“Quando a música veio para mim, eu me apaixonei por ela”. - Danni Carlos
Por Patrick Selvatti
Em novembro de 2008
Danni Carlos, em entrevista exclusiva, fala sobre as coisas que ela sabe e revela se vai continuar a carreira com músicas autorais ou volta a regravar covers.
A inspiração de Danni Carlos tem origem nas coisas do cotidiano. “São fragmentos de ‘causos’ de amigos, pedaços da minha história pessoal, coisas que acontecem num horizonte mais próximo a mim”. Ela, que ficou conhecida do público com discos de regravação de grandes sucessos, agora desfruta do sucesso de seu primeiro CD com músicas próprias. Uma delas, inclusive, foi tema de uma novela em horário nobre. A faixa em questão, “Coisas Que Eu Sei”, estourou nas rádios e fez com que a cantora ficasse ainda mais conhecida. Sorte do grande público, que tem mais uma opção de qualidade no pop melódico. Nesta entrevista exclusiva ao jornalista Patrick Salvatti, especialmente para o Resenhando, ela fala sobre tudo: atuar, cantar, sua experiência na Europa e a cor do cabelo, de acordo com seu estado de espírito.
RESENHANDO – Como foi a experiência de cantar e tocar para um público como o de Taguatinga, em um evento gratuito promovido pelo SESI/DF e pela Globo Brasília para a comunidade?
DANNI CARLOS – Foi maravilhoso. Adoro shows assim, mais intimistas. Gosto de conversar com o público, ter contato mais próximo com as pessoas que realmente me admiram. E eu já avisei, inclusive lá no palco: quero voltar a fazer show aqui e prometo trazer só músicas do meu disco autoral. O SESI pode me convidar de novo, por favor (risos)!
RESENHANDO – Antes de lançar um disco autoral, você gravou cinco CD’s de versões. O que levou você a começar por aí?
DC – A ameaça de cortar minha luz (risos). Tinha de arrumar um emprego e me convidaram para entrar neste projeto. Eu precisava muito trabalhar. Acabou que eu gostei muito de ter feito este projeto porque eu aprendi muito com ele. Aprendi sobre música, sobre estúdio, sobre fazer a felicidade das pessoas, que é mais importante que fazer só a minha.
RESENHANDO – Você chegou a ser criticada ou a sofrer algum tipo de preconceito por só tocar música de outros artistas?
DC – Muito pouco. Sofri mais por parte dos meus próprios amigos, que sabiam que eu fazia as minhas músicas e faziam uma cara meio que torta pra este mergulho. Mas eu sempre tentei fazer diferente, ou seja, era música alheia, mas tinha o meu jeitinho ali. Eu não ligo para isso, não, sabe? Nem Jesus Cristo agradou todo mundo...
RESENHANDO – Como foi essa transição de intérprete de canções já consagradas para uma que canta músicas próprias ou inéditas?
DC – Foi súbita e bem-vinda. Ah, foi muito gostoso poder falar minha língua e cantar em português, me deu muito prazer.
RESENHANDO – A música de maior sucesso do seu disco não é sua. Como “Coisas Que Eu Sei” chegou às suas mãos e foi parar na novela “Duas Caras”?
DC – Quando a música veio para mim, eu me apaixonei por ela. Chorei ao ouvi-la pela primeira vez. Sabe quando uma música fala mais de você que a própria música que você fez? Eu disse: "Preciso cantar essa música". Depois, queriam até tirá-la do disco porque alguém já tinha gravado, mas bati o pé e disse que essa música era minha e pronto. Aí, para a novela, foi uma benção ela se encaixar com a personagem da Débora Falabella...
RESENHANDO – Como é a Danni Carlos compositora? Onde você busca inspiração, quais são suas influências e seu método de criação?
DC – Eu não busco a inspiração, ela me acontece e eu não tenho como controlar. Então morro de medo quando eu fico muito tempo sem compor, por mais que eu diga que não vou mais compor, vem um comichão... Graças a Deus! Agora de influência, eu me baseio muito no Raul Seixas.
RESENHANDO – A ideia agora é se firmar como artista autoral, ou os discos de covers continuarão saindo?
DC – Isso é uma coisa bem interessante. Logo meu primeiro CD autoral foi indicado para dois Grammys Latinos – melhor disco de pop rock e melhor canção. Acho que é mais um sinal de Deus de que eu devo continuar nesse sentido. “Música Nova” foi o CD me deu maior reconhecimento, até no exterior. Fui elogiada por pessoas como Ney Matogrosso, Arnaldo Antunes, Vanessa da Mata. Então, estou contente. Mas gostaria de continuar com os dois, porque eu não posso negar que cantar em inglês me rendeu bons frutos.
