quinta-feira, 21 de novembro de 2024

.: Livro “Sempre Paris”, de Rosa Freire d´Aguiar, é o Livro do Ano do Jabuti 2024


A 66ª edição do Prêmio Jabuti, a mais aguardada cerimônia de premiação do livro brasileiro, foi realizada na noite da última terça-feira, dia 19 de novembro, no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo. Promovida pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), a cerimônia consagrou "Sempre Paris: crônica de Uma Cidade, Seus Escritores e Artistas", de Rosa Freire d'Aguiar, lançado pela Companhia das Letras, como o Livro do Ano de 2024.

Este ano, o prêmio contou com 4.170 obras inscritas, distribuídas em 22 categorias nos eixos de Literatura, Não Ficção, Produção Editorial e Inovação. Confira aqui a lista completa dos vencedores. Além de receber a estatueta dourada, Rosa Freire d’Aguiar foi contemplada com o valor de R$ 70 mil e uma viagem com hospedagem para participar da Feira do Livro de Frankfurt, na Alemanha, uma das maiores feiras literárias do mundo e onde terá uma agenda com editores e agentes literários.

Abrindo a cerimônia de entrega das estatuetas, Bel Santos Mayer recebeu o prêmio para o projeto vencedor na categoria Fomento à Leitura: IBEAC Literatura: os caminhos literários das bibliotecas comunitárias de Parelheiros. Outro momento marcante foi a apresentação de Luiza Romão, vencedora em Poesia e Livro do Ano em 2022. Ela emocionou o público com uma performance que reuniu música e poesia, antecedendo a entrega das estatuetas do Eixo Literatura.

 A edição do Jabuti de 2024 trouxe inovações importantes, como a inclusão da categoria Escritor Estreante - Poesia, no Eixo Inovação, destinada a autores que lançaram seu primeiro livro em português no Brasil em 2023. No Eixo Não Ficção, foram criadas as categorias Saúde e Bem-Estar, Educação e Negócios, refletindo temas emergentes no universo editorial.

Desde 1959, quando consagrou “Gabriela, Cravo e Canela” de Jorge Amado, o Prêmio Jabuti vem se consolidando como um patrimônio cultural do país, reconhecendo e promovendo a rica produção literária nacional. A premiação valoriza todos os aspectos do setor editorial, dialogando com diversos públicos e adaptando-se às transformações sociais. A mestre de cerimônia deste ano foi Adriana Lessa, com sua presença cativante e carreira artística consolidada no teatro, cinema e televisão, abrilhantou o evento, tornando a celebração ainda mais especial. Compre o livro "Sempre Paris: crônica de Uma Cidade, Seus Escritores e Artistas " neste link.


Sobre o Autora do Livro do Ano 2024
Rosa Freire d'Aguiar nasceu no Rio de Janeiro. Jornalista nos anos 1970 e 1980, foi correspondente em Paris das revistas Manchete e IstoÉ. Voltou ao Brasil em 1986 e desde então trabalha como editora e tradutora literária. Entre os prêmios que recebeu por suas traduções estão o da União Latina de Tradução Científica e Técnica por "O Universo, os Deuses, os Homens", de Jean-Pierre Vernant; o Jabuti por "A Elegância do Ouriço", de Muriel Barbery; e o "Biblioteca Nacional por Bússola", de Mathias Enard. Rosa Freire d’Aguiar é agora, desta vez na categoria Livro do Ano, reconhecida pelo Prêmio Jabuti.  

 
Sinopse de “Sempre Paris: crônica de Uma Cidade, Seus Escritores e Artistas”
Ao combinar memórias e entrevistas, Rosa Freire d'Aguiar oferece um registro extraordinário de um lugar e de uma época pulsantes. Sempre Paris não é apenas um livro sobre a cidade; é uma jornada pelo tempo e pela cultura que ela representa. A autora oferece ao leitor conhecimento e uma experiência estética e sensorial. É uma leitura indispensável para aqueles que amam literatura, arte e, claro, tudo o que neles há de universal.

Durante os anos 1970 e 1980, Rosa Freire d'Aguiar trabalhou como correspondente internacional em Paris. Os restaurantes mais badalados da época, a chegada do primeiro avião comercial supersônico, a devolução do deserto do Sinai ao Egito, tudo que dizia respeito a cultura e política internacional virava notícia, que era rapidamente despachada por telex para o Brasil. E, claro, as longas entrevistas, que marcaram a era de ouro das publicações impressas.

Com um texto saboroso, na melhor tradição do jornalismo literário, a autora reconstitui a atmosfera fervilhante que dominava a cidade - dos cafés e livrarias até os embates sociais e políticos que permeavam o dia a dia dos franceses. Garanta o seu exemplar de"Sempre Paris: crônica de Uma Cidade, Seus Escritores e Artistas " neste link.


Homenagem do ano
Marina Colasanti
foi a escolhida como a Personalidade Literária da 66ª edição do Prêmio Jabuti. A escritora recebeu a homenagem por sua significativa contribuição à literatura brasileira, abordando temas universais com simplicidade e lirismo, conquistando leitores de todas as idades. 

Sua filha, Alessandra Colassanti, recebeu a homenagem representando a escritora. “É muito emocionante estar aqui hoje representando minha mãe. Quero expressar nossa gratidão por esta homenagem, que a reconhece com quase 60 anos de trabalho, dedicação e paixão por sua escrita. Como filha, sempre tive a imagem dela trabalhando intensamente, sentada à mesa, com uma movimentação interna impressionante, criando mundos e histórias que encantam leitores de todas as idades. Gostaria de agradecer também a todos os leitores que acompanharam sua trajetória ao longo desses anos. Essa homenagem é um reflexo do impacto profundo de sua obra”, disse Alessandra.

Sevani Matos, presidente da CBL, expressou entusiasmo com a realização de mais uma edição do prêmio: “Em suas décadas de existência, o Prêmio Jabuti passou por muitas transformações, consolidando-se como uma poderosa vitrine da produção literária em nosso país. É com grande alegria que realizamos este momento para celebrar a riqueza e a pluralidade da literatura nacional, destacando todos os envolvidos no processo criativo e na produção de uma obra literária”, afirmou.

Hubert Alquéres, curador do Prêmio, falou sobre a realização desta edição: “Ao longo dos anos, o Jabuti tem se consolidado como um marco da literatura brasileira, valorizando a liberdade de expressão. Nesta edição, recebemos um grande volume de inscrição de obras, um reflexo não apenas da longevidade do prêmio, mas de sua capacidade de se reinventar e dialogar com diferentes gerações de escritores e leitores. As inovações desta edição mostram que a premiação permanece atenta às transformações do mercado editorial e às demandas contemporâneas”

A cerimônia, transmitida ao vivo pelo canal do YouTube da CBL, está disponível na internet. Este ano, o Prêmio Jabuti contou com o patrocínio da Urbia, empresa especializada na gestão e preservação de patrimônios históricos e ambientais, e, pela segunda vez consecutiva, com o apoio da Indústria Gráfica Santa Marta.

