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terça-feira, 14 de janeiro de 2025

.: Orlany Filho, autor de "Bianca Amorim", fala sobre desafiar normas para realizar


Escritor, gestor e pós-graduado em Psicopedagogia, Orlany Filho reflete sobre a importância de quebrar paradigmas para viver com entusiasmo e deixar de lado as frustrações. Foto: divulgação


O início do ano costuma ser um período de renovações, quando as pessoas definem metas para os meses que estão por vir e buscam a coragem para tirar muitos sonhos do papel. Essa chance de recomeçar e de lutar por uma vida plena, seja no meio profissional ou no pessoal, é o que a protagonista do livro "Bianca Amorim - Ressuscitada das Tintas", de Orlany Filho, publicado pela editora Viseu, procura durante toda a narrativa.

Escritor e gestor com décadas de experiência no mundo corporativo, ele conta a história de uma mulher frustrada devido às experiências no mercado de trabalho e a violências no relacionamento amoroso. Imersa nessa realidade, a personagem começa a tomar atitudes que a levam para mais perto de sua essência.

“Do meu ponto de vista, desafiar normas e convenções é naturalmente um atributo da realização dos sonhos. Ou nos encorajamos a realizar nossos sonhos quebrando paradigmas e ultrapassando nossas fronteiras, ou ficamos estagnados onde estamos com o ofício débil de apenas sonhar, transformando nossa existência num celeiro de frustrações acatadas”, afirma o autor. Compre o livro "Bianca Amorim - Ressuscitada das Tintas", de Orlany Filho, neste link.


O livro é protagonizado por uma mulher e trata de dilemas e desafios muito específicos do universo feminino. Como foi o processo de criação da personagem, e que pessoas ou situações serviram de referência?
Orlany Filho - Eu observei que as mulheres acumulavam uma carga desproporcional, tendo que cuidar da casa, do orçamento, do marido, dos filhos, dos pais, de si mesma, além de serem pressionadas pelo avanço da carreira profissional, desencadeando nelas importantes sequelas patológicas. Acolhi profissionais chorando pelos corredores, assoladas pelos seus desafios e seus conflitos, demostrando suas fraquezas num momento de dor emocional, mas que posteriormente demostraram força na conquista da ascensão profissional superando as mais adversas situações possíveis. Daí surgiu a inspiração para a criação da personagem Bianca Amorim.

Ao longo do livro, a protagonista passa por uma transformação onde muitas de suas certezas são abaladas. Na sua opinião, qual a importância de desafiar normas e convenções para seguir sonhos?
Orlany Filho - Do meu ponto de vista, desafiar normas e convenções é naturalmente um atributo da realização dos sonhos, e isso é absolutamente de suma importância. Ou nos encorajamos a realizar nossos sonhos quebrando paradigmas e ultrapassando nossas fronteiras, ou ficamos estagnados onde estamos com o ofício débil de apenas sonhar, transformando nossa existência num celeiro de frustrações acatadas.


Você tem muitos anos de experiência no mercado de trabalho como gestor. De que forma essa vivência influenciou na escrita de Bianca Amorim?
Orlany Filho - O ambiente dentro das organizações ainda era hostil à ascendência profissional das mulheres. O preconceito, a discriminação e os assédios fundamentados numa cultura machista somados à falta de valorização adequada e da isonomia salarial impactavam demais as saúdes mental, física e emocional delas. Como gestor, isso sinceramente me incomodava demais. Eu precisava falar sobre isso. Escolhi a escrita como forma de dar voz ao universo feminino. E que essa voz chegasse eloquentemente ao universo masculino.


Em Bianca Amorim, a protagonista se vê sobrecarregada com os desafios da vida profissional e questões familiares, além de sofrer com um relacionamento abusivo.  A partir da sua perspectiva no mundo corporativo e na literatura, como é possível alcançar um equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional?
Orlany Filho - Com políticas intensificadas e massivas de conscientização para desconstrução do machismo hegemônico, inclusive desde o ensino fundamental, para que os homens respeitem as mulheres e dividam as tarefas domésticas com elas de forma sistemática e não esporádica.  Isso já ajudaria a aliviar as pressões domésticas. E que essa política fosse refletida no universo corporativo e fizesse parte da Cultura Organizacional das empresas de forma absolutamente aplicável. Denunciar as práticas abusivas, tanto na vida pessoal quanto na profissional das mulheres, através da literatura e das artes, em geral, é um instrumento de transformação social, que pode contribuir para a mudança desse cenário.


Bianca encontra nas artes uma forma de enfrentar seus traumas e recomeçar. Para você, de que forma elas auxiliam a lidar com questões psicológicas?
Orlany Filho - Já se sabe da importância da arte no processo terapêutico e seus resultados. Ela é capaz de auxiliar o indivíduo a processar melhor suas emoções e manejar mais facilmente emoções de impactos negativos. Através da produção artística, o indivíduo tem a possibilidade de canalizar sua ansiedade, eventos de medo, estado de tristeza, raiva, etc; e isso indiscutivelmente traz benefícios às saúdes emocional, física, mental e espiritual.Bianca Amorim se reencontra nas suas tintas pinceladas, nos seus quadros divinamente pintados. É um resgate do que ela já havia sido, quando sua autoestima era adequada, quando ela se sentia mais feliz. Foi um reencontro com o que ela havia de melhor naquele momento de aflição, desencanto e dor: era ela mesma refletida em seu quadro, emoldurada e pendurada na sua parede. Ali estava uma porta de saída para encontrar a si num abraço de acolhimento da própria alma de artista. Ali havia um infalível objetivo para viver, realizar sonhos. Encontrar-se num estado de síndrome do pânico é como estar morto com vida. Esse reencontro foi um processo de ressurreição, é voltar a ficar viva em vida. Daí o subtítulo do livro: "Ressuscitada das Cinzas".


quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

.: AGU cria Prêmio Eunice Paiva para pessoas que lutaram pela democracia


A Advocacia-Geral da União (AGU) criou o Prêmio Eunice de Paiva de Defesa da Democracia. A iniciativa foi formalmente instituída na última quarta-feira, dia 8 de janeiro, por meio de decreto a ser assinado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. A premiação é uma realização do Observatório da Democracia da AGU. A iniciativa concederá a distinção a pessoas naturais, brasileiras ou estrangeiras, que tenham colaborado de maneira notável para a preservação, restauração ou consolidação da democracia no Brasil, assim como para o avanço dos valores constitucionais do Estado Democrático de Direito. Igualmente, representa uma homenagem à trajetória de luta, resistência política e atuação em defesa dos direitos humanos da advogada.

Em exposição de motivos enviada ao presidente da República, o advogado-geral da União, Jorge Messias, destaca que a implementação do prêmio vai ao encontro de outras iniciativas estatais e não governamentais de manutenção das bases do regime democrático. Ressalta também que ela valoriza e lança luzes sobre “personalidades que, por meio de sua atuação profissional, intelectual ou política, tenham realizado contribuições significativas para a preservação e fortalecimento da democracia brasileira e para a defesa dos direitos fundamentais e das liberdades civis”. No documento, o ministro reforça, ainda, que a defesa da democracia é uma missão coletiva que transcende profissões, sendo fundamental para a resistência contra o autoritarismo e a promoção dos valores democráticos.


