sexta-feira, 15 de agosto de 2025

.: Entrevista: músico, Péri lança “Poesias Vermelhas” e expõe a nudez da palavra


Por 
Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. Foto: Rafael Nogueira

Há artistas que atravessam linguagens como quem muda de rua e sem medo do que vem na esquina. Péri é um desses. Cantor, compositor, produtor e agora, oficialmente, poeta, ele estreia na literatura com "Poesias Vermelhas", livro de 33 páginas que cabe no bolso, mas insiste em ocupar a cabeça por dias. São versos de resistência, desejo e liberdade que passeiam entre o quintal baiano e as esquinas paulistanas, com lirismo ora delicado, ora de combate.

Nesta conversa, reproduzida com exclusividade para o portal Resenhando.com, Péri fala sobre a cor que nomeia o livro, a travessia entre palco e papel, a herança concreta de Augusto de Campos e o que muda quando a música dá lugar ao silêncio. O resultado é um retrato sem retoques de um artista múltiplo, que agora também encontra na poesia um território para provocar, acolher e incendiar.  Compre o livro "Poesias Vermelhas", de Péri, neste link.


Resenhando.com - Você diz que agora pode se declarar oficialmente poeta. O que o impedia de fazer isso antes?
Péri - Porque até então, o que eu escrevia servia, em princípio, a só uma música. Tinha que corresponder a uma métrica musical, servia ao estilo, à forma, ao ritmo da música. Mesmo que, na minha percepção, a letra da música sempre existiu por si só, independente da música. Mas como para as pessoas, pelo menos, aquilo está associado à melodia, aquilo se transforma em canção. Então, a libertação foi poder escrever poesia sem necessariamente pensar em música. Isso foi uma libertação, uma forma boa de libertação.


Resenhando.com - “Poesias Vermelhas” nasceu fora da métrica musical. Se a canção fosse um cárcere, qual verso o libertou primeiro?
Péri - Olha, a libertação poética a que eu me refiro não quer dizer que a prisão em relação à métrica musical fosse uma coisa ruim. Era só uma questão de princípio, de rotina, de pensamento artístico. Então, a partir do momento que eu defini na minha cabeça, olhando a página em branco, puxa, não é música, é outra coisa... E poesia também não é literatura... É uma coisa diferente... É uma outra trincheira... E eu me vi liberto das amarras da métrica musical. Todos os versos me levaram pra frente.


Resenhando.com - Você cita Augusto de Campos como epígrafe. Se pudesse escolher outro poeta para duelar com você numa roda de improviso, quem seria?
Péri - Eu gosto muito de ouvir, não só ler, mas ouvir áudios e assistir vídeos do Darcy Ribeiro, um grande pensador do Brasil, foi também político, candidato a governador do Rio de Janeiro, na época, muitos anos atrás. O Rio teria muito a ganhar se ele tivesse ganho, um grande educador, um grande pensador do Brasil, um grande defensor das causas democráticas e humanistas. E eu gostava do jeito dele falar. Então, pensar uma poesia minha no sentido político, ser declamada por Darcy Ribeiro seria uma honra.


Resenhando.com - Você fala do vermelho como símbolo da paixão e da resistência. Mas e quando a poesia é azul, cinza ou bege? Ela ainda o interessa?
Péri - Esse sentimento de cores da poesia é do jeito que a gente acorda, é do jeito que a gente está aquele dia. Talvez quando o poeta põe para fora todos os seus sentimentos e resolve escrever alguma coisa, isso para mim é uma forma de cura. E o estado de espírito é fundamental. até quando o assunto não é livre quando existe um objeto literário vou escrever sobre tal assunto que está me comovendo no momento o dia que você escreve aquilo é fundamental para o desenrolar tanto é que a gente escreve depois depura muito vai afinando as palavras afinando os sentidos a sintaxe no outro dia muda de novo no outro dia muda de novo então a gente tem que publicar logo senão a gente fica mexendo sempre, porque os sentimentos se alternam sempre, a cada dia, se um dia faz sol, se um dia faz chuva, se um dia a gente acorda assim, se a gente acorda de um outro jeito, isso tudo influencia na nossa escrita. Por isso que quando se escreve, depois de burilar, é melhor publicar logo.


Resenhando.com - Entre o palco e a página, qual deixa você mais nu - o microfone ou o papel?
Péri - Hoje, com o advento das redes sociais, com a expansão das possibilidades de conexão de quem escreve para quem lê, se alargaram muito, é natural ter muitas feiras, muitos encontros em livrarias, fazer aproximação entre o público e o poeta, no caso, e ouvir o que ele tem a dizer e ouvir a forma que ele declama a sua poesia é um mapa do caminho para o leitor. Mas eu acho também que deve existir o momento do leitor sozinho, em silêncio para entender a poesia. Porque poesia, assim, você lê um dia, você entende uma coisa, se você lê uma semana depois, você vai entender outra, um ano depois, é uma outra poesia. Dez anos depois, acontece a primeira revelação uma vida inteira para você descobrir às vezes o sentido de um poema então, às vezes o silêncio a introspecção é importante e necessária.


