domingo, 7 de dezembro de 2025

.: Crítica: "O Apego" traça relações inesperadas que emocionam

"O Apego" está em cartaz na Cineflix Cinemas de Santos


Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em dezembro de 2025


"O Apego", drama dirigido por Carine Tardieu ("Os Jovens Amantes"), é sensível e cativante ao apresentar uma história que poderia acontecer com qualquer um, mas não da exata maneira como foi com a livreira Sandra (Valeria Bruni). A produção exibida durante o Festival de Cinema Francês do Brasil de 2025, na Cineflix Cinemas de Santos, soma 1 hora e 45 minutos de duração, mas capaz de mudar uma mulher ferozmente independente.

Sandra é vizinha de um casal, novatos no pedaço, mas que trouxeram com eles, um garotinho e um bebê na barriga. É justamente antes de dar a luz que a vizinha pede para que Sandra cuide do pequeno Elliott (César Botti). Contudo, uma tragédia acontece e Alex (Pio Marmaï, de "Os Três Mosqueteiros" e "O Próximo Passo"), volta do hospital sem a parceira. 

Sozinho e enlutado, desperta o sentimento de querer ajudar em Sandra, uma mulher que vive e trabalha em volta de livros. Com um toque delicado de literatura, a trama vai se desenhando, ao fortalecer laços de amizade e até intimidade, o que confunde muito o pai solteiro. Assim, surge na vida da família despedaçada a pediatra Emilia Demetriu (Vimala Pons, "Os Bastidores do Amor" e "O Livro da Discórdia"), ainda que Alex comece a relação com uma grosseria e sobre uma ponta de ciúmes em Sandra.

Sem sentimentalismo barato, "O Apego" é retrato encantador que apresenta cada passo evolutivo nas relações inesperadas, sem floreios ou inverdades após perdas que mudam destinos. Assim, a dose de realidade no filme faz também com que o público se apegue à história emocionante. Filme imperdível!

 

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"O Apego"(“L'Attachement). Direção: Carine Tardieu. Gênero: Drama. Duração: 1h45. Classificação: 12 anos. Nacionalidades: França, Bélgica.  Ano de Produção: 2024. Idioma: Francês. Distribuição: Bonfilm. Elenco: Valeria Bruni Tedeschi (como Sandra Ferney), Pio Marmaï (como Alex Perthuis), Vimala Pons, Raphaël Quenard. Sinopse: Sandra, uma mulher na casa dos cinquenta, ferozmente independente, vê sua vida mudar inesperadamente quando acaba por compartilhar, de repente e sem querer, a intimidade de seu vizinho de andar, Alex, e dos dois filhos dele.  Contra todas as expectativas, e à medida que ela se aproxima dessa família "adotiva", surge uma comovente e reflexiva história sobre laços inesperados e as complexas relações humanas. O filme aborda temas como amor, luto, família e paternidade com emoção e sutileza, levantando a questão de quem são eles para ela e quem é ela para eles. 

Trailer de "O Apego"



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  "O Estrangeiro" está em cartaz na Cineflix Cinemas de Santos


Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em dezembro de 2025


O drama psicológico existencial "O Estrangeiro", dirigido por François Ozon, adapta clássico de Camus, por meio da apatia incompreensível do protagonista, Meursault (Benjamin Voisin, de "Ilusões Perdidas", "Almas Gêmeas"). Na Argélia dos anos 1930, enquanto enfrenta o julgamento após cometer o crime de matar um árabe com cinco tiros numa praia, a postura dele ao perder a mãe recentemente é misturada e determinante para a sentença recebida.

Exibido durante o Festival de Cinema Francês do Brasil de 2025, em cartaz na Cineflix Cinemas de Santos, o longa que provoca desconforto em preto e branco, soma 2 horas de duração, mantendo o mistério do romance, assim como uma fidelidade infiel ao texto original. O resultado é um filme primoroso que trata o existencialismo e a apatia do protagonista ao explorar temas como o absurdo da vida e a indiferença humana.

