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sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

.: Legião Urbana: há 40 anos, a estreia em disco


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Há 40 anos era lançado o primeiro disco da banda Legião Urbana. Um trabalho que foi fortemente influenciado pelos movimentos do punk e do rock britânico dos anos 70 e 80, que contava com canções com temática crítica contra a sociedade da época e mensagens poéticas direcionadas principalmente ao público jovem.

O grupo originário de Brasília inicialmente era formado pelo trio Renato Russo (vocal), Dado Villa-Lobos (guitarra) e Marcelo Bonfá (bateria). Para a gravação do álbum, foi chamado Renato Rocha, o Negrete, que ficou com o baixo e acabou complementando a formação inicial da banda que duraria até o terceiro disco.

Vale destacar que o álbum acabou sendo lançado quase na mesma época da primeira edição do Rock In Rio, que abriu portas para várias bandas nacionais, incluindo Os Paralamas do Sucesso, que também vieram de Brasília.

Já no primeiro disco, ficou claro que a produção das canções estava concentrada em Renato Russo. O primeiro hit foi "Será", a faixa que abre o disco. E o fato curioso foi que, no início, parte do público acreditava ser a voz do cantor Jerry Adriani, que realmente tinha um timbre de voz bem parecido com o de Renato Russo.

Além desse single, faixas como "Ainda É Cedo", "Soldados" e "Geração Coca-Cola" também foram bem executadas pelas rádios, mostrando o potencial radiofônico da Legião. Até mesmo a balada "Por Enquanto", que encerra o disco, teve seu espaço nas rádios. Esta última inclusive seria regravada com destaque no disco de estreia de Cássia Eller.

Renato Russo gostava de colocar citações de outras bandas em suas letras. Em "Será", por exemplo, os primeiros versos (“Tire suas mãos de mim/Eu não pertenço a você...) são idênticos aos do refrão de “Say Hello Wave Goodbye” da banda Soft Cell (“Take your hands out of me / I don’t belong to you, you see”).

A sonoridade do grupo nesse primeiro disco passa um sentimento de urgência, não só pelas criticas feitas a sociedade, mas em especial nos arranjos com guitarras e uma batida sempre forte na percussão. Funcionaria como uma espécie de cartão de visitas da banda para as rádios, que se repetiria no ano seguinte com mais força no segundo álbum.

O grupo se manteve como quarteto até o terceiro álbum ("Que País É Este"). A partir do quarto disco ("As Quatro Estações") passou a contar somente com o trio, sem Renato Rocha. E essa formação durou até 1996, quando ocorre o falecimento de Renato Russo, fato que motivou os músicos remanescentes a encerrar as atividades da banda.

"Será"

"Ainda É Cedo"

"Por Enquanto"

domingo, 12 de janeiro de 2025

.: "Look Up": o álbum que Ringo Starr sempre quis fazer - e você precisa ouvir


Por 
Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. 

Nem bem começou o ano e Ringo Starr já surpreendeu o mundo da música com o lançamento de "Look Up", um álbum que marca a volta adele o gênero country depois de mais de 50 anos. Conhecido como o eterno "beatle otimista", Ringo usa a experiência de décadas e o espírito contagiante para criar um trabalho que não apenas celebra as próprias raízes musicais, mas também oferece mensagens de esperança no momento em que o mundo mais precisa.

Produzido por T Bone Burnett e com a participação de grandes nomes do cenário musical atual, o álbum mistura elementos tradicionais e modernos do country, revelando a versatilidade e a paixão de Ringo por esse estilo. Mais do que um simples retorno, "Look Up" é uma obra que transcende gêneros e gerações, reafirmando o impacto duradouro de Ringo Starr na música e na cultura. Listamos dez motivos pelos quais você não pode deixar de ouvir esse álbum incrível e descobrir por que ele é uma das grandes obras de 2025. Ouça o álbum "Look Up" neste link.


1. Um retorno aguardado ao country após mais de cinco décadas
Ringo Starr não lançava um álbum country desde "Beaucoups of Blues", em 1970, e o amor dele pelo gênero sempre foi evidente ao longo de sua carreira. Este retorno não é apenas uma visita nostálgica, mas uma oportunidade para que ele, enquanto artista, explore o country sob uma nova perspectiva, incorporando elementos modernos e tradicionais. "Look Up" é uma celebração do gênero que tanto inspirou Ringo e oferece aos fãs um vislumbre de suas raízes musicais, demonstrando que ele nunca perdeu a conexão com essa vertente.


2. Produção liderada por T Bone Burnett
O lendário produtor T Bone Burnett foi responsável pelo álbum, emprestando o talento dele para criar uma sonoridade rica e autêntica. Burnett, que já trabalhou com ícones como Elvis Costello e Robert Plant, trouxe a experiência em música folk e country para garantir que "Look Up" fosse fiel às raízes, mas que tivesse uma abordagem contemporânea. Burnett não apenas produziu, mas também contribuiu para a composição de nove das 11 faixas.


3. Uma lista impressionante de colaboradores de peso
Ringo Starr se cercou de músicos e cantores extraordinários para entregar um álbum perfeito. Figuras como Billy Strings, um dos mais celebrados guitarristas do bluegrass contemporâneo, Molly Tuttle, vencedora do Grammy, e Alison Krauss, uma das maiores artistas do country moderno, emprestam as vozes ao disco. Além disso, Larkin Poe e Joe Walsh, antigo companheiro de banda de Ringo, também participaram, garantindo que cada faixa fosse um espetáculo à parte.


4. Exploração de diferentes estilos dentro do country
O álbum é uma jornada musical que passeia por várias nuances do country. Desde o rockabilly vibrante de "Never Let Me Go" até a balada introspectiva "String Theory", passando por faixas emocionantes como "Thankful", "Look Up" e "Rosetta", o disco demonstra a versatilidade de Ringo como intérprete e a riqueza que o country pode oferecer. Essa diversidade faz de "Look Up" um álbum dinâmico, que agradará tanto aos puristas do gênero quanto aos fãs de uma sonoridade mais eclética.


5. Mensagens poderosas de otimismo e esperança
Ringo Starr sempre foi associado à sua famosa saudação "Paz e Amor", e "Look Up" encapsula esse espírito em todas as faixas. Músicas como "Thankful" e "Look Up" carregam mensagens de resiliência, positividade e fé em dias melhores. As letras do álbum lembram que, mesmo nos dias mais difíceis, é possível encontrar luz e esperança. Especialmente a faixa-título, que inspira as pessoas a se levantarem e seguirem em frente.


6. Performance vocal surpreendente
A revista MOJO destacou que "Look Up" traz algumas das melhores performances vocais de Ringo em toda a carreira dele. Aos 80 anos, Ringo Starr mostra que a voz continua cheia de energia e continua trazendo emoção e profundidade a cada faixa. Essa entrega vocal demonstra que a paixão do artista pela música permanece intacta, desafiando o tempo e reafirmando seu lugar como um dos grandes nomes da história do rock e do country.


7. Uma conexão nostálgica com os Beatles
Para os fãs de longa data, "Look Up" ecoa o trabalho de Ringo com os Beatles, em músicas como "Act Naturally" e "Don’t Pass Me By", que já apresentavam influências country. Essa conexão com o passado, combinada com a modernidade das novas faixas, cria uma ponte emocional para os ouvintes, especialmente aqueles que acompanham Ringo desde a década de 60.

8. Um videoclipe emocionante e inspirador
O clipe da faixa-título é um reflexo visual da mensagem do álbum. Filmado em paisagens deslumbrantes da Califórnia, ele retrata Ringo Starr cantando sob o sol e pessoas formando um símbolo da paz. Essa representação visual complementa perfeitamente a mensagem da música, tornando o vídeo uma inspiração para o início de 2025.


9. Músicos de elite elevam a qualidade do álbum
Além das participações especiais, o álbum conta com instrumentistas renomados, como Dennis Crouch no baixo e Paul Franklin na guitarra pedal steel, dois mestres do estilo country. A instrumentação é impecável, com arranjos cuidadosamente elaborados que enriquecem a experiência auditiva. Cada detalhe foi pensado para capturar a essência do gênero, resultando em um som autêntico e cativante.


