"Quando você faz uma cena de amor, você faz o máximo possível para as pessoas acreditarem que você está amando". - Carmo Dalla Vecchia
Por: Helder Miranda
Em fevereiro de 2009
O Favorito: Entrevistamos Carmo Dalla Vecchia, o homem do momento. Confira a entrevista!
Educado e atencioso, Carmo Dalla Vecchia é o galã do momento. No auge de sua carreira, com o término das gravações como o jornalista Zé Bob de A Favorita (último sucesso em horário nobre), personagem que o colocou no patamar das estrelas de primeira grandeza na Rede Globo, o ator respondeu a todas as perguntas com extrema franqueza e sensibilidade. Ao todo, são dez novelas, três minisséries e dois filmes. Com o término da novela em que era protagonista, em apenas três horas teve de se despedir da personagem e incorporar Martim Afonso na 27ª Encenação da Fundação da Vila de São Vicente. Nesta entrevista, ele fala sobre sua carreira e sobre os beijos que dava em Claudia Raia na novela. Confira!
RESENHANDO – Você tem consciência de que hoje é o homem mais cobiçado da TV?
CARMO DALLA VECCHIA – (risos) Não tenho essa consciência, não! Tem muita gente boa por aí. Não sou o mais cobiçado, não... Tem muita gente boa. Em A Favorita, mesmo, já tiveram várias pessoas geniais. E no Brasil existem pessoas maravilhosas.
RESENHANDO - A que você atribui o sucesso de A Favorita, que começou patinando no ibope e terminou como um fenômeno de audiência?
C. D. V. - Uma grande ousadia do texto, uma direção de qualidade. Acredito que o grande mérito, sempre, de uma boa história, é o que está sendo contado. Então, se eu fosse citar uma única pessoa, eu destacaria quem escreveu a história.
RESENHANDO – Qual a sua avaliação sobre esse trabalho?
C. D. V. - Foi uma trama que surpreendeu a todos. Quando iniciou A Favorita, as pessoas não estavam acostumadas com uma mocinha que parece bandida, e uma bandida que parece mocinha, né? É a própria dificuldade que as pessoas têm de enxergar o real, que está ao nosso lado. Porque o bandido nem sempre vem com uma arma na mão, nem sempre está dessa forma. Às vezes, está sob o disfarce de uma menina linda de olhos claros. Acho que esta novela teve essa ousadia de mostrar a realidade de uma forma muito mais concreta.
RESENHANDO - O Zé Bob foi sua consagração na TV?
C. D. V. - Não acho que ele seja minha consagração, porque já fiz vários personagens, e por mais que ele tenha o maior ibope de todos, eu só cheguei a ele pelo trabalho que foi executado até aqui.
RESENHANDO – Cláudia Raia já interpretou sua mãe, na minissérie Engraçadinha (1995). Os beijos nela em A Favorita eram técnicos?
C. D. V. - (risos) As pessoas criam uma lenda em torno disso... Beijo é beijo, só que a partir do momento em que o diretor diz: ‘corta’, é corta e acabou! Então, não tem muita fantasia. Quando você faz uma cena em que você está com raiva, você tenta sentir a raiva. Quando você faz uma cena de amor, você faz o máximo possível para as pessoas acreditarem que você está amando. Só que existe um ‘corta’ depois da cena e, a partir daquele ‘corta’, é ‘corta’! Essa é a realidade do beijo técnico.
RESENHANDO - Como o Zé Bob, você encarnou o estereótipo do jornalista que povoa o imaginário popular: engajado, que está sempre na hora e no lugar certo, escreve artigos, faz reportagens, tira fotos e ainda enfrenta político. O que pensa sobre isso?
C. D. V. - Depende do jornalismo que a gente for falar, porque o Zé Bob era um jornalista político. Eu tive a chance, no Rio de Janeiro, de conhecer algumas pessoas parecidas com o Zé Bob... Mas isso, infelizmente, é uma pena, cada vez parece menor. Pessoas mais engajadas, pessoas com uma ética muito forte, né? O Zé Bob, em termos de conduta, caráter, ética, eu acho que ele é um exemplo a ser seguido.
RESENHANDO - Depois dele, como é virar Martim Afonso a céu aberto?
