quinta-feira, 4 de setembro de 2025

.: "Os Roses" faz público mergulhar no divórcio mais divertido do cinema


Por Helder Moraes Miranda, jornalista e crítico de cultura, especial para o portal Resenhando.com.

A nova versão cinematográfica de "Os Roses: até que a Morte os Separe" ("The Roses), em cartaz nos cinemas de todo o Brasil, surge como uma provocativa reinvenção de um clássico das comédias sobre o colapso civilizado do matrimônio. A produção, lançada em agosto, traz à tona a corrosiva disputa conjugal com a precisão afiada da crítica social e humor de inteligência. 

A trama apresenta Theo e Ivy Rose, interpretados por Benedict Cumberbatch e Olivia Colman, marido e esposa que aparentam viver um casamento glorioso: ele, arquiteto de prestígio; ela, chef de cozinha bem-sucedida. No entanto, quando Theo enfrenta o fracasso profissional e Ivy explodir na cena gastronômica, as pequenas tensões e ressentimentos se convertem em sabotagem emocional refinada - tudo com leveza britânica e diálogos mordazes 

O diretor Jay Roach - conhecido por sucessos como "Austin Powers", "Entrando Numa Fria" e "Um Jantar para Idiotas" - conduz o roteiro assinado por Tony McNamara, que se baseia no romance "The War of the Roses" (1981), de Warren Adler, e refaz o icônico filme homônimo de 1989, estrelado por Kathleen Turner, Michael Douglas e Danny DeVito. 

Nos bastidores, é interessante notar que a produção reuniu novamente Cumberbatch e Colman, que também estão entre os produtores do projeto, sob a batuta criativa de Roach e McNamara. As filmagens tiveram início em junho de 2024, na charmosa região de Devon, na Inglaterra. A narrativa ganha ainda mais camadas com o elenco adicional de apoio expressivo: Andy Samberg e Kate McKinnon como amigos do casal; Allison Janney, Ncuti Gatwa, Sunita Mani, Jamie Demetriou, Zoë Chao, Belinda Bromilow. 


Assista no Cineflix mais perto de você
As principais estreias da semana e os melhores filmes em cartaz podem ser assistidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

Ficha técnica
“Os Roses: até Que a Morte os Separe” | “The Roses” | “Um Casal (Im)perfeito” (em Portugal) | Sala 4
Classificação indicativa: 
16 anos. Ano de produção: 2025. Idioma original: inglês. Direção: Jay Roach. Roteiro: Tony McNamara (baseado no romance "The War of the Roses", de Warren Adler). Elenco: Benedict Cumberbatch (Theo Rose), Olivia Colman (Ivy Rose), Andy Samberg, Kate McKinnon, Allison Janney, Belinda Bromilow, Ncuti Gatwa, Sunita Mani, Jamie Demetriou, Zoë Chao e outros. Distribuição no Brasil: Searchlight Pictures (Disney). Duração: aproximadamente 1h 45min (105 minutos) | Cenas pós-créditos: não.


Sinopse resumida de “Os Roses: até Que a Morte os Separe”:
Theo e Ivy Rose formam um casal que aparenta levar uma vida ideal – ele, um arquiteto talentoso; ela, uma chef bem-sucedida. Quando o projeto de Theo fracassa e sua reputação despenca, enquanto o negócio de Ivy decola, antigas tensões vêm à tona, transformando amor em competição feroz e colocando em risco tudo o que construíram. 


Sessões legendadas
4/9/2025 - Quinta-feira: 18h10 e 20h40.
5/9/2025 - Sexta-feira: 18h10 e 20h40.
6/9/2025 - Sábado: 18h10 e 20h40.
7/9/2025 - Domingo: 18h10 e 20h40.
8/9/2025 - Segunda-feira: 18h10 e 20h40.
9/9/2025 - Terça-feira: 18h10 e 20h40.
10/9/2025 - Quarta-feira: 18h10 e 20h40. Ingressos neste link. 

.: Diretor de "A Baleia", Darren Aronofsky diz que "Ladrões" é uma grande farra



Por Helder Moraes Miranda, jornalista e crítico de cultura, especial para o portal Resenhando.com. Na imagem, os atores Austin Butler e Zoë Kravitz brilham em filme surpreendente. Foto: divulgação/Sony Pictures


Uma verdadeira expedição alucinada pelo submundo da Nova Iorque do final dos anos 1990 é o que oferece "Ladrões" ("Caught Stealing"), o novo thriller do diretor Darren Aronofsky. Adaptado pelo próprio autor, Charlie Huston, o roteiro emerge do romance homônimo, com trama centrada em Hank Thompson - interpretado por Austin Butler - uma antiga estrela do beisebol que agora vive como barman até que um favor corriqueiro quebra sua rotina de forma explosiva.

Aronofsky, que imprimiu sua marca em obras densas como "Cisne Negro" e "A Baleia", decidiu ousar mais uma vez ao entregar uma narrativa mais leve, bem-humorada e vertiginosa. Em entrevista à Empire, o diretor confessou: “Queria voltar aos ingredientes básicos que tornam um filme ótimo: entretenimento e diversão. Adorei a propulsão, as reviravoltas, os personagens excêntricos. É uma farra”. 

No elenco, além de Austin Butler, brilham nomes como Zoë Kravitz (Yvonne), Regina King (Roman), Matt Smith (Russ), Liev Schreiber, Vincent D’Onofrio, Griffin Dunne, Bad Bunny (como Colorado) e Carol Kane . Para compor a trilha sonora, o compositor Rob Simonsen aliou-se à banda britânica post-punk Idles - que participou com cinco faixas, incluindo uma versão de “Police and Thieves” - em uma colaboração que nasceu de um encontro casual em programa de TV. O filme teve estreia mundial em 7 de agosto de 2025, em Guaynabo, Porto Rico, com a presença de Aronofsky, Butler e Bad Bunny, aproveitando o contexto da residência de shows do cantor na ilha. 

Nos Estados Unidos, o filme chegou aos cinemas em 29 de agosto de 2025, e aqui no Brasil e em Portugal, já embarcou nas telonas em 28 de agosto de 2025. No Brasil, o público tem reagido com entusiasmo - muitos elogiam o humor ácido, a ação e a mistura de gêneros. Há quem aponte que Aronofsky trocou a profundidade psicológica dos filmes anteriores por um ritmo frenético e divertido.

Assista no Cineflix mais perto de você
As principais estreias da semana e os melhores filmes em cartaz podem ser assistidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

Ficha técnica
“Ladrões” | “Caught Stealing” | Sala 4
Classificação indicativa:
 não recomendado para menores de 16 anos. Ano de produção: 2025. Idioma original: inglês. Direção: Darren Aronofsky. Roteiro: Charlie Huston. Elenco: Austin Butler (Hank Thompson), Zoë Kravitz (Yvonne), Matt Smith (Russ), Regina King, Liev Schreiber, Vincent D’Onofrio, Carol Kane, Griffin Dunne, Bad Bunny (Benito A. Martínez Ocasio), entre outros. Distribuição no Brasil: Sony Pictures. Duração: aproximadamente 107 minutos (1h 47m). Cenas pós-créditos: não.