A premiação
A premiação será concedida anualmente, agraciando uma personalidade que tenha demonstrado, por meio de sua atuação profissional, intelectual, social ou política, contribuição expressiva para o fortalecimento do regime democrático no Brasil. A cerimônia anual de anúncio da premiação, além de destacar e exaltar as qualidades do agraciado, deverá também evocar a memória da luta de Eunice Paiva em favor da resistência democrática e sua atuação em defesa dos direitos humanos.

A AGU vai editar, ainda no primeiro trimestre de 2024, ato normativo com as informações complementares necessárias à implementação do prêmio. A proposta de criação do prêmio altera o Decreto nº 11.716, de 26 de setembro de 2023, que institui o Observatório da Democracia da AGU.


Leia o filme, assista ao livro
O livro "Ainda Estou Aqui", escrito por Marcelo Rubens Paiva, não só resgata a história pessoal de uma das famílias mais atingidas pelos horrores da ditadura militar no Brasil, mas também oferece uma reflexão poderosa sobre memória, perda e luta pela verdade. Publicado em 2015 e adaptado para o cinema por Walter Salles, que está em cartaz na rede Cineflix Cinemas, o livro narra a busca do autor por entender o que realmente aconteceu com seu pai, Rubens Paiva, que foi preso, torturado e morto durante o regime militar. Mas a história vai além da dor pessoal de Marcelo. 

Ao centrar a figura da mãe, Eunice Paiva, e suas lutas, o autor explora no livro a força e a resiliência de uma mulher que enfrentou desafios inimagináveis, ao mesmo tempo em que revela a complexidade da memória familiar e os ecos de um passado sombrio que ainda reverberam na sociedade brasileira. Agora, com mais de quatro décadas desde a publicação de seu primeiro sucesso, "Feliz Ano Velho", Marcelo Rubens Paiva mais uma vez traz à tona uma narrativa intensa, cheia de emoções e de perguntas não respondidas, mas também de uma força silenciosa que mostra como a dor e o sofrimento podem se transformar em luta e superação. 

Assista na Cineflix
Filmes premiados como "Ainda Estou Aqui" estão em cartaz na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

.: Maurício Rosa explica como utilizou os versos para ressignificar as raízes


Maurício Rosa escreveu "Na Proa do Trovão" porque queria se conectar com a memória do avô materno que nunca teve a oportunidade de conhecer. Foto: Caique Lima

Maurício Rosa escreveu "Na Proa do Trovão" porque queria se conectar com a memória do avô materno que nunca teve a oportunidade de conhecer. Homem preto e pobre, o familiar poderia ter tido sua trajetória invisibilizada devido a violências raciais e preconceitos de classe, mas o neto decidiu utilizar a poesia para preservar a própria ancestralidade – que é também a de muitos brasileiros.

“Toda história é uma grande história e contá-las, sejam elas ilustres ou apagadas, também é um resgate da nossa identidade coletiva”, explica o autor, que conectou a vida do avô com momentos socioculturais importantes do Brasil. Com textos escritos em ordem cronológica, ele atravessa o início do samba e a jovem-guarda enquanto aborda os relacionamentos amorosos do patriarca e os acontecimentos da vizinhança.

“As nossas raízes e heranças estão repletas de brechas por onde a poesia pode nos espantar ou maravilhar. Em Na proa do trovão, há belezas surpreendentes, mas também exumei emoções que toda a família prefere esconder. Por isso a literatura é necessária: ela é um lugar de encantamento a partir da palavra, mas é também, e talvez principalmente, um lugar de expurgo e libertação”, afirma o escritor.

Maurício Rosa vive em São Paulo. Aos 17 anos, ganhou um prêmio de literatura em sua cidade, e isso o impulsionou a pensar a escrita como uma possibilidade de carreira. Desde então, participou de diversas oficinas com escritores renomados como Marcelino Freire, Bruna Mitrano, Luiza Romão, entre outros. Tem textos publicados nas antologias "Contos e Causos do Pinheirão", organizada por Nelson de Oliveira, e "Retratos Pandêmicos", fruto do curso é Dia De Escrever. Atualmente, dedica-se inteiramente à poesia e escreveu textos para revistas especializadas como Ruído Manifesto, Leituras.Org, Revista Quiasmo, Littera 7, Revista Variações e Revista Sucuru. É autor dos livros "Vamos Orar pela Vingança", "O Longo Cochilo da Ursa" e "Na Proa do Trovão", e finalista do Prêmio Caio Fernando Abreu 2024 com o livro ainda inédito "Meu Corpo É Testemunha".


“Na Proa do Trovão” tem seu avô materno, Armando, como ponto de partida e chegada. Qual foi o impacto pessoal ao construir uma biografia poética sobre ele?
Maurício Rosa - 
A experiência de escrever o livro foi profunda. Eu tinha apenas o esboço do retrato de um homem e o desejo de abandonar as rédeas da minha imaginação. Esses dois fatores criaram um terreno impreciso para uma biografia tradicional, mas uma aventura para o fazer poético.


Como foi o processo de entrelaçar memória familiar e criação literária?
Maurício Rosa -  
A etapa de pesquisa (que caracterizava os meus projetos anteriores) foi abandonada. Parti direto para a criação, tendo apenas a sensibilidade como guia. Pessoalmente, foi tenso e emocionante, porque eu precisava respeitar tanto a memória familiar quanto o meu compromisso estético como escritor.


A obra explora temas como raízes familiares e herança cultural. Na sua visão, qual é a importância da poesia como um meio de preservação e ressignificação da ancestralidade?
Maurício Rosa -  Quanto a preservação da ancestralidade, eu espero que muitos poetas continuem a escrever sobre os seus antepassados (principalmente aqueles cujas histórias que não puderam ser contadas devido às violências raciais, sociais e de gênero). Em relação à ressignificação, esse é justamente o lugar da poesia. E não é apenas uma questão de perspectiva: no poema, toda experiência deve ser transformada, recalibrada, iluminada. As nossas raízes e heranças estão repletas de brechas por onde a poesia pode nos espantar ou maravilhar. Em "Na Proa do Trovão", há belezas surpreendentes, mas também exumei emoções que toda a família prefere esconder. Por isso a literatura é necessária: ela é um lugar de encantamento a partir da palavra, mas é também, e talvez principalmente, um lugar de expurgo e libertação.


O livro transita entre diferentes gerações e épocas. Como você trabalhou a estrutura temporal dos poemas para entrelaçar essas histórias?
Maurício Rosa -  O livro começa nos anos 1920 e termina nos anos 1980. Por adotar a ordem cronológica, a estrutura temporal se armou naturalmente, ficando à cargo das personagens indicarem, discretamente, o momento que determinado poema retrata. Para isso, por exemplo, utilizei alguns referenciais musicais para que, de primeira, o leitor conseguisse se situar. Menciono o Rio de Janeiro do início do samba na figura de Tia Ciata (por volta dos anos 1920), a jovem-guarda (final dos anos 1960) e a cantora Fafá de Belém na juventude (metade da década de 1970).

Elementos da cultura e da história brasileiras aparecem de forma marcante, como a referência à Pequena África. Qual é a importância dessas citações para a narrativa poética do livro? De que forma contribuem para o resgate da identidade cultural?
Maurício Rosa -  Há dois eixos de importância: um é estético e o outro é em nome da memória que não pode ser apagada. Poeticamente, as referências enriquecem o texto, ambientam o leitor e propõem uma ligação de afetividade com o poema. Por sorte, a história do meu avô pôde andar em paralelo com grandes momentos socioculturais e eu tentei utilizá-los no livro para provar que, enquanto a chamada “história oficial” acontecia, uma vida pequena e silenciosa mobilizava e movimentava uma família, a minha. Toda história é uma grande história e contá-las, sejam elas ilustres ou apagadas, também é um resgate da nossa identidade coletiva.