10. A relevância contínua de Ringo Starr na música e na cultura
Mesmo após mais de seis décadas de carreira,Ringo Starr continua inovando e conquistando públicos de todas as idades. "Look Up" é mais do que um álbum; é um testemunho de um músico veterano que ainda é apaixonado pela música e o desejo dele de se reinventar. Com este disco, ele, mais uma vez prova, mesmo sem precisar, que a música não tem idade e que as mensagens entoadas na voz dele permanecem tão relevantes como sempre.

.: Fabiana Cozza presta tributo à Helena Theodoro em show gratuito no CCBB SP

Espetáculo faz parte de ocupação em homenagem à primeira doutora negra do Brasil. Foto: Marcos Hermes

No próximo dia 15 de janeiro, às 19h00, Fabiana Cozza, uma das vozes mais poderosas e emocionantes da música brasileira contemporânea, sobe ao palco do Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo (CCBB SP) para um show gratuito. A apresentação integra a ocupação cultural "Trilogia Matriarcas", que celebra os 80 anos de Helena Theodoro, primeira doutora negra em Filosofia do Brasil e referência na valorização da cultura afro-brasileira. O projeto é apresentado pelo Ministério da Cultura e Banco do Brasil, com patrocínio do Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura - Lei Rouanet.

Reconhecida por sua entrega cênica e domínio técnico, a sambista não apenas canta: ela vive cada nota, cada verso. Esse talento arrebatador já lhe rendeu dois troféus do Prêmio da Música Brasileira – em 2012, como "Melhor Cantora de Samba", e em 2018, pelo álbum em língua estrangeira que encantou crítica e público. Não por acaso, seu nome está sempre entre os mais celebrados da música nacional, com indicações ao Prêmio Tim e ao Prêmio Rival Petrobras em 2005.

O mais recente trabalho dela, o disco "Urucungo" (2023), reafirma sua habilidade de transitar entre tradição e inovação. O álbum apresenta músicas inéditas do compositor Nei Lopes como "Alquimias", "Já Não Manda Em Mim" e "Dia de Glória", todas carregadas de uma poesia que ressoa com a força e a história do povo afro-brasileiro. 

Helena Theodoro, cuja trajetória foi marcada por seu compromisso com a educação e a luta por igualdade racial, tem sido homenageada no CCBB desde dezembro. A ocupação já incluiu a estreia do espetáculo "Mãe de Santo", além de mesas de debates, oficinas, palestras e a exposição "Baobá de Memórias - uma homenagem à Léa Garcia", uma das grandes damas do teatro negro brasileiro, que complementou a experiência.

Ainda estão previstas mais duas apresentações que seguem o tributo à Theodoro: "Mãe Baiana", estrelada por Dja Martins e Luiza Loroza, que trata do luto e da memória afetiva por meio da relação entre avó e neta, e "Mãe Preta", com dramaturgia de Valesca Lins, que destaca a jornada de uma mulher negra que, ao superar grandes perdas, reconstrói sua vida, reafirma sua independência e se fortalece como pilar de sua comunidade.


Serviço
Dia 15/01, quarta-feira - Atração musical com Fabiana Cozza (voz e cavaco) | 19h às 20h | 12 anos | Teatro | 120 lugares
Local: Teatro CCBB SP e Anexo| Centro Cultural Banco do Brasil
Endereço: Teatro | Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico – SP
Anexo | Rua da Quitanda, 80 – Centro Histórico / São Paulo
Entrada gratuita
Ingressos: Retirada de ingressos em bb.com.br/cultura e na bilheteria do CCBB
Duração conforme o evento
Classificação de acordo com o evento
Capacidade de acordo com o evento

Acessibilidade: Teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.
Entrada acessível CCBB SP: Pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e outras pessoas que necessitem da rampa de acesso podem utilizar a porta lateral localizada à esquerda da entrada principal.   
Funcionamento: Aberto todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças
Telefone: (11) 4297-0600
Estacionamento: o CCBB possui estacionamento conveniado na Rua da Consolação, 228 (R$ 14 pelo período de 6 horas - necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB). O traslado é gratuito para o trajeto de ida e volta ao estacionamento e funciona das 12h00 às 21h00.
Van: ida e volta gratuita, saindo da Rua da Consolação, 228. No trajeto de volta, há também uma parada no metrô República. Das 12h00 às 21h00.
Transporte público: o CCBB fica a 5 minutos da estação São Bento do Metrô. Pesquise linhas de ônibus com embarque e desembarque nas Ruas Líbero Badaró e Boa Vista.
Táxi ou aplicativo: desembarque na Praça do Patriarca e siga a pé pela Rua da Quitanda até o CCBB (200 m).

sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

.: Crítica musical: Tom Jobim, o lado crooner do maestro soberano


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Está disponível nas plataformas de streaming o álbum "Minha Alma Canta", que só havia sido editado no formato físico, há 15 anos. Trata-se de uma coletânea de canções gravadas por Tom Jobim para a série de Songbooks criada e produzida por Almir Chediak.

A ideia de organizar a compilação, produzida pelo próprio Chediak, foi de Ana Jobim, para reunir em um só álbum versões de Tom para clássicos de outros compositores. Além de cinco parcerias de Jobim com Vinicius de Moraes, Minha alma canta traz as favoritas do Maestro dos cancioneiros de Noel Rosa (“Três apitos” e “João Ninguém”), Dorival Caymmi (“Milagre” e “O Bem do Mar”), Ary Barroso (“Na Batucada da Vida” e “Pra Machucar Meu Coração”), Chico Buarque e Edu Lobo ("Choro Bandido” e "Valsa Brasileira”), Carlos Lyra e Vinícius de Moraes ("Samba do Carioca").

Em algumas das faixas, originalmente lançadas nos Songbooks de seus respectivos compositores, Tom Jobim recebe convidados como Edu Lobo, Chico Buarque, Gal Costa, Leila Pinheiro, Ana Jobim, Paula e Jaques Morelenbaum. Claro que cantar nunca foi o ponto forte do maestro soberano. Mesmo assim, ouvi-lo cantando canções que marcaram várias fases de nossa MPB acaba sendo um registro de rara beleza. Repare o arranjo de Três Apitos, clássico de Noel Rosa, que ganhou uma deliciosa roupagem jazzística bem ao estilo Jobiniano. Vale a pena conferir.

"Três Apitos"

"Janelas Abertas"

"Na Batucada da Vida"




terça-feira, 7 de janeiro de 2025

.: Dez motivos para ler "O Mito do Mito", a última revolução criativa de Rita Lee


Por 
Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. 

Rita Lee, a rainha do rock brasileiro, é uma artista que transcende o tempo. Viva, ela encantou gerações com sua música, irreverência e autenticidade. Agora, mesmo após ter partido, ela continua a impactar a todos com a criatividade inesgotável que apresentava ao mundo. "O Mito do Mito", livro póstumo lançado pela Globo Livros, é um mergulho fascinante em sua mente brilhante e singular, combinando ficção, realidade e mistério de forma irresistível.

Escrito ao longo de 14 anos, finalizado em 2019 e lançado sob a condição de ser publicado apenas após a morte dela, o livro reflete a personalidade ousada e complexa de Rita. Mais do que um relato, é uma obra carregada de profundidade, emoção e provocações, trazendo à tona temas universais como autoconhecimento, os dilemas da vida e a linha tênue entre o real e o imaginário.

"O Mito do Mito" não é só mais um livro de Rita Lee. É especial porque apresenta uma experiência rica e transformadora. Carregado de mistério, emoção e grandes reflexões, não deixa de ser um tributo à genialidade de Rita Lee e um convite para mergulhar na mente fascinante que ela apresentou por tantos anos. Ler esse livro é uma forma de manter viva a memória e o legado de uma das maiores artistas que o Brasil já conheceu. Listamos dez razões para você não deixar de ler. Compre  "O Mito do Mito", de Rita Lee, neste link.


1. Um retrato íntimo de Rita Lee
Rita Lee sempre foi uma artista que viveu intensamente e sem medo de expor suas fragilidades. Em "O Mito do Mito", ela vai além, abrindo as portas de sua mente em uma trama onde ela mesma é a protagonista. A narrativa, situada em sessões de terapia com um terapeuta excêntrico, oferece um olhar único sobre a personalidade multifacetada de Rita, revelando seus medos, sonhos e reflexões mais profundas.


2. O mistério do lançamento póstumo
Rita Lee escolheu publicar o livro somente após sua morte para evitar especulações sobre possíveis paralelos com fatos ou pessoas reais. Essa decisão corajosa adiciona uma camada de mistério e intensidade à obra, tornando-a um verdadeiro presente póstumo para seus fãs.