Sinopse resumida de "Ladrões"
Hank Thompson, ex-jogador de beisebol do ensino médio e bartender alcoólatra, aceita cuidar do gato de um vizinho punk e, inadvertidamente, torna-se alvo de criminosos por causa de uma chave escondida na jaula do animal. Ele precisa lutar para sobreviver num submundo violento e absurdamente variado, enquanto busca entender por que está sendo caçado.


Sessões legendadas
4/9/2025 - Quinta-feira: 15h30.
5/9/2025 - Sexta-feira: 15h30.
6/9/2025 - Sábado: 15h30.
7/9/2025 - Domingo: 15h30.
8/9/2025 - Segunda-feira: 15340.
9/9/2025 - Terça-feira: 15h30.
10/9/2025 - Quarta-feira: 15h30.. Ingressos neste link. 

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

.: O último grito do terror: “Invocação do Mal 4” fecha a conta no cinema


Por Helder Moraes Miranda, jornalista e crítico de cultura, especial para o portal Resenhando.com.

A franquia de terror mais rentável da história recente do cinema chega ao seu capítulo final. “Invocação do Mal 4: o Último Ritual” (“The Conjuring: last Rites”, em Portugal, “The Conjuring: o Último Ritual”) estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 4 de setembro, após registrar a maior pré-venda de ingressos para um filme de terror já realizada no Brasil: 140 mil entradas foram adquiridas antes mesmo da estreia oficial, segundo a Warner Bros. Pictures. O feito supera os números de "A Ordem do Demônio" (2021) e "A Freira 2" (2023), confirmando o apelo da saga com o público brasileiro.

Dirigido por Michael Chaves, que já havia comandado "A Maldição da Chorona" e "Invocação do Mal 3", o longa-metragem traz novamente Patrick Wilson e Vera Farmiga como Ed e Lorraine Warren, os investigadores paranormais inspirados em personagens reais que se tornaram ícones do gênero. No enredo, o casal encara o caso mais perturbador de suas carreiras, em uma narrativa baseada nos arquivos da família Smurl, conhecidos nos Estados Unidos como protagonistas de um dos episódios mais controversos de atividade sobrenatural.

O roteiro é assinado por Ian Goldberg, Richard Naing e David Leslie Johnson-McGoldrick, com argumento deste último em parceria com James Wan, criador do universo que já arrecadou mais de 2 bilhões de dólares em bilheteria mundial. Além de Wilson e Farmiga, o elenco conta com Mia Tomlinson e Ben Hardy, que interpretam Judy Warren e Tony Spera, filha e genro do casal, além de Steve Coulter como Padre Gordon, Rebecca Calder, Elliot Cowan, Kíla Lord Cassidy e Shannon Kook.

A produção também chamou atenção fora das telas. No último domingo, o "Programa Silvio Santos" exibiu uma pegadinha inspirada no filme, com a participação da boneca Annabelle original, usada nas gravações. Já em São Paulo, o histórico Edifício Rolim foi palco de uma experiência imersiva gratuita que recriou cenários e atmosferas da saga, atraindo filas de fãs. Com 140 mil ingressos vendidos, o Brasil se consolida como um dos principais mercados do terror no mundo, e “Invocação do Mal 4: O Último Ritual” chega às salas de cinema como um dos lançamentos mais aguardados do ano.


Assista no Cineflix mais perto de você
As principais estreias da semana e os melhores filmes em cartaz podem ser assistidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.


Ficha técnica
“Invocação do Mal 4: o Último Ritual” | “The Conjuring: last Rites” | “The Conjuring: o Último Ritual” (Portugal) | Sala 3
Classificação indicativa:
16 anos. Ano de produção: 2025. Idioma original: inglês. Direção: Michael Chaves. Roteiro: Ian Goldberg, Richard Naing, David Leslie Johnson-McGoldrick. Elenco: Vera Farmiga, Patrick Wilson, Mia Tomlinson, Ben Hardy, Steve Coulter, Rebecca Calder, Elliot Cowan, Kíla Lord Cassidy, Beau Gadsdon, John Brotherton e Shannon Kook. Distribuição no Brasil: Warner Bros. Pictures. Duração: 115 minutos (1h55m). Cenas pós-créditos: não.


Sinopse resumida de “Invocação do Mal 4: O Último Ritual”
Ed e Lorraine Warren investigam o caso mais sombrio de suas carreiras, envolvendo a família Smurl, em uma trama baseada em acontecimentos reais que promete encerrar a franquia com intensidade e terror.

Sessões dubladas
4/9/2025 - Quinta-feira: 15h40.
5/9/2025 - Sexta-feira: 15h40.
6/9/2025 - Sábado: 15h40.
7/9/2025 - Domingo: 15h40.
8/9/2025 - Segunda-feira: 15h40.
9/9/2025 - Terça-feira: 15h40.
10/9/2025 - Quarta-feira: 15h40.. Ingressos neste link. 

Sessões legendadas
4/9/2025 - Quinta-feira: 18h20 e 21h00.
5/9/2025 - Sexta-feira: 18h20 e 21h00.
6/9/2025 - Sábado: 18h20 e 21h00.
7/9/2025 - Domingo: 18h20 e 21h00.
8/9/2025 - Segunda-feira: 18h20 e 21h00.
9/9/2025 - Terça-feira: 18h20 e 21h00.
10/9/2025 - Quarta-feira: 18h20 e 21h00. Ingressos neste link. 

.: "A Vida de Chuck" usa estilo inusitado de Stephen King para falar sobre a vida


Por 
Helder Moraes Miranda, jornalista e crítico de cultura, especial para o portal Resenhando.com.

Baseado em conto de Stephen King e aclamado pelo público ao redor do mundo, o filme "A Vida de Chuck" ("The Life of Chuck") estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, dia 4 de setembro. O longa-metragem revela um cinema que alinha ternura, fantasia e reflexão existencial. Dirigido e roteirizado por Mike Flanagan, habituado a transportar Stephen King do terror visceral a uma sutileza mais poética, o filme se distancia dos sustos e mergulha em uma ode à vida e à inevitabilidade da morte. 