Os textos tratam de aspectos íntimos da vida familiar, como no poema "Fascinação". Como foi equilibrar a exposição pessoal com a universalidade da poesia?
Maurício Rosa -  Não foi uma tarefa simples, mas poesia é risco. É realmente imprevisto o que pode acontecer quando começamos um poema e acredito que a universalidade se alcança somente com uma alta voltagem de honestidade. Dizer o que precisa ser dito não é fácil, mas é só assim que se pode escrever.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

.: Autores internacionais, os melhores livros de 2024: Italo Calvino encabeça


Por 
Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. 

Em 2024, o mundo literário trouxe uma série de obras impactantes e diversas, que não só exploram novas perspectivas e emoções, mas também aprofundam discussões sobre história, identidade e sentimentos humanos. Esta lista foi organizada para destacar os dez melhores livros internacionais do ano, levando em conta o impacto cultural, a profundidade literária, e a habilidade dos autores em conectar com seus leitores. Embora cada livro tenha se destacado de alguma forma, alguns brilham com mais intensidade e deixam uma marca mais duradoura. Aqui está uma análise de cada um deles, com suas qualidades únicas e os motivos pelos quais merecem figurar entre os mais destacados do ano.

Cada um desses livros trouxe algo único para a literatura deste ano, seja pela profundidade emocional, pela análise crítica ou pela exploração de temas universais e atemporais. Alguns conquistaram os leitores por sua beleza literária, enquanto outros brilharam pela sua originalidade e pela maneira como desafiaram as convenções do gênero. Todos, no entanto, são indispensáveis para quem deseja mergulhar no que há de mais relevante na literatura contemporânea.

Listar os dez melhores livros de autores internacionais do ano é tarefa ingrata em qualquer área. Selecionar os dez Melhores Livros de Autores Internacionais de 2024 do portal Resenhando.com em meio a um ano tão fértil em relação à literatura e também a vários que chegam diariamente à nossa redação é algo desafiador e uma viagem literária ao longo do ano a partir de um critério absolutamente subjetivo: o gosto pessoal de quem elaborou a lista. Vários livros tão bons quanto os que estão nesta lista ficaram de fora, o que não quer dizer que não mereçam ser lidos.  Confira também a lista dos Melhores Livros de 2023 neste link.


10. "Nadando no Escuro", de Tomasz Jedrowski
Em um ano de grandes lançamentos, "Nadando no Escuro", publicado pela editora Astral Cultural, é destacado como uma das mais poderosas obras literárias de 2024. Este romance aborda uma história de amor proibido em tempos de repressão, ambientado na Polônia de 1980. A obra escrita por Tomasz Jedrowski não só trata do amor entre dois homens em um contexto político tenso, mas também explora os dilemas existenciais e os sacrifícios feitos por aqueles que amam em tempos de opressão. A escrita de Jedrowski é visceral e emocionante, explorando o amor em sua forma mais crua, enquanto também lança luz sobre as complexidades políticas e sociais da época. Na décima colocação da lista de Melhores Livros Internacionais de 2024, traduzido por Luiza Marcondes, o livro oferece uma leitura profunda e comovente que permanece com o leitor muito após a última página, fazendo dela, sem dúvida, uma das melhores obras de 2024. Compre o livro "Nadando no Escuro", de Tomasz Jedrowski, neste link.


9. "Em Agosto Nos Vemos", de Gabriel García Márquez
O romance póstumo de Gabriel García Márquez apresenta uma mulher que, ao longo de sua vida, descobre os limites de seus desejos e a complexidade de sua identidade sexual. A escrita do autor é inconfundível, com a mesma magia e sensibilidade que marcaram sua carreira. Em "Em Agosto nos Vemos", publicado pela editora Record, o autor colombiano mergulha em temas profundos como o desejo, a perda e a liberdade. A obra encanta pela forma como retrata a busca pela autoaceitação e a resistência do prazer diante do tempo. Na nona colcação da lista, embora não atinja a grandiosidade de seus romances mais conhecidos, este livro póstumo oferece uma reflexão belíssima sobre a vida e as escolhas humanas. A tradução é de Eric Nepomuceno. Compre o livro "Em Agosto Nos Vemos", de Gabriel García Márquez, neste link.


8. "Caro Professor Germain: Cartas e Escritos", de Albert Camus e Louis Germain
Reunindo cartas trocadas entre Albert Camus e o professor Louis Germain, o livro "Caro Professor Germain: cartas e Escritos" apresenta uma bela demonstração de gratidão e respeito mútuo. Essas cartas, carregadas de emoção, oferecem uma visão sobre a relação entre o autor e aquele que desempenhou um papel fundamental na formação intelectual dele. Além disso, o livro contém um texto extra, "A Escola", que enriquece ainda mais a obra, mostrando a reverência de Camus pela educação. Na oitava colocação da lista, é um tributo tocante à relação entre mestre e aluno. A tradução é de Ivone Benedetti. Compre o livro "Caro Professor Germain: Cartas e Escritos", de Albert Camus, neste link.


7. "Neil Gaiman: Histórias Selecionadas", de Neil Gaiman
"Neil Gaiman: Histórias Selecionadas" é uma coletânea que reúne os melhores textos de Neil Gaiman, um dos mestres contemporâneos da literatura fantástica. De histórias de terror a contos de mistério e fantasia, o autor navega por uma variedade de estilos e temas, mostrando versatilidade. A seleção inclui 52 textos, com alguns inéditos, tornando a obra uma excelente porta de entrada para novos leitores e um item precioso para os fãs mais antigos. A tradução é de Leonardo Alves, Augusto Calil, Edmundo Barreiros, Fábio Barreto e Renata Pettengill. Compre o livro "Neil Gaiman: Histórias Selecionadas", de Neil Gaiman, neste link.


6. "O Homem Ciumento", de Jo Nesbø
"O Homem Ciumento"
, de Jo Nesbø, merece o título de sexto lugar na lista dos dez Melhores Livros de Autores internacionais do ano devido à sua extraordinária capacidade de explorar as complexidades da mente humana em situações extremas. Com maestria, ele utiliza os 12 contos que compõem o livro para criar um panorama sombrio e multifacetado dos sentimentos mais viscerais, como ciúme, vingança e desespero. Cada narrativa apresenta personagens em situações limítrofes, testando o comportamento humano e revelando as nuances de suas motivações. Outro ponto que reforça a grandiosidade do livro é a versatilidade das tramas, que se passam em diferentes culturas e contextos, mas mantêm a mesma intensidade e impacto. Desde o detetive grego lidando com um caso de ciúmes extremos até a mulher em um voo para Londres confrontando seu desejo de autodestruição, o autor oferece ao leitor uma experiência imersiva e inquietante. A tradução é de Ângelo Lessa. Compre o livro "O Homem Ciumento", de Jo Nesbø, neste link.