RESENHANDO – Como foi a sua experiência de artista de rua na Europa?
DC – Foi maravilhosa, conheci artistas maravilhosos, que são tão talentosos quanto os que fazem sucesso. Acho que fama, dinheiro, sucesso não são sinônimos de talento. Acredito mais em sorte, no destino e aprendi isso: que o mais importante é gostar do que você faz e fazer as pessoas felizes. Lá, eu passava muito perrengue e era feliz. Cantar para pessoas que não têm tanto acesso à cultura é o que mais feliz. Assim, este show de hoje foi um dos melhores.
RESENHANDO – Você já atuou em duas novelas. Na verdade, de que você gosta mais: atuar ou cantar?
DC – Novela fica difícil porque é muito intenso. São nove meses de dedicação e não dá para viajar para fazer show. Mas eu fiz dois filmes neste ano, que vão entrar em cartaz em 2009, provavelmente. Um é "A Mulher Invisível", no qual fiz uma participação com Selton Mello e Luana Piovani, um filme muito lindo. O outro, rodado em São Paulo, chamado “Condomínio Jaqueline”, em que fiz uma personagem maior, também é cantora, bem mais maluca que eu, acho que sou careta até perto dela. E ainda coloquei duas músicas minhas na trilha sonora do filme “Se Eu Fosse Você 2”, do Daniel Filho, músicas que não estão gravadas, uma que compus especialmente para o filme e outra meio bossa nova. Agora começou a história do cinema (risos).
RESENHANDO – E como funciona seu relacionamento com os fãs?
DC – Maravilhoso. São carinhosos, respeitosos, parceiros mesmo. Estão comigo e não abrem, sabe? Falamos por MSN, eles me mandam fotos tiradas em shows, dão pitaco na minha vida, no meu corte de cabelo... É bem legal. Adoro os meus fãs, que são os responsáveis pelo meu sucesso.
RESENHANDO – E, para terminar, uma curiosidade: morena, ruiva ou loura?
DC – Depende da cor que estará minha alma (gargalhadas). Adoro mudar a cor do cabelo de acordo com meu estado de espírito. Por mim, ficaria um dia com o cabelo de cada cor. Hoje, minha alma está loura.
Por Patrick Selvatti
Em novembro de 2008
Danni Carlos, em entrevista exclusiva, fala sobre as coisas que ela sabe e revela se vai continuar a carreira com músicas autorais ou volta a regravar covers.
A inspiração de Danni Carlos tem origem nas coisas do cotidiano. “São fragmentos de ‘causos’ de amigos, pedaços da minha história pessoal, coisas que acontecem num horizonte mais próximo a mim”. Ela, que ficou conhecida do público com discos de regravação de grandes sucessos, agora desfruta do sucesso de seu primeiro CD com músicas próprias. Uma delas, inclusive, foi tema de uma novela em horário nobre. A faixa em questão, “Coisas Que Eu Sei”, estourou nas rádios e fez com que a cantora ficasse ainda mais conhecida. Sorte do grande público, que tem mais uma opção de qualidade no pop melódico. Nesta entrevista exclusiva ao jornalista Patrick Salvatti, especialmente para o Resenhando, ela fala sobre tudo: atuar, cantar, sua experiência na Europa e a cor do cabelo, de acordo com seu estado de espírito.
RESENHANDO – Como foi a experiência de cantar e tocar para um público como o de Taguatinga, em um evento gratuito promovido pelo SESI/DF e pela Globo Brasília para a comunidade?
DANNI CARLOS – Foi maravilhoso. Adoro shows assim, mais intimistas. Gosto de conversar com o público, ter contato mais próximo com as pessoas que realmente me admiram. E eu já avisei, inclusive lá no palco: quero voltar a fazer show aqui e prometo trazer só músicas do meu disco autoral. O SESI pode me convidar de novo, por favor (risos)!
RESENHANDO – Antes de lançar um disco autoral, você gravou cinco CD’s de versões. O que levou você a começar por aí?
DC – A ameaça de cortar minha luz (risos). Tinha de arrumar um emprego e me convidaram para entrar neste projeto. Eu precisava muito trabalhar. Acabou que eu gostei muito de ter feito este projeto porque eu aprendi muito com ele. Aprendi sobre música, sobre estúdio, sobre fazer a felicidade das pessoas, que é mais importante que fazer só a minha.
RESENHANDO – Você chegou a ser criticada ou a sofrer algum tipo de preconceito por só tocar música de outros artistas?