Benjamin Voisin na pele do protagonista brilha mais uma vez numa adaptação da literatura francesa, entregando com primor a essência taciturna desta obra-prima filosófica. Tem-se um Meursault que caminha naturalmente entre a complexidade moral e o vazio existencial, desde o velório da mãe até sua prisão e julgamento. Tornando-se um verdadeiro estrangeiro de si. 

Ao questionar a justiça e a fé por meio de silêncios impactantes ou raras palavras, "O Estrangeiro" consegue ser bem-sucedido, comprovando merecer a seleção para o Festival de Veneza (2025) e para o Festival de Cinema Francês do Brasil (2025). O longa tem ainda no elenco Rebecca Marder ("A Garota Radiante"), Pierre Lottin ("A Noite do Triunfo" e "A Fanfarra"), Swann Arlaud ("Anatomia de Uma Queda") e Jean-Charles Clichet ("Vizinhos Bárbaros"). Filmaço imperdível que é pura poesia e reflexão!


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"O Estrangeiro"(“L’Étranger”). Classificação indicativa: 14 anos. Ano de produção: 2025. Idioma: francês. Direção: François Ozon. Roteiro: François Ozon, Manu Dacosse. Elenco: Benjamin Voisin, Rebecca Marder, Pierre Lottin, Denis Lavant, Swann Arlaud. Distribuição no Brasil: California Filmes. Duração: 2h00m. Cenas pós-créditos: não.

Trailer de "O Estrangeiro"



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sábado, 6 de dezembro de 2025

.: Jafar Panahi reaparece mais afiado que nunca em “Foi Apenas Um Acidente”


Por 
Helder Moraes Miranda, jornalista e crítico de cultura, especial para o portal Resenhando.com
Foto: divulgação

A estreia de “Foi Apenas Um Acidente”, novo filme de Jafar Panahi, chega aos cinemas cercada de expectativas que ultrapassam a própria ficção. O longa-metragem, uma coprodução entre Irã, França e Luxemburgo, venceu a Palma de Ouro no 78º Festival de Cannes e se tornou, desde então, um símbolo de resistência artística em meio às restrições impostas ao cinema iraniano. Escritor e diretor do projeto, Panahi - que já foi preso diversas vezes e proibido de filmar pelo regime - volta agora com um thriller político que recupera o terreno moral e ético onde sua filmografia sempre encontrou força: o cruzamento tenso entre indivíduos, Estado e memória.

A trama acompanha um grupo de ex-prisioneiros políticos que acreditam ter reencontrado o próprio torturador, agora vivendo sob outra identidade. A partir desse encontro o filme constrói uma espiral de dúvidas, vingança e testemunho. O elenco encabeçado por Vahid Mobasseri, Mariam Afshari e Ebrahim Azizi sustenta, com naturalismo bruto, a tensão de um país ainda marcado por feridas que nunca cicatrizam. Panahi filmou clandestinamente, sem autorização do governo, e permitiu que suas atrizes atuassem sem o uso constante do hijab, gesto que já rendeu críticas internas e elogios internacionais. Segundo a AP News e a IndieWire, parte da força do filme está justamente em sua precisão documental: o espectador sente que a câmera registra algo que nasce da urgência, e não do mero desejo de ficção.

O filme provocou reações diplomáticas reais. Após a consagração em Cannes, o governo francês exaltou a vitória como “um gesto de resistência”, enquanto o regime iraniano classificou o comentário como “interferência flagrante”. O embate gerou notas oficiais, convocação de representantes estrangeiros e uma nova onda de apoio a Panahi entre artistas iranianos no exílio, como a vencedora do Nobel da Paz Narges Mohammadi, que definiu o filme como “um triunfo da arte diante da opressão”.

Lançado na França sob o título "Un Simple Accident" e apontado pela crítica internacional como um dos grandes filmes da década até agora - ocupando posição de destaque em listas da IndieWire -, o longa-metragem consolidou a volta de Panahi ao centro do cinema mundial. Com recepção crítica impressionante (97% no Rotten Tomatoes e 91 no Metacritic), “Foi Apenas um Acidente” chega ao Brasil como uma obra que não se limita à sua trama: é a própria biografia de seu diretor expandida no território da ficção. A história de um país é contada ali, na secura dos diálogos, na crueza das paisagens e no ranger da perna protética de um homem que pode ou não ser quem todos temem. Panahi transforma esse som em metáfora: o passado sempre volta, mesmo quando tentamos enterrá-lo.