C. D. V. - Para mim, é uma honra muito grande justamente por poder contar um pouco da história da qual fazemos parte, justamente para que as pessoas possam questionar o seu presente. Só por meio da consciência do seu passado, e das coisas que aconteceram ao seu redor, é que você pode entender um pouco melhor esse amalgama que nos cerca hoje, essa realidade que é formada e que nos faz ser o que somos hoje.
RESENHANDO - Quanto tempo de você teve para sair de um personagem televisivo para o maior espetáculo em areia de praia do mundo?
C. D. V. - Gravei as últimas cenas de A Favorita, e já entrei nessa personagem. Na transição de uma personagem para outra, foram apenas três horas, que foi o que consegui dormir, mas tudo bem.
RESENHANDO - Como foi isso?
C. D. V. - Três horas de sono e, ao mesmo tempo, uma alegria muito grande de poder contribuir para contar a história do nosso povo. Fazer justamente com que as pessoas questionem isso. Só sabendo a sua história, sabendo de onde você veio, que você consegue analisar o seu presente. Fico muito feliz por ser chamado para fazer este “Zé Bob de época”, porque assim como o Zé Bob este homem (Martim Afonso) tinha um espírito batalhador , gostava da verdade, tentava marcar territórios e veio para lutar.
RESENHANDO - Como foi para você encenar na areia, nesse espetáculo que bate recordes no mundo?
C. D. V. - Uma emoção muito grande. São muitas pessoas assistindo você, às vezes chove e as pessoas não arredam pé... Enfim, uma alegria grande. A gente tem essa troca com o público, né? Uma ligação completamente diferente de quem está acostumado a fazer televisão. Quer dizer, eu fiz muito teatro, mas gravei A Favorita por mais ou menos dez meses e, apesar de ser o mesmo ofício, são duas realidades completamente diferentes. É uma outra emoção, é um outro prazer, é uma outra alegria. Fico contente de já ter tido esta oportunidade, depois de um trabalho que me trouxe tanta realização como A Favorita.
RESENHANDO - O que é mais gratificante para você, fazendo a encenação?
C. D. V. - Ficou muito feliz em ser chamado para fazer esse ‘Zé Bob de época’. Porque assim como o Zé Bob, Martim Afonso tinha um espírito batalhador Eu quero agradecer essa credibilidade que deram para o meu trabalho. Tem uma coisa que eu acho super-importante também, que é a oportunidade de trabalhar com profissionais locais. Isso eu acho muito enriquecedor: você contracenar com mil e tantas pessoas, na areia, e conhecer outros artistas também... É um prazer, uma alegria e uma troca muito grande, que a gente pode fazer.
RESENHANDO - Você já interpretou Jesus em A Paixão de Cristo. Qual a diferença ao interpretar Martim Afonso, na encenação da Fundação da Vila de São Vicente?
C. D. V. - A diferença é que não tem o caráter histórico que acho de extrema importância. Esse que é o grande barato: você poder entender a sua história e, a partir daí, conseguir enxergar o que está acontecendo hoje. Foi exatamente a nossa história que contamos na encenação, onde tudo começou. Então esse caráter histórico foi uma das coisas que mais me encantou nesse projeto. Achei genial que cada ano se renova. Ou seja, cada dia um show diferente e cada dia um espetáculo grandioso, pra oito, nove mil pessoas. Espero ter feito jus a esse convite.
Atuação na televisão - Telenovelas
2008 - A Favorita .... Zé Bob (José Roberto Duarte)
2006 - Cobras & Lagartos .... Luciano Botelho
2006 - JK .... Carlos Vasconcelos
2005 - Sob Nova Direção .... Aldo
2004 - Começar de Novo .... Tenório
2004 - Linha Direta .... Alberto Jorge Bandeira
2004 - Seus Olhos .... Sérgio
2003 - A casa das Sete Mulheres .... Batista
2001 - Pícara Sonhadora .... Inácio
2000 - Chiquititas Brasil .... Rian
1998 - Serras Azuis .... Silvaninho
1997 - Canoa do Bagre .... João
1996 - Perdidos de Amor .... Dalton
1995 - Cara e Coroa .... Fabinho
1995 - Engraçadinha... Seus Amores e Seus Pecados .... Durval
Atuação no cinema
2008 - Onde Andará Dulce Veiga? - Rauderio (filme)
2000 - Cronicamente inviável (filme)
Por: Helder Miranda
Em fevereiro de 2009
O Favorito: Entrevistamos Carmo Dalla Vecchia, o homem do momento. Confira a entrevista!