.: "Cabo de Guerra", de Ilan Brenman e Guilherme Karsten, vence Prêmio Jabuti


O livro “Cabo de Guerra”, dos autores Guilherme Karsten e Ilan Brenman, publicado pela editora Moderna, foi o vencedor nas categorias de melhor Livro Infantil e Ilustração do Prêmio Jabuti 2024. O anúncio dos vencedores aconteceu na cerimônia realizada na noite da última terça-feira, dia 19 de novembro, no Auditório Ibirapuera, em São Paulo.

O livro aborda narrativas visuais inovadoras capazes de cativar leitores de todas as idades. Como uma divertida metáfora sobre a competição, a história apresenta personagens como uma linguiça, dois cachorros, um homem, uma mulher, um lobo e até ícones do futebol como Pelé e Maradona – todos envolvidos em uma disputa sem fim, repleta de confusões e provocações. A obra era finalista nas categorias Literatura Infantil e Ilustração.

Com mais de 80 obras lançadas e mais de 3 milhões de livros vendidos no Brasil e no mundo, Ilan Brenman é um autor versátil com obras sobre diversidade cultural do mundo, sobre a vida cotidiana e sobre as descobertas da infância. Com obras publicadas em mais de 15 idiomas, Ilan tornou-se autor exclusivo da Editora Moderna desde 2019. Em 2023, foi finalista do Jabuti com duas de suas obras na mesma edição: “A Espera” e “Desligue e Abra”. Compre o livro “Cabo de Guerra” neste link.


Sobre o autor
Naturalizado brasileiro, Ilan Brenman nasceu em Israel em 1973 e chegou ao Brasil aos seis anos de idade, ao lado de seus pais e de sua irmã. Filho de argentinos e neto de russos e poloneses, Ilan é um apaixonado pela tradição oral de diversos países e tem livros publicados na França, Itália, Alemanha, Polônia, Espanha, Suíça, Dinamarca, Argentina, Portugal, Coreia, China e no México.

Seus pais sempre incentivaram a leitura e tinham muitos livros em casa. Inclusive, a literatura francesa da estante materna, os existencialistas e os livros de psicologia sinalizaram ao jovem Ilan, aos 17 anos, uma carreira à vista: a Faculdade de Psicologia – na qual se formou pela PUC-SP. Mestre e Doutor pela Faculdade de Educação da USP, Ilan Brenman recebeu diversos prêmios, como o selo “Altamente Recomendável” pela FNLIJ (Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil) por 14 vezes, e o prêmio White Ravens (Alemanha).

“Para um escritor, viver de escrita por si só é uma conquista. Poder trabalhar com criatividade, trabalhar com texto e poder encontrar com as pessoas e falar de literatura, falar de livros, é um privilégio. Eu não sei se daqui dez anos vou querer fazer alguma coisa diferente. Talvez o meu anseio, meu grande sonho é fazer livros cada vez melhores”, diz Brenman, autor exclusivo da editora Moderna.
 

Sobre o ilustrador
Guilherme Karsten
é autor e ilustrador de livros. Formado em Publicidade & Propaganda, e com especialização em Design Gráfico, ele se dedica à ilustração editorial há quase 15 anos, tendo sido reconhecido por alguns prêmios como o Selo Cátreda Unesco, finalista do prêmio Jabuti e finalista Nami Concours (Coreia do Sul), além do prêmio Golden Plaque, da Eslováquia. Também foi o único autor brasileiro a vencer o Golden Pinwheel, na China, em 2019. Garanta o seu exemplar de “Cabo de Guerra” neste link.

.: "Despotismo Tropical", de Luiz Felipe Alencastro, é lançado nesta quinta-feira


Um dos mais importantes historiadores brasileiros, Luiz Felipe de Alencastro, lançará o livro "Despotismo Tropical: a Ditadura e a Redemocratização nas Crônicas de Julia Juruna" em São Paulo, nesta quinta-feira, dia 21, às 19h00, na Livraria Megafauna, no Edifício Copan.

No ano em que a República Brasileira completa 135 anos e que também marca os 60 anos do golpe militar, a obra organizada pelo historiador Rodrigo Bonciani reúne, pela primeira vez em livro, os artigos que reconstituem os acontecimentos-chave da abertura política e do processo de redemocratização. O evento propõe um debate entre Alencastro e Bonciani, mediado pela jornalista Flávia Marrero. Após o debate, haverá sessão de autógrafos.

A publicação reúne textos publicados no Le Monde Diplomatique em 1976, assinados sob o pseudônimo indígena Julia Juruna. Por trás desse nome estava o jovem Luiz Felipe de Alencastro, que abordava temas como as raízes violentas e o aparato repressivo do Brasil, a participação dos Estados Unidos no golpe de 1964 e a dependência econômica em relação ao mercado internacional. Compre o livro "Despotismo Tropical: a Ditadura e a Redemocratização nas Crônicas de Julia Juruna" neste link. 


Ficha técnica
"Despotismo Tropical: a Ditadura e a Redemocratização nas Crônicas de Julia Juruna"

Autor: Luiz Felipe de Alencastro
Páginas: 192
Editora: Tinta-da-China Brasil
Compre o livro neste link

Serviço
Bate-papo com Luiz Felipe Alencastro (autor) e Rodrigo Bonciani (organizador), com mediação da jornalista Flávia Marrero
Data: quinta-feira, dia 21 de novembro, às 19h00
Local: Livraria Megafauna do Copan
Av. Ipiranga, 200
Evento aberto e gratuito / Haverá sessão de autógrafo após o bate-papo

.: "A Bailarina Fantasma" em cartaz no Espaço 28, no Bom Retiro


Depois de estrear no CCSP, a peça-instalação retorna ao espaço intimista onde foi criada, para quatro únicas apresentações; o espetáculo parte da escultura icônica de Degas para falar do apagamento da visibilidade de uma bailarina clássica negra. Haverá também atividades paralelas, com bate-papos e oficina. Foto: Helton Nóbrega


Depois de uma curta e concorrida temporada no Porão do CCSP - Centro Cultural São Paulo - a peça "A Bailarina Fantasma" volta em cartaz para quatro únicas apresentações - de 21 a 24 de novembro de 2024, quinta a domingo, às 20h00 - no Ateliê do encenador Wagner Antônio, localizado no 1º andar do Espaço 28 (Rua Anhaia, 987 - Bom Retiro), com entrada gratuita. 