3. Um enredo repleto de reflexões universais
Na história, Rita Lee participa de uma sessão de terapia com um "doutor esquisitão" que só atende ao cair da noite. Essa jornada se torna um espaço para explorar questionamentos profundos sobre a vida, a mortalidade, os traumas e o autoconhecimento. A narrativa convida o leitor a refletir sobre suas próprias questões existenciais, criando uma conexão emocional única.


4. Uma mescla instigante de ficção e realidade
O livro flui entre o real e o imaginário, tecendo uma história que mistura memórias, mistérios e toques de surrealismo. Esse jogo entre realidade e ficção prende o leitor do início ao fim, desafiando-o a decifrar o que é autobiográfico e o que é invenção.

5. Uma obra que reforça o legado de Rita Lee
Rita Lee sempre foi mais do que uma cantora: ela foi uma pensadora, uma provocadora e uma contadora de histórias. "O Mito do Mito" reforça seu papel como uma artista completa, mostrando que seu talento vai além da música, alcançando o mundo literário com a mesma genialidade.


6. Uma edição cuidada e afetuosa
O livro conta com a curadoria e edição do jornalista Guilherme Samora, amigo próximo de Rita Lee e profundo conhecedor de sua obra. Sua contribuição garante que o tom, a essência e o estilo únicos da artista sejam preservados, proporcionando uma leitura autêntica e emocionante.


7. Uma jornada de 14 anos de criação
Escrito ao longo de 14 anos, entre 2005 e 2019, "O Mito do Mito" é fruto de um processo criativo minucioso e reflexivo. Cada palavra reflete o cuidado e a dedicação de Rita Lee em construir uma narrativa profunda e envolvente.

8. Uma leitura que fala com todas as gerações
Embora ancorado na trajetória pessoal de Rita Lee, o livro aborda temas universais como o sentido da vida, as dificuldades de ser quem somos e o constante processo de autoaceitação. Essa abordagem torna a obra relevante para leitores de todas as idades e experiências.

9. Uma homenagem ao inconformismo e à liberdade
Rita Lee sempre desafiou convenções, e este livro não é diferente. "O Mito do Mito" reflete o espírito livre e inconformista que definiu sua vida e obra, inspirando os leitores a questionarem normas, desafiarem expectativas e viverem com autenticidade.


10. Uma oportunidade de redescobrir Rita Lee
Mesmo para aqueles que já conhecem a trajetória de Rita Lee este livro oferece uma nova perspectiva sobre quem ela era: uma mulher profundamente humana, cheia de camadas, complexidades e contradições. "O Mito do Mito" é uma redescoberta de Rita por meio de suas próprias palavras, revelando sua alma de maneira única e inesquecível.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

.: Angela Ro Ro: 75 anos de amor a música no Teatro J. Safra

Angela Ro Ro fará show comemorativo no Teatro J. Safra. Foto: divulgação

Angela Maria Diniz Gonsalves, conhecida como Angela Ro Ro, celebra 75 anos de vida dedicados à música. Para comemorar, ela fará o show "75 Anos de Amor a Música", no próximo sábado, dia 11 de janeiro, às 21h00, no Teatto J. Safra. Desde a infância, a conexão da artista com a arte é evidente: aos seis anos, compôs sua primeira música ao acordeon, uma guarânia que marcou o início de um amor que nunca se apagou. Dois anos depois, aos oito anos, ganhou um piano que se tornou seu companheiro constante em suas criações, abrangendo diversos gêneros musicais. 

A cantora segue encantando o público com sua voz potente e sua habilidade de interpretar e se comunicar no palco. Este é, sem dúvida, seu lugar favorito para transmitir humor, emoção e seu talento nato para a arte cênica. Alegre e espontânea, ela encara o tempo como um aliado que a impulsiona a compartilhar sua felicidade e sua vida por meio de suas canções.

Neste ano, Angela também celebra 45 anos de uma carreira repleta de sucessos, com canções que foram interpretadas não apenas por ela, mas também por grandes nomes da música brasileira, como Maria Bethânia, Marina Lima, Ney Matogrosso, Zélia Duncan, Simone, Cazuza, Emílio Santiago, Barão Vermelho, Silvia Machete, Cida Moreira, Ana Carolina, Vânia Bastos, Simone Mazzer, Eliana Printes, entre outros. Mais apaixonada do que nunca por sua arte, Angela Ro Ro continua a buscar novas formas de levar sua música ao público. Com gratidão, ela celebra sua história e expressa seu eterno agradecimento àqueles que acompanham sua trajetória.


Sobre Angela Ro Ro
Angela, uma compositora contundente, assim como de uma Instrumentista espontânea e dona de um canto raro e emocionante. RoRo caminha por esses 40 anos de profissão pisando em trilha diversas que vão de bossa nova ao rock, com clássicos cultuados desde o início de sua carreira. O show faz desse repertório uma viagem do passado ao futuro que se estampa em seu otimismo e humor. Angela Ro Ro está cheia de motivos para comemorar tanto amor à música e a seu público que é a razão para o seu trabalho e que, segundo ela, é também “uma celebração à música e à vida!".

Angela Maria Diniz Gonsalves ou simplesmente Angela Ro Ro, como é conhecida, nasceu no Rio de Janeiro, em Copacabana, no dia 5 de dezembro de 1949, e foi criada em Ipanema e fecundada num carnaval em Vila Isabel. Menina moça de colégio de freiras, mulher fêmea hippie do Arpoador, pura criança que desde os cinco anos teve contato com a música. Percussão, acordeom, piano, gaita, flauta violão e suas cordas vocais são seus instrumentos. Seu canto espontâneo, feito mais com instinto que técnica, é doce e selvagem, grave rouco e dotado de afinação livre e potência poderosa Como autora e compositora, desenvolveu uma obra de peso que se constitui de vários clássicos da MPB. Com uma personalidade bem-humorada, inteligente, Ro Ro tem o tempo a seu favor e está sempre se reinventando, mas sem perder, nunca, sua espontaneidade nos shows, seu carisma e seu amor à música

Serviço
Show "Angela Ro Ro - 75 Anos de Amor a Música"
Duração: 80 min.
Recomendação: 14 anos
Gênero: Musical
Data: 11 de janeiro, sábado, 21h.
Ingressos: entre R$ 27,50 e R$ 110
Compras online: https://www.eventim.com.br


Bilheteria
Quartas e quintas - 14h00 às 21h00
Sextas, sábados e domingos, das 14h00 até o horário dos espetáculos
Aceita os cartões de débito e crédito: Amex, Dinners, Elo, Mastercard, Visa e Hipercard. Não aceita cheques.
Telefone da bilheteria: (11) 3611-3042
Teatro J. Safra | 627 lugares
Endereço: Rua Josef Kryss, 318 - Barra Funda / São Paulo
Telefone: (11) 3611 3042 e 3611-2561
Abertura da casa: duas horas antes de cada horário de espetáculo, com serviço de lounge-bar no saguão do Teatro.
Acessibilidade para deficiente físico.
Estacionamento: Valet Service (Estacionamento próprio do Teatro) - R$ 30,00 

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

.: "Roda Viva" entrevista a cantora Vanessa da Mata nesta segunda-feira


A multiartista, que completou 20 anos de carreira, fala sobre a trajetória e o musical em que vive a cantora Clara Nunes. Foto: Felipe Medeiros

Após completar 20 anos de carreira, a cantora, compositora e escritora Vanessa da Mata inicia 2025 nos palcos de São Paulo. Ela é a protagonista do musical "Clara Nunes - A Tal Guerreira", que estará em cartaz a partir de 10 de janeiro. Mas antes, a artista de múltiplos talentos estará no "Roda Viva" na próxima segunda-feira, dia 6 de janeiro, a partir das 22h00, na TV Cultura.

A bancada de entrevistadores será formada por Ademir Correa - diretor de conteúdo da Rolling Stone Brasil; Lais Franklin - editora-chefe da revista Bravo!; Leandro Cacossi - apresentador e produtor da Rádio Eldorado; Maria Fortuna - jornalista de Cultura do jornal O Globo; e Priscilla Geremias - editora de Cultura da revista Marie Claire. Há ainda a participação do cartunista Luciano Veronezi. 

