terça-feira, 2 de junho de 2009

.: O amor está nas telas, um tema universal

O amor está nas telas
Por: Amanda Aouad
Em junho de 2009


No mês de aniversário do Resenhando, o mesmo em que se comemora o Dia dos Namorados, Amanda Aouad fala sobre seis grandes cenas de amor do cinema.


O amor é o tema universal. Presente em praticamente todos os filmes, consegue arrancar suspiros, com casais apaixonados, mesmo em filmes de ação como Exterminador do Futuro ou Matrix. Uma seleção das melhores cenas de amor do cinema seria, então, uma tarefa árdua e controversa. Qual o critério a ser utilizado? A química entre os atores? A construção técnica da cena? A música marcante que sempre acompanha uma cena de beijo? Diversas são as formas de se escolher uma lista de melhores e o gosto pessoal sempre acaba sendo decisivo. 

Foi então, que pensei: o que mais alimenta e embala os nossos sonhos de amor no cinema? A paixão! A capacidade de entregar-se a uma emoção. A abnegação do personagem em prol do outro. A identificação com um sonho maior: sentir-se especial para alguém. Foi então, que veio a idéia de aproveitar os seis anos do Resenhando, em um mês em que se comemora o dia dos namorados, para comentar, sob este prisma, seis grandes cenas de amor do cinema. 

Falando em amor, lembramos logo da cidade mais romântica de todas. Paris, mesmo em meio a guerra, surge no imaginário coletivo como sonho ideal. “Sempre teremos Paris”, diz Humphrey Bogart à uma chorosa Ingrid Bergman, em uma cena de Casablanca. O avião está partindo para cidade luz, ele precisa convencê-la a ir, ficará mais segura do que ali em Casablanca, o momento é de guerra. Então, por amá-la, ele a manda embora da maneira mais controversa possível, prometendo que eles nunca irão se separar. Não há quem resista. 

Se Paris é a cidade luz, reduto dos enamorados, Nova York é a cidade de quem quer subir na vida. Audrey Hepburn, em Bonequinha de luxo, é Holly Golightly uma garota de programa que só pensa em casar com um milionário. Mas, o amor é insistente e aparece na figura de seu vizinho Paul Varjak (George Peppard), um escritor pobre. Tudo leva a crer que ela irá embora sem admitir o que sente, até que debaixo de uma chuva imensa, seu gatinho de estimação pula do táxi, forçando-a a ir atrás. Quando está quase desistindo, surge Paul com o bichano no colo e os dois se declaram. Irresistível, tocante. Uma cena memorável, com certeza. 

Mas, nem só de alegrias vive o amor. Às vezes, o ser amado não consegue enxergar que o que está em sua frente e é preciso lembrá-lo de que ali está apenas “uma mulher pedindo a um homem que a ame”, como fez Anna Scott (Julia Roberts) em Um Lugar Chamado Notting Hill, em uma cena de tirar o fôlego, principalmente pela interpretação contida de um assustado Hugh Grant. 

Pior, é quando a pessoa que a gente ama está tão no fundo do poço, que não é possível erguê-la. É preciso se afundar junto com ela. Maior prova de amor que Robin Williams deu no filme Amor Além da Vida, quando decide ficar no “inferno” junto com sua esposa, pois sem ela, sua existência não tinha sentido. A força do gesto de amor dele acabou salvando os dois, despertando-a e levando-os de volta para a casinha idealizada, no “céu”. 

Mas, a prova de que mesmo com dor e sofrimento, amar vale sempre a pena está em Brilho Eterno de uma Mente sem Lembrança. Ao perceber que sua amada apagou suas memórias, Joy (Jim Carrey) resolve se submeter ao mesmo processo. Porém, enquanto vai esquecendo tudo que viveu com Clementina (Kate Winslet), ele vai se dando conta de que valeu a pena e que não quer deixá-la ir. O momento crucial do filme é uma das mais belas cenas de amor do cinema, não tenho dúvidas. Quando em sua última lembrança, na casa de praia, eles têm a conversa definitiva. O mar invadido tudo, ele angustiado porque acabou e sua memória está sendo apagada. Mas, o amor é mais forte e fica uma ponta de esperança: “Encontre-me em Montauk”, ela sussurra em seu ouvido. 

E para provar que brasileiro também sabe amar no cinema, pensemos em qual a maior prova de amor de uma pessoa pode dar a outra. Antônio (Gustavo Falcão) de A Máquina, amava tanto a sua Karina (Mariana Ximenes) que levou o mundo para ela. Em uma loucura, ele promete viajar no tempo, só para chamar a atenção de todos para a cidade onde vivem e de onde Karina estava querendo sair, pois ali, nada acontecia. A cena de sua volta, já com o plano traçado para provar sua viagem, o vento e a chuva caindo sobre a multidão que assiste à cena e os dois apaixonados comemorando é difícil de sair da mente. E está entre as mais românticas de todos os tempos. Porque não importa a cena. Amar, seja na tela ou na vida real, vale sempre a pena. 

* Amanda Aouad – Roteirista, pós-graduada em Cinema e em Roteiro

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