Educado e atencioso, Carmo Dalla Vecchia é o galã do momento. No auge de sua carreira, com o término das gravações como o jornalista Zé Bob de A Favorita (último sucesso em horário nobre), personagem que o colocou no patamar das estrelas de primeira grandeza na Rede Globo, o ator respondeu a todas as perguntas com extrema franqueza e sensibilidade. Ao todo, são dez novelas, três minisséries e dois filmes. Com o término da novela em que era protagonista, em apenas três horas teve de se despedir da personagem e incorporar Martim Afonso na 27ª Encenação da Fundação da Vila de São Vicente. Nesta entrevista, ele fala sobre sua carreira e sobre os beijos que dava em Claudia Raia na novela. Confira!
RESENHANDO – Você tem consciência de que hoje é o homem mais cobiçado da TV?
CARMO DALLA VECCHIA – (risos) Não tenho essa consciência, não! Tem muita gente boa por aí. Não sou o mais cobiçado, não... Tem muita gente boa. Em A Favorita, mesmo, já tiveram várias pessoas geniais. E no Brasil existem pessoas maravilhosas.
RESENHANDO - A que você atribui o sucesso de A Favorita, que começou patinando no ibope e terminou como um fenômeno de audiência?
C. D. V. - Uma grande ousadia do texto, uma direção de qualidade. Acredito que o grande mérito, sempre, de uma boa história, é o que está sendo contado. Então, se eu fosse citar uma única pessoa, eu destacaria quem escreveu a história.
RESENHANDO – Qual a sua avaliação sobre esse trabalho?
C. D. V. - Foi uma trama que surpreendeu a todos. Quando iniciou A Favorita, as pessoas não estavam acostumadas com uma mocinha que parece bandida, e uma bandida que parece mocinha, né? É a própria dificuldade que as pessoas têm de enxergar o real, que está ao nosso lado. Porque o bandido nem sempre vem com uma arma na mão, nem sempre está dessa forma. Às vezes, está sob o disfarce de uma menina linda de olhos claros. Acho que esta novela teve essa ousadia de mostrar a realidade de uma forma muito mais concreta.
RESENHANDO - O Zé Bob foi sua consagração na TV?
C. D. V. - Não acho que ele seja minha consagração, porque já fiz vários personagens, e por mais que ele tenha o maior ibope de todos, eu só cheguei a ele pelo trabalho que foi executado até aqui.
RESENHANDO – Cláudia Raia já interpretou sua mãe, na minissérie Engraçadinha (1995). Os beijos nela em A Favorita eram técnicos?
C. D. V. - (risos) As pessoas criam uma lenda em torno disso... Beijo é beijo, só que a partir do momento em que o diretor diz: ‘corta’, é corta e acabou! Então, não tem muita fantasia. Quando você faz uma cena em que você está com raiva, você tenta sentir a raiva. Quando você faz uma cena de amor, você faz o máximo possível para as pessoas acreditarem que você está amando. Só que existe um ‘corta’ depois da cena e, a partir daquele ‘corta’, é ‘corta’! Essa é a realidade do beijo técnico.
RESENHANDO - Como o Zé Bob, você encarnou o estereótipo do jornalista que povoa o imaginário popular: engajado, que está sempre na hora e no lugar certo, escreve artigos, faz reportagens, tira fotos e ainda enfrenta político. O que pensa sobre isso?
C. D. V. - Depende do jornalismo que a gente for falar, porque o Zé Bob era um jornalista político. Eu tive a chance, no Rio de Janeiro, de conhecer algumas pessoas parecidas com o Zé Bob... Mas isso, infelizmente, é uma pena, cada vez parece menor. Pessoas mais engajadas, pessoas com uma ética muito forte, né? O Zé Bob, em termos de conduta, caráter, ética, eu acho que ele é um exemplo a ser seguido.
RESENHANDO - Depois dele, como é virar Martim Afonso a céu aberto?