5. "Seis Passeios Pelos Bosques da Ficção", de Umberto Eco
Em "Seis Passeios Pelos Bosques da Ficção", o escritor Umberto Eco leva o leitor a uma jornada filosófica sobre o que é ficção, como ela se conecta à realidade e o que significa entrar no universo de uma história. Eco aborda temas complexos com a leveza e o humor característicos de seu estilo. Na quintta colocação da lista, o livro é uma excelente análise crítica sobre o poder da literatura. A tradução é de Hildegard Feist e a arte da capa, de Teco Souza. Compre o livro "Seis Passeios Pelos Bosques da Ficção", de Umberto Eco, neste link.


4. "Escreva Muito e Sem Medo: uma História de Amor em Cartas (1944-1959)", de Albert Camus e Maria Casarès
Lançada pela editora Record, essa correspondência íntima entre Albert Camus e a atriz Maria Casarès é um tesouro para os fãs do autor francês. "Escreva Muito e Sem Medo: uma História de Amor em Cartas (1944-1959)" traz à tona um lado mais pessoal e vulnerável de Camus, oferecendo cartas reveladoras de sua relação com a atriz. Contudo, o impacto da obra está mais no contexto biográfico do que na profundidade literária do conteúdo. Embora seja uma excelente forma de explorar a figura de Camus sob uma nova perspectiva, a relevância desse material é mais voltada para quem já é fã de sua obra e deseja mergulhar na vida pessoal do autor. Para leitores que não estão tão familiarizados com o autor, o livro, que está na quarta colocação da lista, pode parecer excessivamente íntimo e pouco acessível - mas é uma boa porta de entrada para se aprofundar na obra de Albert Camus. A tradução é de Clóvis Marques. Compre o livro "Escreva Muito e Sem Medo: uma História de Amor em Cartas (1944-1959)", de Albert Camus e Maria Casarès, neste link.


3. "A Casa dos Significados Ocultos", de RuPaul Charles
Na autobiografia "A Casa dos Significados Ocultos", o autor RuPaul Charles oferece aos leitores um olhar sem precedentes sobre a vida, desde a infância em San Diego até a ascensão como um ícone mundial da cultura pop. A obra é um profundo mergulho na identidade desse artista, com reflexões sobre como a autoaceitação e a adaptação são essenciais para a construção de uma persona pública. RuPaul revela momentos vulneráveis da vida, o que torna o livro não apenas uma biografia, mas também um manifesto de superação e resistência. A mistura de sabedoria, humor e filosofia torna o livro - que está em terceiro lugar na lista - uma leitura gostosa e inspiradora. A tradução é de Helen Pandolfi. Compre o livro "A Casa dos Significados Ocultos", de RuPaul Charles, neste link.

2. "A Caminho de Macondo: Ficções 1950-1966", de Gabriel García Márquez
Lançado pela editora Record, "A Caminho de Macondo" reúne textos que formam a base do universo mítico de Macondo, uma das maiores criações da literatura mundial. São escritos que antecedem "Cem Anos de Solidão" e mostram o processo criativo de Gabriel García Márquez. Para os admiradores do autor, a obra é uma verdadeira preciosidade, pois oferece uma janela para o início do realismo mágico. No entanto, para o leitor casual, os textos podem parecer mais fragmentados e menos imersivos, já que muitos ainda estão em estágios iniciais de desenvolvimento. Isso torna o livro - que está na segunda colocação da lista - essencial para estudiosos da obra de Márquez e muito mais interessante, porque o leitor consegue visualizar um pouco do processo de criação do artista. A tradução é de Ivone Benedetti, Édson Braga, Danúbio Rodrigues e  Joel Silveira. Compre o livro "A Caminho de Macondo", de Gabriel García Márquez, neste link.


1. "Nasci na América…: uma Vida em 101 Conversas (1951-1985)", de Italo Calvino

"Nasci na América…: uma Vida em 101 Conversas" é uma coletânea de entrevistas com o renomado escritor italiano Italo Calvino. O livro oferece uma perspectiva única sobre a vida e o pensamento do artista que conquistou um lugar de destaque na literatura universal. As entrevistas, que abrangem três décadas, revelam a mente brilhante de Calvino e o olhar sobre temas como literatura, política, cinema e o futuro do homem. É uma espécie de "autobiografia intelectual" em construção, proporcionando uma compreensão mais rica do legado literário do autor. A obra brilha principalmente pela profundidade, clareza e a elegância inconfundível de Calvino, sendo um tesouro para os admiradores do artista e para os estudiosos da literatura contemporânea. O livro do ano na categoria Melhor Livro de Autores Internacionais é resultado do trabalho de vários profissionais, além do autor: Luca Baranelli (compilador), Federico Carotti (tradutor), Raul Loureiro (arte de capa) e Mario Barenghi (introdução). Compre o livro "Nasci na América…: Uma Vida em 101 Conversas (1951-1985)", de Italo Calvino, neste link.

sábado, 28 de dezembro de 2024

.: De Aguinaldo Silva, "Meu Passado me Perdoa" é eleito o livro do ano de 2024


Por Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. 

O ano de 2024 foi o ano das biografias e de livros marcados por uma impressionante diversidade de lançamentos literários, com obras que abordaram uma gama de temas emocionais, sociais, culturais e pessoais, refletindo as complexas realidades do nosso tempo. Entre os destaques, houve uma fusão de narrativas sensíveis, corajosas, profundas e até irreverentes, levando os leitores a uma viagem literária rica e impactante.

Cada uma dessas obras se destaca pela abordagem única e pela maneira como desafiam o leitor a pensar sobre diferentes aspectos da vida, das relações e da sociedade. Em 2024, a literatura brasileira teve uma verdadeira explosão de criatividade, abrangendo desde questões pessoais até grandes reflexões sociais e culturais. A diversidade de temas e estilos mostra que a literatura contemporânea é multifacetada, rica em nuances e capaz de transformar e impactar profundamente a vida dos leitores. A seguir, apresentamos os dez melhores livros do ano.

Listar os dez melhores livros de autores brasileiros do ano é tarefa ingrata em qualquer área. Selecionar os dez Melhores Lvros Brasileiros do ano do portal Resenhando.com em meio a um ano tão fértil em relação à literatura e também a vários que chegam diariamente à nossa redação é algo desafiador e uma viagem literária ao longo do ano a partir de um critério absolutamente subjetivo: o gosto pessoal de quem elaborou a lista. Vários livros tão bons quanto os que estão nesta lista ficaram de fora, o que não quer dizer que não mereçam ser lidos.  Confira também a lista dos Melhores Livros de 2023 neste link.


10. "Açougueira", de Marina Monteiro
Em "Açougueira", publicado pela editora Claraboia, Marina Monteiro presenteia o leitor com uma obra de uma profundidade emocional e intelectual impressionantes. A narrativa, que gira em torno de um crime de assassinato e esquartejamento, não se limita apenas ao mistério, mas se aprofunda nas complexas questões sociais que envolvem a violência doméstica e a opressão das mulheres. A escolha de narrar a história a partir dos depoimentos de moradores da cidadezinha e da própria esposa do assassinado coloca o leitor no lugar da acusada, desafiando noções de culpabilidade e oferecendo uma reflexão crítica sobre a maneira como a sociedade lida com a violência contra a mulher. Décimo lugar na lista de Melhores Livros Brasileiros de 2024, esse livro se destaca pela coragem com que aborda temas delicados e pela sensibilidade com que a autora constrói suas personagens e seus dilemas. Compre o livro "Açougueira", de Marina Monteiro, neste link.