A narrativa começa com o fim: após um apocalipse global, mensagens homenageando o enigmático Chuck surgem em toda parte. Em seguida, o público é levado a um momento inesquecível de dança urbana e, finalmente, à infância de Chuck, quando o sobrenatural se insinua nas sombras de sua casa de memória e do luto infantil. O elenco impressiona com talentos como Tom Hiddleston (Chuck), Mark Hamill, Chiwetel Ejiofor, Karen Gillan, Jacob Tremblay e Mia Sara. Nick Offerman, por sua vez, empresta a voz como narrador, concedendo uma camada adicional de calor humano 

O filme conquistou o People’s Choice Award no Festival de Cinema de Toronto em 6 de setembro de 2024, um prêmio que muitas vezes prenuncia sucesso nas premiações seguintes. O lançamento nos Estados Unidos ocorreu em junho de 2025, primeiramente em salas selecionadas - com estreia em 6 de junho - e depois em circuito ampliado. Em Portugal, foi lançado nos cinemas dia 19 de junho de 2025, pela distribuidora Cinemundo. No Brasil, com distribuição da Diamond Films, teve sua estreia adiada para 4 de setembro de 2025.

Os críticos têm visões divididas. Alguns elogiam sua profundidade emocional e estrutura inversa, considerada sensível e filosófica, com menção ao impacto contemplativo inspirado por “Song of Myself”, de Walt Whitman. Outros apontam falhas narrativas, enfatizando que o filme perde força nas transições entre seus atos, com personagens subdesenvolvidos e momentos melancólicos que soam frágeis. "A Vida de Chuck" é um intento ambicioso de usar o estilo inusitado de Stephen King para falar da beleza da vida, com um elenco poderoso e uma proposta narrativa que desafia expectativas  ideal para quem busca cinema que faça refletir.

Assista no Cineflix mais perto de você
As principais estreias da semana e os melhores filmes em cartaz podem ser assistidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.


Ficha técnica
"A Vida de Chuck"| "The Life of Chuck" | Sala 1
Classificação indicativa: 12 anos. Ano de produção: 2024. Idioma original: inglês. Direção e roteiro: Mike Flanagan. Elenco: Tom Hiddleston (Charles "Chuck" Krantz), Jacob Tremblay, Benjamin Pajak, Cody Flanagan (versões jovens de Chuck), Nick Offerman (narrador), Chiwetel Ejiofor (Marty Anderson), Karen Gillan (Felicia Gordon), Mark Hamill (Albie Krantz), Mia Sara (Sarah Krantz), Q'orianka Kilcher, Heather Langenkamp, Samantha Sloyan, Kate Siegel, Matthew Lillard, David Dastmalchian, Annalise Basso, Carl Lumbly, Rahul Kohli, Michael Trucco, Molly C. Quinn, Trinity Bliss e outros atores. Distribuição no Brasil: Diamond Films. Duração: aproximadamente 1h51 (110 minutos). Cenas pós-créditos: não.


Sinopse resumida de "A Vida de Chuck"

A vida de Charles “Chuck” Krantz é contada de trás para frente, começando com a morte dele em um contexto apocalíptico, passando por uma pitoresca dança urbana que captura a essência do personagem e termina com a infância marcada pelo luto e pelo sobrenatural. A narrativa reflete sobre a existência, a arte de viver e a importância dos pequenos momentos.

Sessões legendadas
4/9/2025 - Quinta-feira: 15h50 e 20h50.
5/9/2025 - Sexta-feira: 15h50 e 20h50.
6/9/2025 - Sábado: 15h50 e 20h50.
7/9/2025 - Domingo: 15h50 e 20h50.
8/9/2025 - Segunda-feira: 15h50 e 20h50.
9/9/2025 - Terça-feira: 15h50 e 20h50.
10/9/2025 - Quarta-feira: 15h50 e 20h50. Ingressos neste link. 

.: "O Retorno" opta por uma abordagem realista à "Odisseia" de Homero


Por Helder Moraes Miranda, jornalista e crítico de cultura, especial para o portal Resenhando.com.

Estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, dia 4 de setembro, o aguardado drama mitológico “O Retorno”(“The Return”; "O Regresso de Ulisses", em Portugal), uma releitura intensa do desfecho da célebre "Odisseia", de Homero. Sob a direção sensível de Uberto Pasolini, o filme acompanha o herói Odisseu, interpretado por Ralph Fiennes, que retorna a Ítaca após duas décadas de guerra, marcado física e emocionalmente por esse período turbulento. Fiennes oferece uma performance poderosa, encarnando um homem atormentado pela culpa e com traumas profundos.

Ao lado dele, está Juliette Binoche, como Penélope, que surpreende ao transcender o estereótipo da “esposa que espera”. A interpretação dela evoca uma mulher forte, dividida entre a raiva, o amor e a desconfiança - especialmente no momento em que reconhece o marido, em uma cena extremamente comovente. A dupla Fiennes e Binoche volta a contracenar quase 30 anos após "O Paciente Inglês" e "O Morro dos Ventos Uivantes", um reencontro celebrado pelos fãs. “Ela é como uma bússola”, disse Fiennes sobre a atriz.

Um dos destaques da produção está na escolha estética: Pasolini, junto aos roteiristas John Collee, Edward Bond e ele próprio, opta por uma abordagem realista, deixando de lado deuses e monstros. O retorno de Odisseu é tratado como uma experiência humana, visceral, onde as cicatrizes da guerra são palpáveis, e o ambiente de Ítaca se apresenta despido de magia, mas cheio de tensão política e emocional. A estreia mundial aconteceu no Festival de Toronto (TIFF) em setembro de 2024. No Brasil, a produção chega aos cinemas pela O2 Play, com versões legendadas e dubladas - fato inédito no portfólio da distribuidora.

O filme também impressiona pelo contraste visual: a cinematografia de Marius Panduru, que captou as paisagens de Corfu como um Ítaca ressecado pelo sol, conferindo ao longa uma beleza austera e quase shakespeariana. O veterano Fiennes passou por uma transformação física impressionante para o papel - seu corpo definido e atlético reflete não só o preparo militar do personagem, mas também o peso do tempo e do conflito. Outro detalhe técnico: a música foi composta por Rachel Portman, enriquecendo a atmosfera emotiva e solene da narrativa. 


Assista no Cineflix mais perto de você
As principais estreias da semana e os melhores filmes em cartaz podem ser assistidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.


Ficha técnica
“O Retorno” | “The Return” | "O Regresso de Ulisses", em Portugal | Sala 1
Classificação indicativa:
não recomendado para menores de 16 anos. Ano de produção: 2024.
Idioma original: inglês. Direção: Uberto Pasolini. Roteiro: John Collee, Edward Bond e Uberto Pasolini. Elenco: Ralph Fiennes (Odisseu), Juliette Binoche (Penélope), Charlie Plummer (Telêmaco), Marwan Kenzari (Antinous), entre outros como Claudio Santamaria (Eumaeus). Distribuição no Brasil: O2 Play. Duração: aproximadamente 116 minutos (ou cerca de 1h 56min). Cenas pós-créditos: não.


