Por: L.Marnu
Em fevereiro de 2005
Acaba de ser lançado o filme Nina do diretor Heitor Dhalia. Muito deve ser falado sobre a produção, que mistura um clássico da literatura, com o underground das grandes cidades e história em quadrinhos. Muito mais há de ser falado sobre o seu roteiro, pois Nina é uma livre adaptação do clássico da literatura russa Crime e Castigo, de Fiodor Dostoievski. Os mais puristas poderão considerar uma ousadia.
O responsável pelo desafio de lidar com esse clássico foi o jornalista, escritor e roteirista Marçal Aquino. Ele que já é muito conhecido como autor de roteiros consagrados, como Os Matadores, Ação Entre Amigos e O Invasor, todos dirigidos pelo amigo/diretor Beto Brant, trabalha pela primeira vez com a obra de um outro escritor.
Segundo ele, o roteiro de Nina é tão somente uma livre adaptação, levemente inspirado em Crime e Castigo, já que o protagonista da história é uma moça, não um rapaz, e o enredo passa-se todo nos dias de hoje numa metrópole brasileira. Contudo a questão primordial da culpa também está lá.
Embora considerem-no roteirista acima de tudo, o jornalista costuma dizer que, na verdade, seu ofício é o de escritor. Pois já havia publicado livros antes de se tornar um roteirista, inclusive contos infanto-juvenis, alguns adotados em escolas. A sua linguagem é a coloquial, em geral das ruas,
pois muitos dos seus trabalhos tem como foco a investigação da marginalidade.
A sua afinidade com o cinema segundo ele, se dá pelo fato de que o cinema entrou em sua vida antes da literatura. Aos seis anos teve seu primeiro contato com o cinema, já a literatura só veio a se interessar aos 12 anos.
A história de O Invasor começou como obra literária, parou na metade para ser transformado em roteiro, para só mais tarde ser concluído pelo escritor por obra da insistência de Beto Brant. Segundo Marçal, ele jamais fará isso novamente porque é muito difícil retomar uma obra que já se resolveu num outro meio.
O processo de criação de Marçal é desorganizado, porque suas idéias surgem de todas as partes. Ele é um bom observador, tem facilidade para ouvir o que dizem à sua volta e daí tirar o fio condutor de uma idéia a ser desenvolvida por ele. Trabalha a partir do real numa técnica muito ágil e não usa computador para escrever. Costuma dizer: "A realidade só serve para nosso olhar, o que eu mostro não é exatamente a realidade."
Chamá-lo de invasor no campo da Literatura é mais uma provocação. Melhor mesmo é conhecer seus trabalhos literários como Cabeça a Prêmio, O Amor e outros Objetos Pontiagudos entre outros, e tirar a dúvida sobre quem na verdade é Marçal Aquino. Sem esquecer de assistir a Nina e conferir se ele conseguiu lidar com os tormentos descritos em Crime e Castigo.
Em fevereiro de 2005
Acaba de ser lançado o filme Nina do diretor Heitor Dhalia. Muito deve ser falado sobre a produção, que mistura um clássico da literatura, com o underground das grandes cidades e história em quadrinhos. Muito mais há de ser falado sobre o seu roteiro, pois Nina é uma livre adaptação do clássico da literatura russa Crime e Castigo, de Fiodor Dostoievski. Os mais puristas poderão considerar uma ousadia.
O responsável pelo desafio de lidar com esse clássico foi o jornalista, escritor e roteirista Marçal Aquino. Ele que já é muito conhecido como autor de roteiros consagrados, como Os Matadores, Ação Entre Amigos e O Invasor, todos dirigidos pelo amigo/diretor Beto Brant, trabalha pela primeira vez com a obra de um outro escritor.
Segundo ele, o roteiro de Nina é tão somente uma livre adaptação, levemente inspirado em Crime e Castigo, já que o protagonista da história é uma moça, não um rapaz, e o enredo passa-se todo nos dias de hoje numa metrópole brasileira. Contudo a questão primordial da culpa também está lá.
Embora considerem-no roteirista acima de tudo, o jornalista costuma dizer que, na verdade, seu ofício é o de escritor. Pois já havia publicado livros antes de se tornar um roteirista, inclusive contos infanto-juvenis, alguns adotados em escolas. A sua linguagem é a coloquial, em geral das ruas,
pois muitos dos seus trabalhos tem como foco a investigação da marginalidade.
A sua afinidade com o cinema segundo ele, se dá pelo fato de que o cinema entrou em sua vida antes da literatura. Aos seis anos teve seu primeiro contato com o cinema, já a literatura só veio a se interessar aos 12 anos.
A história de O Invasor começou como obra literária, parou na metade para ser transformado em roteiro, para só mais tarde ser concluído pelo escritor por obra da insistência de Beto Brant. Segundo Marçal, ele jamais fará isso novamente porque é muito difícil retomar uma obra que já se resolveu num outro meio.
O processo de criação de Marçal é desorganizado, porque suas idéias surgem de todas as partes. Ele é um bom observador, tem facilidade para ouvir o que dizem à sua volta e daí tirar o fio condutor de uma idéia a ser desenvolvida por ele. Trabalha a partir do real numa técnica muito ágil e não usa computador para escrever. Costuma dizer: "A realidade só serve para nosso olhar, o que eu mostro não é exatamente a realidade."
Chamá-lo de invasor no campo da Literatura é mais uma provocação. Melhor mesmo é conhecer seus trabalhos literários como Cabeça a Prêmio, O Amor e outros Objetos Pontiagudos entre outros, e tirar a dúvida sobre quem na verdade é Marçal Aquino. Sem esquecer de assistir a Nina e conferir se ele conseguiu lidar com os tormentos descritos em Crime e Castigo.
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