  
Ficha técnica
“Foi Apenas um Acidente” | “Un Simple Accident” | “Um Simples Acidente” (em Portugal)
Gênero: Suspense/Thriller político. Classificação indicativa: 12 anos. Ano de produção: 2025. Idioma: Persa / Francês. Direção e roteiro: Jafar Panahi. Elenco: Vahid Mobasseri, Mariam Afshari, Ebrahim Azizi, Hadis Pakbaten, Majid Panahi, Mohammad Ali Elyasmehr, Delnaz Najafi, Afssaneh Najmabadi, Georges Hashemzadeh. Distribuição no Brasil: Mubi. Duração: aproximadamente 1h43. Cenas pós-créditos: não


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Cineflix Miramar | Santos | Sala 4
6/12/2025 a 10/12/2025 | Sessões legendadas | 18h00 e 20h40
Miramar Shopping | Rua Euclides da Cunha, 21 - Gonzaga - Santos/SP. Ingressos neste link.

.: "Five Nights at Freddy’s 2" amplia o terror em sequência cheia de surpresas


Por 
Helder Moraes Miranda, jornalista e crítico de cultura, especial para o portal Resenhando.com
Foto: divulgação

“Five Nights at Freddy’s 2”, osegundo capítulo da adaptação cinematográfica da franquia de horror/games, chega com ambições claras de ampliar o pavor e a mitologia da franquia. Para agradar tanto os fãs dos jogos quanto quem assistiu ao longa de 2023, a produção preparou surpresas nos bastidores - entre elas, a inclusão de personagens clássicos dos videogames, novas versões de animatrônicos e um enredo que promete revelar segredos obscuros sobre a origem da Freddy Fazbear’s Pizza.

A trama se passa um ano após os eventos traumáticos na pizzaria assombrada: os rumores sobre o ocorrido foram distorcidos em lenda urbana e deram origem a um festival popular na cidade, o “Fazfest”. Quando a jovem Abby decide reconectar-se com os animatrônicos Freddy, Bonnie, Chica e Foxy, os horrores do passado são libertados, desencadeando um terror antigo e submerso à espera de ser despertado. Após o primeiro filme se transformar num fenômeno de bilheteria, a continuação aposta em nostalgia, novos personagens e efeitos para reconquistar o público.

Com direção de Emma Tammi, que retorna ao comando da produção após o sucesso comercial do primeiro filme, e aposta em um elenco que mistura veteranos e novas adições - com o veterano Josh Hutcherson de volta como Mike Schmidt, Elizabeth Lail como Vanessa, o inquietante Matthew Lillard reprisando William Afton, e novidades como Piper Rubio, Mckenna Grace e a surpresa de Skeet Ulrich, marcando seu retorno às telas em uma produção de terror. O roteiro, assinado por Tammi ao lado de Scott Cawthon e Seth Cuddeback, aprofunda a mitologia, introduz novos animatrônicos e promete sustos renovados. 

  
Ficha técnica
“Five Nights at Freddy’s 2” | “Five Nights at Freddy’s 2”
Classificação indicativa: 14 anos. Ano de produção: 2025. Idioma: inglês. Direção: Emma Tammi. Roteiro: Emma Tammi, Scott Cawthon (criador dos jogos) e Seth Cuddeback. Elenco: Josh Hutcherson (Mike Schmidt), Elizabeth Lail (Vanessa), Matthew Lillard (William Afton), Piper Rubio (Abby Schmidt), Skeet Ulrich (Henry), Mckenna Grace (Lisa), entre outros. Distribuição no Brasil: Universal Pictures Brasil. Duração: cerca de 1h 44 min. Cenas pós-créditos: sim, uma.


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Cineflix Miramar | Santos | Sala 1
6/12/2025 a 10/12/2025 | Sessões dubladas | 15h00
6/12/2025 a 10/12/2025 | Sessões legendadas | 17h20 e 19h40
Miramar Shopping | Rua Euclides da Cunha, 21 - Gonzaga - Santos/SP. Ingressos neste link.