O primeiro programa do ano, inédito, vai ao ar na TV Cultura, no site da emissora, no app Cultura Play, além de YouTube, Tik Tok e Facebook, com apresentação de Vera Magalhães.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

.: Rita Lee eterna: disco ao vivo resgata apresentação na Argentina em 2002


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Lançado de forma póstuma, o álbum "Rita e Roberto - Uma Noite no Luna Park" resgata uma apresentação antológica de Rita Lee na Argentina, no ano de 2002. Mais do que um registro histórico, a gravação mostra a eterna rainha do rock nacional ainda em forma, cantando versões de músicas dos Beatles e de seus próprios hits. A banda contava com Roberto de Carvalho na guitarra e direção musical, além de outros músicos experientes, como Ary Dias (percussão), Dadi Carvalho (baixo), Marco da Costa (bateria) e Rafael Castilhol (teclados).

O repertório mesclava as canções dos Beatles que Rita havia gravado no álbum "Aqui, Ali em Qualquer Lugar", com outras bem conhecidas de seu próprio repertório, como "Baila Comigo", "Doce Vampiro" e "Ovelha Negra", entre outras. Há uma versão de "Alô, Alô, Marciano", canção gravada originalmente por Elis Regina. E ela resgata também "Panis Et Circensis", da época dos Mutantes. Há ainda a participação marcante do músico argentino Charly Garcia, que canta com Rita duas canções dos Beatles – "Love me Do" e "Help".

Ouvir Rita Lee cantando Beatles é como se ela mostrasse para todos a matéria-prima, o diamante bruto que ajudou a despertar a sua genialidade musical. Mas é ao ouvir ela cantando as suas próprias pérolas musicais, boa parte delas composta com o marido e parceiro Roberto de Carvalho, que bate aquele sentimento de saudade daquela voz anárquica e polêmica da nossa eterna "Ovelha Negra", que infelizmente não mais está entre nós.

"Doce Vampiro"

"Lança Perfume"

"Love Me Do e Help"

sábado, 21 de dezembro de 2024

.: Crítica musical: Juliane Gamboa, quando o jazz encontra a MPB


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: Isabela Espindola.

Já está nas plataformas de streaming o álbum  "Jazzwoman"  (Biscoito Fino), que marca a estreia da cantora e compositora Juliane Gamboa. Fortemente influenciada por grandes intérpretes e compositores do samba, da MPB e do jazz, Juliane mistura e atualiza referências, reverberando um pouco de tudo que lhe interessa com um toque jazzístico irresistível.

Em 2022, a cantora e compositora integrou a residência artística MARES, no Oi Futuro. Em 2023, estreou o projeto "Jazzwoman": no ano seguinte, em 2024, foi selecionada para o programa internacional OneBeat (EUA). Seu trabalho vem ganhando o reconhecimento de artistas como Chico César, Angela Ro Ro e Teresa Cristina, além da cantora de blues norte-americana JJ Thames, e segue reverberando nas redes sociais.

Juliane já participou do projeto "Um Café Lá em Casa", do músico Nelson Faria, e foi selecionada para participar da residência "Stop Over 3", em Berlim, em janeiro de 2025, ao lado de grandes artistas da cena do jazz internacional, como Natalie Greffel, Tonina Saputo, Tara Sarter e Kayla Briët.

Por ser filha de pai percussionista, o samba e o pagode foram a trilha sonora da sua primeira infância. Com o passar dos anos, novas informações musicais foram chegando do universo pop e, mais tarde, do jazz. O resultado dessa mescla de influências pode ser conferido nesse álbum Jazzwoman

A narrativa musical reflete sobre a ancestralidade em “Banzo” (Marcos Valle e Odilon Olynto),  com citação de “All Africa”, e “Herança”, de Rômulo Fróes e Alice Coutinho; esbarra na melancolia de “20 anos blues”, clássico de Vitor Martins e Sueli Costa; reafirma a sensualidade em “Eu sou mulher” (Filó Machado e Judith de Souza) e “Paracaê” (Thati Dias); inspira liberdade em “Vozes-mulheres” (Conceição Evaristo) e “Transeunte”, e louva o poder da imaginação radical das mulheres negras em “Sonho Juvenil” (Almir Sant’anna e Guará) e “Solitude (Reimaginada)”(Duke Ellington, Eddie Delange, Irving Mills), homenageando Jovelina Pérola Negra e Billie Holliday,  duas fortes referências para Juliane Gamboa. "Jazzwoman" é um disco para ser ouvido com atenção, pois Juliane Gamboa demonstra um talento raro de interpretação, que expande os horizontes da nossa MPB. 

 "20 Anos Blue"

"Sonho Juvenil"

"Herança"


quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

.: Quadrinista da Marvel e da DC anuncia fantasia biográfica de Elis Regina


O quadrinista Gustavo Duarte está de volta ao mercado editorial brasileiro comum projeto autoral. Ele fechou, nesta semana, uma parceria para levar às principais livrarias do Brasil seu novo projeto em quadrinhos: “Elis!” será lançado pelo Grupo Editorial Record em 2025, ano que será comemorado os 80 anos de nascimento da cantora Elis Regina. O anúncio da parceria entre Gustavo e a Record ocorreu durante o painel realizado durante a CCXP.

João Marcello Bôscolli, produtor musical e filho da cantora, participou do anúncio e do bate-papo sobre o projeto. Gustavo explicou à plateia que a graphic novel mistura ficção e biografia, tendo como personagem central a cantora Elis Regina. “É uma fantasia biográfica que conta histórias da vida da cantora, em uma viagem para um mundo de fantasia, em que uma pequena Elis será levada por um novo amigo”, adianta o autor que trabalha no projeto desde 2020. Ainda no painel, Gustavo e João Marcello anunciaram que o livro terá uma edição especial com um vinil de Elis Regina em parceria com a Gravadora Trama.


Sobre o autor
O cartunista e quadrinista Gustavo Duarte trabalha, desde 2009, com histórias em quadrinhos – ele é responsável por toda a concepção, do roteiro, passando pelo design gráfico até chegar ao desenho final. Seus livros e histórias como “Có!”, “Taxi”, “Birds”, “Monstros!”, entre outras, são encontrados no Brasil, Estados Unidos, Alemanha, França, Bélgica, Suíça, Reino Unido, Argentina, Uruguai e Chile.

Seus trabalhos autorais já renderam nove Troféus HQ Mix. Além dos seus próprios livros, no mercado americano, escreve e desenha para revistas e livros de editoras como DC Comics, Marvel e Dark Horse. Lá, já trabalhou em títulos como “Bizarro”, “Dear Justice League”, “Dear DC Super-Villains”, “DC Silent Tales” (DC Comics), “Guardiões da Galáxia”, “Moon Girland Devil Dinosaur”, “Lockjaw”, Homem-Aranha (Marvel), entre outros.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

.: Entrevista: Simone Mendes reflete sobre a força feminina no sertanejo


Simone Mendes reflete sobre a carreira e a força feminina no sertanejo. Foto: Globo/ Beatriz Damy

Com uma voz marcante e hits que contagiam o Brasil, Simone Mendes é uma das cantoras que participam do projeto "AMIGAS", especial sertanejo que vai ao ar na TV Globo na próxima quarta-feira, dia 18. Apaixonada pelo universo musical e emocionada por fazer parte do show histórico, a cantora fala sobre o contexto da participação feminina na música sertaneja: “Hoje a gente tem mais espaço e visibilidade, e é incrível ver essa crescente participação feminina no gênero. São muitas artistas mostrando a força das mulheres no sertanejo e conquistando o seu lugar de fala”

Na entrevista a seguir, Simone compartilha fases importantes da carreira, revela a expectativa para a apresentação e conta sobre a conexão entre "AMIGAS". O programa tem produção de Daniela Santos e Valesca Campos, direção artística de Raoni Carneiro, direção geral de Celso Bernini, direção de Nídia Aranha e direção de gênero de Joana Thimoteo. O especial vai ao ar na TV Globo no dia 18 de dezembro, logo após a novela "Mania de Você".


Esta é a primeira edição do especial "AMIGAS", um show que desde a década de 1990 celebra a música sertaneja. Como é ser uma das artistas escolhidas para este projeto?  
Simone Mendes - Esse projeto, que começa agora, tem um significado muito especial porque destaca a força da mulher em um gênero que sempre foi muito masculino, mas que, de fato, hoje abraça mulheres talentosíssimas que levam o sertanejo Brasil a fora. Estou muito feliz e emocionada em fazer parte de mais esse capítulo histórico na música.
  