9. "Virgínia Mordida", de Jeovanna Vieira
A estreia de Jeovanna Vieira é um soco no estômago. "Virgínia Mordida", publicado pela Companhia das Letras, é um romance psicológico intenso que explora as profundezas das relações amorosas, os aspectos mais sombrios da psique humana e os impactos da violência emocional. Ao contar a história de Virgínia, uma mulher que vive um relacionamento tóxico com Henrí, um ator argentino, o livro se torna uma poderosa reflexão sobre como o amor pode ser disfuncional e destrutivo. A autora não tem medo de expor as fragilidades de seus personagens e a tensão entre eles é palpável, criando uma narrativa de ritmo acelerado e angustiante. Nono lugar na lista de Melhores Livros Brasileiros de 2024, Vieira se destaca pela sua habilidade de mergulhar nas emoções e nas motivações dos personagens de forma autêntica e, ao mesmo tempo, perturbadora. Compre o livro "Virgínia Mordida", de Jeovanna Vieira, neste link. 


8. "Minha China Tropical: Crônicas de Viagem", de Francisco Foot Hardman
"Minha China Tropical"
, publicado pela Unesp Editora, é uma obra envolvente, mas que se destaca mais pela beleza do estilo do que pela profundidade dos temas abordados. Francisco Foot Hardman apresenta suas crônicas de viagem com uma leveza contagiante, capturando a essência da cultura chinesa e suas contrastantes semelhanças com a realidade brasileira. Embora a obra não tenha o mesmo impacto revolucionário de outros livros da lista, ela oferece uma leitura agradável e enriquecedora sobre as diferenças culturais e as experiências que moldam a visão de um estrangeiro sobre um país complexo e multifacetado. Oitavo lugar na lista de Melhores Livros Brasileiros de 2024, Foot Hardman oferece uma narrativa calorosa e pessoal, desafiando estereótipos sobre a China e promovendo um diálogo entre as culturas. Compre o livro "Minha China Tropical", de Francisco Foot Hardman, neste link.

7. "O Ninho", de Bethânia Pires Amaro
Vencedor do Prêmio Sesc de literatura e do Prêmio Jabuti na categoria Contos, "O Ninho"publicado pela editora Record, é um livro de contos que não apenas retrata o cotidiano das mulheres e suas realidades, mas também desafia as idealizações frequentemente associadas às relações familiares. Bethânia Pires Amaro utiliza sua escrita precisa e sensível para explorar os conflitos internos e externos de suas personagens femininas, que lidam com questões como maternidade, abuso e os traumas herdados de gerações anteriores. A autora tem a habilidade rara de fazer com que o leitor sinta empatia pelas situações difíceis que suas personagens enfrentam, ao mesmo tempo em que coloca em pauta a complexidade das relações familiares e a busca por identidade. Sétimo lugar na lista de Melhores Livros Brasileiros de 2024, o livro é uma reflexão pungente sobre a realidade das mulheres e das relações humanas. Compre o livro "O Ninho", de Bethânia Pires Amaro, neste link.


6. "Tudo o que Posso te Contar", de Cecilia Madonna Young
Embora "Tudo o que Posso te Contar", o livro de estreia de Cecilia Madonna Young, seja divertido e ácido, ele também faz uma observação afiada das questões enfrentadas pela geração Z, abordando temas como depressão, ansiedade e identidade de maneira irreverente e sarcástica. Publicado pela editora Record, o livro oferece uma reflexão nua e crua sobre os dilemas existenciais que os jovens de hoje enfrentam. Sexto lugar na lista de Melhores Livros Brasileiros de 2024, é uma leitura que mistura densidade e leveza, que proporciona uma boa visão sobre a vida moderna e as angústias da juventude. Compre o livro "Tudo o que Posso te Contar", de Cecilia Madonna Young, neste link.

5. "O Mito do Mito", de Rita Lee
Obra póstuma de Rita Lee, o livro "O Mito do Mito", publicado pela Globo Livros, mistura realidade e ficção de maneira sofisticada e instigante. Conhecida pelo talento irreverente e a capacidade de transformar qualquer tema em algo único e inesquecível, ela entrega ao público uma obra que é, ao mesmo tempo, uma reflexão sobre o seu próprio ser e uma narrativa envolvente de mistério. A história gira em torno da própria Rita Lee como protagonista, que busca respostas para suas questões internas durante sessões de terapia. O tom de humor ácido e introspecção presente na obra faz com que a leitura seja tanto divertida quanto profunda. Quinto lugar na lista de Melhores Livros Brasileiros de 2024, o livro é uma verdadeira janela para a mente de uma das artistas mais icônicas do Brasil, revelando uma Rita Lee que, ao mesmo tempo em que se entrega a seus demônios, também se reinventa com leveza. Compre o livro "O Mito do Mito", de Rita Lee, neste link.


4. "Chatices do Amor", de Fernanda Young
"Chatices do Amor"
, publicado pela editora Record, é um livro póstumo que reúne dois romances de Fernanda Young, uma autora de indiscutível talento. No entanto, a obra não alcança o mesmo impacto que outros trabalhos póstumos de escritores consagrados. Ainda que a autora tenha uma escrita perspicaz, o tom de melancolia e humor entrelaçado na narrativa não ressoa com todos os leitores da mesma forma. Quarto lugar na lista de Melhores Livros Brasileiros de 2024,  o livro é, sem dúvida, um tributo ao estilo irreverente e profundo de Young, que mistura de humor e introspecção. Compre o livro "Chatices do Amor", de Fernanda Young, neste link.


3. "Longe do Ninho", de Daniela Arbex
O poder de "Longe do Ninho", publicado pela editora Intrínseca, está na forma como Daniela Arbex consegue transformar uma tragédia pessoal e coletiva em um relato investigativo de grande impacto social e humano. A jornalista apresenta um trabalho impecável ao investigar o incêndio no centro de treinamento do Flamengo, que matou dez jovens promessas do futebol. Com uma abordagem sensível, detalhada e humana, Arbex reconstitui não apenas os fatos, mas também a dor das famílias e as falhas institucionais que possibilitaram o acidente. Ao utilizar depoimentos exclusivos, documentos inéditos e a coragem de retratar o caso de forma crua, a autora apresenta um trabalho de altíssima qualidade que é, ao mesmo tempo, uma homenagem às vítimas e um alerta contra a omissão das autoridades. Terceiro lugar na lista de Melhores Livros Brasileiros de 2024, o livro é, sem dúvida, um livro-reportagem essencial, que vai além da simples narração de um fato e se torna uma reflexão profunda sobre a negligência e suas consequências. Compre o livro "Longe do Ninho", de Daniela Arbex, neste link.


2. "Gilberto Braga, o Balzac da Globo", de Mauricio Stycer e Artur Xexéo
A biografia de Gilberto Braga é uma obra de grande riqueza para os fãs de novelas e da história da televisão brasileira. Por meio de uma parceria entre Mauricio Stycer e Artur Xexéo, "Gilberto Braga apresenta a trajetória do dramaturgo, desde sua infância até os grandes momentos da sua carreira. O livro traz à tona detalhes fascinantes sobre o processo criativo do novelista, as inspirações dele e como as novelas refletem os aspectos mais profundos da sociedade brasileira. Ao mesmo tempo, a biografia serve como um tributo ao autor e à capacidade de tratar de temas delicados, como sexualidade, classe social e racismo, de maneira pioneira. Segundo lugar na lista de Melhores Livros Brasileiros de 2024, a obra é uma excelente leitura para quem deseja compreender a importância de Gilberto Braga na formação da cultura televisiva brasileira. Compre o livro "Gilberto Braga, o Balzac da Globo", de Mauricio Stycer e Artur Xexéo, neste link.