Sinopse resumida de "O Retorno"
Após 20 anos de ausência, Odisseu retorna a uma Ítaca tomada por caos: sua esposa Penélope está cercada por pretendentes que querem tomar o trono, enquanto seu filho Telêmaco lida com ameaças de morte. A jornada final da Odisseia é apresentada sob um olhar realista - sem deuses ou criaturas míticas - ressaltando as cicatrizes físicas e emocionais deixadas pela guerra, enquanto o herói tenta reconquistar sua família e a autoridade perdida.


Sessões legendadas
4/9/2025 - Quinta-feira: 18h20.
5/9/2025 - Sexta-feira: 18h20.
6/9/2025 - Sábado: 18h20.
7/9/2025 - Domingo: 18h20.
8/9/2025 - Segunda-feira: 18h20.
9/9/2025 - Terça-feira: 18h20.
10/9/2025 - Quarta-feira: 18h20. Ingressos neste link. 

.: Idosos exilados e caracol fazem de "O Último Azul" um filme mágico


Por Helder Moraes Miranda, jornalista e crítico de cultura, especial para o portal Resenhando.com.

No filme brasileiro “O Último Azul”, o diretor Gabriel Mascaro - já celebrado por longas-metragens como “Boi Neon” e “Divino Amor” - parte para uma ficção científica poética ambientada na Amazônia de um Brasil que parece à beira do distópico. Estreando mundialmente em 16 de fevereiro de 2025, durante a Competição Oficial do Festival de Berlim, o filme conquistou o Urso de Prata - o Grand Jury Prize - além do Prêmio do Júri Ecumênico e o troféu dos Leitores do Berliner Morgenpost .A produção também marcou presença como filme de abertura no Festival de Cinema de Gramado, em agosto, e seguiu para outras mostras internacionais como Karlovy Vary, Guadalajara, Buenos Aires, Istambul, Sydney, Cartagena e IndieLisboa. 

No Brasil, o longa estreou em 28 de agosto de 2025, com distribuição da Vitrine Filmes. A produção - coproduzida com México, Chile e Holanda - contou com direção de arte de Dayse Barreto, fotografia de Guillermo Garza, montagem de Sebastián Sepúlveda e Omar Guzmán, e trilha original de Memo Guerra. O elenco reúne nomes como Denise Weinberg (na pele de Tereza), Rodrigo Santoro (como Cadu), a cubana Miriam Socarrás (Roberta), assim como Adanilo e Rosa Malagueta, ambos da Amazônia. 

As filmagens ocorreram em locações reais do Amazonas - Manaus, Manacapuru e Novo Airão - o que conferiu ao longa um frescor visual e uma autenticidade inegável, especialmente nas cenas que atravessam rios e afluentes, entremeadas por tons sobrenaturais, como o misterioso caracol “Baba Azul” que brilha no escuro e permite vislumbres do futuro. 

Entre as curiosidades, destaca-se que o roteiro foi assinado por Gabriel Mascaro em parceria com Tibério Azul (com consultoria de Murilo Hauser e Heitor Lorega). Além disso, a produção é marcada por uma colaboração internacional: Desvia Filmes (Brasil), Cinevinay (México), Globo Filmes (Brasil), Quijote (Chile) e Viking Film (Holanda) compõem a base de coprodução. No Brasil, o filme foi amplamente vendido - já negociado em mais de 15 países - e recebeu aplausos calorosos tanto da plateia quanto da crítica especializada. A participação de atores locais, como Adanilo e Rosa Malagueta, reforça a conexão com as comunidades amazônicas 


Assista no Cineflix mais perto de você
As principais estreias da semana e os melhores filmes em cartaz podem ser assistidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.


Ficha técnica
“O Último Azul” | Sala 2
Classificação indicativa:
 não recomendado para menores de 14 anos | Ano de produção: 2025 | Idioma original: português | Direção: Gabriel Mascaro | Roteiro: Gabriel Mascaro e Tibério Azul, com a consultoria de Murilo Hauser e Heitor Lorega | Elenco: Denise Weinberg, Rodrigo Santoro, Miriam Socarrás, Adanilo e participação de Isabela Catão, como Vanessa | Distribuição no Brasil: Vitrine Filmes
Duração: 1h 27m | Cenas pós-créditos: não.


Sinopse resumida de “O Último Azul”
Em um Brasil distópico, uma mulher de 77 anos, Tereza, recusa-se ao exílio compulsório para uma colônia de idosos e navega pelos rios da Amazônia em busca de realizar seu último desejo.


Sessões legendadas
4/9/2025 - Quinta-feira: 17h10, 19h05 e 20h55.
5/9/2025 - Sexta-feira: 17h10, 19h05 e 20h55.
6/9/2025 - Sábado: 17h10, 19h05 e 20h55.
7/9/2025 - Domingo: 17h10, 19h05 e 20h55.
8/9/2025 - Segunda-feira: 17h10, 19h05 e 20h55.
9/9/2025 - Terça-feira: 17h10, 19h05 e 20h55.
10/9/2025 - Quarta-feira: 17h10, 19h05 e 20h55. Ingressos neste link. 

: Entenda por que "Os Caras Malvados 2" escapou da maldição das continuações


Por 
Helder Moraes Miranda, jornalista e crítico de cultura, especial para o portal Resenhando.com.

O bando mais improvável da animação está de volta às telonas. "Os Caras Malvados 2" (“The Bad Guys 2” e "Os Mauzões 2", em Portugal) estreou em agosto e já conquistou público e crítica ao mostrar que uma sequência pode, sim, ter fôlego próprio. Produzido pela DreamWorks Animation e distribuído pela Universal Pictures, o longa amplia o universo criado a partir dos livros do australiano Aaron Blabey, best-sellers que ultrapassaram 30 milhões de exemplares no mundo.

O enredo parte do ponto em que os anti-heróis tentam se regenerar, mas logo se veem em uma situação nada confortável: são sequestrados por um grupo de criminosas tão carismáticas quanto impiedosas - as chamadas Garotas Malvadas. A chegada delas movimenta a narrativa e garante um novo sopro de humor e ação. Entre as novidades do elenco de vozes originais estão Danielle Brooks, aclamada por "A Cor Púrpura", a búlgara Maria Bakalova, indicada ao Oscar por "Borat", e a sempre irreverente Natasha Lyonne, estrela da série "Poker Face". Eles se juntam ao núcleo já querido do público: Sam Rockwell, Marc Maron, Craig Robinson, Anthony Ramos e Awkwafina.

Nos bastidores, o francês Pierre Perifel retorna à direção depois do êxito do primeiro filme, desta vez acompanhado por JP Sans como co-diretor. O roteiro é assinado por Yoni Brenner e Etan Cohen, e o projeto marcou uma colaboração inédita entre a DreamWorks e a Sony Pictures Imageworks, que assumiu parte significativa da animação. Essa parceria permitiu ousar ainda mais no visual, misturando cenários urbanos com sequências cartunescas que chegam até o espaço sideral.