Para você, qual o significado da transmissão de "AMIGAS" para todo o país?  
Simone Mendes - Representa a união e a celebração da força feminina no sertanejo, na música. É uma honra gigante fazer parte de algo que exalta a grandiosidade da mulher no sertanejo, e que homenageia a trajetória de tantos artistas que abriram o caminho para gente. 
  

Conte um pouco da sua história com a música sertaneja. Com que idade e por que decidiu se tornar uma cantora de sertanejo? Que lugar este gênero musical ocupa na sua vida?  
Simone Mendes - A música sertaneja sempre esteve no meu coração, mas minha trajetória começou no forró, como backing vocal, aos 14 anos. Depois, ao lado da minha irmã, tivemos uma longa carreira à frente de outros projetos de grande sucesso. Não foi rápido todo esse processo, mas importante para conseguir cantar o sertanejo que representa a minha essência. 
  

Quais cantoras te inspiram na sua trajetória musical?  
Simone Mendes - Uma das grandes referências foram As Marcianas e as Irmãs Galvão no sertanejo. Tenho grande admiração e respeito por toda a trajetória e força delas, ainda mais em uma época em que os homens prevaleciam. 
  

A mulher está na música sertaneja há muitos, ainda antes de começarem a falar em “Feminejo”. Você é uma das que contribui para esse cenário atualmente, levando músicas ao topo das listas de mais ouvidos nos streamings. Acredita que existe uma crescente da participação feminina na música sertaneja? E qual a importância de falar e dar visibilidade ao trabalho das artistas nesse gênero musical?  
Simone Mendes - Hoje a gente tem mais espaço e visibilidade, e é incrível ver essa crescente participação feminina no gênero. São muitas artistas mostrando a força das mulheres no sertanejo e conquistando o seu lugar de fala. Hoje, podemos cantar sobre bebida, chifre, amor, relacionamentos… E isso que é o mais importante, termos a liberdade de cantar e sermos quem bem entendemos. Sou muito feliz e grata por poder ajudar meus fãs através das minhas músicas e, também, a encorajar outras mulheres a seguir carreira no meio. 
  

⁠Conte um pouco sobre a amizade com Lauana Prado, Maiara e Maraisa e Ana Castela, sobre a relação de vocês dentro e fora dos palcos.  
Simone Mendes - É muito especial com todas elas. Sempre estamos nos apoiando. Ter o amor pela música e pelo sertanejo em comum faz toda a diferença na nossa relação. Eu e a Lauana lançamos a música "Saudade Burra", e temos uma conexão muito genuína. A Ana Castela é uma menina doce, tenho um carinho enorme, e tivemos o privilégio de lançar a música "Não Vai Ver Nunca" juntas. Já com Maiara e Maraisa tenho uma troca de muitos anos, com muito desabafos, risadas, conselhos… eu amo as duas. Cultivamos uma amizade muito especial. 
  

"AMIGAS" será exibido para todo o Brasil na TV Globo, dia 18 de dezembro. Que mensagem e sentimentos você pretende levar ao público com essa apresentação? Fale um pouquinho de repertório, das músicas que vai apresentar. 
Simone Mendes - Eu quero levar ao público muito amor pelo sertanejo, pela música brasileira no geral, que tem um valor imenso, e muita energia positiva. Quanto ao repertório, fizemos questão de escolher a dedo cada música. Então, se preparem, que vai ser uma noite só de grandes sucessos e de muitos encontros musicais que, com certeza, ficarão marcados na história da música sertaneja!

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

.: Entrevista com Flavia Couri, da banda The Courettes: um rock pop retrô


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação.

Um som com uma certa roupagem retrô ambientada nos anos 50 e 60, mas que soa ao mesmo tempo contemporâneo no pop atual. Essa é a primeira impressão para quem ouve o som do duo The Courettes, formado por Flavia Couri (guitarras, teclados e vocal) e Martin Couri (bateria e percussão). A dupla mostra influência dos grupos produzidos pelo mítico Phil Spector, o criador do chamado Wall Of Sound, efeito no estúdio que criava uma espécie de muro sonoro preenchendo todos os espaços da gravação. 

Flavia é brasileira e integrou a banda Autoramas antes de se mudar para a Dinamarca e se casar com Martin em sua terra natal (sim, ele é dinamarquês). E a formação do duo acabou acontecendo de uma forma natural, pois ambos tinham o mesmo gosto musical e muita disposição para produzir um som que se identificava com os dois. O resultado disso são os mais de 100 shows por ano pela Europa, Estados Unidos e Japão, cativando um público cada vez maior em várias partes do mundo. Em entrevista para o Resenhando, Flavia conta um pouco sobre a trajetória do duo e como eles encaram o momento atual para o rock. “A cena alternativa é muito grande pelo mundo”.


Resenhando.com - Como foi o inicio de vocês na música?
Flavia Couri - A música sempre me tocou de uma forma muito forte, desde os meus sete anos. Meu primeiro instrumento foi um xilofone de brinquedo, eu tocava o dia inteiro. Eu chorava muitas vezes nas aulas de música na escola, algumas canções me emocionavam tanto, eu nem sabia explicar. Nessa época eu assisti aquelas reprises do show da Tina Turner no Rio na televisão e eu fiquei obcecada com a Tina, penteava o meu cabelo ao contrário para dar volume e ir pra escola parecendo ela. A minha mãe era muito fã da Rita Lee, ela escutava muito lá em casa, e a Rita foi uma das minhas primeiras heroínas roqueiras e role model. Eu comecei a comprar fitas cassete sozinha com uns nove anos e me apaixonei pelos Beatles aos 11. Eu comecei a tocar violão também aos 11 anos, com aquelas revistinhas. Eu achei um violão no armário, meu pai tinha dado de presente à minha mãe, mas ela nunca aprendeu. Logo depois comecei a tocar baixo também, comprei um baixo Finch cópia de Rickenbacker de um primo de uma amiga do colégio, com o dinheiro do lanche que minha mãe me dava e que eu fui juntando por meses. Quando eu cheguei em casa com o baixo (surpresa!), minha mãe achou tão legal a minha dedicação que deu-me um amplificador. Eu nasci nos anos 80, uma época fantástica pro rock no Brasil, explodindo nas rádios FM, a Rádio Fluminense… A MTV chegou ao Brasil quando eu tinha 9 anos, e eu amava tudo e assistia por horas a fio, principalmente o programa Lado B que me apresentou a bandas como The Cramps e Ramones. Eu lembro da primeira vez que eu ouvi “Smells Like Teen Spirit” e pirei, ainda pre-teen. Eu fui no show do Nirvana aos 12 anos no Hollywood Rock e os Ramones aos 13, no Circo Voador. O grunge e depois o movimento riot grrrl e as guitar bands influenciaram muito minha formação, ao mesmo tempo que o meu amor pela música dos anos 60 ia crescendo enquanto eu ouvia e pesquisava muito bandas como o Velvet Underground, Byrds, Troggs, Sonics e Seeds. Comecei a tocar baixo em muitas bandas a partir dos 15 anos, e o The Courettes é a segunda banda onde eu toco guitarra. Apesar de ter começado autodidata, eu estudei música também, anos depois, e fiz um mestrado em baixo na Dinamarca e uma pós em composição. 


Resenhando.com - Como funciona o processo criativo musical do The Courettes? 
Flavia Couri
 - Nos nossos primeiros discos, eu compus todas as músicas sozinha, mas o Martin sempre teve um papel importante dizendo quais idéias eram boas e mereciam ser trabalhadas e quais eu deveria jogar fora. A partir do nosso segundo disco, “We Are The Courettes”, começamos uma parceria com o Søren Christensen, da banda dinamarquesa The Blue Van (que é maravilhosa, por sinal). Ele é um músico incrível e escreveu umas duas músicas conosco nesse disco, no disco seguinte, “Back in Mono”, 12 das 14 músicas. Ele é nosso produtor e parceiro de composição nos álbuns “Back in mono”, “Back in Mono B-Sides & Outtakes” e “The Soul Of… The Fabulous Courettes”.