A obra cênica parte da polêmica escultura "A Bailarina de 14 Anos", do pintor e escultor francês Edgar Degas (1834-1917), e das memórias da bailarina brasileira Verônica Santos para destacar as violências físicas e simbólicas sofridas pela artista em seu processo de formação em dança, bem como as tentativas de apagamento de sua visibilidade ao longo de sua carreira como bailarina clássica negra. 

A partir de um pensamento curatorial articulado por Fernando Gimenes, idealizador do projeto, foram reunidos profissionais com fortes traços autorais como Dione Carlos na dramaturgia, Wagner Antônio na encenação e criação da instalação, Natália Nery na trilha sonora original executada ao vivo, além de Verônica Santos. O espetáculo revela, em uma ‘peça-instalação’ (conceito e pesquisa de longa data do encenador junto ao Grupo 28 Patas Furiosas), os bastidores do universo da dança clássica e da escultura que virou um marco na história da arte moderna.

“Com a mediação artística-psicanalítica de Rafael Costa no levantamento da minha biografia e de materiais para a composição da nossa dramaturgia, acessei muitas das minhas memórias. Voltamos para a minha infância e avançamos até o momento presente em que me encontro na melhor forma de me expressar”, conta Verônica. 


Degas e suas esculturas
Edgar Degas tinha grande interesse por bailarinas, tema de mais da metade de suas duas mil obras, em que retratava o corpo de balé da Ópera de Paris em palco, ensaios e momentos de descanso. Na ópera, ele conheceu Marie van Goethem, uma estudante de balé de 13 anos, que posou para sua escultura "A Bailarina de 14 Anos", exposta em 1881. A obra, inovadora ao usar cera, cabelo real e tecido, recebeu críticas por parecer estranha e animalesca, mas se tornou icônica, com 28 cópias em bronze em museus renomados como o Museu d'Orsay e o MASP.

Sobre as réplicas, como elas são feitas em bronze, um material que escurece quando exposto à ação do tempo, muitas pessoas pensam que a bailarina retratada era uma jovem negra. O que ao longo dos anos gerou diversos atos de cunho racista sobre a obra, chegando a nomearem como "A Pequena Macaca de 14 Anos", conta Fernando Gimenes, idealizador do projeto.

As experiências de Verônica ecoam na escultura de Degas, onde, segundo Fernando Gimenes, o aparente descanso da bailarina revela, em um olhar mais atento, a tensão e o sofrimento de manter a postura. Este foi um dos temas da exposição "Degas", no Masp em 2020, onde a artista brasileira Sofia Borges criou fotos em grande escala das esculturas, especialmente da "Bailarina de 14 anos". Borges focou na expressão dos olhos e músculos, trocando a delicadeza tradicional por sombras que destacam as tensões sociais e críticas da obra.

Para Verônica, que cresceu em uma família preta e periférica, o balé foi uma oportunidade de educação, mas sua formação no ambiente foi desafiadora. “Passei anos em salas de balé, pois meus pais viam nisso uma chance de sociabilização”, afirma, ressaltando a busca por uma linguagem que represente suas vivências e subjetividade. “Eu aprendi duas técnicas específicas, uma francesa e uma russa, que nada têm a ver com um corpo negro ou tipicamente brasileiro. Depois, fui conhecer o trabalho das norte-americanas, incluindo o sapateado. Mas eu sempre sentia que aqueles ambientes não me queriam”, completa.  

Para Dione Carlos, dramaturga de A Bailarina Fantasma, o espetáculo é um ritual de libertação do corpo. “Queremos mostrar uma mulher renascendo. E como tenho investigado o poder do erotismo, principalmente quando falamos em corpos subalternizados, tenho construído uma espécie de quilombo-erótico-místico nos meus projetos”, explica a dramaturga. Verônica e Dione dialogam e planejam uma vingança, mas contra o colonialismo, contra o sistema, contra o racismo. É um plano de vingança subjetivo e poético, compartilhado com a plateia. 


A encenação - instalação
O público acompanha a cena de forma livre, sem lugares fixos. A intérprete e a equipe técnica guiam os espectadores por um ambiente imersivo, agora no Espaço 28, que oferece uma atmosfera mais intimista que o Porão do CCSP.

A pianista Natália Nery cria a atmosfera sonora no piano elétrico, inspirada no estilo experimental de John Cage. Ela toca composições originais, além de referências clássicas como “O Lago dos Cisnes” e músicas icônicas de Nina Simone, enquanto a voz de Dione ecoa pelo espaço, trazendo a influência das peças radiofônicas ao espetáculo. “Para mim, essa bailarina fantasma também é a memória corporal da primeira diáspora da humanidade, que foi a saída de África. Com esse espetáculo eu gostaria de resgatar essa nossa vocação para a dança”, completa Dione. 

Programação complementar
Para ampliar os assuntos trazidos em "A Bailarina Fantasma", haverá uma programação extra, com bate-papos e oficinas. Após as apresentações dos dias 22 e 23 de novembro, a equipe envolvida no espetáculo promoverá encontros públicos, para expandir referências e pesquisas para pessoas que se interessem pelo tema da interseccionalidade de linguagens artísticas e das artes visuais para criação de obras teatrais inéditas.

Na sexta-feira, dia 22 de novembro, acontece a conversa “Teatro das Matérias”, com a artista plástica, escultora e artista intermídia Laura Vinci, sobre sua pesquisa e obra, recentemente lançada em livro, homônimo, pela editora Nara Roesler. No sábado, dia 23 de novembro, o artista visual Ramo participa do encontro “Ramificar e Vilanizar”, em que trata do conceito de “vilanismo” e de sua obra e pesquisa para a criação da exposição "Ramificar”. Ramo é vilão, artista visual, educador e gestor cultural. 

Nos dias 23 e 24 de novembro, sábado e domingo, das 14h00 às 17h00, acontece a oficina “Por Uma Prática Curatorial Mediadora e Colaborativa em Artes Cênicas”, com Felipe de Assis, artista da cena, Mestre em Artes Cênicas pela UFBA, pesquisador e curador do Centro Cultural Futuros - Arte e Tecnologia (RJ) e do Festival Internacional FIAC BAHIA (BA). As inscrições são gratuitas e os encontros contarão com acessibilidade em Libras – Língua Brasileira de Sinais.