Resenhando.com - Seu livro foi escrito entre 2020 e 2021. Que palavra o salvou durante a pandemia e que palavra você se recusa a escrever até hoje?
Péri -  Essa época 2020, 2021, uma palavra muito triste que se repetia era a "enfermidade": a enfermidade do mundo, a enfermidade das pessoas, a doença corroendo todas as coisas, os seres humanos, o seu pensamento, o seu comportamento, tanta gente sofrendo. Isso tem um impacto grande em qualquer obra artística e óbvio que teve na minha. E a emoção era tanta que só a música não foi capaz. Então, a poesia me salvou durante a pandemia. Ela foi a que realmente conseguiu me libertar E me fazer expressar o que eu estava sentindo E também dar uma contribuição de sentimento, de esperança para quem estava sofrendo tanto, né?


Resenhando.com - Você já foi gravado por vozes como Gal Costa e Margareth Menezes. Se pudesse colocar uma das suas poesias na boca de alguém improvável - digamos, um político, um pastor ou um influencer - quem você escolheria?
Péri - Olha, Augusto de Campos é uma grande referência para mim, a poesia concreta, junto com Décio Pignatari e Haroldo de Campos, sempre uma referência, uma descoberta, eu sempre estou descobrindo coisas novas, vendo a poesia concreta. E, além do mais, Augusto é um grande tradutor de outras obras, de outros artistas, um grande recriador, e ele me trouxe conhecimento da poesia do mundo. isso foi fantástico. Então, eu tenho uma referência muito forte em relação a ele como poeta e como recriador, tradutor. Mas eu pensaria também em Gregório de Matos, o baiano Boca do Inferno, porque é um dos primeiros que a gente tem notícia, escrevendo, fazendo poesia dentro de uma realidade do princípio de Salvador, do princípio da Bahia, do começo de tudo que a gente entende hoje como Salvador, como Bahia, como a classe dominante, a elite que comandava as coisas, a divisão com a religião. Gregório de Matos foi um vanguardista.


Resenhando.com - A performance é parte do lançamento. Você acredita que a poesia hoje precisa de espetáculo para ser ouvida, ou é o leitor que ficou distraído demais para escutá-la em silêncio?
Péri - O papel é muito mais íntimo. O microfone a gente se expõe muito mais, né? Se expõe na voz, se expõe no que está cantando, se expõe o corpo, a alma, espíritos, né? Subir no palco, olhar para as pessoas. É uma sensação muito forte, é uma ligação muito forte, o artista com o público na relação do palco. Quando está no papel, aí é uma intimidade, entendeu? É quase como eu posso fazer o que eu quiser e não vou ser julgado, mesmo que alguém valer aquilo depois, você colocou aquilo no papel de uma forma tão íntima que o julgamento não importa das pessoas. O que importa é o exercício do que você fez, do que você pôs ali, do que você revelou. E mesmo assim você escreve poesia de uma forma que às vezes não se revela e fica ali o mistério para sempre, ou pelo menos por algum tempo.


Resenhando.com - Como seria uma playlist para acompanhar a leitura de “Poesias Vermelhas”? Tem mais Djavan, Fela Kuti ou silêncio mesmo?
Péri - Olha, eu não consigo ler poesia ouvindo música, principalmente se tiver letra, para mim não tem como. No máximo, um Devu-si, Eric Sati, Vila-Lobos, você ouve mais as melodias tocadas por instrumentos, não com letra, porque aí existe o conflito, você está fazendo o embate entre duas poesias, a que você está lendo e da letra da música que você está ouvindo, eu acho que não combina talvez o silêncio seja a melhor companhia no máximo uma música clássica.


Resenhando.com - Se “Poesias Vermelhas” fosse um corpo, o que ela tatuaria na pele, esconderia sob a roupa e gritaria na praça pública?
Péri - Uma boa tatuagem seria: "meu sangue é vermelho e o seu também". Mostrando para todo mundo que nós todos somos iguais nesse pontinho azul perdido no meio do espaço. Somos uma obra maravilhosa da natureza, ao mesmo tempo somos tão pequenininhos e às vezes a gente se aborrece com coisas tão pequenininhas, a gente se aporrinha com minúsculas coisas, sem a menor importância. Acho que a gente tem que dar mais importância ao que nós somos de verdade, todos iguais. Pessoas passeando na poeira do espaço.







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.: Jarid Arraes rompe o silêncio na obra mais pessoal e corajosa da carreira


A autora Jarid Arraes enfrenta dores do passado neste volume, a obra mais pessoal da autora até então, dedicando a voz poética a um tema doloroso. Foto: divulgação
 


Em "Caminho para o Grito", uma das autoras mais notáveis da literatura brasileira contemporânea rompe o silêncio e dedica sua voz poética a um tema doloroso. No livro lançado pela editora Alfaguara, Jarid Arraes enfrenta dores do passado neste volume, a obra mais pessoal da autora até então, dedicando a voz poética a um tema doloroso: o abuso sexual, a pedofilia e marcas profundas de uma vida.

Dividido em três partes que acompanham o amadurecimento - da infância vulnerável à maturidade reflexiva -, o livro traça um percurso íntimo de elaboração do trauma, no qual cada verso é um passo rumo à libertação. Não é uma leitura fácil, nem pretende ser. É um convite para encarar as feridas abertas pela violência de gênero, pelo abuso infantil e pelo machismo estrutural. Compre o livro "Caminho para o Grito", de Jarid Arraes, neste link.


