Do down ao up
Por: Helder Moraes Miranda
Em março de 2007
Em seu melhor e mais provocativo romance, Nick Hornby propõe o desafio de tirar personagens do fundo do poço sem ser sentimental ou irrealista
Será que os verdadeiros amigos "realmente" dão as caras nos piores momentos, quando mais precisamos deles? E se quem estender a mão for um ilustre desconhecido? E se, por acaso, essa pessoa estiver na mesma ou em pior situação, será capaz de ajudar ou pode atrapalhar?
Agora, multiplique esse desconhecido por quatro pessoas que, de tão estabanadas consigo e com a organização de suas vidas, não valem por uma? Os personagens em questão são Martin, Mauren, Jess e JJ, todos do livro “Uma Longa Queda”, de Nick Hornby, lançado no Brasil pela editora Rocco. No mundo todo, rapidamente a obra comoveu milhares de leitores, arrancou elogios da crítica e chegou ao topo da lista dos mais vendidos.
Em seu quarto romance, o mais provocativo de todos, Nick Hornby induz o leitor a pensar sobre a vida. Por pior que ela esteja, sempre vai haver um momento assim, há necessidade de destruir, acabar com tudo, ou é apenas uma fase passageira? Este livro fala sobre pessoas diferentes que se encontram na virada do ano, no terraço de um dos maiores prédios de Londres, durante a tentativa de suicídio. E enxergam, nos outros, a chance de recomeçar do ponto que pararam.
O livro é todo narrado em primeira pessoa pelos quatro aspirantes a suicidas: Martin, um apresentador de TV que assiste a carreira ir ladeira abaixo após se envolver em um escândalo sexual; Mauren, uma mulher cuja vida se resume na criação do filho em estado vegetativo; Jess, a mal-educada filha do ministro da Educação; e JJ, um músico frustrado que entrega pizzas. Horny surpreende com a mudança drástica do tom da narrativa de acordo com a alternância de personagens, que continuam a história de acordo com seus pontos de vista do ponto que o personagem que contava a história parou.
O autor justifica que abordar um tema denso, como o suicídio, de modo leve e irônico deve-se ao fato que, se escrevesse um livro que chocasse sobre algo extremamente para baixo, teria dúvidas em como tirar as personagens do fundo do poço sem ser sentimental ou irrealista. “Se eu escrevesse um livro sobre depressão completamente depressivo, por que alguém o leria?!”.
O resultado é um comovente e divertido relato sobre os percalços da vida. E a certeza de que tudo passa, é só esperar tranqüilo para os dias dessa fase “chatinha” passar, mas fique tranquilo, passa mesmo. Os personagens do livro estão de prova. Recomendável para quem está com o coração em frangalhos e quer ficar bem, é uma ótima dose de senso de humor.
Livro: Uma longa Queda
Título Original: A Long Way Down
Autor: Nick Hornby
304 páginas
Ano: 2006
Tradução: Antonio E. de Moura Filho
Editora: Rocco
Por: Helder Moraes Miranda
Em março de 2007
Em seu melhor e mais provocativo romance, Nick Hornby propõe o desafio de tirar personagens do fundo do poço sem ser sentimental ou irrealista
Será que os verdadeiros amigos "realmente" dão as caras nos piores momentos, quando mais precisamos deles? E se quem estender a mão for um ilustre desconhecido? E se, por acaso, essa pessoa estiver na mesma ou em pior situação, será capaz de ajudar ou pode atrapalhar?
Agora, multiplique esse desconhecido por quatro pessoas que, de tão estabanadas consigo e com a organização de suas vidas, não valem por uma? Os personagens em questão são Martin, Mauren, Jess e JJ, todos do livro “Uma Longa Queda”, de Nick Hornby, lançado no Brasil pela editora Rocco. No mundo todo, rapidamente a obra comoveu milhares de leitores, arrancou elogios da crítica e chegou ao topo da lista dos mais vendidos.
Em seu quarto romance, o mais provocativo de todos, Nick Hornby induz o leitor a pensar sobre a vida. Por pior que ela esteja, sempre vai haver um momento assim, há necessidade de destruir, acabar com tudo, ou é apenas uma fase passageira? Este livro fala sobre pessoas diferentes que se encontram na virada do ano, no terraço de um dos maiores prédios de Londres, durante a tentativa de suicídio. E enxergam, nos outros, a chance de recomeçar do ponto que pararam.
O livro é todo narrado em primeira pessoa pelos quatro aspirantes a suicidas: Martin, um apresentador de TV que assiste a carreira ir ladeira abaixo após se envolver em um escândalo sexual; Mauren, uma mulher cuja vida se resume na criação do filho em estado vegetativo; Jess, a mal-educada filha do ministro da Educação; e JJ, um músico frustrado que entrega pizzas. Horny surpreende com a mudança drástica do tom da narrativa de acordo com a alternância de personagens, que continuam a história de acordo com seus pontos de vista do ponto que o personagem que contava a história parou.
O autor justifica que abordar um tema denso, como o suicídio, de modo leve e irônico deve-se ao fato que, se escrevesse um livro que chocasse sobre algo extremamente para baixo, teria dúvidas em como tirar as personagens do fundo do poço sem ser sentimental ou irrealista. “Se eu escrevesse um livro sobre depressão completamente depressivo, por que alguém o leria?!”.
O resultado é um comovente e divertido relato sobre os percalços da vida. E a certeza de que tudo passa, é só esperar tranqüilo para os dias dessa fase “chatinha” passar, mas fique tranquilo, passa mesmo. Os personagens do livro estão de prova. Recomendável para quem está com o coração em frangalhos e quer ficar bem, é uma ótima dose de senso de humor.
Livro: Uma longa Queda
Título Original: A Long Way Down
Autor: Nick Hornby
304 páginas
Ano: 2006
Tradução: Antonio E. de Moura Filho
Editora: Rocco
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