Sinopse de "A Bailarina Fantasma"
A peça-instalação foi criada a partir da icônica e polêmica escultura francesa "A Bailarina de 14 anos", do escultor Edgar Degas, em fricção com os relatos autobiográficos da bailarina brasileira Verônica Santos. Com encenação e instalação cênica de Wagner Antonio e dramaturgia inédita de Dione Carlos, o espetáculo revela um corpo fraturado por violências físicas e simbólicas e também por tentativas de apagamento da visibilidade de uma bailarina clássica negra. A obra propõe uma espacialidade imersiva onde a performer e a dramaturga ritualizam um diálogo íntimo e, diante do público, elaboram um plano de vingança.


Ficha técnica
Espetáculo "A Bailarina Fantasma" | Idealização e Direção de Produção: Fernando Gimenes | Produção: Plataforma – Estúdio de Produção Cultural  | Atuação: Verônica Santos | Dramaturgia: Dione Carlos | Pianista: Natália Nery | Encenação e instalação cênica: Wagner Antônio | Diretora Assistente: Isabel Wolfenson | Mediação Artística-Psicanalítica: Rafael Costa | Equipe técnica performativa: Laysla Loysle, Ijur Sanso, Lucas JP Santos, Camila Refinetti, Denis Kageyama, Guilherme Zomer, Marina Meyer | Acessibilidade: Sina – Acessibilidade e Produção | Designer Gráfico: Murilo Thaveira | Fotos: Helton Nóbrega e Noelia Nájera | Redes Sociais: Jorge Ferreira | Fisioterapeuta: Claudia Carahyba | Professora de balé: Aurea Ferreira | Assistente de Produção: Bruno Ribeiro | Técnico de Gravação em Áudio: Fabrício Zava | Assessoria de Imprensa: Canal Aberto - Márcia Marques, Carol Zeferino e Daniele Valério


Serviço
Espetáculo "A Bailarina Fantasma"
Data: 21 a 24 de novembro de 2024, quinta a domingo, às 20h00.
Local: Espaço 28 - 1º Andar - Rua Anhaia, 987 - Bom Retiro/São Paulo
Ingresso: Gratuito (Reservas a partir do dia 14/11 pelo Instagram  @abailarinafantasmateatro) – Público reduzido.
Duração: 75 minutos.
Classificação: 18 anos.
Acessibilidade: Todas as sessões contarão com acessibilidade em Libras – Língua Brasileira de Sinais.


Encontros públicos e oficina
Local: 1º Andar do Espaço 28 - Rua Anhaia, 987, Bom Retiro, São Paulo, SP. Acessos gratuitos, com reservas a partir do dia 14/11, pelo Instagram @abailarinafantasmateatro – Vagas limitadas.  Haverá tradução de LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais


"Teatro das Matérias", com a artista plástica Laura Vinci.
Data: 22 de novembro de 2024, sexta, depois da sessão
A relação com o teatro, iniciada em 1998 no Teatro Oficina, tornou-se um lugar central de experimentação e exploração de temas já abordados há alguns anos por ela nas artes visuais, ampliando assim, o discurso e a potência de seu trabalho.


"Ramificar e Vilanizar", com o artista visual Ramo.
Data: 23 de novembro de 2024, sábado, depois da sessão
A exposição Ramificar apresenta um artista atento às questões afrofuturistas e quilombistas, consciente dos estigmas que o racismo impõe a corpos negros. “Vilanizar” como contragolpe ao enquadramento dos fantasmas da masculinidade hegemônica que ditam o que ser e aos poucos matam. 


Oficina "Por Uma Prática Curatorial Mediadora e Colaborativa em Artes Cênicas", com Felipe de Assis
Datas: 23 e 24 de novembro de 2024, sábado e domingo, das 14h00 às 17h00.
As noções de mediação e colaboração, oriundas respectivamente da curadoria em artes visuais e das práticas artísticas em artes cênicas, podem contribuir à formulação de uma prática curatorial em artes cênicas. A construção de uma prática curatorial atenta ao pressuposto da emancipação é um exercício de alteridades, deslocamentos constantes entre as posições usualmente estabelecidas pelos envolvidos, para a produção de um contexto tão performativo quanto o teatro com o qual dialoga.

.: "Memorial do Futuro Recente" faz nova temporada no Teatro Cacilda Becker


O espetáculo tem direção de Nelson Baskerville, dramaturgia de Diones Camargo e o ator Thiago Brianti no elenco. O texto retrata uma existência marcada por abandono,  perda, luto e pelos horrores do regime militar. Foto: Jennifer Glass


Um questionamento filosófico sobre o conceito de memória a partir de uma ferida aberta nacional, a ditadura civil-militar brasileira, é o que propõe o solo "Memorial do Futuro Recente", com direção de Nelson Baskerville e atuação de Thiago Brianti. O espetáculo tem nova temporada no Teatro Cacilda Becker, entre 21 e 24 de novembro. 

O texto tem como principal inspiração, de acordo com o dramaturgo Diones Camargo, uma matéria sobre crianças sequestradas pela ditadura militar que foram obrigadas a presenciar seus pais sendo violentamente torturados pelos agentes da repressão. Tais horrores vivenciados em cativeiro causariam nelas traumas psicológicos severos, levando algumas até mesmo ao suicídio, anos depois. 

“Esses relatos de horror e desumanidade que atestam a perversidade do Estado e de todos os envolvidos com a ditadura no Brasil se tornou a faísca para que eu imaginasse a trajetória fictícia desse menino desde seu nascimento - período este que coincidiria com a instauração do regime de exceção no país com o Golpe de 1964 até seu término em 1985, com a redemocratização”, explica o autor.

A peça fala justamente dessa existência marcada por abandono, perda, luto e pelos horrores de uma Ditadura Militar que perseguia, torturava e apagava qualquer traço de humanidade daqueles que insistiam em confrontá-la. Um trajeto doloroso e obscuro, iluminado apenas pelos lampejos de uma voz inconformada que, apesar de tudo, ainda insiste em se lembrar.

“Acreditamos que os culpados pelos crimes tenham de ser punidos pela lei. Mas em paralelo, acho que a cultura e a arte não podem parar de falar da ditadura, suas causas e efeitos. Trabalhar o tema artisticamente é uma das formas de abordar o problema nas consciências individuais, lembrar do que não pode ser esquecido, dar voz às vítimas e aos seus familiares e ainda tocar de maneira subjetiva, como só a arte consegue”, comenta o ator Thiago Brianti, que revela ser este o primeiro monólogo de sua carreira.

Já a encenação, antecipa Nelson Baskerville, é bem fiel à dramaturgia. “Como se trata de um memorial, estamos resgatando a história do personagem através de fotografias, vídeos e áudios originais da ditadura como, por exemplo: a implementação do AI 5. Além disso sua memória também será resgatada através dos desenhos que o personagem teria feito quando criança”, esclarece.