Relato de Jarid Arraes sobre o processo de escrita de "Caminho para o Grito"
Este não é um texto qualquer sobre processo criativo. A escrita do meu novo livro envolve um passeio de trem-fantasma pela casa de horrores que é o meu interior. Não esqueça que gritar faz parte da experiência. Era uma quinta-feira, bem no meio da tarde. Na tela do computador, as cenas de "Imaculada", com Sydney Sweeney, seguiam sem interrupções. 

Não foi o primeiro filme de horror que vi em 2024, mas foi o primeiro que registrei na minha conta anônima do Letterboxd. A única coisa que me interessava era assistir a filmes de horror, meu gênero favorito. Todos os dias. Não conseguia trabalhar. Acordava de qualquer jeito, caminhava alguns passos do quarto ao banheiro e do banheiro ao escritório, clicava no play, avaliava com estrelinhas, próximo, clicava no play, repetia. Entre os dias 5 e 31 de maio, assisti a 41 filmes de horror. Nos intervalos, dormi.  

Lembro pouquíssimo de 2024. Depois que a crise depressiva começou, tudo ficou borrado. Acredito que fiquei em estado de dissociação na maior parte do tempo. Consigo resgatar uma memória do dia em que assisti "Imaculada": pela manhã, na terapia, eu disse “ontem me questionei, por algumas horas, se eu era uma pessoa real”. Quase no final da sessão, desabafei: “o que me deixa mais incrédula é que ele tenha coragem de me seguir com o perfil pessoal”.  

Ele? Um pedófilo, hoje com mais de 50 anos, que me enviou pornografia infantil ao mesmo tempo que me contava ter tomado o Chá Hoasca durante uma cerimônia de sua religião, União do Vegetal, e que a bebida teria mostrado um sonho no qual a polícia entrava em sua casa, pegava seu computador e o prendia. “Eu tenho que parar” foi a última coisa que digitou no chat antes de mandar fotos que não pedi e abri sem saber do conteúdo. Eu tinha 12 anos. 

Depois de relatar a situação para minha psicóloga, abri o bloco de notas do celular e escrevi o poema windows xp, que agora faz parte do meu novo livro, intitulado "Caminho para o Grito". Em 2003, conheci esse homem, que vou chamar de Antônio, pela internet, num canal de conversas da minha cidade. Ele parecia um cara gente boa, tinha ótima reputação, podia ser considerado bonito, nem sequer se enquadrava na ideia do predador esquisito e solitário. Em pouquíssimo tempo, já tínhamos vários amigos em comum, frequentávamos os mesmos lugares e, sim, estava tudo errado. 

Eu tinha 12 anos, passava meus finais de semana em ambientes cheios de adultos, bebia e escutava o tempo inteiro que parecia ser mais velha e madura para minha idade. Quando eu e Antônio nos encontramos pessoalmente pela primeira vez, ele conversou comigo sobre música por cerca de 2 horas antes de me chamar para passear no seu carro e dirigir até uma estrada de terra no meio do nada. Por muitos anos, não admiti que Antônio também tinha sido um dos homens que abusou de mim. Aceitar esse fato me obrigaria a encarar outras coisas profundamente dolorosas, então evitei até quando pude.  

No entanto, cerca de duas semanas antes de ser seguida por Antônio no Instagram, no dia em que cheguei em Manaus para participar como convidada do cruzeiro literário "Navegar é Preciso", recebi uma mensagem de um homem que vou chamar de José. Na mensagem, ele me chamou de “potranca” e me convidou para encontrá-lo pessoalmente. Demorei um pouquinho para ligar os pontos, já que, pelas fotos, ele estava bem mais velho e eu jamais imaginaria que ele estaria morando em Manaus. Quando José me estuprou, eu tinha 13 anos e ele tinha 42.  

Toda a questão é que, num intervalo de poucas semanas, Antônio e José apareceram de novo na minha vida. E eu, aos 33 anos, não suportei. "Caminho para o Grito" foi escrito durante os meses que vieram depois desses impactos. Eu não sei dizer em que dia a crise depressiva “começou”, não sei detalhar muitas coisas devido ao intenso estado de dissociação, e até escrever este texto - sim, este aqui que você está lendo agora - eu não sabia o que havia desencadeado todo o sofrimento que vivi em 2024. Eu lembrava da maratona sem fim de filmes de horror e das noites escrevendo poemas e poemas sem nenhum objetivo consciente, até perceber que quase todos eles falavam sobre como foi ter sido vítima de pedofilia dos 3 aos 14 anos.  

Ao perceber o que meu corpo estava fazendo, como ele estava inflamado, expurgando o que precisava expulsar, lutando para se manter vivo, reuni os poemas que estavam interligados, apresentei para minha editora na Alfaguara, falei que aquilo tudo era minha história real e perguntei se queriam publicar.  Escrever mais, a partir de então com intencionalidade para construir uma obra que é uma narrativa, desde a menina de três anos até a mulher de 33 que por muito pouco não escolheu morrer, não foi a parte mais difícil. 

Hoje sei que o processo de criação de "Caminho para o Grito" era a manifestação literária de algo que acontecia no meu corpo inteiro: enquanto eu expurgava o trauma, também tentava tratar uma mastite, uma infecção no seio direito, que me fazia chorar de dor, demorou meses para ser curada e deixou uma baita cicatriz. Então quando afirmo que escrever não foi a parte mais difícil, quero dizer que reconheço como meu corpo lutou por mim.