1. "Meu Passado Me Perdoa", de Aguinaldo Silva
Mais que uma autobiografia, "Meu Passado Me Perdoa", de Aguinaldo Silva é o relato de um sobrevivente. Com uma escrita cativante, o autor leva os leitores por uma jornada ao longo da vida e carreira, desde a infância até os bastidores das novelas que marcaram gerações. Este livro não é apenas uma memória pessoal, mas uma verdadeira aula sobre a história da televisão brasileira. Silva traz à tona histórias inéditas sobre o processo criativo das novelas, os desafios que enfrentou e as figuras que cruzaram o caminho dele. As anedotas e revelações sobre o mundo das telenovelas são fascinantes, e o autor também faz uma análise crítica sobre o papel das suas obras na sociedade brasileira. Primeiro lugar na lista de Melhores Livros Brasileiros de 2024, "Meu Passado me Perdoa", além de ser o livro do ano, é uma leitura envolvente para quem ama a TV e para quem deseja entender mais sobre a construção de uma das maiores referências da dramaturgia nacional. Compre o livro "Meu Passado Me Perdoa", de Aguinaldo Silva, neste link.

.: "Grande Sertão", filme de Guel Arraes, estreia em formato de minissérie na TV


Caio Blat e Luisa Arraes falam sobre a expectativa para a exibição na TV aberta e relembram gravações. Na imagem, Diadorim (Luisa Arraes) e Riobaldo (Caio Blat). Foto: Globo/ Helena Barreto

A partir de 7 de janeiro, as telas da TV Globo ganham mais ação e drama com a exibição de "Grande Sertão", de Guel Arraes, com roteiro dele e de Jorge Furtado, em formato de minissérie. Adaptação do clássico romance literário "Grande Sertão: Veredas", de João Guimarães Rosa, a produção transpõe o universo da violência dos jagunços do sertão para o território das organizações criminosas de uma periferia urbana, cercada por muros gigantescos, em um tempo indeterminado. A obra aborda temas como os conflitos da população com o Estado, a violência nas periferias do Brasil, o questionamento do papel do homem no mundo e uma paixão proibida pelas normas da sociedade.

Nas selvas de concreto de um Brasil futurista e sem lei, a luta entre policiais e bandidos assume ares de guerra e traz à tona questões como lealdade, vida e morte, amor e coragem, o bem e o mal. A trama, narrada em tom épico e recheada de adrenalina, se divide em três linhas do tempo: enquanto o passado apresenta o começo da relação entre Riobaldo (Caio Blat) e Diadorim (Luisa Arraes) ainda adolescentes, o presente retrata um conflito sangrento entre a gangue de Joca Ramiro (Rodrigo Lombardi) e a polícia, comandada por Zé Bebelo (Luis Miranda), e o futuro expõe uma grave traição, além da explosão de sentimentos reprimidos entre Riobaldo e Diadorim.

Nesse percurso, transcorrem as batalhas e escaramuças da grande guerra do Sertão, e se desenrola a trajetória de Riobaldo, professor que ingressou no bando do crime por amor ao enigmático Diadorim, com quem, a princípio, tem uma grande amizade, mas que eventualmente desperta sentimentos mais complexos nele. Intérprete do personagem que lida com escolhas morais e dilemas éticos, enquanto busca entender sua própria natureza, Caio Blat fala sobre os desafios das gravações. "Foi uma grande aventura representar essa história. Eu tinha feito a peça de teatro durante três anos, e fiz um filme com a Bia Lessa, então eu tinha muita intimidade com o texto do Guimarães Rosa. Mas depois veio essa superprodução onde eu me sentia, como Riobaldo, de certa maneira um regente de uma grande orquestra. São centenas de atores, de personagens, de efeitos especiais de guerras, é uma superprodução de guerra no Brasil, contando a história do país", revela o ator, comemorando a chegada do filme à TV aberta. 

"'Grande Sertão' chegar na TV aberta é uma felicidade, a realização do grande objetivo do projeto de popularizar essa obra-prima. É um livro muito respeitado, muito estudado, mas pouco lido e que tem um ar erudito quando na verdade é uma obra que nasce dos contos populares, das histórias do sertão. É uma história popular na sua origem". ressalta Blat. 

Após estreia nos cinemas e lançamento no Globoplay, Luisa Arraes também está na expectativa para que o público da TV aberta conheça a produção. "Minha expectativa é que o Brasil inteiro possa ver. Fizemos uma obra popular, para que todos pudessem assistir. E acho que o formato de minissérie é interessante porque a pessoa pode assistir, respirar e depois assistir mais um pouco porque 'Grande Sertão' traz muita informação. Estamos todos muito animados com a chegada do filme à TV aberta", comenta a atriz. 

"Grande Sertão" é uma adaptação audiovisual da obra literária "Grande Sertão: Veredas", de João Guimarães Rosa, dirigida por Guel Arraes, que assina o roteiro ao lado de Jorge Furtado, e produzida por Manoel Rangel, Egisto Betti e Heitor Dhalia. O elenco também conta com nomes como Eduardo Sterblitch, Mariana Nunes e Luellem de Castro. A minissérie estreia no dia 7 de janeiro, logo após "BBB O Documentário - Mais que Uma Espiada", e será exibida em quatro capítulos, de terça a sexta-feira.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

.: Motivos para ler "A Terra dos Meninos Pelados", livro que celebra as diferenças


Por 
Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. 

Uma obra-prima da literatura infantojuvenil brasileira ganha nova vida com ilustrações modernas e permanece mais relevante do que nunca. Graciliano Ramos, consagrado por sua capacidade de mergulhar nas profundezas da alma humana, presenteia o leitor com uma história encantadora e reflexiva sobre aceitação, identidade e liberdade. Nesta lista, exploramos os motivos que fazem de "A Terra dos Meninos Pelados", lançado pela Global Editora, uma leitura indispensável para todas as idades.

Com 96 páginas repletas de sensibilidade, imaginação e profundidade, o livro é um clássico que atravessa gerações. Graciliano Ramos, com a maestria narrativa de sempre, e Luiza de Souza, a @ilustralu, trazendo frescor à obra com suas ilustrações vibrantes, unem forças para criar uma experiência literária inesquecível. Seja para relembrar a magia da infância ou para refletir sobre temas universais, esta obra é uma leitura indispensável para todas as idades. Compre o livro "A Terra dos Meninos Pelados", de Graciliano Ramos, com ilustrações de IlustraLu, neste link.



1. Tirando a poeira de um clássico da literatura brasileira
Graciliano Ramos é uma figura central na literatura brasileira, conhecido por sua escrita intensa, precisa e repleta de humanidade. Embora famoso por obras como "Vidas Secas""S. Bernardo", ele demonstra em "A Terra dos Meninos Pelados" que sua genialidade também se estende ao público infantojuvenil. O livro é um marco na literatura infantil, explorando questões universais de forma acessível e profundamente tocante, e que vem sendo redescoberto pelas novas gerações.