“O Teatro de Arena e o Teatro Oficina foram, até serem proibidos, um grande aliado da reação ao golpe de 64. Acredito que o teatro poderia formar toda uma geração consciente das violências que vivemos”, afirma o diretor.

Sinopse de "Memorial do Futuro Recente"
No corredor das memórias esquecidas, uma criança cujos pais foram torturados, volta já adulto aos porões da ditadura. Seu corpo fora do tempo percorre o trajeto doloroso e obscuro, iluminado apenas pelos lampejos da voz inconformada que, apesar de tudo, insiste em se lembrar. Diante dos olhos fechados dos interlocutores, sua história familiar se confunde com um período sombrio da História do Brasil. Um memorial da existência marcada por abandono, perda, luto e pelos horrores de um regime de exceção. 

Ficha técnica
Espetáculo "Memorial do Futuro Recente"
Idealização: Nelson Baskerville e Thiago Brianti
Dramaturgia: Diones Camargo
Direção: Nelson Baskerville
Diretora Assistente e Colaboração Criativa: Anna Zêpa
Atuação: Thiago Brianti
Cenário: Nelson Baskerville
Ilustrações do Cenário: Nelson Baskerville
Pintura da Lona: Eluzai Goulart - ZUZA
Aderecista Banheira: Ludoviko Bütcher
Figurino: Marichilene Artisevskis
Desenho de Luz: Felipe Tchaça
Direção Musical: Daniel Maia
Direção de Imagem e Vídeomapping: André Grynwask e Pri Argoud [Um Cafofo]
Operação de Som: Gabriel Müller
Operação de Luz: Felipe Tchaça e Paula Selva
Operação de Vídeo: Allyson Lemos
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio
Diagramação e Filmagem: João Paulo Melo
Redes Sociais: May Nimmy
Fotos: Jennifer Glass
Direção de Produção: Iza Marie Miceli
Realização: ADAAP - Associação dos Artistas Amigos da Praça


Serviço
Espetáculo "Memorial do Futuro Recente", de Diones Camargo
Direção: Nelson Baskerville
Classificação:  16 anos
Duração: 70 minutos

Teatro Cacilda Becker
Rua Tito, 295 - Lapa / São Paulo
Temporada: 21 a 24 de novembro
De quinta a sábado, às 21h00, e no domingo, às 19h00
Ingressos: gratuito
Capacidade: 198 lugares

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

.: Crítica: "A Favorita do Rei" é história de amor escandalosamente apaixonante

Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em novembro de 2024


O drama histórico "A Favorita do Rei", em cartaz na Cineflix Cinemas de Santos, durante o 15º Festival Varilux de Cinema Francêsé puro deleite cinematográfico. Seja por conta da escala de elenco que inclui, o na época temido, Johnny Depp, que retorna em grande estilo para as telonas, cenários de encher os olhos, figurinos impecáveis e narrativa empolgante. Dirigido e protagonizado por Maïwenn, o longa que detalha o caminho traçado por Jeanne du Bécu, desde a origem da filha ilegítima de um monge e uma costureira até alcançar o posto de amante do Rei Louis XV, chegando até a morte por guilhotina.

A produção foca na história de amor do rei e sua amante predileta, personagem controversa da era pré-Revolução Francesa, assim como as variadas rejeições sofridas por ela. Figura central de escândalos da corte, porém entregue ao amor do rei, dona de uma personalidade forte e indubitavelmente feminista, Jeanne não se curva mesmo sofrendo constantes ataques de total humilhação das filhas do rei. 

A história da cortesã que se tornou condessa para poder conviver com o rei sem que levantasse grande suspeitas é retratada sem grandes revelações, embora entregue uma trama totalmente fluída, o que fisga o público para o drama de época. Tanto é que entrega duas cenas emocionantes, ambas de despedida do casal, Jeanne e Louis com o auxiliar La Borde (Benjamin Lavernhe).  

Além de Maïwenn entregar uma atuação apaixonante, há outro ponto interessante de "A Favorita do Rei" com o americano Depp no elenco, é tê-lo nas cenas falando francês com seus trejeitos e sua forma única de interpretar. O apaixonante filme é indiscutivelmente um dos melhores do Festival Varilux de 2024, logo imperdível! 


O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.

"A Favorita do Rei" (Jeanne Du Barry). Ingressos on-line neste linkGênero: drama históricoClassificação: 14 anos. Duração: 1h57. Ano: 2024. Distribuidora: Mares Filmes. Direção: MaïwennRoteiro: Maïwenn, Teddy Lussi-Modeste, Nicolas Livecchi. Elenco: Maïwenn, Johnny Depp, Benjamin LavernheSinopse: Jeanne Vaubernier, uma jovem de origem humilde, está determinada a sair da sua condição, usando seus encantos. Seu amante, o conde Du Barry, que se beneficia muito dos relacionamentos lucrativos de Jeanne, decide apresentá-la ao Rei. Com a ajuda do influente duque de Richelieu, ele organiza o encontro. Contra todas as expectativas, Luís XV e Jeanne se apaixonam intensamente. Com a companhia da cortesã, o Rei redescobre o prazer de viver, a tal ponto que não consegue mais ficar sem ela e decide torná-la sua favorita oficial. Isso causa um escândalo, pois ninguém quer uma garota “da rua” na Corte. Confira os horários: neste link

Trailer "A Favorita do Rei"



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Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação.

O cantor e compositor Leo Russo está comemorando 15 anos de carreira em um momento mais do que especial: álbum novo, show novo e a espera do primeiro filho com a esposa Isabella. Chega nas plataformas digitais o álbum “A Gente Merece”, título de uma das faixas. A direção musical ficou a cargo de Alessandro Cardozo, que também assina a direção do show de lançamento no Teatro Rival Petrobras, no dia 3 de dezembro.

Afilhado da saudosa cantora Beth Carvalho e do produtor musical Rildo Hora, Leo Russo começou a frequentar as rodas de samba cariocas aos 11 anos, quando ganhou seu primeiro cavaquinho. Foi então que teve os primeiros contatos com alguns de seus ídolos, Ídolos que, mais tarde, seriam seus parceiros, como Xande de Pilares, Monarco e Moacyr Luz, com quem compôs “Isabella”, faixa do novo álbum.

Do novo álbum, já estão disponíveis no streaming “Isabella” e “João do Méier”, em que Leo Russo homenageia um de seus ídolos de infância: João Nogueira. Esta é uma música só de Leo Russo, mas no álbum há várias feitas com outros parceiros além de Moacyr Luz e Léo Peres, como Fagner, Xande de Pilares, Monarco e Rildo Hora, que também fez alguns arranjos, assim como Alessandro Cardozo e Paulão 7 Cordas.