Mesmo com as infecções, ao longo dos meses em que não consegui fazer nada além de sobreviver dia após dia dentro de um quarto escuro, quando eu ainda não entendia por que estava escrevendo, minha mente me protegeu da melhor maneira alcançável e, à medida que a infecção física era despejada do meu corpo, minha criatividade me ajudava a encarar e nomear o trauma. 

Quando terminei de escrever, precisei de tempo para decidir se de fato publicaria o livro. Sabendo que isso tudo aconteceu em 2024, pode parecer que as coisas caminharam com rapidez. Mas o tempo do calendário não é o mesmo tempo da criança interior que tem as feridas cuidadas. Para meu namorado, que esteve ao meu lado e deu tudo de si, talvez a percepção sobre esse tempo tenha tons ainda mais específicos. 

E há tanta coisa que ainda quero compartilhar sobre a escrita de Caminho para o grito , a história real narrada em poemas e todos os passos indispensáveis para que uma obra como essa chegue até os leitores. Um pouco já foi dito na minha newsletter e eu te convido a continuar acompanhando a divulgação do livro e todas as ações que acontecerão por causa dele. Como este texto jamais poderia ter fim, vou concluir este recorte com um poema inédito que está em Caminho para o grito. Espero que goste da leitura e desejo que você sempre consiga ouvir o próprio corpo. Compre os livros de Jarid Arraes, neste link.


.: Poeta Daniel Perroni Ratto lança o livro "Destemida Ferrabraz" em São Paulo


Conhecido pelas palavras fortes e que impactam os leitores, o escritor e jornalista Daniel Perroni Ratto se prepara para lançar seu sétimo livro da carreira: “Destemida Ferrabraz” traz consigo uma metáfora que grita resistência, força, energia e resiliência. Nele, a mulher é o centro do debate, onde suas lutas seculares são expostas como marcas que seguem em passo de batalha. O livro, inclusive, já chega às livrarias premiado pelo ProAC PNAB de obra inédita no estado de São Paulo.

Lançada pela editora Algaroba, a obra será lançada em São Paulo neste sábado, dia 16 de agosto, a partir das 17 horas. O evento acontecerá na Livraria Patuscada, localizada no bairro de Pinheiros, Zona Oeste da capital. “Espero sempre que seja uma festa da literatura por onde passar e acima de tudo, chegar cada vez mais em mais leitores”, afirma Daniel Perroni Ratto, escritor e jornalista

Em “Destemida Ferrabraz”, Ratto traz à tona e imprime em suas páginas o feminino do seu "eu lírico". Somos capazes de detectar uma voz poética que demanda as questões da nossa época e denuncia a violência de gênero. A obra é, sobretudo, um convite para os prazeres da estética, da linguagem, da liberdade criadora da vida. De página em página, a poética se constrói e se reconstrói como se fosse um caleidoscópio mágico de vertigens abissais da alma do poeta. Um "eu poético" insubmisso põe a mulher como epicentro de toda a obra, dando-lhe dimensão de heroína do destino dele desde sempre. Seja como mãe, seja como avó, tia, amor ou fantasia, a mulher avulta na narrativa “poemática” densa, profunda, intrincada e visceral.

“O livro é uma seleta dos últimos anos, pós pandemia, onde selecionei poemas com a verve do feminino e das lutas das minorias”, afirma Daniel Perroni Ratto, escritor e jornalista. Entre os prêmios vencidos por Daniel ao longo de sua carreira como escritor, destacam-se o Prêmio Guarulhos de Literatura em 2019 com o livro, "Alucinação", o projeto E-Vivências – Memórias, Experiências e Teorias, da Prefeitura de São Paulo de 2020 e seu poema “Coisa Simples” foi premiado no 32° Prêmio Moutonneé de Poesias em 2024.

“O poeta troca um lugar de masculinidade dita ‘confortável’ por um exercício de empatia, um relato onde o autor faz uma imersão no feminino e retorna à superfície, a partir de seus amores e suas ancestrais, da citada tia Mirtes, da avó Dagmar, da poeta Laís, edificando uma potente homenagem às mulheres da sua vida”, define a poeta Íris Cavalcante sobre o trabalho de Daniel Perroni Ratto em “Destemida Ferrabraz”.



Sobre o autor
Daniel Perroni Ratto é poeta, jornalista, músico e editor da Editora Algaroba. Pós-graduado em Mídia, Informação e Cultura pela ECA/USP, autor dos livros "Urbanas Poesias" (Ed. Fiúza, 2000), "Marte Mora em São Paulo" (A Girafa/Escrituras, 2012), "Marmotas, Amores e Dois Drinks Flamejantes" (Ed. Patuá, 2014), "VoZmecê" (Ed. Patuá, 2016), "Alucinação" (Algaroba, 2018), "Grinalda de Um Poeta" (Algaroba, 2021) e "Destemida Ferrabraz" (Algaroba, 2025).

Serviço
Livro "Destemida Ferrabraz"
Lançamento:
dia 16 de agosto, a partir das 17 horas, na Livraria Patuscada (R. Luís Murat, 40 - Pinheiros, São Paulo)
Autor: Daniel Perroni Ratto (@daniel.perroni.ratto)
Editora: Algaroba
Páginas: 92
Disponível para compra através do link.