C. D. V. - Para mim, é uma honra muito grande justamente por poder contar um pouco da história da qual fazemos parte, justamente para que as pessoas possam questionar o seu presente. Só por meio da consciência do seu passado, e das coisas que aconteceram ao seu redor, é que você pode entender um pouco melhor esse amalgama que nos cerca hoje, essa realidade que é formada e que nos faz ser o que somos hoje.
RESENHANDO - Quanto tempo de você teve para sair de um personagem televisivo para o maior espetáculo em areia de praia do mundo?
C. D. V. - Gravei as últimas cenas de A Favorita, e já entrei nessa personagem. Na transição de uma personagem para outra, foram apenas três horas, que foi o que consegui dormir, mas tudo bem.
RESENHANDO - Como foi isso?
C. D. V. - Três horas de sono e, ao mesmo tempo, uma alegria muito grande de poder contribuir para contar a história do nosso povo. Fazer justamente com que as pessoas questionem isso. Só sabendo a sua história, sabendo de onde você veio, que você consegue analisar o seu presente. Fico muito feliz por ser chamado para fazer este “Zé Bob de época”, porque assim como o Zé Bob este homem (Martim Afonso) tinha um espírito batalhador , gostava da verdade, tentava marcar territórios e veio para lutar.
RESENHANDO - Como foi para você encenar na areia, nesse espetáculo que bate recordes no mundo?
C. D. V. - Uma emoção muito grande. São muitas pessoas assistindo você, às vezes chove e as pessoas não arredam pé... Enfim, uma alegria grande. A gente tem essa troca com o público, né? Uma ligação completamente diferente de quem está acostumado a fazer televisão. Quer dizer, eu fiz muito teatro, mas gravei A Favorita por mais ou menos dez meses e, apesar de ser o mesmo ofício, são duas realidades completamente diferentes. É uma outra emoção, é um outro prazer, é uma outra alegria. Fico contente de já ter tido esta oportunidade, depois de um trabalho que me trouxe tanta realização como A Favorita.
RESENHANDO - O que é mais gratificante para você, fazendo a encenação?
C. D. V. - Ficou muito feliz em ser chamado para fazer esse ‘Zé Bob de época’. Porque assim como o Zé Bob, Martim Afonso tinha um espírito batalhador Eu quero agradecer essa credibilidade que deram para o meu trabalho. Tem uma coisa que eu acho super-importante também, que é a oportunidade de trabalhar com profissionais locais. Isso eu acho muito enriquecedor: você contracenar com mil e tantas pessoas, na areia, e conhecer outros artistas também... É um prazer, uma alegria e uma troca muito grande, que a gente pode fazer.
RESENHANDO - Você já interpretou Jesus em A Paixão de Cristo. Qual a diferença ao interpretar Martim Afonso, na encenação da Fundação da Vila de São Vicente?
C. D. V. - A diferença é que não tem o caráter histórico que acho de extrema importância. Esse que é o grande barato: você poder entender a sua história e, a partir daí, conseguir enxergar o que está acontecendo hoje. Foi exatamente a nossa história que contamos na encenação, onde tudo começou. Então esse caráter histórico foi uma das coisas que mais me encantou nesse projeto. Achei genial que cada ano se renova. Ou seja, cada dia um show diferente e cada dia um espetáculo grandioso, pra oito, nove mil pessoas. Espero ter feito jus a esse convite.
Atuação na televisão - Telenovelas
2008 - A Favorita .... Zé Bob (José Roberto Duarte)
2006 - Cobras & Lagartos .... Luciano Botelho
2006 - JK .... Carlos Vasconcelos
2005 - Sob Nova Direção .... Aldo
2004 - Começar de Novo .... Tenório
2004 - Linha Direta .... Alberto Jorge Bandeira
2004 - Seus Olhos .... Sérgio
2003 - A casa das Sete Mulheres .... Batista
2001 - Pícara Sonhadora .... Inácio
2000 - Chiquititas Brasil .... Rian
1998 - Serras Azuis .... Silvaninho
1997 - Canoa do Bagre .... João
1996 - Perdidos de Amor .... Dalton
1995 - Cara e Coroa .... Fabinho
1995 - Engraçadinha... Seus Amores e Seus Pecados .... Durval
Atuação no cinema
2008 - Onde Andará Dulce Veiga? - Rauderio (filme)
2000 - Cronicamente inviável (filme)
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