.: "A Cabra" retorna às telas neste sábado no Festival de Cinema Francês


Por 
Helder Moraes Miranda, jornalista e crítico de cultura, especial para o portal Resenhando.com
Foto: divulgação

A atração deste sábado, dia 6 de dezembro, do Festival de Cinema Francês no Brasil é o cultuado “A Cabra”, que será exibido na sala 3 do Cineflix Miramar, em Santos, no litoral de São Paulo, às 14h30. Lançado originalmente em 1981, o longa-metragem dirigido por Francis Veber consolidou a dupla Pierre Richard e Gérard Depardieu como um dos encontros cômicos mais marcantes do cinema francês. O filme, que no título original se chama “La Chèvre” e em Portugal ganhou o nome “Que o Diabo Seja Surdo”, volta às telas brasileiras restaurado e reforçando seu status de clássico, reverenciado por seu humor físico, ritmo narrativo e pela química inconfundível entre seus protagonistas.

A trama acompanha o detetive particular Campana (Depardieu), enviado ao México para localizar Marie Bens, filha de um poderoso empresário que desaparece durante as férias. Sem resultados após um mês de buscas, o pai da jovem adota a proposta insólita do psicólogo da empresa: associar Campana a François Perrin (Pierre Richard), um contador cuja vida é uma sucessão de desastres. A teoria é simples e absurda: Perrin é tão azarado que, ao compartilhar a mesma “vibração” da garota, poderia conduzir a dupla ao paradeiro dela. Entre quedas, acidentes e situações improváveis, o filme constrói uma comédia policial de ritmo certeiro, marcada pela estilização cômica de Veber, que mais tarde inspiraria outros sucessos do cineasta.

Clássico absoluto na filmografia francesa, “A Cabra” tornou-se também um fenômeno internacional. A partir de seu lançamento em 9 de dezembro de 1981, o filme percorreu mais de uma dezena de países, recebendo títulos curiosos - do alemão “Der Hornochse und sein Zugpferd” ao uruguaio “Mala Pata”. Em 1991, ganhou um remake em Hollywood, “Pure Luck”, estrelado por Martin Short e Danny Glover. A obra também carrega um registro histórico trágico: na Itália, ficou marcada pelo incêndio do Cinema Statuto, em Turim, que vitimou 64 pessoas durante uma sessão, em 1983. Mesmo assim, a carreira crítica seguiu positiva, com elogios constantes às atuações de Richard e Depardieu, ao timing cômico e ao roteiro inventivo. O filme chegou a ser indicado ao prêmio de Melhor Filme Estrangeiro de 1985 pelo National Board of Review, nos Estados Unidos.

Sobre o Festival de Cinema Francês do Brasil
Único evento francês de âmbito nacional e simultâneo, o 16º Festival de Cinema Francês do Brasil (antigo Festival Varilux de Cinema Francês) é realizado em cidades de maior e menor porte, incluindo as capitais, e contabiliza mais de dois milhões de espectadores desde sua criação. São 20 longas-metragens que integraram a programação de importantes festivais, como Cannes e Veneza, e um clássico. Até 10 de dezembro, o público poderá conferir uma programação com histórias e personagens inspiradores, temáticas ricas e gêneros variados. 

A Bonfilm é realizadora do Festival que, nos últimos 15 anos, promoveu mais de 35 mil sessões nos cinemas em todo o Brasil e somou um público de mais de um 2 milhões de espectadores. Em 2025, o Festival de Cinema Francês do Brasil segue com o apoio de Varilux – marca do grupo Essilor Luxottica - como “Patrocinador Master”. Conta também com os patrocínios do banco BNP Paribas, que entra pela primeira vez em 2025, do grupo Pernod Ricard, da Edenred, da Voltalia, do Fairmont e da Air France, além do Ministério da Cultura - por meio da Lei Rouanet, e da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura.