Resenhando.com - A melodia vem primeiro ou a letra surge antes?
Flavia Couri
 - Sobre o que vem antes, melodia ou letra, não há regra, na verdade. Às vezes a parte musical fica pronta antes, inteira, com acordes e melodia, às vezes até o arranjo, e a gente luta pra escrever uma letra… Outras vezes tenho o conceito da letra, dois ou três versos prontos e a música só vem depois.


Resenhando.com - Como vocês têm avaliado o mercado fonográfico na Europa? As plataformas de streaming realmente estão em evidência ou ainda há mercado para o disco físico?
Flavia Couri
 - Ainda há um mercado bem grande para vinil, e só tem crescido nos últimos anos. Acho que depende muito do tipo de música que o artista faz. Na música pop e no público adolescente creio que o streaming domina quase totalmente. 


Resenhando.com - As plataformas de streaming realmente estão em evidência ou ainda há mercado para o disco físico?
Flavia Couri - No nosso nicho (rock / indie rock / garage rock / Wall of Sound) o público adora vinil, coleciona e compra muito. E compram CDs também, principalmente na Alemanha e no Reino Unido. O The Courettes vende muitos discos, somos a segunda banda que mais vende discos na nossa gravadora, a britânica Damaged Goods Records, com quem assinamos em 2020. Só ficamos atrás do lendário Billy Childish. Com ele não dá pra concorrer!


Resenhando.com - Nos shows ao vivo se apresentam somente os dois integrantes ou vocês contam com mais músicos de apoio?
Flavia Couri
 - Estamos há dez anos tocando ao vivo só nós dois no palco, e foi um longo processo para desenvolver um show eficiente em duo, não só musicalmente mas também o lado da performance, para envolver e entreter o público. Muitos duos tendem a cair na monotonia se o set é longo, então finalmente podemos dizer que criamos um show só com duas pessoas que enche um palco de festival não só a nível sonoro, mas de performance também, e não foi fácil, deu muito trabalho e custou muitos shows para amadurecer, estamos quase chegando na marca de mil shows como The Courettes. Alguns dos truques incluem usar um oitavador e separar o som da guitarra em dois canais ou em dois amplificadores. Temos muito orgulho do show que conseguimos criar através dos anos, só como duo. Dito isso, em 2024 começamos a experimentar com outras formações, para expandir o universo sonoro. Usamos um baixista em alguns shows, e, a partir do lançamento do álbum novo “The Soul Of… The Fabulous Courettes” em setembro, estamos usando backing tracks. Tudo isso agora é uma opção, não uma necessidade. No futuro, estamos abertos a experimentar mais, com backing tracks ou outros músicos, porque a gente sente que não precisa provar nada pra ninguém, a gente se vira como duo, como trio, ou como a gente quiser.

Resenhando.com - O cenário indie rock atual tem aberto espaço para muitas bandas alternativas. Vocês tem conseguido encontrar seu espaço ou ainda há dificuldades?
Flavia Couri
 - O The Courettes encontrou seu espaço e faz cerca de 125 - 150 shows por ano, tocamos por toda a Europa, Reino Unido, Estados Unidos e Japão. A cena alternativa é muito grande pelo mundo, ela sobreviveu a pandemia e ainda há muitos clubes de tamanho médio e um público interessado. Isso é o mais importante, ter um público interessado. Enquanto houver gente interessada em ir a shows, que paga bilhete e compra merchandising, as casas de shows e os festivais vão continuar existindo, vai ter uma cena alternativa paralela ao Live Nation e afins.


Resenhando.com - Vocês citam o lendário produtor Phil Spector como referência. Como o trabalho dele ajudou a nortear a sua proposta de conceito musical?
Flavia Couri
 - O Martin e eu somos muito fãs dos girl groups dos anos 60, até no nome da banda a influência é óbvia. Quando nos conhecemos há 11 anos atrás, no Brasil, e começamos a conversar sobre música, o Martin me disse que ficou ainda mais apaixonado por mim quando eu disse que eu tinha o box set “Back To Mono”, com a obra do Phil Spector. Então a obra de Phil Spector sempre esteve presente. Musicalmente, a influência de Spector no nosso trabalho de estúdio ficou mais nítida no nosso terceiro álbum, “Back in Mono”, onde a proposta foi emular as técnicas de gravação e produção spectorianas para criar o nosso próprio Wall of Sound, o The Courettes´ Wall of Sound. A gente foi bem fundo nessa proposta, construímos nosso próprio estúdio, uma câmara de eco, e gravamos muitos overdubs no álbum. Algumas faixas têm 17 tracks só de guitarras, mais baixo, piano, órgão, violão de 12 cordas, guitarra de 12 cordas, tímpanos, castanholas… Foi uma evolução musical enorme pra gente. Na gravação do primeiro disco, nós queríamos evitar overdubs e gravar o mais orgânico e cru possível, para que não ficasse diferente ao vivo. A partir do segundo álbum, “We Are The Courettes”, eu comecei a gravar também órgão e piano, além de côros e harmonias vocais, mas sempre tendo em vista a versão ao vivo, como as músicas soariam sem os overdubs. Foi com “Back in Mono” que nos permitimos experimentar no estúdio, sem limites e sem preocupações. Decidimos não frear nossa criatividade limitando os arranjos ao que poderíamos tocar ao vivo como duo. Eu tive uma revelação: uma música boa é uma música boa, independente de ser tocada por uma orquestra de 20 músicos ou só no piano ou no violão. Então desde “Back in Mono”, e graças ao Phil Spector, que dividimos o trabalho de estúdio e o ao vivo como duas coisas diferentes, que a gente ama igual. Nosso foco agora é a composição, é escrever músicas cada vez melhores. E depois vemos como essas músicas vão funcionar ao vivo. Às vezes sentimos que é um pouco como se os Beatles tocassem os arranjos de “Sgt. Pepper´ s” ao vivo no Cavern Club, com aquela energia cru e só com os quatro músicos. (Sem querer nos comparam com os Beatles, é claro). E vale repetir que nossa admiração pelo Phil Spector é limitada ao seu trabalho como compositor e produtor, separamos bem o artista da sua vida pessoal. 


Resenhando.com - Como está sendo feita a divulgação do mais recente trabalho de vocês?
Flavia Couri
 - O disco recebeu resenhas incríveis no Reino Unido e na Europa, nas principais revistas de música como Rolling Stone (França), Vive Le Rock, Record Collector, Louder Than War, Shindig!, Vintage Rock e Clash (Reino Unido), Ox (Alemanha)… teve até um artigo no britânico The Guardian. Nós fizemos uma Live Session na lendária Rádio BBC, e também na Radio 3, a maior rádio espanhola. “The Soul Of…” entrou em muitas listas de melhor álbum de 2024, incluindo o site da Rough Trade, Shindig! e Louder than War. A turnê de divulgação começou em setembro, passou pelo Reino Unido, Dinamarca, Espanha e França, non stop, foi uma loucura total, 33 shows em um més e meio! Só agora estamos curtindo umas férias merecidas depois de 124 shows em 2024. Em 2025 vamos voltar à estrada e tocar em muitos festivais pela Europa, EUA e Reino Unido, como o Rebellion (UK), SXSW e Evolution (USA), Kilkenny Roots Festival (Irlanda), Zwarte Cross (Holanda), Folk & Fæstival (Dinamarca), além de shows na Alemanha, Suécia, Finlândia e França. Espero que a turnê passe também no Brasil, estou com muita vontade e saudade de tocar por aí! 

The Courettes - "Want You! Like a Cigarette"

The Courettes - "California"

The Courettes - "Shake!"

quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

.: Yohan Kisser deixa a Sioux 66 para seguir na carreira solo


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 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação.

Seis anos depois de ingressar na Sioux 66, o músico Yohan Kisser anunciou recentemente sua saída do grupo, para se dedicar integralmente a sua carreira solo e outros projetos. Ele segue na divulgação do seu primeiro álbum solo, o elogiado "The Rivals Are Fed and Rested", em que desenvolve uma sonoridade multi-facetada, com influências até da chamada vanguarda paulista, entre outras vertentes musicais.

Por intermédio de sua rede social, Yohan Kisser agradeceu pelos momentos com os membros e amigos do grupo e desejou sucesso a todos. O Sioux 66 segue na finalização do seu quarto álbum, que teve o primeiro single divulgado recentemente, a canção Drive. O projeto, assim como o novo single, terá músicas em inglês, reforçando a proposta de expandir suas fronteiras musicais, explorando novos horizontes.

domingo, 8 de dezembro de 2024

.: Crítica: Bacelar e Morelembaum celebram parceria no CD "Aracati"


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 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação.