.: Crítica musical: "Help", há 60 anos, a perda da inocência dos Beatles

Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto:divulgação

Há 60 anos, os Beatles lançavam a trilha de seu segundo filme, "Help". O disco simbolizou uma mudança de postura na produção musical, com composições que exploravam mais os recursos do estúdio. Ainda que os hits que marcaram a beatlemania ainda estivessem presentes no repertório, era possível notar uma postura diferente dos Fab Four.

Em relação a trilha do primeiro filme, o "A Hard Day's Night" (que no Brasil se chamou "Os Reis do Ie-Ie-Ie"), e ao álbum "Beatles For Sale", os Fab Four estavam dando um passo adiante. A começar pela faixa título, considerada uma obra prima do período da beatlemania, com backing vocals colocados de forma genial em cima de um arranjo igualmente excelente.

John Lennon revelaria anos mais tarde que esse período da banda foi um dos mais difíceis para ele, em função da superexposição na mídia da época. E que a música era realmente um pedido de ajuda que ele procurou expor. Isso inclusive pode ser facilmente notado na letra: “When I was younger, so much younger than today/ I never needed anybody's help in any way/ But now these days are gone, I'm not so self assured/ Help me if you can, I'm feeling down”. ("Quando eu era jovem, muito mais jovem que hoje/Nunca precisei da ajuda de ninguém em nenhum sentido/Mas agora estes dias se foram, não sou seguro de mim mesmo/Agora descobri que mudei de ideia e abri as portas/Ajude-me se você puder, estou triste").

Outro momento brilhante desse álbum foi a balada "You've Got To Hide Your Love Away", também composta por John Lennon que foi inspirada no estilo de Bob Dylan. . Foi esse período que os Beatles conheceram Dylan pessoalmente. Eles se conheceram em 1964 e, desde então, desenvolveram uma relação de admiração mútua e colaboração, com trocas criativas e influências mútuas, apesar de algumas tensões ocasionais. 

O disco segue com momentos de protagonismo de Paul McCartney nas faixas "The Night Bewfore" e "Another Girl". Lennon volta a solar o vocal nas faixas "You´re Going To Lose That Girl" e na incrível "Ticket To Ride", com um memorável trabalho de Ringo Starr na bateria. As demais faixas contam com duas ótimas composições de George Harrison ("I Need You e You Like Me Too Much") e dois covers, sendo um deles cantado por Ringo (a canção folk "Act Naturally") e o rock´n roll raiz de "Dizzy Miss Lizzy" (de Larry Williams) cantado por John Lennon.

Não poderia deixar de citar a balada "Yesterday", que foi gravada por Paul McCartney acompanhado por um quarteto de cordas, o que era uma novidade para o grupo na época. Essa canção se tornaria uma das mais regravadas do repertório dos Beatles nos anos seguintes. As faixas "It´s Only Love", "I´ve Just Seen" a "Face e Tell Me What You See" complementam o disco mantendo aceso o clima da Beatlemania na sonoridade da banda.

A trilha de "Help" simboliza o início de mudança de paradigma musical. Eles passariam a utilizar mais os recursos que tinham no estúdio de gravação na época, ampliando os horizontes da música e se consolidando como uma das referências da história do rock.

"Help"

"You´ve Got To Hide Your Love Away"

"I Need You"

.: Virgínia Rosa canta Raul Seixas no Sesc Pompeia no show "Cantrizes"


Em quatro shows autorais diferentes, série de espetáculos celebra a força cênica de grandes atrizes, que também são cantoras espetaculares. Além de 
Virgínia Rosa, apresentam-se Alessandra Maestrini,  Letícia Soares Letícia Sabatella. Foto: Kim Leekyung

Atriz e cantora, Virgínia Rosa apresenta "Luz das Estrelas - Virgínia Rosa Canta Raul Seixas", dentro da série de espetáculos "Cantrizes", no Sesc Pompeia, neste sábado, dia 16 de agosto, às 20h00. Com atuações marcantes em novelas da Rede Globo como "Babilônia" (2015)," Pega Pega" (2017) e "Éramos Seis" (2019), Virginia Rosa também construiu uma sólida e admirada trajetória musical. 

Espetáculos como "Palavra de Mulher", "Cartola - O Mundo É Um Moinho" e, mais recentemente, a minissérie "Rota 66", evidenciam sua versatilidade como artista. Neste show, ela mergulha no universo poético, filosófico e romântico de Raul Seixas, revelando novas camadas de sentido com sua voz expressiva e sua presença cênica sempre arrebatadora.

Outros shows da série "Cantrizes" no Sesc Pompeia:  Alessandra Maestrini em "Yentl em Concerto", quinta-feira, dia 14 de agosto, às 20h00; Letícia Soares em "Letícia Soares Canta Gal", sexta-feira, dia 15 de agosto, às 20h00; Letícia Sabatella em "Letícia Sabatella, Voz e Piano", domingo, dia 17 de agosto, às 18h00.


"Cantrizes" no Sesc Pompeia
Nos dias 14, 15, 16 e 17 de agosto, no Teatro do Sesc Pompeia, acontece “Cantrizes”, série de espetáculos que celebra um grupo raro e precioso: atrizes que também são cantoras espetaculares. São intérpretes completas, que levam ao palco não apenas a afinação vocal, mas a escuta, o gesto, a presença. Mulheres que transformam cada canção numa cena, cada espetáculo num mergulho sensível.