DC – Muito pouco. Sofri mais por parte dos meus próprios amigos, que sabiam que eu fazia as minhas músicas e faziam uma cara meio que torta pra este mergulho. Mas eu sempre tentei fazer diferente, ou seja, era música alheia, mas tinha o meu jeitinho ali. Eu não ligo para isso, não, sabe? Nem Jesus Cristo agradou todo mundo...
RESENHANDO – Como foi essa transição de intérprete de canções já consagradas para uma que canta músicas próprias ou inéditas?
DC – Foi súbita e bem-vinda. Ah, foi muito gostoso poder falar minha língua e cantar em português, me deu muito prazer.
RESENHANDO – A música de maior sucesso do seu disco não é sua. Como “Coisas Que Eu Sei” chegou às suas mãos e foi parar na novela “Duas Caras”?
DC – Quando a música veio para mim, eu me apaixonei por ela. Chorei ao ouvi-la pela primeira vez. Sabe quando uma música fala mais de você que a própria música que você fez? Eu disse: "Preciso cantar essa música". Depois, queriam até tirá-la do disco porque alguém já tinha gravado, mas bati o pé e disse que essa música era minha e pronto. Aí, para a novela, foi uma benção ela se encaixar com a personagem da Débora Falabella...
RESENHANDO – Como é a Danni Carlos compositora? Onde você busca inspiração, quais são suas influências e seu método de criação?
DC – Eu não busco a inspiração, ela me acontece e eu não tenho como controlar. Então morro de medo quando eu fico muito tempo sem compor, por mais que eu diga que não vou mais compor, vem um comichão... Graças a Deus! Agora de influência, eu me baseio muito no Raul Seixas.
RESENHANDO – A ideia agora é se firmar como artista autoral, ou os discos de covers continuarão saindo?
DC – Isso é uma coisa bem interessante. Logo meu primeiro CD autoral foi indicado para dois Grammys Latinos – melhor disco de pop rock e melhor canção. Acho que é mais um sinal de Deus de que eu devo continuar nesse sentido. “Música Nova” foi o CD me deu maior reconhecimento, até no exterior. Fui elogiada por pessoas como Ney Matogrosso, Arnaldo Antunes, Vanessa da Mata. Então, estou contente. Mas gostaria de continuar com os dois, porque eu não posso negar que cantar em inglês me rendeu bons frutos.
RESENHANDO – Como foi a sua experiência de artista de rua na Europa?
DC – Foi maravilhosa, conheci artistas maravilhosos, que são tão talentosos quanto os que fazem sucesso. Acho que fama, dinheiro, sucesso não são sinônimos de talento. Acredito mais em sorte, no destino e aprendi isso: que o mais importante é gostar do que você faz e fazer as pessoas felizes. Lá, eu passava muito perrengue e era feliz. Cantar para pessoas que não têm tanto acesso à cultura é o que mais feliz. Assim, este show de hoje foi um dos melhores.
RESENHANDO – Você já atuou em duas novelas. Na verdade, de que você gosta mais: atuar ou cantar?
DC – Novela fica difícil porque é muito intenso. São nove meses de dedicação e não dá para viajar para fazer show. Mas eu fiz dois filmes neste ano, que vão entrar em cartaz em 2009, provavelmente. Um é "A Mulher Invisível", no qual fiz uma participação com Selton Mello e Luana Piovani, um filme muito lindo. O outro, rodado em São Paulo, chamado “Condomínio Jaqueline”, em que fiz uma personagem maior, também é cantora, bem mais maluca que eu, acho que sou careta até perto dela. E ainda coloquei duas músicas minhas na trilha sonora do filme “Se Eu Fosse Você 2”, do Daniel Filho, músicas que não estão gravadas, uma que compus especialmente para o filme e outra meio bossa nova. Agora começou a história do cinema (risos).
RESENHANDO – E como funciona seu relacionamento com os fãs?
DC – Maravilhoso. São carinhosos, respeitosos, parceiros mesmo. Estão comigo e não abrem, sabe? Falamos por MSN, eles me mandam fotos tiradas em shows, dão pitaco na minha vida, no meu corte de cabelo... É bem legal. Adoro os meus fãs, que são os responsáveis pelo meu sucesso.
RESENHANDO – E, para terminar, uma curiosidade: morena, ruiva ou loura?
DC – Depende da cor que estará minha alma (gargalhadas). Adoro mudar a cor do cabelo de acordo com meu estado de espírito. Por mim, ficaria um dia com o cabelo de cada cor. Hoje, minha alma está loura.
0 comments:
Postar um comentário
Deixe-nos uma mensagem.