A recepção foi calorosa. Nos Estados Unidos, a crítica destacou que a sequência não caiu no velho clichê da “síndrome da continuação” e conseguiu expandir personagens e trama. No Rotten Tomatoes, o filme mantém aprovação superior a 85%, e no Metacritic aparece com avaliação “geralmente favorável”. No Brasil, além da estreia simultânea com o mercado internacional em 14 de agosto, chamou atenção o lançamento com versões acessíveis para diferentes públicos, algo que vem se tornando uma marca da Universal.

Outra curiosidade está ligada ao ator Craig Robinson, voz do Sr. Tubarão. Ele revelou em entrevistas que sugeriu aos estúdios transformar o terceiro filme da franquia em um musical - com seu personagem interpretando todas as vozes sozinho, em harmonias delirantes. Embora a ideia seja improvável, reforça o espírito livre e divertido que sustenta o projeto.

Em bilheteria, "Os Caras Malvados 2" já soma mais de 170 milhões de dólares pelo mundo, um desempenho sólido que abre caminho para novas aventuras do grupo. E se depender do entusiasmo da base de fãs - que no Reddit chegou a chamar a sequência de “obra-prima da DreamWorks” - o futuro do Sr. Lobo e companhia ainda será longo.


Assista no Cineflix mais perto de você
As principais estreias da semana e os melhores filmes em cartaz podem ser assistidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.


Ficha técnica
“Os Caras Malvados 2” | “The Bad Guys 2” | Sala 2
Classificação indicativa: livre. Ano de produção: 2025. Idioma original: inglês. Direção: Pierre Perifel, com co-direção de JP Sans. Roteiro: Yoni Brenner e Etan Cohen. Elenco: Sam Rockwell, Marc Maron, Craig Robinson, Anthony Ramos, Awkwafina, Danielle Brooks, Maria Bakalova e Natasha Lyonne. Distribuição no Brasil: Universal Pictures. Duração: 104 minutos. Cenas pós-créditos: não.


Sinopse resumida de "Os Caras Malvados 2"
Tentando levar uma vida honesta, os Caras Malvados são sequestrados pelas impiedosas Garotas Malvadas e forçados a participar de um assalto audacioso, colocando em risco sua recém-conquistada reputação de “bons moços”.

Sessões legendadas
4/9/2025 - Quinta-feira: 15h00.
5/9/2025 - Sexta-feira: 15h00.
6/9/2025 - Sábado: 15h00.
7/9/2025 - Domingo: 15h00.
8/9/2025 - Segunda-feira: 15h00.
9/9/2025 - Terça-feira: 15h00.
10/9/2025 - Quarta-feira: 15h00. Ingressos neste link. 

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

.: Entre "O Pai, a Faca e o Beijo", Thiago Sobral escreve o romance da omissão



Por 
Helder Moraes Miranda, jornalista e crítico cultural, especial para o portal Resenhando.com

Há romances que não se contentam em apenas contar uma história. Eles cutucam, provocam, obrigam o leitor a encarar a vida de uma maneira mais pragmática. "O Pai, a Faca e o Beijo", de Thiago Sobral, é um desses livros que estabelece uma relação de gato e rato com o leitor justamente porque não entrega facilmente o que ele quer. A cada página desse excelente livro de estreia, a sensação é de se estar diante de uma tragédia anunciada - e, ao mesmo tempo, a de testemunhar um beijo negado, ou acompanhar a trajetória daqueles que se suicidam em vida.

O romance gira em torno de Santiago e Davi, o “Pirueta”. À primeira vista, parece uma história simples: dois homens tentando se aproximar, ainda que cercados por obstáculos, o principal deles é o embate com um pai que faz o que faz para proteger o filho da maledicência de uma cidade pequena. Mas Sobral não entrega um romance de amor no molde previsível. Em vez disso, o autor cria um campo de batalha em que as palavras são mal-entendidas, cada gesto se converte em desentendimentos e cada omissão para evitar o confronto carrega mais peso do que qualquer briga consumada. 

Santiago é o retrato da desesperança: um jovem que parece já ter desistido de si mesmo. Ele também é um paradoxo ambulante: homossexual e homofóbico, negro e racista, puritano e promíscuo, apaixonado e cruel, detestável e vítima das circunstâncias. O protagonista despeja todo tipo de chorume verbal, na fala e nos pensamentos, e ainda assim o leitor insiste em torcer por ele, como se a esperança de redenção pudesse surgir exatamente de quem mais nega a própria possibilidade de mudança e, sobretudo, de ser feliz.

Esse jogo perverso de expectativas é uma das forças do livro. Thiago Sobral não oferece personagens fáceis, mas desafia o leitor a se apegar a eles mesmo assim, como quem insiste em cuidar de uma planta que já nasceu murcha. Essa insistência faz parte da experiência da leitura desse livro: torcer pelo impossível. Mas não são apenas Santiago e Davi que sustentam o enredo de personagens carismáticos e fortes. 

Ao redor deles, um coro de personagens secundários amplia a sensação de claustrofobia emocional. A mãe, apresentada como doce e pilar da família, falha justamente por se omitir - a bondade dela é uma forma de covardia. O padre, que poderia ser refúgio espiritual, é ao mesmo tempo hipócrita e humano até demais, pois também revela-se incapaz de escapar dos dilemas dele. E Severo, o pai opressor e antagonista do próprio filho, representa a insatisfação destilada em cada atitude controversa. 

A falta de conciliação é a espinha dorsal de um livro que se constrói sobre a falha, a omissão e a impossibilidade. Cada gesto que poderia resolver é adiado e cada fala que poderia curar é engolida em um universo onde ninguém é de ninguém e todos se rejeitam o tempo todo. A escrita de Thiago Sobral é impregnada de fé, que no livro não aparece como dogma, muito menos como consolo. O autor, ex-seminarista, sabe quando a religião aperta e escreve sobre espiritualidade sem devoção cega, nem medo de expor as contradições de um universo que insiste em pregar amor enquanto ignora conflitos que poderiam ser resolvidos com uma fala mais incisiva. É uma literatura de coragem porque não teme nomear a ferida.

A influência de Machado de Assis é visível. Não se trata de copiar estilo do Bruxo do Cosme Velho, mas de herdar a ironia fina, a capacidade de desmontar o humano pela sutileza, o gosto pelo pessimismo elegante. Thiago Sobral parece olhar para os personagens que ele cria com a mesma frieza do autor de "Dom Casmurro" diante de Bentinho e Capitu: sem absolvições fáceis e muito menos recorrer ao melodrama.

Curiosamente, a leitura também evoca o cinema. Como no clássico "Casablanca", há uma sensação de destino interrompido, de que os protagonistas sempre carregarão um espaço vazio, um amor não realizado, um “barraco” abandonado em Cubatão, cidade que é cenário de toda essa história, e que traz o peso de uma geografia real para dentro do mito da separação eterna."O Pai, a Faca e o Beijo" é uma ode à liberdade, que nasce do confronto com o que se tentou calar. 