Nesta edição, quatro artistas com carreiras consolidadas - na música, no teatro, na televisão e no cinema - apresentam seus shows autorais em quatro noites seguidas. Na quinta-feira, dia 14 de agosto, Alessandra Maestrini abre essa série de espetáculos com "Yentl em Concerto", inspirado em conto de Isaac Bashevis Singer e no filme de Barbra Streisand, com músicas de Michel Legrand. Na sexta-feira, dia 15 de agosto, Letícia Soares percorre diferentes fases da carreira de Gal Costa no espetáculo Letícia canta Gal. 

Sábado, dia 16 de agosto, Virgínia Rosa apresenta "Luz das Estrelas - Virgínia Rosa" canta Raul Seixas, em que dá voz ao lado poético, filosófico e romântico do maluco beleza. Encerrando a série, Letícia Sabatella sobe ao palco no dia 17 de agosto com o show intimista, "Voz e Piano", em que reúne canções que refletem sua trajetória interior e dialogam com temas como natureza, amor, ancestralidade e liberdade. "Cantrizes" não é apenas uma mostra de shows. É um manifesto a favor da arte feita com corpo inteiro - onde atuação e música caminham juntas, sem hierarquias, sem rótulos. Um convite para escutar com outros sentidos.


Ficha técnica
Virgínia Rosa em "Luz das Estrelas - Virginia Canta Raul Seixas"
Idealização e intérprete: Virgínia Rosa
Direção musical, guitarra e programação eletrônica: Rovilson Pascoal
Baixo acústico e elétrico: André Bedurê
Bateria e percussão: Michele Abu
Técnico de som: Kiko Carbone
Iluminação: Christiano Paes
Figurinos: Guilherme Rodrigues
Produção executiva e direção geral: Fernando Cardoso


Quinta-feira, dia 14 de agosto, às 20h00 - Alessandra Maestrini em "Yentl em Concerto" - Ingressos on-line neste link
Sexta-feira, dia 15 de agosto, às 20h00 - Letícia Soares em "Letícia Soares Canta Gal" - Ingressos on-line neste link
Sábado, dia 16 de agosto, às 20h00 - Virgínia Rosa em "Luz das Estrelas - Virgínia Rosa Canta Raul Seixas" - Ingressos on-line neste link
Domingo, dia 17 de agosto, às 18h00 - Letícia Sabatella em "Letícia Sabatella, Voz e PianoIngressos on-line neste link


Serviço | "Cantrizes"
Dias 14, 15, 16 e 17 de agosto
Local: Teatro do Sesc Pompeia
Rua Clélia, 93 - Pompeia / São Paulo
Ingressos: R$ 21,00 (Credencial plena), R$ 35,00 (meia-entrada), R$ 70,00 (inteira)
Ingressos à venda on-line e nas bilheterias do Sesc 
Duração: 90 minutos
Classificação indicativa: livre

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

.: Crítica: "Drácula: Uma História de Amor Eterno" é romântico e apaixonante

Cena de "Drácula", em cartaz na Cineflix Cinemas de Santos

Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em agosto de 2025


Que há muito encanto em torno da figura de Vlad, o protagonista de terror gótico escrito por Bram Stoker em 1897, há. Eis que em 2025, após "Nosferatu" ganhar uma nova versão -com direito a indicações ao Oscar-, os cinemas recebem a apaixonante super produção cinematográfica de terror e fantasia "Drácula: Uma História de Amor Eterno"dirigida por Luc Besson ("Dogman", "O Quinto Elemento"). 

O longa que esbanja lindos cenários e figurinos de fazer cair o queixo, permite que o público se deleite na atuação impecável de Caleb Landry Jones ("Corra!"), na pele do poderoso ser das trevas ao lado de Zoe Bleu ("Sinais de Amor"), como Elisabeta/Mina -filha de Rosanna Arquette do clássico filme com Madonna, "Procura-se Susan Desesperadamente" (1985). Com traços no rosto bastante similares aos das irmãs da mãe, as Arquettes (Patricia e Alexis), Zoe Bleu entrega sensualidade e inocência conforme a trama exige. É fascinante assistir o longa que respeita bastante o texto original de Stocker. 

A produção dirigida e roteirizada por Luc Besson, com uma fotografia impressionante, também dá destaque para Christoph Waltz ("Django Livre", "O Portal Secreto"), interpretando o padre que desvenda os segredos do imortal Conde Vlad e capaz de dar um desfecho a uma história de amor de dar inveja ao casal Romeu e Julieta de Shakespeare. Matilda De Angelis, na pele de Maria, amiga de Mina, também entrega muito no seu tempo de tela.

A releitura do clássico da literatura universal, Drácula: Uma História de Amor Eterno, ganha um toque moderno, sendo cativante enquanto transborda amor, mas equilibra com muita ação e até sangue jorrando -sem apelação. De toda forma, esbarra em "Drácula de Bram Stoker", de 1992, também pudera, ambos pautam-se no original e são grandes filmes que em muito acrescentam à figura de Vlad. Imperdível!

