pagamento".

É visível que o longa de Marcus Baldini poderia ter sido melhor editado, e com este ganho de "minutos" teria uma melhor amarração na história, o que a tornaria proveitosa. Por esse motivo, Bruna Surfistinha pode ser rotulado como um Lavoura Arcaica do Sexo. Por quê? Simples. As cenas repetitivas das performances sexuais da garota de programa são um prato cheio para os voyers de plantão. Contudo, tornam-se desnecessárias para aqueles que desejam entender o que leva uma moça comum para uma vida de prostituição. 

E como sempre se diz, tudo em excesso enjoa. As cenas do "trabalho" de Bruna chegam a entediar e causar alguns bocejos no público. Sem contar que tal persistência somente menospreza a inteligência daqueles que estão na sala de cinema. A dedução de fatos e a imaginação são mais envolventes do que cenas descaradas de sexo. Vale a pena assistir? Acredito que não. Afinal, o ingresso de cinema está pela hora da morte e há verdadeiras produções cinematográficas que valem o ingresso pago, como por exemplo, Cisne Negro. Assista por sua conta e risco.

Curiosidades sobre Bruna Surfistinha

* O longa é uma adaptação do livro O Doce Veneno do Escorpião, que vendeu mais de 300 mil cópias no Brasil.

* Bruna Surfistinha teve um orçamento de R$ 4 milhões.

Filme: Bruna Surfistinha (Bruna Surfistinha, Brasil)
Ano: 2010
Gênero: Drama
Duração: 109 min
Direção: Marcus Baldini
Roteiro: Homero Olivetto e Raquel Pacheco
Elenco: Deborah Secco, Drica Moraes, Cássio Gabus Mendes, Cristina Lago, Fabiula Nascimento, Guta Ruiz.
Distribuidora: Imagem Filmes
Censura: 16 anos
Site oficial: http://www.brunasurfistinhaofilme.com

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