Ficha técnica
“A Cabra” | “La Chèvre” | “Que o Diabo Seja Surdo” (em Portugal)
Classificação indicativa: 12 anos. Ano de produção: 1981.Idioma: Francês. Direção e roteiro: Francis Veber. Elenco: Pierre Richard, Gérard Depardieu, Pedro Armendáriz Jr., Corynne Charbit, André Valardy, Michel Robin. Distribuição no Brasil: Bonfilm. Duração: 1h35. Cenas pós-créditos: não.


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Os filmes do Festival de Cinema Francês do Brasil e as principais estreias da semana podem ser assistidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.


Cineflix Miramar | Santos | Sala 3
6/12/2025 - Sábado:  14h30
Miramar Shopping | Rua Euclides da Cunha, 21 - Gonzaga - Santos/SP. Ingressos neste link.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

.: #VivoLendo: "A Extração dos Dias", de Claudia Roquette Pinto


Por Vieira Vivo, escritor e ativista cultural.

se o poema me habita
“há um céu de mil janelas”

A obra de 367 páginas, editada pelo Círculo de Poemas traz, em uma única edição, a produção abrangente de cinco livros: "Os Dias Gagos" (1991). "Saxifraga" (1993), "Zona de Sombra" (1997), "Corola" (2000), "Margem de Manobra (2005) e, ainda, Poemas Inéditos (1984-1986) numa vertiginosa aquarela fonética onde os substantivos dialogam com o etéreo e se movimentam em uma teia opaca e densa desnudando a própria rotina e solidão ante a contemplação dos dias e as surpreendentes armadilhas poéticas do cotidiano. A leitura nos eleva a um obscuro e incerto firmamento cravejado por chispas de claridade e cores a nos guiar por versos intimamente elaborados em uma dimensão particular de emoções irreais e lisérgicas emoldurando a concepção mística e artística da autora: as sílabas racharam o dique – urdir é o xis da poesia.

Fica evidente na compostura imagética de Claudia Roquette Pinto, uma incansável meditação serena e reflexiva aglutinando seres e objetos em determinada e contínua conversação metalinguística. Os sentimentos, emoções e movimentos dos entes inanimados, insetos, aves, cores e plantas iluminam o núcleo das palavras e a passagem das horas em variados e múltiplos ambientes urbanos, utópicos, bucólicos ou no próprio âmago da poeta: abriu-se, de fonte inexplicável, no nanquim da noite a floração.

Há, também, em sua obra a manipulação caótica das palavras, forjando vazios entre as sílabas, a promover rupturas, criar espaços semânticos e a direcionar para além do mero verso a ousadia poética e rítmica elaborada a partir da lapidação constante. Essas rupturas ficam evidentes nos mosaicos textuais onde frases, aparentemente, desconexas formam, nas entrelinhas, diálogos e situações ímpares e inusitadas: parada no sinal eu vi um coração cheio de gasolina.

Enfim, uma obra poética que não se finda após a primeira leitura. A cada manuseio novas imagens se sobressaem tornando o livro um renovo constante e inconstante de produtiva e coerente produção poética. A edição traz, ainda, orelhas de Marília Garcia e posfácio esclarecedor e detalhado do organizador Gustavo Silveira Ribeiro.

.: Moacir Luz e os 20 anos do Samba do Trabalhador


Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: Léo Aversa

O Samba do Trabalhador, roda que surgiu em maio de 2005 no Renascença Clube, em Andaraí, no Rio de Janeoro, transformou-se em referência em todo o Brasil. Ao completar 20 anos, chega às plataformas o novo álbum “Moacyr Luz e Samba do Trabalhador, 20 Anos", que a gravadora Biscoito Fino disponibilizou nas plataformas de música.

O álbum apresenta novas parcerias de Moacyr Luz com compositores como Dunga, Pedro Luís e Xande de Pilares. Alguns clássicos de Moacyr foram revisitados pelos integrantes da roda, como "Vila Isabel", cantada por Mingo Silva (parceria de Moacyr com Martinho da Vila); "Tudo o que Vivi", cantada por Gabriel Cavalcante (parceria de Moacyr e Wilson das Neves), e "Cachaça, Árvore e Bandeira", samba de Moacyr com Aldir Blanc, interpretado por Alexandre Marmita.

