Aritmética explica sucesso de Fernanda Young
Por: Helder Moraes Miranda
Em setembro de 2005
Fernanda Young sai da Objetiva e publica melhor livro da carreira na Ediouro. Amadurecida, escritora mostra que veio para ficar.
Sempre que leio um livro de Fernanda Young, aliás, mais ainda Aritmética, fico me questionando (perdoem o gerúndio) para quem a escritora escreve. Para algum amor atual ou do passado, para a família ou para ela mesma? Quem é a América da vida da escritora?
Escrever dói, é visceral, e escritores precisam de dor para escrever bem, esta é a impressão que passam os textos de Fernanda Young. Em seu melhor livro, desde "As pessoas dos livros", Fernanda mostra que é uma grande escritora -apesar de os críticos torcerem o nariz meramente por implicância barata- e veio, sim, para ficar e escrever para a posteridade.
Se o sonho dela é ficar imortalizada em seus livros, não é difícil prever que irá conseguir, e fácil. Os críticos são os críticos, e vão e vem: as críticas terminam a partir da publicação de um novo exemplar, afinal leia uma crítica negativa para pensar exatamente o contrário.
Pela primeira vez, ouso escrever uma resenha em primeira pessoa, mesmo porque o excelente "Aritmética" permite isto. É, de longe, o livro mais literário de Fernanda Young. O mais exacerbado em relação aos sentimentos, valoriza, sim, a grandiosidade de junção de frases, sílabas e também é o que mais superestima a mulher, seja ela mãe, filha, avó ou neta.
Neste livro, os homens são meros coadjuvantes. O protagonista, por exemplo, é uma peça para contar o amor e as loucuras por uma mulher, aparentemente simples e amargurada por não poder levar adiante um amor tão sólido e concreto. Esta mulher representa a mãe, a avó, e seus fracassos, esquecidos apenas quando ela se libera ao encontrar o homem que amou -como apaixonada e amante de um homem casado- na tarde de um período que corresponde sempre ao dobro do anterior (um mês, dois meses, quatro
meses, oito meses)...
É por ela que se desencadeiam mágoas de uma família e um filho frustrado, à sombra do pai. Fernanda Young é João Dias? Talvez. Os outros personagens são a escritora? Sempre. Estes são os mais intensos: sofrem, amam e vivem mais que os outros.
Vocês lembram de Rigel Dantas - de A sombra das vossas asas, casado com a vingativa Carina? Pois é, ela se matou e ele está de volta, envolvido em um triângulo amoroso. Estas, outras histórias e algumas cenas de sexo para apimentar o roteiro, você encontra neste livro, que não tem final. Algo desnecessário para a vida real, aliás, nunca acompanhamos o ponto final de nossas vidas.
Em relação ao título da obra, a assessoria da Ediouro, editora responsável pelo lançamento e volta de Fernanda Young -ex-Objetiva- afirma que o livro gira em torno da geometria dos triângulos amorosos, o calculismo das traições, a matemática do sexo, a multiplicação das culpas, a paixão elevada à última potência, a raiz quadrada do ódio e o ímpar que há nos pares. Aritmética é o melhor livro da atualidade. Fernanda Young, divide com Ana Miranda, da Companhia das Letras, o posto de melhor escritora. Você acertou, Marcos André!
Livro: Aritmética
Autor: Fernanda Young
Editora: Ediouro
Por: Helder Moraes Miranda
Em setembro de 2005
Fernanda Young sai da Objetiva e publica melhor livro da carreira na Ediouro. Amadurecida, escritora mostra que veio para ficar.
Sempre que leio um livro de Fernanda Young, aliás, mais ainda Aritmética, fico me questionando (perdoem o gerúndio) para quem a escritora escreve. Para algum amor atual ou do passado, para a família ou para ela mesma? Quem é a América da vida da escritora?
Escrever dói, é visceral, e escritores precisam de dor para escrever bem, esta é a impressão que passam os textos de Fernanda Young. Em seu melhor livro, desde "As pessoas dos livros", Fernanda mostra que é uma grande escritora -apesar de os críticos torcerem o nariz meramente por implicância barata- e veio, sim, para ficar e escrever para a posteridade.
Se o sonho dela é ficar imortalizada em seus livros, não é difícil prever que irá conseguir, e fácil. Os críticos são os críticos, e vão e vem: as críticas terminam a partir da publicação de um novo exemplar, afinal leia uma crítica negativa para pensar exatamente o contrário.
Pela primeira vez, ouso escrever uma resenha em primeira pessoa, mesmo porque o excelente "Aritmética" permite isto. É, de longe, o livro mais literário de Fernanda Young. O mais exacerbado em relação aos sentimentos, valoriza, sim, a grandiosidade de junção de frases, sílabas e também é o que mais superestima a mulher, seja ela mãe, filha, avó ou neta.
Neste livro, os homens são meros coadjuvantes. O protagonista, por exemplo, é uma peça para contar o amor e as loucuras por uma mulher, aparentemente simples e amargurada por não poder levar adiante um amor tão sólido e concreto. Esta mulher representa a mãe, a avó, e seus fracassos, esquecidos apenas quando ela se libera ao encontrar o homem que amou -como apaixonada e amante de um homem casado- na tarde de um período que corresponde sempre ao dobro do anterior (um mês, dois meses, quatro
meses, oito meses)...
É por ela que se desencadeiam mágoas de uma família e um filho frustrado, à sombra do pai. Fernanda Young é João Dias? Talvez. Os outros personagens são a escritora? Sempre. Estes são os mais intensos: sofrem, amam e vivem mais que os outros.
Vocês lembram de Rigel Dantas - de A sombra das vossas asas, casado com a vingativa Carina? Pois é, ela se matou e ele está de volta, envolvido em um triângulo amoroso. Estas, outras histórias e algumas cenas de sexo para apimentar o roteiro, você encontra neste livro, que não tem final. Algo desnecessário para a vida real, aliás, nunca acompanhamos o ponto final de nossas vidas.
Em relação ao título da obra, a assessoria da Ediouro, editora responsável pelo lançamento e volta de Fernanda Young -ex-Objetiva- afirma que o livro gira em torno da geometria dos triângulos amorosos, o calculismo das traições, a matemática do sexo, a multiplicação das culpas, a paixão elevada à última potência, a raiz quadrada do ódio e o ímpar que há nos pares. Aritmética é o melhor livro da atualidade. Fernanda Young, divide com Ana Miranda, da Companhia das Letras, o posto de melhor escritora. Você acertou, Marcos André!
Livro: Aritmética
Autor: Fernanda Young
Editora: Ediouro
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