"...eu tomei a pílula vermelha (na verdade não tive muita escolha), e a literatura é um hobby de luxo". - Pedro Vieira
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em março de 2009
Um autor moderno que retrata a geração da era digital. Confira a entrevista de Pedro Vieira!
Pedro Vieira, o jovem autor de Nerdquest e dono de uma escrita impregnada de cultura pop é o entrevistado do mês de março do R.G.. Conheça um pouco mais deste carioca que é irrecuperavelmente viciado em jogos de RPG, histórias em quadrinhos e ficção científica. Confira!
RESENHANDO – Comente um pouco sobre “Nerdquest”. Como surgiu a idéia de escrever algo tão criativo e bem elaborado?
PEDRO VIEIRA - Na verdade, a “inspiração” surgiu de um período crítico (não por coincidência, exatamente como o que passam os personagens do livro), no qual eu me encontrava recém-formado, desempregado e, consequentemente, vegetando em casa. Como eu já havia feito inúmeras tentativas (frustradas) de escrever algo, pensei “por que não?”. Tudo no livro é completamente espontâneo, não planejado e, às vezes, inconsequente (risos). Eu até planejei começar a escrever no formato de roteiro (de cinema, HQ, qualquer coisa), mas nada que eu planejo dura muito, e logo abandonei a idéia (embora o começo do livro, com mais diálogos e menos texto corrido, tenha ficado com um formato bem parecido com o de roteiro).
RESENHANDO – Fale sobre as suas influências que geraram o irreverente "Nerdquest"?
PEDRO VIEIRA - Bom, as minhas maiores influências são HQs (e pelo livro isso fica bem claro). risos. Os meus escritores preferidos são Neil Gaiman, Warren Ellis, Grant Morrison e Alan Moore. E, na literatura: Ian McEwan, Sallinger, Bukowski, Paul Auster e vários outros.
RESENHANDO - "Nerdquest" apresenta um retrato bem particular de uma geração nascida e criada em plena era digital. Por que "mergulhar" no univero jovem?
PEDRO VIEIRA - Não teve exatamente um porquê planejado. Foi bastante natural compor esse “retrato” baseado em um momento pelo qual eu mesmo estava passando. Todas as referências amplamente citadas no livro e que compõe o pano de fundo do dia-a-dia dessa “geração digital” também são minhas referências e também foi natural que estivessem presente.
RESENHANDO – Pode falar sobre sua infância? Lia muito? O que lia quando criança?
P.V. - Sim, sempre gostei muito de ler. Provavelmente mais do que o resto das crianças saudáveis. E sim, eu também era o último a ser escolhido quando sorteavam time no futebol (e em todos os demais esportes, sem preferência especial). risos. Eu lia muito quadrinhos (e ainda leio), especialmente da Marvel: X-Men, Vingadores, Capitão América etc. E, além dos calhamaços de regras de RPG, lia bastante ficção científica e fantasia (que também ainda leio, claro), creio que, além do óbvio O Senhor dos Anéis, entre os livros que marcaram minha infância posso citar Campo de Batalha Terra (do L. Ron Hubbard), Eu Robô (Asimov), As Brumas de Avalon (Zimmer Bradley) e o clássico Viagem a Trevaterra (do Luiz Roberto Mee).
RESENHANDO - Hoje, após ter um livro publicado, o que a literatura representa para você?
P.V. - Caso a gente vivesse em algum mundo ideal, onde fosse possível sobreviver fazendo o que se gosta da vida, eu aproveitaria essa resposta para fazer declarações de amor à literatura (ou algo do gênero, meio afetado, eu sei). Porém, eu tomei a pílula vermelha (na verdade não tive muita escolha), e a literatura é um hobby de luxo. Eu continuo estudando e trabalhando (às vezes demais) e me dedico sempre que posso a escrever, porque é, obviamente, o que eu mais gosto nessa vida (junto com cerveja, dinossauros, zumbis e suicide girls).
RESENHANDO - Entre tantos livros nacionais publicados e circulando em livrarias, qual é a sua recomendação de leitura? Por que?
P.V. - Dos que eu li recentemente: Putas Assassinas, do chileno Roberto Bolaño, que é definitivamente o melhor livro de contos que eu li em anos.
RESENHANDO - Na hora da leitura, qual o seu estilo preferido?
P.V. - Depende. Ultimamente quase só tenho lido textos para a faculdade, mas eu tento ler de tudo mesmo. De Machado de Assis a quadrinhos do Conan, sem preconceitos.
RESENHANDO - Se pudesse escolher em um armário cheio de talentos variados. Qual talento gostaria de ter?
P.V. - O do Dr. Manhattan: ENORME E AZUL. Ok, piadas sobre Watchmen à parte, eu gostaria mesmo era de controlar uma manada de velociraptors psiônicos. Se viessem com raios laser, melhor ainda.
RESENHANDO - Quais seus planos? Já tem algum projeto literário? Comente.
P.V. - Tenho um livro de contos ainda em processo de gestação e várias vozes na cabeça me pentelhando com novas idéias, especialmente quando eu menos espero e quando não tenho perspectiva nenhuma de como vou arranjar tempo hábil para executá-las. De qualquer maneira, vamos ver onde isso vai dar.
PING-PONG:
Escrevo por: que não sei desenhar e nem tocar guitarra
Meu(s) escritor(es) favorito(s) é(são): Neil Gaiman, Ian McEwan, Paul Auster, George R. R. Martin etc.
Nerdquest é: uma horda de quinhentos poodles zumbis ensandecidos destroçando um filhote de brontossauro ao som de Def Leppard (Love Bites, claro)
Mensagem para o público: não me levem a sério.