2. Uma abordagem delicada sobre diferenças
O livro trata de questões fundamentais como a aceitação das diferenças e a superação do preconceito. Raimundo, o protagonista, é um menino cuja aparência única – um olho azul, outro preto e sem cabelos – o torna alvo de discriminação em sua cidade natal. Graciliano Ramos transforma essas dificuldades em uma jornada de autodescoberta, mostrando que é possível encontrar força e beleza naquilo que nos torna diferentes.


3. O universo fantástico de Tatipirun
Tatipirun, o mundo imaginário criado por Raimundo, é um lugar mágico onde as diferenças não apenas são aceitas, mas celebradas. Neste refúgio, Raimundo encontra amizade, aventura e um senso de pertencimento. A criação deste universo não é apenas um escapismo, mas também uma poderosa metáfora sobre a capacidade humana de criar novos espaços de aceitação e compreensão, mesmo em meio à adversidade.


4. Nova edição com ilustrações vibrantes
A nova edição de "A Terra dos Meninos Pelados" apresenta as ilustrações de Luiza de Souza, conhecida como IlustraLu. As imagens, modernas e cheias de vida, não apenas complementam a narrativa, mas também oferecem uma nova perspectiva sobre a obra. Com traços coloridos e detalhados, as ilustrações aproximam o público contemporâneo, tornando o livro ainda mais cativante para leitores jovens e adultos.


5. A genialidade de Graciliano Ramos
Graciliano Ramos é reconhecido pela habilidade de dissecar a alma humana e suas contradições, e isso é evidente até mesmo em uma obra voltada para crianças. "A Terra dos Meninos Pelados" é um exemplo de como ele consegue tratar temas profundos e complexos – como o preconceito, a solidão e a liberdade – de forma que ressoe com leitores de todas as idades, sem perder a leveza e o encantamento típicos da literatura infantil.


6. Uma obra premiada e reconhecida
Publicado pela primeira vez em 1939, "A Terra dos Meninos Pelados" recebeu o Prêmio de Literatura Infantil do Ministério da Educação, um reconhecimento que ressalta sua importância literária e cultural. Esse prêmio destaca não só a qualidade da escrita de Graciliano Ramos, mas também a sensibilidade do autor em abordar temas importantes para crianças e jovens, como a empatia e a valorização das diferenças.


7. Reflexões para todas as idades
Embora seja considerado um livro infantojuvenil, "A Terra dos Meninos Pelados" oferece lições e reflexões que vão muito além da infância. A história de Raimundo é uma poderosa alegoria sobre aceitação, resiliência e a capacidade de imaginar novos futuros. Adultos que leem a obra encontram nela uma profunda crítica social, enquanto as crianças se encantam com o universo mágico de Tatipirun.


8. A conexão única entre texto e ilustração
A parceria entre a narrativa de Graciliano Ramos e as ilustrações de IlustraLu cria uma experiência de leitura única. As imagens não apenas retratam os acontecimentos da história, mas também amplificam suas emoções e significados. Essa conexão visual enriquece a compreensão da obra, especialmente para leitores mais jovens, ao mesmo tempo em que valoriza a estética da narrativa para o público adulto.

9. Modernidade: a importância histórica e cultural da obra
Além de ser um clássico da literatura brasileira, "A Terra dos Meninos Pelados" reflete aspectos históricos e culturais do Brasil da década de 1930, mas de forma atemporal. Graciliano Ramos constrói uma história que, mesmo escrita há mais de 80 anos, continua dialogando com questões contemporâneas, como a inclusão, o respeito às diferenças e o impacto do preconceito na formação das crianças.


10. Uma celebração da imaginação e da liberdade
No centro da narrativa está a celebração da imaginação como uma ferramenta de transformação. A criação de Tatipirun é uma forma de resistência de Raimundo diante das dificuldades que enfrenta no mundo real. "A Terra dos Meninos Pelados" obra transmite a poderosa mensagem de que a liberdade de ser quem somos – em nossas singularidades e diferenças – é um direito inalienável, capaz de nos levar a mundos melhores, tanto internos quanto externos.


Sobre o autor
Graciliano Ramos nasceu em Quebrângulo, Alagoas, em 27 de outubro de 1892 e faleceu em 20 de março de 1953, no Rio de Janeiro. Foi romancista, contista, cronista e jornalista. Seus livros integram momentos de destaque da produção literária brasileira, sendo "Vidas Secas""S. Bernardo", "Angústia" e "Memórias do Cárcere" os mais conhecidos dos leitores.

O mundo das crianças, com suas descobertas e expectativas, fez morada na mente e na alma do escritor. Além de ter escrito Infância, relato autobiográfico no qual revisita os duros desafios enfrentados quando menino em Alagoas e em Pernambuco, Graciliano dedicou-se a escrever livros para crianças e jovens. O primeiro foi este "A Terra dos Meninos Pelados" (1939), com o qual conquistou o Prêmio de Literatura Infantil do Ministério da Educação. Mais tarde, em 1944, publicaria também Histórias de Alexandre.

Num breve texto intitulado “Autorretrato” em que elencou os principais traços de sua personalidade, Graciliano registrou que adora crianças. É justo completar este juízo do autor sobre si, acrescentando sua maravilhosa capacidade de se comunicar com o público infantojuvenil através de suas histórias.


Sobre a ilustradora
IlustraLu
 é Luiza de Souza. Nasceu em Currais Novos, Rio Grande do Norte, em 1992. Estudou Comunicação Social com habilitação em Publicidade na Universidade Federal de Rio Grande do Norte. Trabalha como artista visual, se dividindo entre ilustrações, quadrinhos e roteiros empolgantes pra ganhar a vida e alimentar Goiaba e Belmiro, seus gatos. Garanta o seu exemplar de "A Terra dos Meninos Pelados", escrito por Graciliano Ramos e ilustrado por IlustraLu, neste link. 

.: A jornada alucinante de "Queer": dez motivos para ler e assistir ao filme


Por 
Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. 

"Queer", o romance de William S. Burroughs lançado no Brasil pela Companhia das Letras, é uma obra essencial para entender a complexidade do autor e da literatura beat. Escrito em 1952, mas só publicado em 1985 devido à sua explícita temática homossexual, o livro explora as angústias e dilemas de um homem em crise de abstinência de drogas, imerso em uma obsessão amorosa e psicológica.

Ambientado na Cidade do México nos anos 1950, o romance mistura a experiência alucinada do autor com uma reflexão sobre o desejo, a identidade e a alienação. Mais recentemente, a história foi adaptada para o cinema por Luca Guadagnino, renomado diretor de Me Chame Pelo Seu Nome, com uma abordagem sensível e intensa que reflete a atmosfera do livro, trazendo à tona os dilemas universais que ele propõe. Aqui estão dez razões para se apaixonar por essa obra literária e sua adaptação cinematográfica.

Embora divisivo e, por vezes, desconfortável, "Queer" é uma obra essencial para compreender o legado literário de William S. Burroughs. O romance, traduzido no Brasil por Christian Schwartz, oferece uma visão íntima e crua das lutas do autor, ao mesmo tempo em que desafia o leitor a enfrentar questões complexas sobre identidade, desejo e pertencimento. Para fãs de literatura beat ou para aqueles que buscam narrativas ousadas e transformadoras, "Queer" é indispensável. 