O fato de ter contato com figuras ilustres do samba deve ter influenciado positivamente na sua formação musical. O disco tem composições bem inspiradas na linha do samba tradicional carioca. E Leo Russo é um ótimo intérprete, com aquela malemolência necessária para todo sambista. A gente merece ouvir esse disco.

"Isabela"

"João do Meier"

.: “Sobre a 'Filosofia Africana'”, um dos cem melhores livros africanos do século


Primeira edição brasileira de um dos maiores clássicos do pensamento africano, “Sobre a 'Filosofia Africana'”, lançado pela editora Zahar, é um convite para o engajamento crítico com o trabalho de estudiosos africanos num mundo moderno que tanto se sustentou na negação racista da capacidade intelectual de pessoas negras. As aspas no título não são um detalhe, pois simbolizam um olhar que coloca sob suspeita a ideia de uma filosofia africana produzida a partir de lentes eurocêntricas.

Desenvolvendo uma contundente crítica à etnofilosofia, baseada na suposta existência de um pensamento coletivo africano, Paulin J. Hountondji defende a passagem da África-objeto para a África-sujeito, de modo que a filosofia africana nada mais que é “o conjunto de textos produzidos por africanos e qualificados como filosóficos por seus próprios autores”.

Assim, o que está em jogo no uso do adjetivo “africana” não é um sentido essencialista, mas a busca pela afirmação de um protagonismo negro-africano na filosofia que não está submetido aos ditames de uma ciência eurocêntrica. Ao longo do livro, o autor põe em prática sua visão ao dialogar criticamente com Aimé Césaire, Kwame Nkrumah, Leopold Senghor, Anton Wilhelm Amo, entre outros. Compre o livro “Sobre a 'Filosofia Africana'” neste link.

O que disseram sobre o livro
“Sobre a 'Filosofia Africana'” é um marco incontornável e um divisor de águas sobre a pesquisa, a legitimidade e os impactos políticos daquilo que fazemos com as filosofias africanas, seja no próprio continente negro, aqui na diáspora ou em qualquer outro lugar do mundo.” —  Wanderson Flor do Nascimento

“Um filósofo cuja crítica à era colonial da antropologia ajudou a transformar a vida intelectual africana, rebelando-se contra os esforços de submeter modos africanos de pensar a uma visão de mundo europeia.” — The New York Times


Sobre o autor
Paulin J. Hountondji (1942-2024) nasceu no Benin. Foi o primeiro estudante africano de Filosofia na Escola Normal Superior de Paris e trabalhou como professor na Universidade Nacional da República de Benin. Foi também Ministro da Educação no Benin. “Sobre a 'Filosofia Africana'”, eleito um dos cem melhores livros africanos do século XX, ganhou o Herskovits Prize em 1984. Garanta o seu exemplar de “Sobre a 'Filosofia Africana'” neste link.


Ficha técnica
“Sobre a 'Filosofia Africana'”

Autor: Paulin J. Hountondji
Tradução: César Sobrinho
Número de páginas: 344
Editora: Zahar
Compre o livro neste link.

.: "Mito, Literatura e o Mundo Africano", um livro pioneiro para o conhecimento


Lançado pela editora Zahar, "Mito, Literatura e o Mundo Africano" é um livro pioneiro para o conhecimento das epistemologias africanas. Exibindo erudição enciclopédica, notável sofisticação conceitual e um senso crítico mordaz, Wole Soyinka - primeiro escritor africano a receber o Prêmio Nobel de Literatura, em 1986 - elabora o que ele chama de “autoapreensão do mundo africano”. A tradução é de Karen de Andrade.

Publicado originalmente em 1975, a obra é fruto de uma série de palestras ministradas em Cambridge. Trata-se de uma densa análise da história, literatura, mitos e rituais iorubás cujo fito é apresentar a mitologia africana como um complexo sistema de pensamento, um rico repositório de saberes, valores civilizatórios e, sobretudo, um coeso horizonte normativo (ético, moral e estético) que orienta a vida coletiva. O resultado é uma obra-prima, que se tornou um clássico no estudo das relações entre a visão de mundo africana e o cânone intelectual ocidental.

Apesar dos fortes laços que a unem ao Brasil, a imagem geral que temos de África ainda é a de um continente distante e quase desconhecido. Soyinka nos oferece ferramentas indispensáveis para realizar a tarefa urgente de aguçar nossa percepção - e ampliar nosso conhecimento - sobre o repertório intelectual africano e, assim, reposicionar a importância de seu legado para nós. Compre o livro "Mito, Literatura e o Mundo Africano" neste link.

“Neste livro seminal, Soyinka explica os deuses iorubás como figurações simbólicas da linguagem, atos de literatura, metáforas e alegorias, à maneira como entendemos os deuses gregos. Em outras palavras, ele vira o jogo: revelando a extraordinária riqueza do panteão iorubá, permite que este seja o ângulo a partir do qual enxergar a literatura europeia clássica.” — Henry Louis Gates Jr.


Sobre o autor
Wole Soyinka nasceu em Abeokuta, na Nigéria, em 1934. De origem iorubá, foi o primeiro escritor africano a receber o Prêmio Nobel de Literatura, em 1986. Sua obra é vasta, abrangendo ficção literária (adulta e infantil), poesia, dramaturgia, memórias e ensaios. Ocupou a cadeira titular de literatura comparada da Universidade de Ifé (1975-1999) e foi professor visitante em universidades como Cambridge, Sheffield e Yale. Garanta o seu exemplar de "Mito, Literatura e o Mundo Africano" neste link.


Ficha técnica
"Mito, Literatura e o Mundo Africano"

Autor: Wole Soyinka
Tradução: Karen de Andrade
Número de páginas: 232
Editora: Zahar
Compre o livro neste link

.: O 32° Festival MixBrasil de Cultura da Diversidade chega ao Sesc Digital


Oito curtas e médias-metragens selecionados pelo Festival podem ser conferidos no streaming do Sesc. Produções ficam disponíveis até dia 30 de novembro. Cena de “A Mão Esquerda”, do Festival MixBrasil, pode ser visto na plataforma Sesc Digital


Até dia 30 de novembro, o público do Sesc Digital poderá acompanhar parte da seleção do 32° Festival MixBrasil de Cultura da Diversidade, dedicado a produções artísticas que falam e tratam da diversidade LGBT+.  Na plataforma estarão disponíveis oito filmes de diferentes países e temáticas que podem ser vistos gratuitamente, em todo o território nacional. Os títulos podem ser conferidos através do aplicativo, disponível nas lojas Google Play e App Store, e pelo site sescsp.org.br/festivalmix.