O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN



"Drácula: Uma História de Amor Eterno" ("Dracula: A Love Tale"). Ingressos on-line neste linkGênero: terror, fantasiaClassificação: 16 anos. Duração: 2h09. Direção: Luc Besson. Roteiro: Luc Besson. Elenco: Caleb Landry Jones, Christoph Waltz, Zoë Bleu. Sinopse: O Príncipe Vladimir renega Deus após a perda brutal de sua esposa. Ele então herda uma maldição: a vida eterna. Condenado a vagar através dos séculos, ele tem apenas uma esperança: reencontrar seu amor perdido.. Confira os horários: neste link

Trailer "Drácula: Uma História de Amor Eterno"

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A semana de estreias no Cineflix Santos, no Miramar Shopping, reúne uma continuação de animação que conquistou plateias no mundo todo, um drama europeu de autor que desafia o espectador com ousadia estética e um filme italiano que mistura humor e ternura para falar de reconciliação familiar. Das aventuras dubladas para toda a família ao cinema de arte legendado, há opções para diferentes públicos e humores. Confira os lançamentos, horários e informações de cada produção. Programação completa e ingressos: clique aqui.

"Os Caras Malvados 2" ("The Bad Guys 2")
Os anti-heróis mais simpáticos da DreamWorks estão de volta – mas a vida de “gente boa” não está saindo como eles esperavam. Reabilitados e tentando seguir o caminho certo, Sr. Lobo, Sr. Cobra, Sr. Tubarão, Sr. Piranha e Srta. Tarântula acabam sequestrados por um trio de criminosas implacáveis: Kitty Kat, uma leopardo-das-neves brilhante; Pigtail, uma engenheira javali-búlgara; e Doom, uma corvo especialista em enganação. Juntos, eles obrigam os antigos vilões a participar de um assalto audacioso, colocando em xeque a moral recém-adquirida. A sequência, dirigida por Pierre Perifel com codireção de JP Sans, traz dublagem brasileira caprichada no Estúdio Delart, com McKeidy Lisita, Jennifer Gouveia, Duda Espinoza, Renan Freitas, Sérgio Moreno, Angélica Borges, Fernanda Baronne, Evie Saide, Ana Paula Martins, Pamella Rodrigues, Sérgio Stern e Isabela Quadros. Gravado entre novembro de 2024 e julho de 2025, o longa mantém o humor e a estética vibrante do best-seller de Aaron Blabey, com mais de 30 milhões de cópias vendidas.

Sessões dubladas na Sala 2
De 14 a 20 de agosto:
todos os dias às 15h00, 17h20 e 19h40
Classificação: livre | Duração: 105 minutos | Distribuição: Universal Pictures



"A Luz" ("Das Licht")
Tom Tykwer, de “Corra, Lola, Corra” e “Perfume”, retorna aos cinemas com um drama visualmente arrebatador e narrativamente ousado. A família Engels vive sob o mesmo teto, mas emocionalmente desconectada, até que Farrah, imigrante síria enigmática, assume o papel de governanta e apresenta uma terapia incomum envolvendo a “lâmpada de consciência” Lucia N°03. O dispositivo – que existe de fato – promete expandir percepções e desenterrar segredos, transformando para sempre a vida de cada membro da casa. O longa abriu a 75ª Berlinale e dividiu opiniões, sendo descrito pela Variety como “um espelho rachado refletindo a culpa performativa do Ocidente”. Com Lars Eidinger, Nicolette Krebitz, Taj Deen e elenco internacional, o filme aborda temas como isolamento, imigração, aborto e ativismo, misturando drama psicológico, musical, animação e surrealismo.

Sessões legendadas na Sala 1
De 14 a 20 de agosto:
todos os dias às 20h00
Classificação: 16 anos | Duração: 162 min | Distribuição: Imovision


"Faz de Conta que É Paris" ("Pare Parecchio Parigi"; em Portugal, “Parece Bastante Paris”)
Na nova comédia de Leonardo Pieraccioni, três irmãos que mal se falam precisam realizar o último desejo do pai doente: conhecer Paris. Quando percebem que ele não tem condições de viajar, criam uma farsa afetuosa e bem-humorada: transformam um haras na Toscana em uma falsa viagem de camper à capital francesa. Inspirado em uma história real, o longa mistura humor e emoção para falar sobre laços familiares, reconciliação e lembranças compartilhadas. Além de dirigir, Pieraccioni atua e assina o roteiro com Alessandro Riccio e Filippo Bologna. O elenco inclui Chiara Francini, Giulia Bevilacqua e Nino Frassica, em um papel tocante como o patriarca.


Sessões legendadas na Sala 1
De 14 a 20 de agosto:
todos os dias às 18h00
Classificação: 14 anos | Duração: 90 min | Distribuição: Pandora Filmes


Serviço Cineflix Santos
Miramar Shopping — Rua Euclides da Cunha, 21, Gonzaga, Santos/SP
Programação completa e ingressos: 
clique aqui
Disponível também no app da Cineflix
O portal Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

.: CAIXA Cultural SP promove debates sobre o futuro do Jornalismo Cultural


A CAIXA Cultural São Paulo realiza, nos dias 14 e 15 de agosto, o ciclo de debates “Crônica de Uma Morte Anunciada: O Jornalismo Cultural Está Morrendo?”, com o objetivo de discutir os desafios e as transformações do jornalismo cultural contemporâneo. O evento é gratuito, aberto ao público e acontece das 10h00 às 13h00, na sede da CAIXA Cultural, próxima à estação Sé do Metrô.

A programação contempla quatro mesas temáticas com a participação de jornalistas, escritores e críticos culturais, que abordarão questões como os impactos da inteligência artificial na produção jornalística, a pluralidade de vozes no cenário cultural, os desafios da crítica especializada e as novas formas de engajamento com a cultura na era digital.