*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura e licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Twitter: @maryellenfsm
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em março de 2009
Um autor moderno que retrata a geração da era digital. Confira a entrevista de Pedro Vieira!
Pedro Vieira, o jovem autor de Nerdquest e dono de uma escrita impregnada de cultura pop é o entrevistado do mês de março do R.G.. Conheça um pouco mais deste carioca que é irrecuperavelmente viciado em jogos de RPG, histórias em quadrinhos e ficção científica. Confira!
RESENHANDO – Comente um pouco sobre “Nerdquest”. Como surgiu a idéia de escrever algo tão criativo e bem elaborado?
PEDRO VIEIRA - Na verdade, a “inspiração” surgiu de um período crítico (não por coincidência, exatamente como o que passam os personagens do livro), no qual eu me encontrava recém-formado, desempregado e, consequentemente, vegetando em casa. Como eu já havia feito inúmeras tentativas (frustradas) de escrever algo, pensei “por que não?”. Tudo no livro é completamente espontâneo, não planejado e, às vezes, inconsequente (risos). Eu até planejei começar a escrever no formato de roteiro (de cinema, HQ, qualquer coisa), mas nada que eu planejo dura muito, e logo abandonei a idéia (embora o começo do livro, com mais diálogos e menos texto corrido, tenha ficado com um formato bem parecido com o de roteiro).
RESENHANDO – Fale sobre as suas influências que geraram o irreverente "Nerdquest"?
PEDRO VIEIRA - Bom, as minhas maiores influências são HQs (e pelo livro isso fica bem claro). risos. Os meus escritores preferidos são Neil Gaiman, Warren Ellis, Grant Morrison e Alan Moore. E, na literatura: Ian McEwan, Sallinger, Bukowski, Paul Auster e vários outros.
RESENHANDO - "Nerdquest" apresenta um retrato bem particular de uma geração nascida e criada em plena era digital. Por que "mergulhar" no univero jovem?
PEDRO VIEIRA - Não teve exatamente um porquê planejado. Foi bastante natural compor esse “retrato” baseado em um momento pelo qual eu mesmo estava passando. Todas as referências amplamente citadas no livro e que compõe o pano de fundo do dia-a-dia dessa “geração digital” também são minhas referências e também foi natural que estivessem presente.
RESENHANDO – Pode falar sobre sua infância? Lia muito? O que lia quando criança?
P.V. - Sim, sempre gostei muito de ler. Provavelmente mais do que o resto das crianças saudáveis. E sim, eu também era o último a ser escolhido quando sorteavam time no futebol (e em todos os demais esportes, sem preferência especial). risos. Eu lia muito quadrinhos (e ainda leio), especialmente da Marvel: X-Men, Vingadores, Capitão América etc. E, além dos calhamaços de regras de RPG, lia bastante ficção científica e fantasia (que também ainda leio, claro), creio que, além do óbvio O Senhor dos Anéis, entre os livros que marcaram minha infância posso citar Campo de Batalha Terra (do L. Ron Hubbard), Eu Robô (Asimov), As Brumas de Avalon (Zimmer Bradley) e o clássico Viagem a Trevaterra (do Luiz Roberto Mee).
RESENHANDO - Hoje, após ter um livro publicado, o que a literatura representa para você?
P.V. - Caso a gente vivesse em algum mundo ideal, onde fosse possível sobreviver fazendo o que se gosta da vida, eu aproveitaria essa resposta para fazer declarações de amor à literatura (ou algo do gênero, meio afetado, eu sei). Porém, eu tomei a pílula vermelha (na verdade não tive muita escolha), e a literatura é um hobby de luxo. Eu continuo estudando e trabalhando (às vezes demais) e me dedico sempre que posso a escrever, porque é, obviamente, o que eu mais gosto nessa vida (junto com cerveja, dinossauros, zumbis e suicide girls).
RESENHANDO - Entre tantos livros nacionais publicados e circulando em livrarias, qual é a sua recomendação de leitura? Por que?
P.V. - Dos que eu li recentemente: Putas Assassinas, do chileno Roberto Bolaño, que é definitivamente o melhor livro de contos que eu li em anos.
RESENHANDO - Na hora da leitura, qual o seu estilo preferido?
P.V. - Depende. Ultimamente quase só tenho lido textos para a faculdade, mas eu tento ler de tudo mesmo. De Machado de Assis a quadrinhos do Conan, sem preconceitos.
RESENHANDO - Se pudesse escolher em um armário cheio de talentos variados. Qual talento gostaria de ter?
P.V. - O do Dr. Manhattan: ENORME E AZUL. Ok, piadas sobre Watchmen à parte, eu gostaria mesmo era de controlar uma manada de velociraptors psiônicos. Se viessem com raios laser, melhor ainda.
RESENHANDO - Quais seus planos? Já tem algum projeto literário? Comente.
P.V. - Tenho um livro de contos ainda em processo de gestação e várias vozes na cabeça me pentelhando com novas idéias, especialmente quando eu menos espero e quando não tenho perspectiva nenhuma de como vou arranjar tempo hábil para executá-las. De qualquer maneira, vamos ver onde isso vai dar.
PING-PONG:
Escrevo por: que não sei desenhar e nem tocar guitarra
Meu(s) escritor(es) favorito(s) é(são): Neil Gaiman, Ian McEwan, Paul Auster, George R. R. Martin etc.
Nerdquest é: uma horda de quinhentos poodles zumbis ensandecidos destroçando um filhote de brontossauro ao som de Def Leppard (Love Bites, claro)
Mensagem para o público: não me levem a sério.
*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura e licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos. Twitter: @maryellenfsm
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