Chegou nas plataformas “Aracati”, álbum que reúne o músico, compositor e arranjador Jaques Morelenbaum e o multi-instrumentista, compositor e produtor Ricardo Bacelar. O trabalho na linha instrumental oferece momentos agradáveis para o ouvinte, com resultado acima da média na produção.

Jaques e Ricardo se conheceram em 2022, na gravação do álbum “Andar com Gil”, do qual o músico carioca participou na faixa “Prece”, ao lado de Gilberto Gil. Em novembro do ano passado, gravaram juntos “O meio do mundo”, tema de Bacelar lançado como single. Recentemente, Jaques participou como convidado do álbum “Donato”, de Leila Pinheiro e Ricardo Bacelar.

Arranjador de artistas como Tom Jobim, Caetano Veloso, Marisa Monte, Ryuichi Sakamoto e Sting, entre tantos outros, Jaques Morelenbaum é uma referência internacional em seu instrumento. Ricardo, por sua vez, além de multi instrumentista, cantor e arranjador, vem produzindo, à frente do selo Jasmin Music e do Jasmin Studio, um catálogo com singles e álbuns de artistas como Flávio Ventunini, Leila Pinheiro, Toninho Horta, Roberto Menescal, Fagner, Flora Purim e Airto Moreira, Delia Fischer e Gilberto Gil, Ednardo e Amelinha, privilegiando a boa música brasileira

Além das três parcerias que fizeram juntos em Aracati, o novo álbum traz músicas como “Quando a Noite Vem”, a única cantada do disco (Ricardo Bacelar/Giuliano Eriston); “Falésias” (Ricardo Bacelar /Luciano Raulino), além de temas que Ricardo Bacelar e Jaques Morelenbaum já haviam composto, sozinhos. Para quem curte música instrumental, Aracati é uma ótima pedida. Vale a pena conferir o resultado dessa parceria musical.

"Fogueira"

"Caminhos de Areia"

"Ar Livre"

.: Crítica musical: Boogarins, o rock psicodélico encontra a MPB




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 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação.

Formada em 2013 por Benke Ferraz (guitarra e voz), Dinho Almeida (guitarra e voz), Raphael Vaz (baixo, moog e voz) e Ynaiã Benthroldo (bateria e voz), a banda de rock psicodélico Boogarins vem sendo apontada como um dos expoentes do estilo, mesclando elementos de MPB em sua sonoridade.

Cinco anos depois do último disco de inéditas, a banda goiana traz ao mundo seu quinto álbum, “Bacuri”. Concebido entre 2021 e 2024, o trabalho marca um retorno às raízes criativas por ser o primeiro gravado inteiramente em casa desde o primogênito “As Plantas que Curam” (2013). Ao mesmo tempo, é o mais “hi-fi” da discografia do grupo: com texturas, camadas e ideias mais nítidas, traz uma versão lapidada da interessante linguagem que a banda construiu em dez anos de caminhada.

Com produção assinada pela banda e pela engenheira de áudio Alejandra Luciani, o disco foi gravado na casa em que ela, Raphael Vaz e Dinho Almeida moram em São Paulo. Ao optarem por gravar o disco “em casa e com calma”, apresentaram canções e ideias individuais para serem lapidadas de forma coletiva. Dessa vez, os exercícios de experimentação se afastaram dos improvisos lisérgicos para dar lugar a uma estruturação de arranjos focada na energia dos quatro tocando juntos.

O resultado são dez faixas assinadas e compostas por todos os integrantes que unem a força das apresentações ao vivo à inventividade das texturas de pós-produção predominantes nos discos anteriores. Seu primeiro álbum, “As Plantas que Curam” (2013) sintetizou a onda neo-psicodélica e de gravações lo-fi que ganhou fãs por todo o mundo. Gravado de forma totalmente caseira, em 2012, e compartilhado pela própria banda na internet, 

“As Plantas que Curam” floresceu de forma espontânea, fazendo com que a música do grupo alcançasse lugares e pessoas inesperadas e o disco fosse descoberto (e lançado oficialmente) pelo selo nova-iorquino Other Music em outubro de 2013. Em 2014, com pouquíssimas apresentações em solo brasileiro, a banda já saía em uma turnê de mais de 100 shows pela Europa e Estados Unidos, tocando em festivais como SXSW, Primavera Sound e Les Ardentes. "Bacuri" é um daqueles discos que merece ser descoberto pelo grande público.

"Corpo Asa"

"Crescer"

"Chuva dos Olhos"


terça-feira, 3 de dezembro de 2024

.: “Mufasa: O Rei Leão” estreia dia 20 e libera trilha sonora dia 13. Saiba mais!

A trilha sonora apresenta novas músicas originais de Lin-Manuel Miranda, com performances adicionais de Lebo M e trilha original composta por Dave Metzger


Dezembro chegou trazendo a tão aguardada estreia nos cinemas de "Mufasa: O Rei Leão", no próximo dia 20 de dezembro. Para celebrar, um novo featurette chamado "Música de Mufasa" e pôsteres da exposição foram lançados, enquanto a Walt Disney Records anunciou o lançamento da trilha sonora oficial do filme para o dia 13 de dezembro, nas versões de músicas apenas e deluxe. A trilha sonora já está disponível para pre-save.

As músicas originais foram compostas por Lin-Manuel Miranda, vencedor do GRAMMY®, Tony®, Emmy® e homenageado pelo Kennedy Center Honor®, e produzidas por Mark Mancina e Lin-Manuel Miranda, com música e performances adicionais de Lebo M. Miranda, que declarou: “’O Rei Leão’ tem um legado musical incrível, com músicas de alguns dos maiores compositores da história, e estou honrado e orgulhoso de fazer parte disso. Foi uma alegria trabalhar ao lado de Barry Jenkins para dar vida à história de Mufasa. Mal podemos esperar para que o público experimente este filme nos cinemas”.

O álbum foi produzido por Miranda, Mancina e Tom MacDougall, presidente da Walt Disney Music e vencedor do GRAMMY®. A trilha sonora, que estará incluída na versão Deluxe, foi composta por Dave Metzger, vencedor do prêmio Tony®.


Confira a tracklist completa de “Mufasa: O Rei Leão”:

1.    “Ngomso” - Performed by Lebo M

2.    “Milele” - Performed by Anika Noni Rose and Keith David

3.    “I Always Wanted A Brother” - Performed by Braelyn Rankins, Theo Somulo, Aaron Pierre and Kelvin Harrison, Jr.

4.    “Bye Bye” - Performed by Mads Mikkelsen, Joanna Jones and Folake Olowofoyeku

5.    “We Go Together” - Performed by Aaron Pierre, Kelvin Harrison Jr., Tiffany Boone, Preston Nyman and Kagiso Lediga

6.    “Tell Me It’s You” - Performed by Aaron Pierre and Tiffany Boone

7.    “Brother Betrayed” - Performed by Kelvin Harrison Jr.


Os ingressos já estão à venda para "Mufasa: O Rei Leão", filme que explora a improvável ascensão do amado rei das Terras do Reino. Rafiki conta a lenda de Mufasa para a jovem leoa Kiara, filha de Simba e Nala, com Timão e Pumba emprestando seu humor característico. Contada em flashbacks, a história apresenta Mufasa como um filhote órfão, perdido e sozinho, até encontrar Taka, um leão simpático e herdeiro de uma linhagem real. Esse encontro muda o rumo da vida de ambos, levando a uma jornada épica de um grupo extraordinário de desajustados em busca de seus destinos. Seus laços serão testados enquanto trabalham juntos para escapar de um inimigo ameaçador e mortal.

O filme conta com um elenco estelar, incluindo Aaron Pierre, Kelvin Harrison Jr., John Kani, Tiffany Boone, Kagiso Lediga, Preston Nyman, Mads Mikkelsen, Thandiwe Newton, Lennie James, Anika Noni Rose, Keith David, Seth Rogen, Billy Eichner, Donald Glover, Blue Ivy Carter, Braelyn Rankins, Theo Somolu, Folake Olowofoyeku, Joanna Jones, Thuso Mbedu, Sheila Atim, Abdul Salis, Dominique Jennings e Beyoncé Knowles-Carter.

