À espera da chuva
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em maio de 2005
O romance mais popular da escritora Rachel de Queiroz, "O Quinze", retrata a esperança, a fome, o milagre, a morte, a separação e a fé em Deus de que um dia chuvoso irá melhorar a vida de muitos retirantes sofredores. A obra que foi escrita em 1930, conta a saga de retirantes com muita fome que chegam a se alimentar de tripas de carneiro durante a seca de 1915, que também foi vivida pela escritora.
O Quinze que está na 72ª edição, publicada em 2002, pela Editora ARX, é dividia em dois planos. No primeiro está o criador de gato Vicente, a professora Conceição e o vaqueiro Chico Bento e sua família. A jovem Conceição é prima de paixonite pelo rude primo, porém não pensava em se casar.
Nas férias a professora ia para a fazenda da família, localizada em Logradouro, próximo a Quixadá. Com a previsão da chegada da seca, a avó de Conceição, Mãe Nácia, resolver ir para a cidade e deixar Vicente responsável pela fazenda. Vicente trabalhava incansavelmente para manter os animais vivos. Conceição vai trabalhar no campo de concentração, lugar em que os retirantes ficam alojados e aí descobre algo muito desagradável de seu primo.
No segundo plano está Chico Bento, marido de Cordulina. O casal e seus cinco filhos vivem a tragédia da seca, representando então, os retirantes. Chico Bento é obrigado a abandonar a fazendo em que trabalhava. Com um dinheirinho, tenta comprar passagens de trem, tentativa sem resultados. Com este dinheiro Chico Bento compra alimento e uma burra. E diz: "- Que passagens! Tem de ir tudo é por terra, feito animal! Nesta desgraça quem é que arranja nada! Deus só nasceu pros ricos!".
Junto á família quem caminha é a morte. Durante o percurso a fome bate, e Josias, o filho mais novo, come mandioca crua, envenenando-se e por fim morre. A família segue o seu destino. A fome não espera e o vaqueiro encontra uma cabra, à mata e as tripas do animal.
Após muito andar Chico Bento sente a falta de Pedro, filho mais velho. Em Aracape encontram um compadre delegado. Lá recebem mantimentos e descobrem que o garoto fugiu com comboeiros de cachaça. Mas é quando a família, ou melhor, o que restou da família, chega ao campo de concentração que surpresas acontecem.
Na literatura brasileira há várias obras que contam a história de sertanejos que emigram isolados ou em grupo, fugindo da seca. Entre eles estão Vidas Secas, de Graciliano Ramos, Morte e Vida Severino, de João Cabral de Melo Neto.
Até a dupla Zezé Di Camargo & Luciano interpretou a canção Seca Malvada que resume bem a história dos fugitivos da seca. "A chuva que demora// Tenho que ir embora // Quando abrir esta carta // Você vai saber, amor, não chora // Eu já estou na estrada // Já vou longe de casa // Tudo o que levo é a coragem // A dor da saudade, seca, malvada".
Para aqueles que gostam de saber e ouvir histórias de tanto sol, tanta fome, tanta sede, O Quinze, é uma excelente dica, mesmo porque a história foi inspirada em fatos reais vividos pela própria autora.
Livro: O Quinze
Autora: Rachel de Queiróz
150 páginas
Editora: ARX
Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em maio de 2005
O romance mais popular da escritora Rachel de Queiroz, "O Quinze", retrata a esperança, a fome, o milagre, a morte, a separação e a fé em Deus de que um dia chuvoso irá melhorar a vida de muitos retirantes sofredores. A obra que foi escrita em 1930, conta a saga de retirantes com muita fome que chegam a se alimentar de tripas de carneiro durante a seca de 1915, que também foi vivida pela escritora.
O Quinze que está na 72ª edição, publicada em 2002, pela Editora ARX, é dividia em dois planos. No primeiro está o criador de gato Vicente, a professora Conceição e o vaqueiro Chico Bento e sua família. A jovem Conceição é prima de paixonite pelo rude primo, porém não pensava em se casar.
Nas férias a professora ia para a fazenda da família, localizada em Logradouro, próximo a Quixadá. Com a previsão da chegada da seca, a avó de Conceição, Mãe Nácia, resolver ir para a cidade e deixar Vicente responsável pela fazenda. Vicente trabalhava incansavelmente para manter os animais vivos. Conceição vai trabalhar no campo de concentração, lugar em que os retirantes ficam alojados e aí descobre algo muito desagradável de seu primo.
No segundo plano está Chico Bento, marido de Cordulina. O casal e seus cinco filhos vivem a tragédia da seca, representando então, os retirantes. Chico Bento é obrigado a abandonar a fazendo em que trabalhava. Com um dinheirinho, tenta comprar passagens de trem, tentativa sem resultados. Com este dinheiro Chico Bento compra alimento e uma burra. E diz: "- Que passagens! Tem de ir tudo é por terra, feito animal! Nesta desgraça quem é que arranja nada! Deus só nasceu pros ricos!".
Junto á família quem caminha é a morte. Durante o percurso a fome bate, e Josias, o filho mais novo, come mandioca crua, envenenando-se e por fim morre. A família segue o seu destino. A fome não espera e o vaqueiro encontra uma cabra, à mata e as tripas do animal.
Após muito andar Chico Bento sente a falta de Pedro, filho mais velho. Em Aracape encontram um compadre delegado. Lá recebem mantimentos e descobrem que o garoto fugiu com comboeiros de cachaça. Mas é quando a família, ou melhor, o que restou da família, chega ao campo de concentração que surpresas acontecem.
Na literatura brasileira há várias obras que contam a história de sertanejos que emigram isolados ou em grupo, fugindo da seca. Entre eles estão Vidas Secas, de Graciliano Ramos, Morte e Vida Severino, de João Cabral de Melo Neto.
Até a dupla Zezé Di Camargo & Luciano interpretou a canção Seca Malvada que resume bem a história dos fugitivos da seca. "A chuva que demora// Tenho que ir embora // Quando abrir esta carta // Você vai saber, amor, não chora // Eu já estou na estrada // Já vou longe de casa // Tudo o que levo é a coragem // A dor da saudade, seca, malvada".
Para aqueles que gostam de saber e ouvir histórias de tanto sol, tanta fome, tanta sede, O Quinze, é uma excelente dica, mesmo porque a história foi inspirada em fatos reais vividos pela própria autora.
Livro: O Quinze
Autora: Rachel de Queiróz
150 páginas
Editora: ARX
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