Em cartaz na rede Cineflix Cinemas, o filme, dirigido por Luca Guadagnino, com Daniel Craig e Drew Starkey nos papéis principais, amplifica esses temas e oferece uma adaptação cinematográfica que promete ser tão intensa e provocativa quanto o livro, fazendo jus à visão criativa e à complexidade do original de Burroughs. Compre o livro "Queer", escrito por William S. Burroughs, neste link.


1. Uma obra marcante da geração
beat
William S. Burroughs, um dos maiores ícones da geração beat, apresenta em "Queer" uma obra que sintetiza o espírito rebelde e inovador do movimento. Ao lado dos escritores Jack Kerouac e Allen Ginsberg, Burroughs desafiou normas literárias e sociais dea época em que viveu, abordando temas como alienação, sexualidade e dependência de forma nunca antes vista. "Queer" é peça central para quem deseja compreender a força criativa e subversiva desse movimento cultural, capturando os dilemas internos de um protagonista que reflete as próprias lutas do autor. Este aspecto também ressurge no filme homônimo de Luca Guadagnino, que adapta essa intensa narrativa para as telas, mantendo a essência do autor.


2. A complexidade do protagonista William Lee, alter ego do autor
William Lee, o alter ego de William S. Burroughs, é um personagem profundamente complexo e multifacetado. Em "Queer", ele não é apenas um homem tentando superar uma crise de abstinência de drogas, mas alguém preso em uma luta emocional por conexão e aceitação. O relacionamento obsessivo com Eugene Allerton revela a vulnerabilidade e a profundidade de seus desejos, transformando-o em um anti-herói que cativa, provoca e desafia o leitor. Essa exploração de um protagonista imperfeito é um dos aspectos mais marcantes do romance, tornando-o uma leitura que ressoa com todos que já enfrentaram suas próprias inseguranças e anseios. No filme dirigido por Luca Guadagnino, essa complexidade do personagem é interpretada por Daniel Craig, em um papel dramático que promete ser uma das grandes performances da carreira do ex-James Bond.


3. Uma viagem pelos anos 1950 na América Latina
A ambientação de "Queer" na Cidade do México dos anos 1950 é um convite a uma viagem no tempo e no espaço. William S. Burroughs recria com maestria a atmosfera vibrante e decadente da região, com suas ruas, bares e personagens excêntricos. A jornada de Lee e Allerton em busca da ayahuasca conduz o leitor a um cenário ainda mais amplo, explorando a América Latina com uma lente que mistura realismo e introspecção. É um retrato de um mundo em transformação, capturado por um autor que viveu intensamente essa época e lugar. No filme, a cidade e a cultura local são cuidadosamente recriadas, com a colaboração do diretor de fotografia Sayombhu Mukdeeprom, famoso por seu trabalho em "Me Chame pelo Seu Nome". Ele traz um olhar diferenciado para a produção.


4. Coragem na escrita: estilo visceral e inovador
William S. Burroughs antecipa em "Queer" o estilo visceral e experimental que se tornaria a assinatura dele em obras como "Almoço Nu". A prosa do autor combina uma narrativa alucinada com monólogos intensos, capturando a desordem emocional e mental de seu protagonista. Esse estilo cria uma experiência literária única, que envolve o leitor em uma montanha-russa emocional. Para aqueles que buscam literatura que desafia convenções, "Queer" é uma obra-prima que merece ser lida e relida. A adaptação cinematográfica de Guadagnino também carrega esse estilo disruptivo, com uma direção que promete fazer jus à intensidade e complexidade da obra de Burroughs.


5. Exploração da homossexualidade e dos tabus da época
Escrito em 1952, mas publicado apenas em 1985 devido à temática homossexual explícita, "Queer" é um marco na literatura. William S. Burroughs foi pioneiro ao abordar questões de desejo, identidade e exclusão em uma época em que esses temas eram amplamente censurados. O livro é uma janela para os desafios enfrentados por homossexuais no início do século 20 e uma celebração da coragem de um autor que não teve medo de explorar a própria verdade. O filme dirigido por Luca Guadagnino também dá destaque a esse aspecto da obra, com uma abordagem cuidadosa sobre as questões de identidade sexual e a luta por aceitação, algo que ecoa nas relações dos personagens, como a intensa conexão entre William Lee e Eugene Allerton, interpretado por Drew Starkey.

6. Uma introdução reveladora do autor
A edição de 1985 de "Queer" inclui uma introdução escrita pelo próprio William S. Burroughs, que contextualiza sua vida e os eventos que inspiraram o romance. Este apêndice é uma leitura fascinante por si só, oferecendo um vislumbre das reflexões do autor sobre sua obra e sobre o impacto da escrita em sua vida. Para os fãs de literatura ou de Burroughs, essa introdução é um bônus inestimável que enriquece ainda mais a experiência do livro. No filme, essa introspectividade do autor também é explorada visualmente, com cenas que buscam mostrar a luta interna dos personagens e o dilema existencial de William Lee, uma característica marcante no trabalho de Burroughs.

7. Continuação da trilogia de William Lee
"Queer" é parte de uma trilogia essencial na obra de Burroughs, ao lado de "Junky""Almoço Nu". Para aqueles que já leram esses livros, "Queer" aprofunda os temas e os conflitos do protagonista, servindo como um elo entre as outras duas obras. Mesmo para leitores que começam por "Queer", o livro se sustenta como uma narrativa poderosa e independente, mas também desperta o desejo de explorar mais o universo de William Lee. O filme, por sua vez, se destaca como uma adaptação que traz à tona as tensões e os dilemas dessa trilogia, oferecendo ao público uma oportunidade de revisitar esse universo, agora pelas lentes do cinema.

8. Narrativa que desafia o leitor e não faz concessões
A leitura de "Queer" pode ser desconfortável e, às vezes, perturbadora, mas é justamente essa intensidade que torna o livro tão impactante. William S. Burroughs não poupa o leitor de temas difíceis, como obsessão, dependência e relações tóxicas, oferecendo uma visão crua e honesta da condição humana. É uma obra que desafia percepções e convida à reflexão, deixando marcas duradouras em quem se aventura por suas páginas. O filme também busca incomodar e provocar, trazendo à tona as complexidades do relacionamento entre os personagens e explorando as zonas mais sombrias da psique humana.


9. A Marca da literatura beat
"Queer" encapsula o espírito revolucionário da literatura beat, com sua abordagem livre, experimental e profundamente pessoal. A obra reflete a ousadia de um movimento que rompeu barreiras e abriu caminho para novas formas de expressão artística. Para aqueles que se interessam por literatura beat, "Queer" é uma leitura obrigatória que complementa e enriquece o legado de Burroughs e seus contemporâneos. O filme, com a direção de Luca Guadagnino, capta essa mesma energia disruptiva e transgressora, refletindo os ideais de liberdade e questionamento da literatura beat no contexto contemporâneo.


10. Uma edição brasileira de qualidade
Publicado no Brasil pela Companhia das Letras, "Queer" chega ao público em uma edição cuidadosa, com tradução de alta qualidade feita por Christian Schwartz e um design visual marcante. A edição reflete o respeito pela importância literária da obra e oferece uma experiência de leitura que faz jus ao seu conteúdo. Além disso, a beleza da capa torna o livro um item desejável para colecionadores e amantes de literatura. O filme, com seu elenco de peso e direção requintada, também garante uma experiência visual que é um deleite para os fãs de cinema.


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Filmes baseados em obras literárias como "Ainda Estou Aqui" estão em cartaz na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

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