Gonçalves Dias sob a ótica feminina
Por: Helder Moraes Miranda
Em janeiro de 2005
Um colecionador de sabiás. Uma mulher que se amasia com o cunhado após a morte da irmã, passando a criar a sobrinha como filha. A esposa que desvia cartas enviadas ao marido para mostrá-las à prima, apaixonada por quem as escreveu. O professor que perde a juventude esperando por um amor que não lhe pertence.
Estes personagens são os coadjuvantes da história, ofuscados pelo amor platônico que Feliciana, a personagem principal, nutre pelo amado: o escritor Gonçalves Dias. O livro é "Dias e Dias", novo romance de Ana Miranda retratando o século XIX e trazendo como destaque a revolta da Balaiada, ocorrida em Caxias, além de abordar curiosidades e dados biográficos que traçam o perfil de Gonçalves Dias.
Dois anos depois de publicar o último livro, Ana Miranda está de volta repetindo a fórmula dos romances anteriores, "Sem Pecado", "Desmundo" e "Amrik", dando voz ao "eu-poético" feminino em épocas, situações e conflitos diferentes.
Não supera a genialidade do inesquecível sucesso editorial "Boca do Inferno" (biografia romanceada de Gregório de Matos), mas não deixa de conduzir o romance com a maestria daqueles que sabem transcrever para o papel as palavras que brotam da alma.
Um livro que só poderia ser escrito a partir de sentimentos guiados pela sensibilidade de uma mulher, escritora detalhista, que comete pequenos deslizes quando, em certas passagens do livro, procura ser didática.
O título de duplo sentido refere-se a um trocadilho com o sobrenome do escritor e os dias e dias dedicados - e desperdiçados - por Feliciana à fidelidade do poeta , que nunca poderia retribuir o amor dedicado durante uma vida inteira, e as contradições e fragilidades de um homem em carne e osso, quando colocado de frente com a idealização de uma mulher apaixonada.
Livro: Dias e Dias
Autora: Ana Miranda
240 páginas
Ano: 2002
Editora: Companhia das Letras
Por: Helder Moraes Miranda
Em janeiro de 2005
Um colecionador de sabiás. Uma mulher que se amasia com o cunhado após a morte da irmã, passando a criar a sobrinha como filha. A esposa que desvia cartas enviadas ao marido para mostrá-las à prima, apaixonada por quem as escreveu. O professor que perde a juventude esperando por um amor que não lhe pertence.
Estes personagens são os coadjuvantes da história, ofuscados pelo amor platônico que Feliciana, a personagem principal, nutre pelo amado: o escritor Gonçalves Dias. O livro é "Dias e Dias", novo romance de Ana Miranda retratando o século XIX e trazendo como destaque a revolta da Balaiada, ocorrida em Caxias, além de abordar curiosidades e dados biográficos que traçam o perfil de Gonçalves Dias.
Dois anos depois de publicar o último livro, Ana Miranda está de volta repetindo a fórmula dos romances anteriores, "Sem Pecado", "Desmundo" e "Amrik", dando voz ao "eu-poético" feminino em épocas, situações e conflitos diferentes.
Não supera a genialidade do inesquecível sucesso editorial "Boca do Inferno" (biografia romanceada de Gregório de Matos), mas não deixa de conduzir o romance com a maestria daqueles que sabem transcrever para o papel as palavras que brotam da alma.
Um livro que só poderia ser escrito a partir de sentimentos guiados pela sensibilidade de uma mulher, escritora detalhista, que comete pequenos deslizes quando, em certas passagens do livro, procura ser didática.
O título de duplo sentido refere-se a um trocadilho com o sobrenome do escritor e os dias e dias dedicados - e desperdiçados - por Feliciana à fidelidade do poeta , que nunca poderia retribuir o amor dedicado durante uma vida inteira, e as contradições e fragilidades de um homem em carne e osso, quando colocado de frente com a idealização de uma mulher apaixonada.
Livro: Dias e Dias
Autora: Ana Miranda
240 páginas
Ano: 2002
Editora: Companhia das Letras
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