O novo projeto conta ainda com composições inéditas dos próprios integrantes do Samba do Trabalhador.  "Vai Clarear" fala de esperança e retrata muito bem o momento atual de Moacyr Luz. Uma parceria de Moacyr Luz com Alexandre Marmita, Mingo Silva e Nego Álvaro. "Caboclo pára-raios", interpretada por Mingo Silva, é um samba do Mingo com Anderson Baiaco, que conta a história de um sujeito "carregado" de energia ruim. "Roda de Partido", interpretada por Gabriel Cavalcante, é uma parceria do próprio Gabriel com Roberto Didio, que homenageia os grandes partideiros da história. Já "Vou tentando", interpretada por Alexandre Marmita, é uma parceria do próprio Marmita com Moacyr Luz, que fala sobre a persistência nas dificuldades do dia a dia do músico.

A cantora e compositora Joyce Moreno participa do álbum em uma das faixas inéditas, "Eu Fiz um Samba pra Bahia", parceria de Moacyr com Sereno, do grupo Fundo de Quintal.  O samba dolente "Água Santa", parceria inédita de Moacyr com Pedro Luís, foi gravado pelos dois parceiros e conta com a participação da icônica gaita do maestro Rildo Hora. A cantora Marina Iris surge nos vocais de “Dezesseis", inédita de Moacyr Luz e Aldir Blanc. Falando em Aldir, Moacyr gravou "Mitos Cariocas", outra parceria dos dois, em homenagem ao saudoso cartunista Lan.

Os arranjos são de Leandro Pereira, violonista que sempre esteve por perto, e que conseguiu, com perfeição, transpor para o estúdio o clima descontraído das célebres rodas do Renascença Clube. Moacyr Luz e Samba do Trabalhador é um disco entre amigos, para exaltar a obra de Moacyr Luz, dar espaço ao novo, e retratar com maestria a trajetória de 20 anos do grupo. Se você curte o samba de qualidade, vale a pena conferir.

"Tudo que Eu Vivi"

"Roda de Partido"

"Todo Santo Dia"



quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

.: Crítica: "La Pampa" vai da amizade inabalável ao preconceito extremo

O drama thriller "La Pampa"em cartaz na Cineflix Cinemas de Santosno Festival de Cinema Francês do Brasil de 2025 apresenta a história de amizade entre Willy e Jojo, ambos parceiros e envolvidos com motocross. Enquanto que Willy mostra-se cauteloso, sobra a Jojo ser aventureiro no nível de colocar a vida em risco -logo nos primeiros minutos do longa que soma 1 hora e 34 minutos de duração.

Tendo o motocross como fundo, os dois jovens inseparáveis, Willy e Jojo, fortalecem a amizade quando um segredo de Jojo é exposto para todos de uma aldeia no coração da França. Assim, as fugas que incluem invasão de uma casa com piscina ou as escapadelas para um hospital abandonado podem mudar, uma vez que o pai do corredor de motocross, David (Damien Bonnard), o pai de Jojo, não consegue lidar com tamanha revelação.

Focado na masculinidade tóxica, o longa dirigido por Antoine Chevrollier, com Sayyid El Alami e Amaury Foucher, vai além ao transitar pela passagem marcante da adolescência diante dos que não aceitam o diferente. Sem qualquer afago, tudo pode se tornar cruel e sem sentido a ponto de chegar ao extremo. A hipocrisia também abre passagem quando não há mais como reverter o que foi feito, aparecendo em lágrimas após o inimaginável.

Intenso e comovente, "La Pampa" é um filme gentil e capaz de revelar o quão profunda é a sensação de rejeição diante do asco, até mesmo do próprio pai. Assim, Willy percebe que a implicância com o padrasto que jamais vai ocupar o lugar do pai, morto há anos, e os estudos podem, de fato, levá-lo a ser quem tanto deseja. Vale a pena conferir!


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"La Pampa". (“La Pampa”). Classificação indicativa: 14 anos. Ano de produção: 2024. Idioma: francês. Direção: Antoine Chevrolier. Roteiro: Antoine Chevrolier. Elenco: Sayyid El Alami, Amaury Foucher, Damien Bonnard. Distribuição no Brasil: Encripta. Duração: 1h35m. Cenas pós-créditos: não.


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