É a liberdade que pode ser percebida nos escombros, no beijo interdito, no pai irredutível e violento, no filho em fuga, naquilo que se faz escondido e no que se varre para baixo do tapete. Não é exagero dizer que também é um soco no estômago. Não há catarse porque não há reconciliação, e talvez esteja aí a ousadia maior do livro: recusar ao leitor a ilusão de que a vida sempre encontra um jeito. Compre o livro "O Pai, a Faca e o Beijo", de Thiago Sobral, neste link.

.: Braulio Lorentz, autor de "Baseado em Hits Reais", e a arqueologia do pop


Por Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.comFoto: Luiz Franco.

Há músicas que grudam feito chiclete e sobrevivem ao tempo mesmo contra a vontade de quem tenta esquecê-las. Canções que explodiram em rádios, trilhas de filmes e pistas de dança, mas acabaram arrastando para o limbo da memória os próprios artistas que as criaram. É nesse território delicado entre o brilho efêmero e o anonimato que o jornalista Braulio Lorentz, editor de cultura do G1 e apaixonado confesso por pop, mergulha em seu novo livro, "Baseado em Hits Reais", publicado pela editora Máquina de Livros.

A obra reúne mais de 40 histórias de nomes que já ocuparam o topo das paradas, de Natalie Imbruglia a Kelly Key, de Lou Bega a Daniel Powter. Artistas que tiveram seu momento de glória e depois precisaram lidar com o rótulo cruel do “one-hit wonder”. Alguns seguiram na música, outros abandonaram os palcos para dar aulas, filosofar ou até programar para gigantes da tecnologia. Todos, no entanto, guardam bastidores surpreendentes, melancólicos e por vezes engraçados sobre o que significa ter vivido “o auge” por um breve instante. Em entrevista exclusiva para o portal Resenhando.com, Braulio Lorentz fala sobre a arqueologia do pop, entre hits inesquecíveis e trajetórias improváveis. Compre o livro "Baseado em Hits Reais", de Braulio Lorentz, neste link.


Resenhando.com - Você humaniza hits esquecidos com uma ternura provocativa. Mas o que você acha que a gente projeta neles - nostalgia, vergonha alheia ou aquele prazer proibido de quem canta “Barbie Girl” no chuveiro?
Braulio Lorentz - Eu concordo que a nostalgia tem um papel para querer cantar e querer saber mais sobre esses hits. Também entendo que muitos deles se encaixam naquilo que se chama de "guilty pleasure", ouvir com culpa. Mas eu, sinceramente, nunca tive disso. Sem querer pagar de diferentão, mas lembro que no meu aniversário de 14 anos um amigo me pergunto qual CD eu gostaria de ganhar e eu disse: “Middle of Nowhere” do Hanson ou “The Colour and the Shape” do Foo Fighters. Ele pensou que eu estivesse zoando e me deu o do Foo Fighters. Mas eu, claro, não estava. Então, a gente projeta um monte de coisa quando ouve, mas, no final, a gente só está em busca de boas canções e boas histórias.


Resenhando.com - Ao escutar tantos relatos de ascensão meteórica e quedas silenciosas, você se viu mais como jornalista, terapeuta ou cúmplice melancólico de um karaokê emocional?
Braulio Lorentz - Eu me senti terapeuta algumas vezes, principalmente nas entrevistas em que eu precisava ir entrando no assunto óbvio (o sumiço, a decadência comercial, as mágoas) aos poucos. Então, talvez em mais da metade dos casos, teve algum momento do papo que a pessoa do outro lado foi se soltando até assumir que, sim, guardava algum tipo de sentimento ambíguo relacionado ao sucesso.


Resenhando.com - Existe algo mais cruel do que o conceito de “one-hit wonder”? Por que a cultura pop tem essa obsessão sádica por canonizar um sucesso e enterrar o resto da discografia - mesmo quando ela é decente?
Braulio Lorentz - Eu gosto muito do resumo feito pelo Vinny, com o qual outros artistas concordam: para a maioria dos artistas, o natural é nunca ter um grande sucesso. Eles furaram a bolha, fizeram muito sucesso e veio um declínio comercial natural. Então, aquele período de sucesso absurdo tem que ser tratado com exceção. Acho que esse ciclo faz parte da música pop: é muito difícil se manter no topo e existe vida fora da parte mais alta das paradas.


Resenhando.com - Você ouviu mais de 40 músicas que foram chicletes - e sobreviveu para contar. Qual delas você nunca mais quer ouvir nem sob tortura midiática?
Braulio Lorentz - Eu consigo ouvir todas sem problema, porque passei a ter um apego por elas. Agora, elas fazem parte da trilha sonora do primeiro livro que eu lancei. Mas, obviamente, gosto mais de algumas do que de outras. Na minha opinião, KT Tunstall e Vanessa Carlton são cantoras muito subestimadas, por exemplo. Acho também que Snow Patrol e Cornershop são nomes mais alternativos do britpop pelos quais eu tenho muito carinho. 


Resenhando.com - Dos entrevistados, quem mais surpreendeu: o filósofo, o programador da Amazon ou o artista que ainda insiste num comeback? Qual dessas reinvenções você achou mais tocante - e qual deu aquele nó na garganta?
Braulio Lorentz - Acho que o depoimento mais genuíno de uma pessoa que encontrou sua verdadeira vocação foi a do vocalista do EMF, o James Atkin. Ele fala com carinho do "Unbelievable", um hit número um do Hot 100 da Billboard americana, mas fala com mais carinho ainda dos alunos e alunas das classes de música no interior da Inglaterra. James é um cara muito good vibes e vê-lo sorrindo quando o comparei ao personagem do Jack Black em “Escola do Rock” foi um dos grandes momentos que estão no livro.


Resenhando.com - Seu livro faz uma espécie de arqueologia pop. Qual foi o fóssil mais valioso que você desenterrou?
Braulio Lorentz - É meio bizarro constatar isso, mas a entrevista que me deu mais trabalho, das publicadas no livro, foi a de um cara que morava no Brasil: Evan Dando, o ex-galã grunge do Lemonheads. Embora tenha desmarcado nosso papo quatro vezes pelos mais variados motivos (falta de luz, lanche da tarde, sonolência, reunião com empresário), Dando foi simpático e atencioso.


Qual hit virou dinossauro sem esqueleto?
Braulio Lorentz - Acho que os dinossauros sem esqueleto foram as entrevistas que tentei marcar, mas sem sucesso. Para tentar falar com o Spin Doctors, por exemplo, mandei uma foto em que segurava meus quatro CDs da banda. Só que “problemas na agenda” me impediram de falar com eles. No primeiro capítulo do livro conto outros casos de entrevistas que eu não consegui fazer.