As temáticas abordadas são diversas e incluem amor e luto, como em "Corações Partidos" e o preconceito sofrido por um menino que é declarado “anormal” por sua professora da escola, em "A Mão Esquerda". Já "As Gaivotas Cortam o Céu" conta a história de uma dona de bar que está para falir e encontra nos braços de uma garçonete um abrigo seguro. O filme fez parte da Seleção da Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes. 

O descaso com o corpo da multiartista Claudia Wonder, que teve sua sepultura abandonada, é o tema do documentário "A Dita Filha de Claudia Wonder". Enquanto "Me Chame Ro" mostra a jornada de autodescoberta e transição de identidade de uma jovem raver queer mexicana. O brasileiro "Eu Não Posso Fazer Nada" fala da relação de uma filha que volta para a casa para ver a mãe que está doente terminal. Uma lésbica negra conta a história de como conheceu sua parceira em "Um Poema Chamado Love Jones". E "Chá Revelação" mostra uma festa de revelação de gênero de um trio trans. Assista gratuitamente em sescsp.org.br/festivalmix ou no aplicativo Sesc Digital

Cena de “As Gaivotas Cortam o Céu” que faz parte da programação do MixBrasil e da Seleção da Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes.


"Corações Partidos"
Dir.: Frédéric Lavigne | França | 2024 | 34 min | Ficção | 14 anos | Legendado
Paris, 1992. Julien, um mestrando em ciências, descobre a morte de Christophe, um jovem cabeleireiro suburbano que ele havia conhecido alguns meses antes. Ele parte em uma jornada, refazendo sua história para tentar entender e perdoar.


"As Gaivotas Cortam o Céu"
Dir.: Mariana Bártolo, Guillermo García López | Portugal, França | 2023 | 19 min | Ficção | 14 anos | Legendado
Densa atmosfera de mudança e greves sindicais no porto de pesca do Porto. Clara, dona de um bar de pescadores ameaçado de fechamento, encontra nos braços de Raquel, garçonete em cruzeiros, o único abrigo para expressar seus medos e contradições. Seleção da Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes.


"A Dita Filha de Claudia Wonder"
Dir.: Wallie Ruy | Brasil | 2024 | 24 min | Documentário, Experimental | 12 anos
Claudia Wonder morre em 2010 tendo sua sepultura abandonada em uma terra batida sem foto ou identificação. "A Dita Filha de Claudia Wonder" reivindica o direito à ethernidade de suas trancestralidades.


"A Mão Esquerda"
Dir.: Maxime Robin | Canadá | 2023 | 14 min | Ficção | Livre | Legendado
A mãe do jovem Maxime começa a se preocupar com ele quando sua professora da 2ª série o declara "anormal".


"Me Chame Ro"
Dir.: Carolina Meza | México | 2024 | 20 min | Ficção | 16 anos | Legendado
Romelia, uma jovem raver queer mexicana, inicia uma jornada de autodescoberta e transição de identidade. Essa exploração impõe dificuldades ao seu relacionamento com El Flako (com quem tem uma certa brecha geracional), rompendo e questionando sua rotina com novas necessidades e desejos.


"Eu Não Posso Fazer Nada"
Dir.: Tiago Tereza | Brasil | 2024 | 15 min | Ficção | 12 anos
O filme trata da relação de Erika e sua mãe, que retorna à casa da filha no interior de Minas Gerais, numa região conhecida pela intensa mineração. Enferma, a mãe padece de uma doença terminal. Os dias se passam, as relações vão ficando mais difíceis, e o cinema opera.


"Um Poema Chamado Love Jones"
Dir.: Linda Neveah Denson, Diana Khong | Estados Unidos | 2023 | 6 min | Ficção | 14 anos | Legendado
Por meio de sua palavra falada, uma lésbica negra conta a bela história de como conheceu sua parceira em uma festa de aniversário.


"Chá Revelação"
Dir.: Mo Matton | Canadá | 2024 | 13 min | Ficção | 16 anos | Legendado
Rhys, fazendo de tudo para agradar, acaba na festa de revelação de gênero do chefe com seus dois parceiros. O trio trans logo percebe que está lidando com mais do que estava preparado e sua capacidade de sobreviver ao evento é questionada.


+Cinema #EmCasaComSesc
Lançada pelo CineSesc em junho de 2020, a série +Cinema #EmCasaComSesc já exibiu gratuitamente mais de mil títulos, entre longas e curtas-metragens, nacionais e estrangeiros, recebeu mostras e festivais e levou mais de 15 milhões de espectadores à plataforma Sesc Digital.


+ Sesc Digital
A presença digital do Sesc São Paulo vem sendo construída desde 1996, sempre pautada pela distribuição diária de informações sobre seus programas, projetos e atividades e marcada pela experimentação. O propósito de expandir o alcance de suas ações socioculturais vem do interesse institucional pela crescente universalização de seu atendimento, incluindo públicos que não têm contato com as ações presenciais oferecidas nas 40 unidades operacionais espalhadas pelo estado. No ar desde 2020, a plataforma Sesc Digital apresenta gratuitamente ao público conteúdos de diversas linguagens artísticas, como teatro, música, literatura, dança, artes visuais, entre outras. Com curadoria do CineSesc, a programação de cinema oferece ao público, filmes premiados, clássicos e contemporâneos, ficções e documentários, produções brasileiras e de várias partes do mundo.

.: Mostra de Cinema Israelense destaca cineasta brasileiro e traz mais filmes


A abertura presencial para convidados será com a exibição do filme "June Zero", de Jack Paltrow, inédito no Brasil

Nesta quinta-feira, dia 21 de novemnro, começa a 3ª edição da Mostra de Cinema Israelense, realizada pelo Instituto Brasil-Israel (IBI). O evento, que tem apoio do Sesc e acontece de forma online e gratuita, traz, até o dia 27, opções de filmes que retratam a possibilidade da coexistência na região, justamente em tempos de conflito, como o "Cinema Sabaya". Dirigido por Orit Fouchs Roten, o drama conta a história de um grupo de mulheres árabes e judias incentivadas a documentarem suas vidas.

À medida que cada uma partilha imagens da sua vida doméstica com as demais, suas crenças e preconceitos são desafiados e as barreiras são derrubadas. O grupo se reúne como mães, filhas, esposas e mulheres que vivem em um mundo projetado para mantê-las separadas, formando um vínculo fortalecedor e duradouro à medida que aprendem mais umas sobre as outras e sobre si mesmas. É o retrato da capacidade da arte de unir comunidades díspares e um improvável grupo de amigas.