 O ciclo é uma realização da LOGOZ, com apoio da Associação Portugal Brasil 200 anos (APBRA), da Casa da Cidadania da Língua e patrocínio da CAIXA e do Governo Federal. Todas as mesas temáticas contam com tradução em LIBRAS.


Programação
14 de agosto (quinta-feira)
• Mesa 1 – O Jornalismo Está Morrendo ou se Transformando?
Os impactos da inteligência artificial na produção jornalística e os dilemas éticos contemporâneos.
Convidados: Eliane Trindade (Folha de S.Paulo) e Julio Maria (jornalista, crítico de música e biógrafo)
Moderação: Daniella Zupo (escritora, jornalista e documentarista)
Horário: 10h00

• Mesa 2 – Jornalismo Cultural e Pluralidade
A presença de vozes diversas e os desafios da representatividade no jornalismo cultural.
Convidados: Naief Haddad (Folha de S. Paulo) e Tom Farias (jornalista e escritor)
Moderação: José Manuel Diogo (jornalista português, colunista da CNN Brasil)
Horário: 11h30


15 de agosto (sexta-feira)
• Mesa 3 – Desafios da Crítica Cultural no Século XXI
O impacto dos algoritmos, das redes sociais e das novas expectativas de público na crítica cultural.
Convidados: Giselle Vitoria (criadora de conteúdo) e Guilherme Werneck (Ladrilho Hidráulico)
Moderação: Daniella Zupo
Horário: 10h00

• Mesa 4 – O Futuro do Jornalismo Cultural na Era Digital
Inovação narrativa, ferramentas digitais e novas formas de engajamento com a cultura.
Convidados: Fernando Mattar (Grupo Bandeirantes de Comunicação) e Walter Porto (Folha de S. Paulo)
Moderação: José Manuel Diogo
Horário: 11h30


Serviço
Ciclo de Debates "Crônica de Uma Morte Anunciada – O Jornalismo Cultural Está Morrendo?"
CAIXA Cultural São Paulo
Praça da Sé, 111, a 200m da Estação Sé do Metrô
Datas: 14 e 15 de agosto de 2025 (quinta e sexta-feira)
Horário: das 10h às 13h
Entrada: gratuita | Todas as atividades são gratuitas, sujeitas à lotação do espaço
Ingressos: gratuitos, disponíveis via link ( Link ) ou na bilheteria uma hora antes do início de cada mesa
Classificação indicativa: a partir de 14 anos
Acessibilidade: acesso para pessoa com deficiência, com tradução em Libras em todas as mesas
Informações: (11) 3321-4400 | caixaculturalsp | Site CAIXA Cultural SP
Patrocínio: CAIXA e Governo Federal

quarta-feira, 13 de agosto de 2025

.: Crítica: "A Prisioneira de Bordeaux" e a lição recebida por uma desconhecida

Cena de "A Prisioneira de Bordeaux", em cartaz na Cineflix Cinemas de Santos

Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em agosto de 2025


Uma pobre mulher riquíssima ociosa tem seu caminho cruzado por uma jovem mãe solteira, sagaz e sem dinheiro. Eis o drama francês  "A Prisioneira de Bordeaux", que coloca duas mulheres na fila de visitantes de um presídio. De um lado, Alma (Isabelle Huppert, "Sra. Harris Vai a Paris", "A Sombra de Caravaggio") está para entrar, enquanto que Mina (Hafsia Herzi, "O Segredo do Grão"), atrasada, protagoniza uma cena teatral com direito a queda no chão. 

Contudo, Alma fica comovida com a situação de Mina e, com um gesto de gentiliza, inicia uma história cheia de surpresas. Ao se darem conta de que suas vidas giram em torno das visitas que fazem a seus companheiros presidiários, Alma e Mina estreitam um laço de amizade. E como a vida não é um conto de fadas, segredos contados são capazes de garantir surpresas para a trama dirigida por Patricia Mazuy ("Paul Sanchez Est Revenu!")

Não-linear, provocante, reflexivo e complexo, o longa de 1 hora e 48 minutos de duração, une dois mundos opostos numa amizade improvável. Ainda mais quando Mina esbarra com sua dura realidade na realidade da mulher cercada por tudo de valor, menos por alguém que realmente a ama. Por fim, um desfecho surpreendentemente revelador complementa o título "A Prisioneira de Bordeaux". Vale a pena conferir!


O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN


"A Prisioneira de Bordeaux" ("La Prisionnière de Bordeaux"). Ingressos on-line neste linkGênero: dramaClassificação: 14 anos. Duração: 1h48. Direção: Patricia Mazuy. Roteiro: Pierre Courrège, François Begaudeau, Patricia Mazuy. Elenco: Isabelle Huppert, Hafsia Herzi, Noor Elsari, Jean Guerre Souye, William Edimo, Jana Bittnerova, Magne-Håvard Brekke. Sinopse: Alma vive sozinha em uma enorme casa. Mina é uma mãe solo que mora em um conjunto habitacional em outra cidade. Elas organizaram a vida em torno das visitas que fazem aos respectivos companheiros na prisão. Quando as duas mulheres se encontram na sala de espera da área de visitação, uma amizade improvável tem início entre elas.  Exibido na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes e no Festival de Busan. Confira os horários: neste link

Trailer "A Prisioneira de Bordeaux"





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