Resenhando.com - Existe uma verdade incômoda por trás de todo grande hit?
Braulio Lorentz - Não sei se existe. Alguns são apenas o retrato de uma época. “One Thousand Miles” representa quem a Vanessa Carlton era aos 16 anos: uma menina apaixonada que tinha um senso melódico excelente e tocava muito bem piano. No fim, os hits retratam uma fase bem específica do artista e é um baita desafio tentar dar novo sentido àquela velha canção todas as noites. Afinal, muita gente vai ou ia aos shows apenas para ouvir aquela música.


Resenhando.com - Se você fosse obrigado a montar um trio elétrico só com os artistas do livro, quem puxaria o bloco? E quem você deixaria na calçada segurando a pochete?
Braulio Lorentz - Não deixaria ninguém na calçada, coitados. Se chamasse para o carnaval, gostaria que estivessem nos holofotes. Acho que para um trio elétrico botaria todos os artistas do capítulo mais agitado do livro, dedicado ao dance pop (Ace of Base, Alexia, Aqua, t.A.T.u., DJ Bobo e Kasino). Tiraria apenas o Right Said Fred, porque eles são antivax e não quero que eles tenham chance de propagar doenças.


Resenhando.com - O livro tem trilha sonora. Mas se tivesse cheiro, qual seria? Aroma de CD novo? De mofo de sebo? De lágrimas de artista pós-fama?
Braulio Lorentz - Seria cheirinho de loja de encarte amarelado de CD. Aquele que está até meio rasgadinho de tanto tempo que você passou folheando e lendo as letras, vendo as fotos.


Resenhando.com - No fundo, todo jornalista cultural quer escrever sobre o lado B do sucesso? A fama esquecida é mais literária do que a glória?
Braulio Lorentz - Acho que não. Muitos jornalistas preferem falar dos fenômenos pop mais recentes. Eu também me incluo nessa e gosto de explicar o que está rolando agora. Na minha opinião, existem boas histórias de bastidores em todas as épocas. O negócio é correr atrás para contá-las da melhor forma. De preferência falando com quem estava lá. Por isso, fiz questão de só incluir hits de artistas que falaram comigo.


.: Filarmônica de Pasárgada faz show com Vanguarda Paulista no dia 5

Banda Filarmônica de Pasárgada fará um show especial para a Vanguarda Paulista no Sesc Pinheiros. Foto: divulgação

A banda Filarmônica de Pasárgada fará um show especial para a Vanguarda Paulista no Sesc Pinheiros. Eles acabam de lançar um EP em homenagem a essa cena musical, revisitando clássicos que influenciaram uma geração de artistas, incluindo a própria Filarmônica. A apresentação acontece dia 5 de setembro de 2025, sexta às 20h00, no Sesc Pinheiros – Teatro Paulo Autran. Os ingressos custam de R$ 18,00 (credencial plena) a R$ 60,00 (inteira). 

Intitulado “Rua Teodoro Sampaio, 1091”, endereço onde funcionava o Teatro Lira Paulistana, uma lendária casa de espetáculo que, entre 1979 e 1986, abrigou não só a Vanguarda Paulista como outros artistas, o EP traz quatro músicas com participações especiais dos próprios artistas da cena, que também participam do show. Ná Ozzetti em “Ladeira da Memória”, Wandi Doratiotto em “O Trabalho”, Suzana Salles em “Fim de Festa” e Arrigo Barnabé em “Instante”.

Além do repertório do EP, a Filarmônica vai tocar canções do álbum “PSSP”, inspirado na história da cidade de São Paulo, incluindo a música “Lira Paulistana”, por exemplo, que faz uma mistura entre a geração do Lira Paulistana e a geração dos modernistas de década de 1920. Filarmônica de Pasárgada é: Marcelo Segreto (compositor, voz e violão), André Teles (eletrônica), Fernando Henna (piano, acordeão), Ivan Ferreira (fagote e vocais), Leandro Lui (bateria e percussão), Migue Antar (baixo), Paula Mirhan (voz) e Renata Garcia (clarinete).


Serviço
Filarmônica de Pasárgada
Lançamento do EP “Rua Teodoro Sampaio, 1091”
Com participações especiais de Luiz Tatit, Wandi Doratiotto, Suzana Salles e Arrigo Barnabé
Local: Teatro Paulo Autran – Sesc Pinheiros
Dias 5 de setembro de 2025 - sexta-feira, às 20h00
Classificação indicativa: 12 anos
Duração: 90 minutos
Preços: R$ 21,00 (credencial plena), R$ 35,00 (meia) e R$ 70,00 (inteira).

Sesc Pinheiros  
Rua Paes Leme, 195, Pinheiros - São Paulo (SP)
Horário de funcionamento: Terça a sexta: 10h às 22h. Sábados: 10h às 21h. Domingos e feriados: 10h às 18h30
Estacionamento com manobrista 


Como chegar de transporte público: 350m a pé da Estação Faria Lima (metrô | linha amarela), 350m a pé da Estação Pinheiros (CPTM | Linha Esmeralda) e do Terminal Municipal Pinheiros (ônibus). Acessibilidade: a unidade possui rampas de acesso e elevadores, além de banheiros e vestiários adaptados para pessoas com mobilidade reduzida. Também conta com espaços reservados para cadeirantes.

domingo, 31 de agosto de 2025

.: Crítica: "O Último Azul" usa desejo de voar como combustível na velhice

 

Cena de "O Último Azul"


Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em agosto de 2025


"O Último Azul" é mais uma produção brasileira para nos deixar orgulhosos do cinema nacional. Dirigido por Gabriel Mascaro ("Divino Amor"), na trama, Tereza (Denise Weinberg), uma mulher de 77 anos, muito ativa, entra automaticamente para o programa "O Futuro é Para Todos", tendo sua vida completamente bagunçada. Para tanto, perde o emprego e recebe somente alguns dias para se organizar antes de ir obrigatoriamente para a colônia, local em que vivem todos os idosos brasileiros.

Perdida com tamanha reviravolta, numa conversa ela é instigada a realizar algum desejo antes de seguir seu rumo. Eis que Tereza percebe nunca ter voado. Numa agência de turismo, tenta comprar uma passagem aérea, porém, com a filha como tutora, por telefone, nega a tal viagem, impedindo que o vendedor realize qualquer ação, ainda que a senhora de cabelos branquinhos tenha dinheiro vivo. 

Contudo, ela não desiste. Assim, esbarra em Cadu (Rodrigo Santoro). Viajando num barco suspeito, de modo clandestino para tentar voar de ultraleve, ao fazer uma parada de alerta, surge um raro caracol de gosma azul capaz de trazer revelações diversas. Em tempo, o tal animal volta a aparecer na trama, em outra situação. 