Combinando técnicas de filmagem live-action com imagens geradas por computador de forma fotorrealista, este novo longa-metragem é dirigido por Barry Jenkins, produzido por Adele Romanski & Mark Ceryak e conta com produção executiva de Peter Tobyansen. Com músicas originais do premiado compositor Lin-Manuel Miranda, trilha sonora de Dave Metzger e performances vocais adicionais de Lebo M, "Mufasa: O Rei Leão" estreia exclusivamente nos cinemas em 20 de dezembro de 2024.

Trailer do filme

sábado, 30 de novembro de 2024

.: Crítica musical: Casuarina faz samba de qualidade no álbum "Retrato"


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 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação.

O grupo Casuarina está divulgando o álbum “Retrato”, que está disponível nas plataformas digitais. O trabalho resgata a boa e velha prática da pesquisa de repertório, redescobrindo sucessos esquecidos e pérolas pouco exploradas por seus intérpretes e autores originais.  Agora na formação de trio, o grupo carioca reuniu sambas que marcaram época e foram importantes para cada um  de seus integrantes.

O grupo nasceu em 2001, em meio ao processo de revitalização do bairro da Lapa, no Rio de Janeiro. Foi ali, nos bailes da vida, que o projeto Casuarina teve início, revirando o baú da música popular brasileira. O começo de carreira culminou na gravação do primeiro disco do grupo, “Casuarina” (2005), indicado ao Prêmio da Música Brasileira e ganhador do extinto Prêmio Rival, concedido pela tradicional casa de shows carioca.

Décimo primeiro na discografia do grupo, “Retrato” conta a participação de três convidados: Marina Iris, Péricles e Zeca Pagodinho.  A cantora carioca e o mestre Zeca gravaram dois sambas garimpados pelo trio: “Cataclisma” e “Velhos Tempos”, respectivamente.

 Ícone do samba de São Paulo, Péricles imprimiu o vozeirão e a elegância característicos na versão de “Coração Feliz”, do repertório de Beth Carvalho. “Malandro Sou Eu”, outro clássico gravado pela madrinha do samba, entrou na lista de Rafael Freire e permaneceu no álbum: “Essa música me remete ao final da década de 1990, quando o pagode invadiu a Zona Sul. Passei a frequentar as rodas de samba da região ainda moleque, com 16 anos, ao lado de amigos de colégio que viriam a ser colegas de ofício. Sempre tive vontade de gravá-la”.

 Outro achado de “Retrato” é “Amarguras”, parceria de Zeca Pagodinho e Cláudio Camunguelo, originalmente gravada pelo Fundo de Quintal. “Cem Anos de Liberdade”, clássico samba-enredo da Mangueira, ganhou arranjo delicado, que foge da estética habitual do estilo. Bebendo na fonte de Jovelina Pérola Negra, o Casuarina foi buscar o samba “Catatau”, de aguçada crítica social, além de extremamente atual. Produzido pelo grupo Casuarina, o disco foi gravado, mixado e masterizado por Lucas Ariel nos estúdios da Biscoito Fino. Vai agradar bastante quem curte o samba tradicional.

"Coração Feliz"


"Cataclisma"

"Malandro Sou Eu"

.: Crítica musical: Sioux 66 com o DNA do rock nas veias


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação.

Todos ainda se lembram da icônica participação da banda mineira de Heavy Metal no final do show dos Titãs no Hollywood Rock de 1994, cantando uma versão punk de “Polícia”. Mas quem poderia imaginar que dois filhos de integrantes dessas bandas uniriam forças em um outro grupo de rock paulistano? Pois foi o que aconteceu no caso do Sioux 66, que acaba de divulgar o primeiro single de um álbum que está sendo preparado para ser lançado em 2025.

Os integrantes da Sioux 66 são: Igor Godoi (vocal), Bento Mello (baixo), Yohan Kisser (guitarra) e Gabriel Haddad (bateria). Bento é filho de Branco Mello, membro original dos Titãs, enquanto que Yohan é filho de Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura. Formada em 2011, a Sioux 66 vem conquistando seu espaço nos grandes palcos, incluindo uma performance no Rock in Rio 2022 e já lançou três álbuns de estúdio. Yohan ingressou na banda a partir de 2018, substituindo Mikka Jaxx, que se mudou para os Estados Unidos. Em 2021 eles gravaram uma elogiada versão de O Calibre, dos Paralamas do Sucesso, que acabou entrando na trilha sonora da novela Um Lugar Ao Sol, da TV Globo.

“Drive” é uma parceria com a distribuidora AWAL, do grupo Sony Music. A arte da capa do single é assinada por Gabriel Pow, trazendo uma estética que reflete a intensidade e energia características do som da banda, que de uma certa forma, demonstra uma relação direta com o som das bandas Sepultura e Titãs. No que se refere as mensagens diretas e no som pesado, eles mostram que têm o DNA do rock.

Este lançamento é o primeiro reflexo do que está por vir em seu quarto álbum de estúdio, que contará com composições em inglês e tem previsão de lançamento para janeiro de 2025. Vamos aguardar os próximos passos da Sioux 66.

"Nobody Knows You"

"O Calibre"


sexta-feira, 22 de novembro de 2024

.: Renato Teixeira e Fagner: quando os destinos se encontram


Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação.

Raimundo Fagner e Renato Teixeira retomam a parceria no álbum "Destinos", que também está disponível nas plataformas de streaming. Depois de "Naturezas", disco lançado em 2022, a dupla volta a apresentar novas canções e releituras, desta vez, com participações especiais. E o resultado ficou acima da média.

A atriz Isabel Teixeira (filha de Renato Teixeira) interpreta "Magia e Precisão", enquanto Zeca Baleiro empresta sua voz para o tema "O Prazer de Lembrar de Mim". Também participam do disco a cantora Roberta Campos (em "Quando for Amor"), Chico Teixeira, filho de Renato ("Travesseiro e Cafuné"), Evandro Mesquita ("Blues 73") e Roberta Spindel (em "Arde Mas Cura").

Destaques para "Dominguinhos" (um belo tema em homenagem ao saudoso mestre sanfoneiro) e para a canção que abre o disco, "Romaria", clássico de Renato na voz de Fagner. Assinalaria ainda a já citada "Quando For Amor", uma balada no estilo folk, com Fagner e Renato Teixeira unindo forças com a voz doce de Roberta Campos.

A produção musical e os arranjos são assinados por Maurício Novaes. A capa e a arte do disco são de Bento Andreato. Ao final da audição, o ouvinte fica na torcida para a dupla voltar a se reunir para lançar mais um disco.

"Quando For Amor"

"Amor Amar"

"Magia e Precisão"


quarta-feira, 20 de novembro de 2024

.: Crítica musical: Leo Russo, a gente merece escutar


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação.

O cantor e compositor Leo Russo está comemorando 15 anos de carreira em um momento mais do que especial: álbum novo, show novo e a espera do primeiro filho com a esposa Isabella. Chega nas plataformas digitais o álbum “A Gente Merece”, título de uma das faixas. A direção musical ficou a cargo de Alessandro Cardozo, que também assina a direção do show de lançamento no Teatro Rival Petrobras, no dia 3 de dezembro.

Afilhado da saudosa cantora Beth Carvalho e do produtor musical Rildo Hora, Leo Russo começou a frequentar as rodas de samba cariocas aos 11 anos, quando ganhou seu primeiro cavaquinho. Foi então que teve os primeiros contatos com alguns de seus ídolos, Ídolos que, mais tarde, seriam seus parceiros, como Xande de Pilares, Monarco e Moacyr Luz, com quem compôs “Isabella”, faixa do novo álbum.

Do novo álbum, já estão disponíveis no streaming “Isabella” e “João do Méier”, em que Leo Russo homenageia um de seus ídolos de infância: João Nogueira. Esta é uma música só de Leo Russo, mas no álbum há várias feitas com outros parceiros além de Moacyr Luz e Léo Peres, como Fagner, Xande de Pilares, Monarco e Rildo Hora, que também fez alguns arranjos, assim como Alessandro Cardozo e Paulão 7 Cordas.

O fato de ter contato com figuras ilustres do samba deve ter influenciado positivamente na sua formação musical. O disco tem composições bem inspiradas na linha do samba tradicional carioca. E Leo Russo é um ótimo intérprete, com aquela malemolência necessária para todo sambista. A gente merece ouvir esse disco.

"Isabela"

"João do Meier"

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