Um dos destaques da mostra, que tem a curadoria de Bruno Szlak, é o espaço dedicado ao cineasta David Perlov, brasileiro que revolucionou a arte das telonas em Israel. Serão exibidas algumas de suas obras, como o “Em Jerusalém”, de 1963, considerado um dos filmes mais poéticos já produzidos no país; o “42:6”, uma biografia livre do líder David Ben-Gurion, consagrada figura nacional; e os seis capítulos dos “Diários”, registros pessoais de Perlov que testemunham a realidade de Israel. O filme é considerado uma mistura de filmes caseiros, documentário político e cinema-verité, o que lhe dá todas as características de uma obra única.

A abertura presencial para convidados será com a exibição do filme "June Zero", de Jack Paltrow, inédito no Brasil. A obra faz um retrato terno, embora cínico, de Israel: um novo país em uma terra velha, lutando contra as dores crescentes de estabelecer sua presença tanto para a comunidade internacional quanto para seu próprio povo.


Filme "June Zero", inédito no Brasil
A programação contempla ainda os filmes Hamenaztchim, de Eliran Peled, também inédito no Brasil, musical que acompanha dois casais do Kibutz Netzer Sirani, cujas vidas tomam rumos dramáticos no pós-guerra de 1967; e o documentário In the Same Boat, que conta a história de árabes-israelense que, durante o ataque de 7 de outubro de 2023, enfrentaram todos os riscos e salvaram vidas de civis, destacando o espírito de comunidade e coragem. Esse filme será exibido presencialmente e fechará a 3ª edição da Mostra de Cinema Israelense.

"Nesse momento em que vivemos uma certa escuridão, temos que recorrer à luz da cultura para nos dar esperanças de dias melhores. A Mostra de Cinema Israelense afirma nossa resiliência e vontade de trilhar esse caminho e mostrar que as manifestações culturais alimentam a nossa alma", afirma Bruno Szlak, curador da mostra.


Serviço
3ª Mostra de Cinema Israelense
De 21 a 27 de novembro de 2024
On-line e gratuito
Assista em sescsp.org.br/cinemaemcasa

domingo, 17 de novembro de 2024

.: Novo, "Diário de Um Banana 19" ensina crianças a lidarem com frustrações


Em "Baita Lambança", 19º volume de "Diário de Um Banana", o escritor e ilustrador Jeff Kinney apresenta mais uma aventura de Greg Heffley, que sai completamente fora do planejado. Nessa história, publicada no Brasil pela VR Editora, o protagonista tem os planos frustrados quando precisa viajar com toda a família para a praia durante as férias de verão. A tradução é de Alexandre Boide.

Por meio de uma narrativa bem-humorada, quadrinhos divertidos e situações desastrosas, o autor, best-seller do New York Times, ensina às crianças a se prepararem para o inesperado e de qual forma se adaptar quando as próprias expectativas não forem atendidas. Afinal, Greg vai mostrar aos pequenos leitores como lidar com os imprevistos de forma leve e descontraída. Compre o livro "Diário de Um Banana 19: baita Lambança" neste link.


"Diário de Um Banana 19": Greg mostra o lado mais desastroso das férias em família
Com lições bem-humoradas sobre união familiar, série best-seller escrita por Jeff Kinney chega ao 19º volume no Brasil pela VR Editora. Greg Heffley tinha o plano perfeito para o verão: descansar, ficar longe do sol escaldante e curtir ao máximo possível o período longe da escola. 

Mas o protagonista do "Diário de Um Banana" não esperava ter que passar as férias com a família reunida - incluindo os primos irritantes e as tias que nem sempre se dão bem umas com as outras. Para piorar, todos vão se reunir em uma casa de praia minúscula a fim de realizar o desejo de sua avó: criar lembranças felizes e comemorar o aniversário de 75 anos ao lado daqueles que ama.

É assim que inicia mais uma jornada hilária e desastrosa do fenômeno literário infantojuvenil e best-seller do New York Times, escrito e ilustrado por Jeff Kinney. Em Diário de um Banana: Baita Lambança, 19º volume da série publicada no Brasil pela VR Editora, Greg vai precisar aprender a lidar com situações frustrantes e caóticas, ao mesmo tempo em que coloca à prova a própria paciência diariamente.


"Então, faço questão de registrar aqui que essa viagem é uma péssima ideia. Na minha opinião, férias em família são como uma receita, e a verdade é que alguns ingredientes simplesmente não combinam."
(Diário de um Banana – Baita Lambança, pág. 11)

Com direito a muita confusão, calor praiano, competição para ver quem faz o melhor espaguete e uma deliciosa e secreta receita de almondegas da vovó, a viagem em família vira uma bagunça particularmente esquisita. Será que até o final das férias Greg vai conseguir sobreviver às tradições familiares, desvendar os mistérios de cada parente e ainda voltar para casa intacto?

Recheada de quadrinhos, diálogos afiados e bom humor – marca registrada em toda a série –, nesta nova história, assim como o protagonista, os jovens leitores vão aprender que toda ação tem uma consequência. Além disso, que precisarão se adaptar e tratar com mais leveza os imprevistos da vida. Mais do que uma narrativa divertida, Kinney compartilha que, embora a convivência familiar possa ser difícil e cheia de conflitos, a união e os laços afetivos são fundamentais para um crescimento saudável. Os livros da série "Diário de Um Banana" foram traduzidos para 62 idiomas e distribuídos em 74 países. Apenas no Brasil, a coleção teve mais de 14 milhões de cópias vendidas. Garanta o seu exemplar de "Diário de Um Banana 19: baita Lambança" neste link.


Sobre o autor
Jeff Kinney é um dos mais importantes autores da literatura infantojuvenil contemporânea. A série "Diário de Um Banana", lançada em 2007, foi traduzida para 62 línguas e está em 74 territórios. Desde o primeiro volume, as obras constam na lista de best-sellers do jornal norte-americano The New York Times. Já são mais de 275 milhões de exemplares vendidos ao redor do mundo. Jeff também figurou na lista de personalidades mais importantes da revista Times. Kinney é proprietário da livraria independente An unlikely story e vive em Massachusetts com a esposa e dois filhos. Instagram: @diaryofawimpykid 


Ficha técnica
"Diário de Um Banana 19: baita Lambança"
Autor e ilustrador: Jeff Kinney
Tradutor: Alexandre Boide
Selo: VR Editora
ISBN: 978-85-507-0569-9
Edição/ano: 1ª ed. 2024
Gênero: literatura infantojuvenil
Idade recomendada: a partir de 7 anos
Número de páginas: 224
Compre o livro neste link

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