No entanto, um revés coloca a senhora de 77 anos em risco de seguir o destino ditado pelo governo. Por outro lado, Roberta (Miriam Socarrás) pode ser a tábua de salvação de Tereza. Em meio a reviravoltas diversas, a busca pela liberdade da senhora empolga o público durante 1 hora e 27 minutos de filme, despertando curiosidade sobre qual será o destino dela. Imperdível!


O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no GonzagaConsulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN


"O Último Azul"Ingressos on-line neste linkGênero: ficção científica, fantasiaClassificação: 14 anos. Direção: Gabriel Mascar. Roteiro: Gabriel Mascaro e Tibério Azul, com a consultoria de Murilo Hauser e Heitor Lorega. Duração: 1h 27 min. Elenco: Denise Weinberg, Rodrigo Santoro, Miriam Socarrás, Adanilo e participação de Isabela Catão, como Vanessa. Sinopse: Em um Brasil distópico, uma mulher de 77 anos, Tereza, recusa-se ao exílio compulsório para uma colônia de idosos e navega pelos rios da Amazônia em busca de realizar seu último desejo. Confira os horários: neste link


Trailer de "O Último Azul"

sábado, 30 de agosto de 2025

.: Físico e diplomata, Ernesto Mané lança "Antes do Início" na Tapera Taperá


Físico e diplomata brasileiro-guineense conversa com José Henrique Bortoluci sobre seu livro de estreia, que entrelaça reflexões sobre identidade, racismo e a busca pelas raízes paternas. Foto: divulgação

O físico e diplomata Ernesto Mané lança nesta quarta-feira, 3 de setembro, às 18h30, na livraria e espaço cultural Tapera Taperá, "Antes do Início", seu livro de estreia publicado pela Tinta-da-China Brasil. O encontro será mediado pelo sociólogo, professor e escritor José Henrique Bortoluci, autor de "O Que É Meu". Os dois devem falar da figura do pai na literatura, ensaio autobiográfico, física, entre outros temas de interesse comum. Leia a entrevista com ele neste link> .: "Antes do Início": Ernesto Mané encara o passado com olhos de futuro.  

Em "Antes do Início", Mané narra sua jornada pessoal em busca de suas raízes na Guiné-Bissau. A obra mescla diário de viagem e ensaio autobiográfico, enquanto narra a própria experiência ao visitar pela primeira vez a terra de seu pai em 2010. Nascido no Brasil, de mãe paraibana e pai guineense, Mané sempre teve uma inquietação profunda: conhecer o outro lado da kalunga - termo que designa a travessia atlântica que tantos africanos fizeram ao longo dos séculos.

Seu pai, da geração responsável pela independência da Guiné-Bissau, imigra para o Brasil nos anos 1970 graças a uma bolsa de estudos do Itamaraty, em busca de uma formação acadêmica internacional de alto nível. Em São Paulo, acaba sendo repelido pelo racismo nas salas de aula e corredores da universidade, e abandona o jovem Ernesto e a família. Constitui uma nova família em Cabo Verde, e novamente a abandona. Seria um “sacana”, como dizem alguns, ou apenas alguém que tentava salvar a própria pele em meio à barbárie das guerras coloniais portuguesas? O que têm a dizer os amigos e parentes que ficaram na Guiné-Bissau sobre este homem que parece ter abandonado a todos, mas que é lembrado e mencionado no tempo presente, como se sempre estivesse ali?

Para Mané, conhecer a realidade da Guiné e da família que vive ali traz desalento e dor, frustra expectativas, amplia os questionamentos e o faz revisitar memórias de infância. A paternidade e o divórcio recente o fazem olhar de outra maneira para o pai e para os enredos familiares.

Tendo sofrido racismo desde criança no Brasil, ele se choca ao ser chamado de “branco” nas ruas de Bissau, pelo modo de se vestir e se comportar. Aprende a comer com as mãos, da mesma tigela dos parentes reunidos à mesa. Conhece a bolanha, a plantação de arroz junto à qual vivem seus avós em condições extremamente precárias. Um dia ele se vê no transporte público carregando pelos pés um presente que ganhou: uma galinha viva, cena comum nas ruas de Bissau. As contradições e possibilidades da Guiné chamam a atenção do jovem cientista. Parece-lhe evidente o potencial cultural e político do crioulo, idioma que é falado por toda a população, mas que seu pai não lhe ensinou e não é sequer adotado como uma das línguas oficiais do país.

Entre as muitas decisões que Mané - sobrenome de origem balanta, uma das etnias que compõem a população da Guiné-Bissau - toma a partir da viagem está o pedido de um passaporte da Guiné-Bissau para ter dupla cidadania. Se a história e a política, conforme atestam as páginas de Antes do início, contribuíram para acentuar a distância entre África e Brasil, Mané nos mostra de forma notável que a literatura é uma linguagem privilegiada para nos trazer notícias do outro lado da kalunga.

O debate sobre ausência paterna, história e ancestralidade será aprofundado no encontro com Bortoluci, que também já explorou o tema em seu livro "O que É Meu" (Fósforo, 2023), no qual reconstitui a vida do pai caminhoneiro e, com isso, uma parte da história brasileira. A conversa abordará as trajetórias que conectam Brasil e Guiné-Bissau, explorando como ambos os autores revisitaram suas origens para construir narrativas literárias. Compre o livro "Antes do Início", de Ernesto Mané, neste link. 


Sobre o autor
Ernesto Mané (João Pessoa, 1983) é brasileiro e guineense. Doutor em física nuclear pela Universidade de Manchester, no Reino Unido, realizou pós-doutorado no laboratório canadense Triumf. Ingressou na carreira diplomática em 2014, por meio do Programa de Ação Afirmativa para Afrodescendentes do Instituto Rio Branco. Foi pesquisador visitante na Universidade de Princeton, nos EUA, entre 2019 e 2020. Também em 2019, foi reconhecido pelo Mipad (Most Influential People of African Descent) como um dos cem afrodescendentes com menos de quarenta anos mais influentes do mundo na área de política e governança. Serviu na Embaixada do Brasil em Washington entre 2021 e 2025, e atualmente serve na Embaixada do Brasil em Buenos Aires. Antes do início é seu livro de estreia.

Sobre o mediador
José Henrique Bortoluci
é escritor, doutor em sociologia pela Universidade de Michigan e professor da FGV. Ele é autor de "O Que É Meu" (Fósforo, 2023) e da série de ensaios Geração Democracia (revista piauí, 2025), entre outros. 


Serviço
Lançamento do livro "Antes do Início" com Ernesto Mané
Mediação: José Henrique Bortoluci
Data: 3 de setembro, quarta-feira
Horário: 18h30
Local: Tapera Taperá – Av. São Luís, 187 – 2º andar, loja 29. República / São Paulo

Postagens mais antigas → Página inicial
Tecnologia do Blogger.